O susto
- Onde o Senhor vai me levar? - pergunto quando estamos nos direcionando para o ponto de Ônibus.
- Deixa de ser curiosa. - ele sorri e me puxa para andarmos mais rápido.
Eu fico me policiando para não deixar a curiosidade falar mais rápido. Logo a tristeza vem de novo e dessa vez Ethan percebe.
- Ele também esta sentindo sua falta. - sua voz é um sussurro quase não escuto. sua mão vem de encontro a minha e aperta levemente. - Vocês vão se resolver, dê tempo a tempo. - as lágrimas já descem silenciosamente pelo meu rosto, quando vejo ele já está limpando uma delas.
- Não gosto de te ver assim, meu pai é idiota as vezes sabe, nós até discutimos ontem.
- Discutiram? - eu pergunto surpresa.
- Logico, sei que a culpa é dele, conheço bem o pai que tenho, você é doce demais para fazer algo de errado. - ele diz enquanto me obeserva.
Meu peito aperta por que estou escondendo um segredo da vida dele.
- Eu preciso de dizer uma coisa...
- Depois você me diz. - ele suspira e me olha, parece que até já sabe o que tenho para dizer. - Chegamos.
Quando vejo, estamos no parque municipal, me surpreendo por ele gostar daqui.
- Então esse é seu misterioso lugar? - pergunto sarcástica.
- Não desmereça esse lugar, amo aqui, além de ser ao ar livre, tem brinquedos, e eu amo o minhocão... - ele gargalha.
Minhocão é para crianças pequenas, é estilo uma montanha russa, sem emoção para menores de 2 anos.
Eu rio junto com ele.
Nós no sentamos no gramado e pela primeira vez em muito tempo, me sinto em paz.
Estar com Ethan me tira um pouco da tristeza, mas ainda me sito vazia.
- Vou ao banheiro. - Ethan diz se levantando.
- Ok. te espero aqui.
- Não saia antes deu voltar, por favor. - ele diz enquanto vai saindo. - Crianças se perdem com facilidade por aqui, e como eu sou responsável por você, não saia dai...- ele ri enquanto já está a uma certa distancia.
Bufo e viro os olhos.
- Crianças...
Depois de umas meia hora, Ethan não voltou.
Começo a ficar preocupada, minhas mãos suando.
Vou atrás dele, no banheiro, mas quando chego não tem ninguém no banheiro masculino.
Logico que os homens estranharam minha entrada, mas estou preocupada, entrar no banheiro dos homens é o de menos.
Meus olhos se enchem de água, quando saio como uma louca perguntando as pessoas se eles viram um menino com as caracteristicas de Ethan, mas ninguém o viu.
A carta da mãe biológica vem a minha cabeça, e as lágrimas não derramadas vem a tona.
Decido ligar para John, mesmo não querendo mas a segurança do meu filho está em Jogo.
- Manu... - John atende.
- John.. - minhas lágrimas escorrem, com a voz embargada continuo. - Tem como vim para o parque municipal?
- Manu, você esta chorando? O que houve? Cadê Ethan? - sua voz começa a ficar alarmada.
Eu não consigo nem responder.
- Ja estou indo.
Ele desliga o telefone e eu sento em um banco.
As pessoas passam me olham, algumas perguntam se estou bem, mas não consigo falar nada. Meu peito esta doendo.
Se acontecer algo com ele, não vou me perdoar jamais.
Não sei quanto tempo John demorou a chegar.
- Manu... - levanto minha cabeça e John estava em pé a pouca distancia de mim.
Ve-lo faz com que meu coração se encha de tranquilidade, mas logo é substituída por pesar, pois o motivo ele esta aqui é que nosso menino sumiu.
Levanto e corro em direção a seus braços, ele me abraça e pergunta o que houve, onde esta´Ethan.
- Eu não sei... - o choro se torna maior e mais alto.
- Nós vamos acha-lo. Me conte o que houve. - John me abraça de novo e acaricia meus cabelos.
Nos sentamos e eu conto a ele como foi.
- Vamos a policia, e falamos o que houve, eu sei que precisa de 24 horas para falar que a pessoa desapareceu, mas no caso de Ethan é mais complicado, talvez eles possam nos auxiliar... - ele beija minha testa. - Vai dar tudo certo, nós vamos encontrar nosso menino.
As palavras dele me acalmaram.
Quando nos levantamos escutei a seguinte frase:
- Deu certo meu plano afinal! - Quando olho para trás Ethan estava sorrindo e eu e John com cara de que iriamos mata-lo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro