Hannah
Querido diário, meu amigo está de volta! Fiquei meio receosa de ir ao aeroporto depois do que aconteceu no ano passado, mas foi besteira pensar assim. A única coisa que ele fez ao me ver foi me abraçar por uns cinco minutos. Ainda estou com o cheio dele na minha roupa.
E depois de muita reflexão, tomei coragem para fazer alguma coisa com respeito ao que sinto. Acho que tive tempo para parar de sentir vergonha e entender que amar alguém é bonito. É algo que merece ao menos uma oportunidade de acontecer.
Mas, eu preciso escrever isso aqui. Não consigo em outro lugar. O que sinto por Nicolas foi um segredo por tanto tempo que não dá para só escrever no computador e pronto.
Espero que você não esteja lendo isso no banheiro. Sim, eu sei que nossa intenção nunca foi ser um casal. Mas, durante esses anos você fez com que eu enxergasse as coisas de maneira diferente. E olhando para nós eu quero que as coisas sejam diferentes.
Você entrou na minha vida confrontando minhas convicções. Eu não chamei todos os homens de idiotas porque eu estava decepcionada. Chamei porque realmente pensava isso. Mas eu fui a mais idiota, guardando meus sentimentos, e até adoecendo por conta da minha teimosia. Nem tente me defender, eu me lembro de todas as vezes que você disse que eu ficaria doente de tanto trabalhar. Foi o que aconteceu, porque eu não te ouvi. Mas eu ouvi quando você disse que o amor estava nas pequenas coisas do dia a dia.
E eu comecei a reparar no amor que você tinha ao cuidar da nossa cachorrinha. O amor que você dispunha em cada momento que você fazia de tudo para ver nossos amigos sorrindo. E, acima de tudo, eu vi o seu amor quando você disse que cuidaria de mim, mesmo sem eu pedir.
Ambos sabemos que é difícil eu aceitar ajuda. Ano passado eu senti tanto sua falta que quase atravessei o continente e fui te encontrar. Foi só assim que eu finalmente pude admitir para mim mesma que não poderia mais esconder que te amo mais do que apenas um amigo. E foi só assim que eu pude perceber que esse outro sentimento que venho escondendo não é passageiro, e que ele não pode ser esquecido ou morto. Eu sinto muito se isso estragar tudo. Mas eu preciso te falar, ou melhor, eu preciso escrever.
Eu te amo tanto que quero que você saiba que existe uma garota apaixonada por você. Eu quero que você saiba que existe alguém que quer passar a vida toda ao seu lado, que quer ter filhos com você. Eu quero que você saiba que alguém ama os seus olhos e suas opiniões pretensiosas. Eu quero que você saiba porque eu te amo. Infelizmente (ou felizmente?) sou eu essa pessoa. Lide com isso, amigo, eu me apaixonei por você.
A todos os leitores dessa revista que não são Nicolas Gomes Duviver, eu peço desculpas por ocupar esse espaço com um dilema pessoal. Mas essa história, a nossa, começou nesta coluna. Foi assim que ele chegou até mim e é dessa forma que eu espero chegar a ele. Eu espero que como eu, você leitor, passe a procurar o amor onde possa se encontrar: na vida, na realidade. Não apenas sonhe, mas sorria para as coisas. Abra-se para as possibilidades.
Nicolas, eu quero muito, muito, mesmo dizer que você é meu. Meu amigo, ou quem sabe alguma coisa mais. Apenas ignore essa carta se você ainda me achar idiota demais no fim das contas. Mas, se existir alguma possibilidade de você não ser só meu amigo, mas meu companheiro, meu amor, eu te peço uma coisa. Peço que você fique e cuide de mim. Peço que você me deixe cuidar de você.
Com amor, Hannah.
Eu estou há anos apaixonada pelo meu amigo que ama ler revistas femininas no banheiro. Só espero que esse texto, diferente daquele primeiro que nos uniu, ele aprove.
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EU TÔ MUITO EMOCIONADA AQUI
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