Hannah
Querido diário, quanto tempo! Minha vida anda um amontoado de expectativas e planejamentos. Não sei como resumir os últimos meses de outra forma.
Mas, hoje eu vim escrever porque eu senti aquela nostalgia no fim da tarde. É meio que aquele momento em que notamos que a vida continua, mesmo com as dores, as inseguranças, as alegrias e os amores.
Eu estava na casa da Ali, tínhamos acabado uma sessão de estudos em inglês (ela é tão melhor do que eu nisso!) e a minha amiga resolveu tocar um pouco de piano. Agora são raros os momentos em que ficamos só nós duas como antes. Quando ela não está no conservatório e eu estudando, Thaís ou Yas sempre estão por perto, o que não é ruim, apenas diferente.
Mas, naquele momento erámos só nós duas outra vez. Ali começou a tocar aquela música bonita do recital de um mês atrás. Eu estava olhando pela janela e me deixei levar pela melodia suave e quase sem notar, eu estava dançando.
Não foi como antes. Eu perdi muito da minha flexibilidade e não consigo mais me sustentar na ponta. Mas, foi maravilhoso sentir a música fluindo através de mim. E cheguei a essa conclusão de que tudo bem não ser uma bailarina profissional. Eu sempre vou ter a música tocando o meu coração e fluindo pelas minhas veias, enquanto estiver viva, mesmo que eu não seja mais capaz de fazer um fouette, ou ainda que eu perca a capacidade de me locomover. É algo que está relacionado mais com minha essência, com minha alma, do que com o meu corpo.
Depois desse momento de contemplação, nós duas assistimos a alguns episódios de Justiça Jovem e ninguém pode nos julgar por estarmos apaixonadas por um desenho animado. Connor Kent é irresistível, não há como negar.
Agora eu estou aqui, tentando evocar novamente a tarde tranquila e evitando pensar no vestibular da semana que vem. Mas... não está funcionando. Eu estou apavorada, diário. Vou ficar muito feliz quando isso passar.
xxx
Obrigada pela leitura <3
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