Certo, escola. É aquele mais do mesmo. Eu vou de ônibus. Chego bem cedo e começo a ler. Às vezes continuo a ler quando o professor chega. Sinceramente, esses anos todos aprendi mais nos livros do que com os professores.

Mas para toda regra existe a exceção e na escola são as aulas de filosofia. Meu pai trabalha com fotografia, mas a paixão dele é mitologia. Com ele aprendi o quanto é fascinante o poder dos mitos. Como nós precisamos de ilusões, de muletas. Minha mãe, como uma típica pessoa de exatas (ela é bióloga) acha nosso interesse muito excêntrico, mas estou generalizando aqui.

Odeio generalizações. E estereótipos.

Essas coisas nunca funcionam. São puro pré-conceito. Quem olha para a Alice, por exemplo, pensa que ela é a típica patricinha, filhinha de papai, alienada. Mas basta ela abrir a boca para isso ser descartado. Nunca vi uma pessoa tão boa, mas com uma habilidade tão grande de cortar as pessoas. Ela nem se constrange! Às vezes ela até se passa por rude, mas não é isso. Ela só não tem paciência para as ilusões e muletas. 

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