Hannah
Querido diário, não dá nem para acreditar, mas o ano vai acabar outra vez. Tanta coisa aconteceu, tanta coisa mudou. Meu estágio acabou e eu fui contratada como redatora assistente. Acabei nem escrevendo sobre isso aqui porque minha rotina (e meu coração) tornou impossível focar tempo o bastante para voltar para essas páginas.
Ali e Gusta finalmente se tornaram um casal (e isso já vai fazer um ano daqui a pouco!), e eu encontrei o Daniel. Foram meses de uma Hannah mais otimista. Olhando as últimas páginas, até parece algo que a Alice escreveria. É bizarro como a gente é diferente por dentro do que deixamos transparecer por fora.
E agora tudo isso é tão comum. Agora eu realmente conheço Daniel e toda aquela paixão relâmpago do início parece só um delírio. Ele é legal. Nosso namoro é... normal. É assim que funciona na vida adulta, certo?! Corações disparados é coisa para adolescentes.
Ano que vem eu termino a faculdade. Talvez eu finalmente faça um intercâmbio ou algo assim. Talvez eu adote um cachorro. Talvez eu mude de emprego. É estranho não ver o cara que diz que me amar em nenhum desses futuros, mas essa sou eu. Não a Hannah otimista de duas páginas atrás, mas a Hannah que sempre, sempre, prefere guardar o coração e deixa para pensar nas consequências de se esconder para depois.
Pelo menos já tenho planos para as festas. Jogar Legends of Life com Gustavo e acompanhar Ali em cada uma de suas vinte apresentações. Ela já é uma estrela local. Tenho certeza que logo minha amiga se tornará um grande sucesso.
O ponto é que, no fim das contas, eu vejo meus amigos em cada um dos meus futuros hipotéticos. Isso me faz pensar se amo Daniel de verdade. Porque, aqui e agora, Ali e Gusta são minha família. É difícil pensar em duas pessoas que eu possa dizer com mais clareza que amo, sem obrigações, laços de sangue ou imposições sociais. Acho que por isso o que sinto por eles é tão forte. É fruto da espontaneidade da vida.
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