Entro no carro em silencio, nada e dito por ambos.

Ele já ficou sabendo de Ethan e acho que o caldo vai entornar para meu lado também.

Chegamos a um bar, não tinha muitas pessoas, ele desce batendo a porta do carro e eu o sigo como se fosse uma criança buscando o perdão do pai.

Reviro meus olhos com esse pensamento, mas continuo o seguindo.

Sentamos um de frente para o outro, ele não diz nada nem eu.

Até que não aguento mais:

- O que foi? - eu o encaro para demonstrar que não estou nem ai para o nervosismo dele, porém estou e muito.

- Que historia é essa de taco de beisebol? Meu filho não pode ir à escola por uma semana por causa dessa porcaria, e além do mais citou uma mulher, de cabelos longos e pretos, com os olhos cinza. Quem será que estava no meio dessa confusão toda? - ele disse, pausadamente, se controlando para não explodir mais ainda.

Quando eu ia explicar ele continuou:

- E, além disso, meu filho chega a casa com a cara toda machucada, com dores no corpo, me dizendo que estava na escola enquanto três alunos batiam nele, e que você apareceu e o ajudou dizendo que ia bater nos alunos. Sabe do que fui tachado na diretoria de louco, com

uma esposa que eles acham que é você psicopata que bate em adolescentes normais. - sua respiração estava mais calma e ele esperava uma reação minha.

Eu comecei a rir, rir muito, por que louca eu já fui chamada muitas vezes, agora psicopata batedora de adolescente, nunca, essa nova.

Ele me olhava, mas seu olhar estava mais tranquilo agora, até sorrindo ele estava.

- Me desculpa, mas eu o salvei, eu nunca bateria nos jovens ou faria algo para machucar o Ethan. Foi por impulso ok. - eu conseguia falar calmamente agora.

- Ok. Só estou bravo por ele ter sido expulso, mas me chamar de louco eu tô chateado, poxa nunca tinha ganhado essa característica, sempre fui muito responsável. - ele sorriu e tomou um pouco da cerveja que a garçonete trouxe.

- Obrigado por cuidar dele, fiquei possesso quando vi, mas depois ele me contou a historia eu entendi o lado dele, é difícil cuidar dele sozinho sabe. - ele disse enquanto me olhava.

- Você não é casa...

- Nem adianta fingir que não sabe, Ethan me contou que te informou sobre minha atual situação e o que houve antes. - ele bebericou a cerveja de novo enquanto dava um ultimo sorriso.

- Agora quero saber de você, agora que já sabe tudo sobre mim. - ele disse me olhando com curiosidade. Era engraçado como os filhos começam a parecer com os pais mesmo sendo adotivos.

- O que quer saber? -perguntei sentindo um calor invadir meu corpo.

Estou ficando nervosa.

- Tudo, desde o inicio.

Cotei sobre minha mãe, meu pai, pulando a parte do pequeno Ethan, fui dizendo tudo e ele escutando atentamente.

- Acabei de ser mandada embora por justa causa. - eu disse olhando para meu copo de refrigerante.

- Por causa de Ethan? - ele perguntou surpreso.

- Não diretamente, ele não tem culpa. - eu sorri e o olhei.

Havia um brilho diferente nos olhos dele que eu não soube identificar.

- Você trabalhava onde? - ele perguntou colocando ambos dos cotovelos na mesa.

- Lanches & Lanches, a gerente de lá é uma biscate, ninguém aguenta ela, ela humilha todo mundo, mulher arrogante. - minha cara deveria está demonstrando o que eu estou sentindo.

Ele se levantou deixando o dinheiro sobre a mesa.

- Vamos lá, você está precisando dizer umas poucas e boas para ela. - ele disse sorrindo me estendendo a mão.

Eu fui com a pouca coragem que tinha.

- Mas lá já fechou esse horário.

- Ah é mesmo, então vamos amanha, depois de você almoçar comigo. - ele disse se sentando e pegando o dinheiro de volta.

- Ok. Aonde iremos?

- É uma surpresa.

- Odeio Surpresas.

- Mas essa você vai gostar eu garanto. - ele disse e acabou de tomar a cerveja do copo.