Entrei para minha casa aos prantos, minha mãe me acolheu e contei tudo a ela. Em nenhum momento me julgou, somente seu abraço me fez estar em paz de novo, mas eu sabia que a dor voltaria, pois quando se perde um filho mesmo sendo postiço as coisas não são mais as mesmas. 

Subo para meu quarto e me deito na cama, aos poucos o sono me toma ao ponto de eu não saber o momento em que adormeci. 

acordo com minha mãe:

- Filha você tem visita.

Levanto rapidamente e desço correndo, encontro com Ethan na sala junto com John.

Sinto falta so seu olhar diretamente para mim, mas já é um início ele estar ali.

- Ethan gostaria que você fosse há um lugar com ele. - John se pronuncia e em sua fala não consigo sentir nenhuma emoção, positiva ou negativa. 

-ok. - respondo com o nervosismo tomando conta.

John se senta na cadeira da sala e eu estranho. Meu olhar direcionado a ele deve ser o motivo de sua resposta.

- Ele quer que vá somente vocês dois. - deu de ombros. - Vou ficar com sua mãe.

O nervosismo aumenta e nós nos direcionamos a porta. 

Há um silencio tenso, porém preciso que isso pare. 

- Onde estamos indo? - minha voz sai baixa, pois tenho medo de assusta-lo. 

- Você verá. - sua resposta é num sussurro e como o pai ele sabe muito bem esconder as coisas. 

Acabamos pegando um uber como ele pediu e quando vi estavamos no parque mangabeiras. Um dos lugares mais bonitos de Minas, muita área verde, flores de todos os tipos, lagos e um clima muito favorável para uma conversa tranquila.

Ethan decidiu sentar em um lugar reservado debaixo de uma sombra já que estava de dia , de trás de um moita uma cesta que acredito ter coisas para comer. 

- Antes que me pergunte, eu trouxe antes e deixei preparado. - ele disse sem me olhar, parecia nervoso. 

- ok. 

- Não me responda assim... - sua voz estava embargada.

- Eu não sei como reagir Ethan, eu menti para você... - as lágrimas já desciam. - eu me aproximei, vigiei sua vida, perdi sua confiança, e...

- Salvou minha vida Manu. - Ethan me olhava agora com lágrimas nos olhos e um sorriso sincero. - Você cuidou de mim sempre, mesmo eu não sabendo, foi um anjo sem asas que me trouxe para um lar onde ou amado por meu pai. 

- Mas... ontem... - eu não tinha voz para o que acabei de escutar. 

- Eu fiquei com raiva, não gosto de mentiras, mas depois eu vi que você estava lá por mim quando fui abandonado, e eu fiquei chateado também por que... - ele silenciou e parecia sem graça.

- Por...

- Eu não tinha presente nenhum para te dar, se eu soubesse antes eu teria preparado alguma coisa, mas vocês...

Eu o abracei, e nós dois choramos, eu nunca entenderia como um jovem seria tão compreensível e adulto dessa maneira. 

- Eu já tenho você Ethan, meu maior presente. - meus olhos estavam presos nos dele enquanto eu dizia essas palavras. 

- Eu sei, sou um máximo. - Ele piscou e se afastou pegando algo na sexta. - Porém eu comprei algo para você que simboliza  importância que tem pra mim, antes mesmo de saber a verdade. 

A emoção tomou conta do meu coração, estou prestes a explodir de felicidade. 

Ethan pegou uma caixinha e me entregou. Quando abri o sorriso ficou maior. Havia duas asas de anjo, uma escrito anjo e na outra sempre. 

- Simboliza o amor que temos um pelo outro, você é tipo minha anja sabe, e estou muito feliz por você está fazendo parte das nossas vidas. - ele suspirou e fechou os olhos se reencostando na arvore atrás de nós. - Há muito tempo eu não via meu pai com brilho nos olhos, e você trouxe vida a nossa vida, e agora que sei que você é minha anja isso ficou melhor. 

- Obrigada Ethan, foi um presente maravilhoso. - eu o abracei mas infelizmente felicidade dura pouco.