Perigo à Espreita
(SPOILER!!!!!!!!!)
Galerinha, não sei nada de medicina, mas eu tento né, o que eu num faço pra agradar vocês TwT. Não sei como lidar com situações emergenciais, como convulsão, então não me juguem, plis. UwU
...
14:30
...
Gustavo estava arrumando sua cama, com cheiro adocicado do perfume de Nathaly. Dois dias foram suficientes para que ele prometesse algo tão sério e tão profundo? Pensava cuidadosamente em suas palavras ditas (talvez) para a pessoa certa, mas com certeza no momento errado. Queria mais tempo para saber se era tudo da boca para fora ou se era algo de fato verdadeiro, mas aparentemente, o destino queria apressar a relação dos dois... ou separá-los. Será um teste para saber se sua paixão repentina prevalecerá? Será que o tempo e a distância podem separar os dois? Gustavo estava com medo, medo de estar apenas apaixonado. Medo de não ser amor e medo de não sentir o mesmo que ela. Medo de ela não sentir o que ele sente.
Termina de arrumar as coisas, fecha a porta e apaga as luzes. Passeia lentamente pelo corredor, onde passa pela lixeira que é recolhida todas as noites. Ela estava cheia, o que era bem raro, e o saco de lixo mais recente está colocado de forma desajeitada. Ele tenta colocar o lixo de forma mais organizada e do jeito certo, porém, acaba se cortando em algo. O que era?
Cacos de um vaso de vidro.
E não era só isso, estava acompanhado de orquídeas roxas. Ele conhece essas orquídeas. Ela jogou no lixo? Não, não pode ter jogado. Ela parece gostar dele, não parece? Gustavo não sabe mais o que pensar. "Deve ter ocorrido algum imprevisto ou acidente." pensa ele.
De repente ele escuta passos apressados vindo em sua direção. Avista Guilherme correndo apressadamente, e se vira para questioná-lo.
— Gustavo! Gustavo... pera — Ele para pra respirar fundo e agarra um dos braços de Gustavo —, você precisa vir comigo.
— Ei! Espera! — Gustavo estava sendo puxado pelo braço, mas impede Guilherme de continuar o levando. — Pra onde quer me levar?
— Não temos tempo pra isso Gustavo. Eu tenho aula e preciso que alguém fique com ela! Vamos lá! Ela tá sozinha.
Gustavo foi praticamente arrastado contra sua vontade por Guilherme, que havia tirado força do olho do cu para puxar o paquera de sua amiga. Gustavo admitiu para si mesmo de que estava preocupado com o que havia acontecido com ela. Sabia que ela era bastante vulnerável, e que estava sendo alvo de assédio. Não queria que nada de mal acontecesse com ela, então, cedeu à tentação de querer que seus olhares se encontrassem novamente.
Ao chegar na entrada do quarto, Gustavo hesitou, mesmo que quisesse muito vê-la. As flores que comprou com todo o cuidado do mundo acabaram no lixo em menos de dois dias. Flores tão bonitas...
Guilherme puxa Gustavo para dentro do quarto e fecha a porta brutalmente. Gustavo cai em cima da cama de Nathaly e, Guilherme, tranca a porta. Gustavo iria questionar sobre o por que estava sendo arrancado de seu quarto, do por que toda aquela confusão, afinal, o que estava acontecendo? Porém, algo o fez parar imediatamente. Ele olhou para a cama de Guilherme e viu Nathaly deitada na cama. Estava virada de lado e de frente para ele. As cobertas da cor roxa e preta rondavam seu corpo até a cintura, ela não era muito grossa, então ela provavelmente estava confortável. Mas quando desviou seu olhar ao rosto de Nathaly, sua feição de admiração mudou radicalmente para uma mais agressiva e desacreditada. Ligeiramente se levanta da cama de Nathaly.
— Que porra aconteceu com ela!? — Gustavo pergunta em tom de voz alto. Guilherme olha para ele e receia de que ele faça algo que prejudique Rafael caso ele conte, afinal, a vida dos pais de Nathaly e os seus estão em jogo.
— Ela foi abusada aqui mesmo. Não cheguei a tempo de impedir, apenas vi o agressor saindo do nosso quarto e quando cheguei aqui, ela estava toda cortada e foi agredida. Pelo que analisei... ele ficou aqui por muito tempo.
— Você olhou a... — Ele olha para Guilherme seriamente.
— Tive de olhar, meu diagnóstico não é tão rápido. Preciso analisar cuidadosamente pra ter certeza do que estou falando, e relaxa, apenas a analisei. Eu não sou o tipo de cara que abusa de mulheres, isso é um ato que deveria resultar em mortes. — Diz Guilherme, colocando a mão sobre a testa de Nathaly, verificando sua temperatura corporal. Não estava tão quente quanto quando ele a encontrou.
— Então me diga como ele era! Mínimos detalhes ajudam. — Guilherme hesita, não colocaria seus pais e os de Nathaly em tamanho perigo. Ainda mais, supondo que ela não sabe do sequestro de seus pais.
Guilherme e Gustavo escutam resmungos baixos vindos de Nathaly e Gustavo rapidamente vai ao seu encontro, colocando suas mãos em seu rosto.
— Espertinha! Não se esforce tanto, precisa descansar. — Gustavo se senta ao seu lado e ela, com olhos fechados e voz falhada por causa dos gritos que não foram ouvidos, fala:
— Alto... loiro... forte... e arrogante.
— Loiro e arrogante? — Diz Gustavo, já tem suas suspeitas. — Não me diz que o Rafael fez isso com você, por que se disser, eu vou acabar com a raça daquele desgraçado!
⚠️ Aviso: Respire fundo se for ler e caso queira pular, por favor se sinta a vontade. Contém convulsão! ⚠️
Nathaly começa a convulsionar, seus olhos reviram e seu corpo se contorce violentamente nos braços de Gustavo, que instantaneamente entrou em desespero. Olha para Guilherme sem saber o que fazer e então, Guilherme entra em ação.
— Me ajuda a colocar ela no chão! — Diz Guilherme, segura firmemente os tornozelos da garota.
— O quê!? Por que no chão!? — Dizia Gustavo em voz alta e em clara ansiedade.
— Anda, Gustavo!
Guilherme segurava os pés de Nathaly enquanto Gustavo a segurava por debaixo dos braços, juntos, colocaram-na no chão. Guilherme teria de improvisar e utilizar de seus conhecimentos para fazer essa crise passar, pois não haviam equipamentos médicos para auxiliá-lo. Afastou a cama de Nathaly o máximo que conseguiu, fazendo ela ficar longe de qualquer coisa que podia machucá-la. Correu para pegar um travesseiro e evitar possíveis lesões, ainda mais por que ainda não havia se recuperado de suas lesões anteriores, além de colocá-la de lado, evitando que a língua obstrua a passagem do ar e fazendo com que ela não se engasgue com sua própria saliva.
— Que tal jogar água o rosto dela? — Diz Gustavo, tentando propor uma sugestão para a resolução do problema.
— Está ficando maluco!? Claro que não! — Diz Guilherme se levantando e fazendo sinais para que Gustavo também se afastasse.
— Ok, e o que você sugere que a gente faça, fique aqui sem fazer nada!? — Guilherme conseguia sentir a preocupação na voz de Gustavo. Por mais que também estivesse preocupado com amiga, sabia o que tinha que fazer.
— Exatamente. — Gustavo lhe olha desacreditado.
— O que!? Por que? — Gustavo aumenta o tom de voz novamente, ainda está desesperado.
— Porque crises convulsivas duram entre dois à cinco minutos! Só é grave caso passe disso!
— E como você sabe disso!? — Gustavo aponta brevemente para Guilherme.
— Por que eu faço medicina seu animal! — Após sua fala, Nathaly parece se acalmar aos poucos.
⚠️ Aviso: Final da cena⚠️
— Ai, meu Deus. — Gustavo se flagra com os olhos lacrimejando. — Você sabe o que pode ter ocasionado essa crise assim, tão de repente?
— Temos duas alternativas. A primeira, seria tentativa do sistema nervoso de reagir a tal ação. Claro, tudo inconsciente. Resumão, o corpo dela ainda acha que está sendo violado, seu sistema reage para escapar disso, pois como você sabe, a mente controla o corpo. Se você acredita estar doente, sua mente vai te fazer ficar doente. Se ela acredita estar sendo abusada, seu corpo vai continuar relembrando aquelas sensações horríveis e reagir para achar que não. — Gustavo e Guilherme se ajudam para colocar ela de volta na cama.
— Entendi... e qual a outra alternativa? — Pergunta Gustavo. Guilherme o olha seriamente.
— Olha, eu convivi com ela por pouquíssimo tempo, mas eu já sei de uma coisa que ela não contou pra ninguém.
— O que?
— Ela tem TDAH. Pode não parecer, mas detalhes mínimos revelam minhas suspeitas, como: Ter dificuldade em manter o contato visual, andar na ponta dos pés, paixão em desenvolver o intelecto impecável que ela tem, impulsividade e o principal... — Gustavo observa Guilherme ir de encontro à bolsa dela, e tirar de lá de dentro, três cartelas de Ritalina. —, ela toma remédios para melhorar a concentração e se livrar do sono diurno. Por isso ela dorme tão mal. Essa convulsão pode ter sido um efeito colateral do remédio, mas pra chegar a convulsionar, ela deve ter tomado em alta quantidade, quando eu chegar, vamos levá-la ao médico.
— Meu Deus... que merda. Nunca mais ninguém vai encostar em um único fio de cabelo dela. — Diz Gustavo para Guilherme. — Eu não vou deixar.
— Gustavo, eu vou tomar banho agora. Tenho aula as 16 e preciso ser rápido. Então, vou levar minhas roupas e vou me arrumar lá mesmo. Então, em hipótese alguma, deixe ela sozinha. — Diz Guilherme colocando um conjunto de roupas limpas dentro da mochila com outros equipamentos e a fecha. — Se ela convulsionar de novo, faça o que fizemos e não deixe que ela se machuque de jeito nenhum. Se demorar mais de cinco minutos pra passar, ou acontecer qualquer outra coisa, leve-a à emergência.
— Pode deixar.
Guilherme saiu às 15:30. Gustavo ficou com Nathaly na cama, analisando seu rosto com o olho direito roxo e inchado, marcas vermelhas pelo pescoço e uma mordida no nariz. Refletia sobre as palavras que Guilherme disse antes de sair de seu campo de visão.
"Não acuse ninguém sem provas, espere ela acordar para que nós possamos conversar. Preciso revelar algo sério para vocês dois, e talvez, isso faça com que ela se abale ainda mais."
Gustavo não imagina o que é. Talvez saiba quem fez, mas não vai se exaltar agora. Seu passado levemente perturbado em relação à Rafael estava voltando como um de seus pesadelos mais recorrentes. Não consegue tirar Nathaly da cabeça. O que, de fato, está acontecendo? Quem está por trás disso?
...
17:50
...
Guilherme anotava atentamente cada uma das observações que achava importantes. Sua aula estava no final. Particularmente, detestava aulas teóricas, ele é bom nisso, mas prefere aprender na prática. A professora sai da sala e ele é um dos únicos entre os 24 alunos que permaneceram dentro da sala, permaneceram ele e mais uma menina. As luzes da frente da sala são as únicas ligadas. Ele, sentando na primeira fileira, estava analisando o corpo aberto à sua frente e terminando suas observações sobre a aula, logo, a professora voltaria com alguns ajudantes para retirar o corpo, então ele teria de ser rápido.
Sem que ele percebesse, ela o encarava enquanto fechava suas coisas. Colocou a mochila nas costas e chegou de fininho por trás dele, parando para analisar suas observações e sua linda caligrafia.
— Ah, que trabalhoso, não havia me tocado que preciso saber do geral antes de me especializar. — Guilherme se espreguiçava e olhava em volta, mas sentiu uma presença atrás dele e quando virou, praticamente pulou da cadeira. — Misericórdia! Repreende Senhor!
— Kkkkkk, desculpa pelo susto. — Sua voz suave e divertida fez ele se acalmar.
— Ah, tudo bem, só não me assusta desse jeito de novo. Ai, achei que eu ia morrer. — Guilherme respirava fundo.
— Pra onde você vai agora? — Pergunta ela.
— Ah, vou pro meu dormitório. Você não vai? — Indaga Guilherme, já meio desconfiado. Começa a guardar suas coisas lentamente.
— Não, não preciso. — Ela olha para Guilherme com um sorriso assustador. — A propósito, onde fica seu dormitório?
Guilherme estava ficando tenso, a medida que o rosto da menina ia mudando de fofa para sádica, ele ficava mais apreensivo. Colocou a mochila nas costas e ajeitou sua cadeira no lugar.
— Por que quer saber? — Diz Guilherme indo em direção à ela. — Quer fazer o que lá? — Ele segura os punhos da garota e a deixa encurralada contra a parede no fundo da sala, onde as luzes estão apagadas. Sua voz demonstrava confiança. Ela fecha os olhos e cerra os dentes. — O que acha que vai encontrar lá? — Ele chega perto de seu rosto e, de novo, a carreira de ator se tornava uma opção.
— Você é bom nisso. — Ela rapidamente troca os papéis, prensando ele contra a parede enquanto segura seus punhos. Era incrivelmente forte. — Mas, eu sou bem melhor.
Guilherme observa ela tirar uma arma da cintura, então, rapidamente arregalou os olhos.
— "Guinho"... é assim que ela chama você, não é? — Guilherme se assustou. Por que tem tanta gente atrás dela? — Me mostra onde fica, e talvez eu poupe você.
Ela acaricia o abdômen de Guilherme com a arma claramente carregada. Estava com um sorriso no rosto, mas que logo desaparece quando escuta Guilherme dar risada.
— Me poupar!? Se você atirar em mim aqui, acha mesmo que ninguém vai escutar? Acha que os corredores não vão captar você saindo da sala logo depois do estrondo? Acha que não vão condenar você?
Ela coloca violentamente a arma contra o queixo de Guilherme.
— Eu posso ser pega, e daí? Você não vai voltar a vida mesmo que isso aconteça. — Retruca ela. Guilherme sabia que ela tinha razão, morreria ali?
As luzes se ascendem, deixando a extensão da sala iluminada por completo. A garota guarda furtivamente a arma e se vira.
— Vocês sabem que isso é proibido em sala de aula. — Diz a professora acompanhada de alguns ajudantes. Eles começaram a retirar o corpo do local com bastante cuidado.
— Desculpa professora, já estávamos de saída! — Diz a garota, puxa Guilherme para fora da sala e corre até o pátio.
De longe, eles conseguem ver a professora trancando a sala e acompanhando o corpo até onde ele é armazenado. Quando perdem eles de vista, Guilherme se livra da mão que o segurava.
— Quem é você afinal?
— Você quer saber quem eu sou?... Sou o pesadelo que você nunca vai conseguir esquecer. E o preço por não cooperar será a sua total destruição.
— Ok, pode mesmo ser um pesadelo, mas o medo não vai me controlar agora. Darei tudo de mim para proteger meus amigos!
— Sou o pesadelo ao qual você vai recorrer, eu sei como está a situação e apenas eu posso te ajudar. Não posso revelar como, pois isso iria contra as diretrizes. Te assustei e impus medo, erro meu, admito. Mas apenas o meu poder sobre os responsáveis pelo caos causado aqui, pode dar os resultados esperados. Se você realmente quer ajudar Nathaly, lembre-se: às vezes, o maior poder está em manter o silêncio. E não se esqueça, por trás das sombras, a verdade pode ser mais reveladora e brutal do que você imagina.
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Xou do mal jehejhjehejejje
Quem vocês acham que é????
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