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Capítulo Vinte e Três

Connor Wessex:

Quando o telefone tocou minutos atrás, eu confesso que não dei muita importância de imediato, mas, assim que reconheci a voz de Pedro do outro lado da linha, senti uma surpresa misturada com uma ponta de curiosidade. Ele sempre me surpreende, mas dessa vez foi diferente. Não era só ele, era Samuel. E o que ele me contou me pegou totalmente desprevenido: Samuel havia convencido os avós a comprarem roupas iguais para nós três — algo que eu jamais esperaria de uma criança, e, ao mesmo tempo, era exatamente o tipo de coisa que uma mente infantil criativa e cheia de amor faria.

Ri baixinho ao pensar nisso, uma ideia tão genuína e simples, mas que carregava uma doçura impossível de ignorar. O que eu não estava preparado, no entanto, era para o jeito que Pedro reagiu. Ele aceitou a ideia com um entusiasmo quase... natural. Como se ele soubesse exatamente o que aquilo significava para Samuel e quisesse que tudo fosse perfeito.

Mas, enquanto ele falava, senti uma leve pontada no peito, algo que eu mal sabia explicar. Talvez fosse um pequeno machucado no orgulho, talvez algo bobo dentro de mim que não estava acostumado com tanto carinho inesperado, uma sensação de estar deslocado por um momento, mesmo que por algo tão simples quanto usar roupas iguais. Eu queria rir de mim mesmo. Quem diria que uma coisa tão inocente me faria questionar como eu me encaixo nisso tudo? No fundo, acho que o que me incomodava era o quanto eu estava me deixando afetar por uma coisa tão trivial. Mas, olhando para Pedro e a maneira com que ele tornou tudo isso normal, natural, era difícil não se sentir parte dessa pequena loucura familiar.

E, sinceramente, por mais que eu tentasse resistir à ideia no início, um pedaço de mim já estava imaginando como seria ver nós três vestidos de forma idêntica — Samuel com aquele sorriso banguela de pura vitória no rosto, sabendo que havia vencido o jogo da persuasão mais uma vez. No fim das contas, não era só uma questão de roupas, era sobre pertencimento. E, mesmo que isso tivesse me tocado de um jeito meio esquisito, eu sabia que era exatamente onde eu queria estar.

Saí do armário de limpeza, ainda ajeitando o avental, e lá estava Zahra, encostada casualmente na parede, braços cruzados e uma expressão que dizia "Eu sei de tudo". Era o tipo de pose que só ela conseguia manter sem esforço.

— Então, sobre o que foi essa conversa? — Ela disparou, sem nem ao menos me dar um segundo para processar.

Suspirei, tentando parecer despreocupado, mas falhando miseravelmente.

— Era só... uma coisa que o Samuel fez e que, de algum jeito, me colocou no meio. — Tentei soar indiferente, mas a sobrancelha dela subiu tão alto que quase desapareceu sob os cabelos castanhos.

— O que ele fez? — Ela perguntou, claramente não deixando passar meu tom evasivo.

— Ele fez os avós comprarem roupas que combinem para podermos usar juntos. — Senti minhas bochechas ficarem levemente vermelhas enquanto falava.

Zahra franziu o cenho, seu rosto assumindo uma expressão pensativa enquanto começávamos a caminhar pelo corredor. Eu sabia que algo viria a seguir, e Zahra nunca decepcionava.

— Isso quer dizer que o garoto já está se apegando a você mais do que ao próprio pai — disse ela, com aquela franqueza brutal que só os amigos de verdade têm. — Sabe, já sinto até pena se isso não der certo... Não estou sendo cruel, mas há uma chance enorme disso acontecer, afinal de contas, eles moram em outra cidade, e você só os conhece há o quê? Duas semanas?

As palavras dela, embora fossem carregadas de uma preocupação genuína, me atingiram como uma flecha no peito. Havia uma verdade ali que eu ainda não estava pronto para encarar. O olhar de Zahra, por trás dos óculos, era complexo, quase triste. Como se ela quisesse me proteger de algo inevitável. Era um misto de fraternal e amigo, como ela sempre fazia questão de ser.

Ela tinha razão. No fim das contas, as férias de Pedro e Samuel acabariam, e eles voltariam para Londres. Eu, provavelmente, nunca mais os veria. Essa possibilidade, de repente, fez meu coração doer de um jeito que eu não esperava. E não era só sobre Pedro. A ideia de nunca mais ver Samuel, aquele garotinho com um sorriso cheio de travessuras, era o que mais me angustiava.

— Você está bem? Está meio pálido... Quer ir para o hospital? — A voz de Zahra me puxou de volta para a realidade. Eu a encarei, tentando afastar os pensamentos tristes.

— Não, Zahra... Vamos voltar ao trabalho. — Sorri, ou pelo menos tentei, empurrando todas aquelas emoções para o fundo da minha mente. Não era hora para lidar com isso.

Ela me observou por alguns segundos, e eu sabia que não estava enganando ninguém. Zahra soltou um suspiro lento e resignado.

— Tá bom, vamos voltar — disse ela, enquanto eu passava por ela com a cabeça baixa, tentando manter a compostura.

Fui direto para minha mesa, organizando as papeladas. Entre os documentos, minha velha bolsa, um caderninho surrado e um chaveiro que eu carregava desde a infância. Esses pequenos objetos, rústicos e simples, eram meu ancoradouro emocional, me lembrando de quem eu era e de onde eu vim. Talvez eu precisasse me apegar mais a eles agora.

Por um momento, temi que Zahra insistisse no assunto, mas, felizmente, ela não o fez. Concentrei-me no trabalho, levando os papéis para meu pai assinar. Quando o elevador chegou, a luz do sol bateu na minha cabeça, e eu aproveitei aquele breve momento de calor antes de seguir para o escritório dele.

Assim que entrei, bati na porta, e meu pai, que parecia um tanto abatido, rapidamente mascarou seu humor com um sorriso otimista, do tipo "acabei de resolver todos os meus problemas".

— Aqui está a papelada que precisa verificar com os clientes da empresa — falei, enquanto deixava os documentos sobre a mesa. — Tem algumas novas fichas de nomes para a indústria do entretenimento.

Ele acenou com a cabeça, mas, sem aviso, me soltou uma bomba.

— Connor, que tal assumir a empresa de vez? Já estou ficando velho, cheio de dores nas costas. — Ele disse isso de um jeito casual, como se estivesse sugerindo que eu trocasse o leite no café da manhã.

Revirei os olhos, meio rindo.

— Pai, você tem só quarenta e oito anos! Até ontem, você estava correndo pela casa com a Sam nos braços e carregando sacolas para o Luiz e ela. Não se faça de velho.

— Pode pelo menos assumir por um tempo? — Ele continuou, como quem não ouve uma palavra do que eu disse. — Isso me deixaria mais tempo para o Luiz, minha neta, e meu genro querido. Sei que você ainda quer encontrar seu próprio caminho, mas pense no quanto isso ajudaria o seu velho pai.

Eu sabia que ele estava tentando me convencer com a velha carta emocional, mas, por alguma razão, a ideia de tomar conta da empresa nunca me pareceu tão... absurda. Havia algo ali. Algo que Samuel e Pedro tinham despertado em mim, uma vontade de fazer mais.

— Bom, talvez seja algo que eu possa considerar, sim — admiti, ainda relutante, mas abrindo espaço para essa ideia.

Deixei um plano rabiscado sobre a mesa, algo que vinha tomando forma na minha cabeça desde que conheci Samuel e Pedro. Meu pai pegou o papel e leu lentamente.

— Connor, isso é incrível! — Ele parecia genuinamente impressionado. — Uma divisão para cuidar dos jovens atores, oferecer suporte e até aulas para melhorar suas habilidades. Quanto tempo você acha que vai demorar para começar isso?

Sorri, satisfeito por ver minha ideia ser tão bem recebida.

— Mariano disse que pode me ajudar a encontrar novos talentos — expliquei, e meu sorriso se alargou. — E Reggie já me confirmou que pode nos ajudar com as instalações.

— Então está decidido! Quando isso começar, faremos um banquete para comemorar. — Meu pai estava radiante. — Nada de reclamação! Você vai aceitar isso sem discutir.

Suspirei, mas havia um sorriso no meu rosto. Não adiantava argumentar quando ele colocava esse tom de voz.

— Tá, mas eu quero escolher a lista de convidados — falei, me divertindo com a expressão surpresa dele.

— Faça o que quiser, mas já sei que pessoas vão aparecer de qualquer forma! — Ele riu alto, e, ao final, me dispensou com um gesto da mão.

Deixei o escritório sorrindo, com uma sensação diferente no peito. Algo estava mudando, e talvez, pela primeira vez em muito tempo, eu estivesse pronto para encarar isso de frente.

*******************************

Passei o resto do tempo admirando a paisagem que via todos os dias, mas que de alguma forma, só agora parecia me inspirar de verdade. Era como se algo dentro de mim tivesse finalmente despertado. Não importava o quão profundamente eu respirasse, a alegria que me preenchia continuava a crescer, expandindo-se em todas as direções, até eu me sentir quase flutuando.

Após semanas de reflexão, finalmente havia decidido o que fazer com minha vida. Encontrei um propósito claro: ajudar aqueles que, como eu, não tinham uma base sólida para se misturar nesse mundo competitivo e impiedoso. Meu coração estava transbordando. Senti uma onda de liberdade ao soltar o cabelo e desfazer o elástico que o mantinha preso. Ele caiu suavemente sobre meus ombros, como se simbolizasse essa nova fase, essa leveza.

Resolvi seguir o que me foi dado, mas do meu jeito. Com um suspiro profundo, caminhei até minha cabine e me sentei, pegando o caderno que sempre levava comigo. Era meu espaço seguro, onde minhas ideias ganhavam forma.

— O que está fazendo agora? — A voz de Zahra surgiu repentinamente, com o resto do grupo logo atrás dela. — Decidiu soltar o cabelo pela primeira vez aqui?

Olhei para ela, um sorriso brincando nos meus lábios.

— Achei que merecia. — Respondi de forma casual, mas com uma satisfação interior que era impossível esconder.

— Ficou ótimo! — Beth comentou, sorrindo de forma calorosa. Ela sempre foi assim, doce, amigável, e um pouco sincera demais, mas era parte do charme dela.

Logo atrás dela estava Cody, o gênio do grupo. Fascinado por tecnologia, ciências e filmes, ele era o tipo de pessoa que você queria ao seu lado quando algo eletrônico parava de funcionar. Além disso, ele tocava piano como ninguém e tinha um conhecimento absurdo de física. No entanto, quando se tratava de romance, ele era desajeitado. Não era segredo para ninguém que ele tinha uma queda por Beth, mas seu jeito atrapalhado o deixava constantemente sem ação perto dela.

— Então, o que aconteceu? — Beth perguntou de repente, com aquele tom travesso que ela usava quando sabia que havia algo no ar. — Seu namorado mandou uma mensagem de desculpas?

Olhei para Zahra, que imediatamente desviou o olhar, tentando parecer inocente. Ah, então ela havia contado. Era típico de Beth, não conseguir segurar a curiosidade por muito tempo.

— Desculpa, não resisti! — Ela disse, erguendo as mãos como se estivesse se rendendo.

— Beth, sempre a curiosa adorável que eu amo — Zahra falou, rindo enquanto abraçava a amiga.

Soltei uma risada, incapaz de ficar irritado. Era impossível brigar com alguém tão genuinamente cativante.

— Não foi nada demais. Só estou feliz com as coisas como estão agora. — Sorri, e a expressão de Beth suavizou, como se entendesse que eu realmente estava bem.

O restante da manhã passou tranquilamente. Conversamos sobre trabalho, almoços e pequenos detalhes do dia, como se fosse apenas mais um dia normal. Quando chegou a hora do almoço, já tinha entregue os documentos em segurança, e a equipe responsável havia feito cópias, carimbado e devolvido tudo. Tudo corria conforme o planejado.

Mas, quando passei pela porta da empresa, algo inesperado aconteceu. Lá, parado em frente à entrada, estava alguém que eu definitivamente não esperava ver. Meu coração deu um salto, e por um breve segundo, senti como se o tempo tivesse parado.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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