Dias Atuais
Hoje meu dia deveria ser chamado de tragédia, levantei atrasada, meu chuveiro não estava quente, minha roupa amassada, e para piorar trabalho de garçonete em uma lanchonete atrasar é um problema seríssimo.
Não me julgue por isso, nos meus trinta anos não descobri o que quero, se me preocupo com isso? Jamais, que se dane a sociedade e suas formas de pensar que devemos casar aos 32 e já estarmos formados, com filhos nos braços e família feliz. Ainda não encontrei o homem da minha vida, já que o ultimo me traiu com minha ex- melhor amiga.
Foi uma cena até engraçada se não fosse trágica, cheguei em casa do meu serviço, moro atualmente em um apartamento com minha mãe, hoje consigo pagar até uma viajem para ela, e no momento ela está em alagoas.
Escutei uns barulhos estranhos vindo do quarto da minha mãe, quando abri não sei se eu ria ou chorava, meu ex estava dançando dança do ventre enquanto minha ex-amiga estava deitada assistindo, só de calcinha e sutiã. Na hora me subiu uma raiva, expulsei os dois de casa, e fui tomar banho, eu fui meio seca, mas nosso relacionamento não estava tão legal, então sofri só um pouco. Hoje eu pergunto o que estava havendo naquele quarto, continuação na novela Caminho das índias? Logico que ambos tentaram me explicar o que estava havendo, mas eu não quis saber, na minha casa, no quarto da minha mãe ainda, e é tanta cara de pau que hoje eles estão juntos.
Ele tinha a chave do apartamento, mas vai ser burro assim, se for pra trair vai para marte, qualquer outro lugar, menos na casa da namorada, é multa falta de criatividade em uma pessoa só, mas também homem é burro por natureza. Até hoje eles me pedem perdão, mas eu ignoro de abutre nossa vida já está cheia.
Mas voltando aos fatos atuais, amo trabalhar onde estou às pessoas de lá fazem parte da minha vida. E Além disso, fica perto da escola onde meu filho pórtico, que não sabe que é meu filho, estuda.
Sim, é isso mesmo que você está pensando, desde meus 17 anos acompanho a vida dele de longe, depois que Carter saiu de casa, recebi uma ligação da mesma, semanas depois dizendo que ele estava em um abrigo de menores onde eu poderia visita-lo se quisesse.
O visitei até ele ter três meses, depois não fui mais, eu procurei varias formas de adota-lo, até mesmo convenci minha mãe a começar a trabalhar, porém as pessoas não acham que uma jovem consegue cuidar de um filho, não tinha idade, e, além disso, nem condição, então para ele não se apegar a mim e não sofrer decidi me afasta, mas doeu demais e sofri muito por um tempo, até hoje às vezes.
Mas tirando isso tudo, minha é vida é boa, no mais como disse estou atrasada.
Chego ao serviço as 09:00 sendo que deveria pegar as 08:00, hoje é dia de eu ser mandada embora, já aconteceu isso outras vezes, porém não tínhamos uma gerente como a de agora. Ela se acha a ultima Coca-Cola do deserto, e gosta de humilhar as pessoas.
- Então Sra. Manuela, está sendo paga para chegar atrasada também? - seu sorriso de vitória no rosto era evidente.
Eu não respondi, não vou dar a ela esse gostinho.
- Agora também é paga para não falar, ou sua mãe...
- Não toque no nome dela, nem ao menos pense nela. - foi dito em um sussurro, mas toda a lanchonete estava olhando para nós, já que ela fez questão de chamar minha atenção no meio do ambiente de trabalho.
- Ah bom saber que você fala. - ela jogou seus cabelos loiros sobre os ombros - Faça o favor de não chegar mais atrasada, isso é uma ordem mocinha, não tolero isso sobre minha gerencia. Estamos entendidas? - ela me olhava esperando resposta.
Minha vontade era arrancar essa blusa branca dela, tirar esses óculos ridículos da cara, lhe dar uns bons tapas, e ir embora, mas eu precisava do emprego então engoli em seco e respondi:
- Sim estamos.
- Estamos o que?
-Estamos entendidas Sra. Loren.
Ela sorriu com gosto da minha resposta, se virou e saiu.
Não tive nem coragem de olhar para os lados, o banheiro se tornou meu foco principal, respirei algumas vezes para não surtar, vesti a roupa do trabalho, coloquei minha melhor cara de nada acontecendo, e fui servir meus clientes.
Meu horário era de 08:00 as 17:00, com horário de almoço 11:30 as 12:40.
Eu amava esse horário de almoço, pois era o horário que meu bebe saída da escola, eu sempre ia esperar ele no final, como se ele fosse meu e nos fossemos para casa depois, porém eu sabia que isso não iria acontecer nunca.
Minha mãe até disse para eu parar de me martirizar, mas me tornei mãe no dia que peguei nos braços, e esse sentimento não saiu de mim nesses quinze anos, se eu quis ser mãe depois? Talvez esse pensamento me passasse pela cabeça, porém não achei alguém ainda para ter e realizar esse sonho comigo.
Atendo todos os meus clientes da melhor forma possível, alguns me olham com pena, mas até agradeço já que me deixam uma gorjeta gorda. Quando dá meu horário de almoço eu já saio com um pacote com lanche na mão, no caso hoje será duas coxinhas e um refrigerante em lata, se minha mãe visse isso ela me bateria, mesmo eu já estando adulta.
Hoje o verei, já que não faço isso há três dias, e a saudade no meu peito e maior que meu estomago.
Fiquei muito feliz em saber que ele estava morando no mesmo lugar que eu, me mudei quando tinha meus 25 anos.
Agora estou no centro da cidade, e ele estuda na Escola Estadual Central. Hoje sei de mais ou menos tudo sobre ele, menos quem são seus pais, e por mais curiosa que estivesse não pesquisei sobre, mas percebo que ele é bem cuidado, e hoje nos seus 15 anos está se tornando um belo jovem, que vai dar dor de cabeça para as mulheres, com seus cabelos loiros, deve ter 1,70 de altura, corpo bem alinhado, o sorriso sempre sincero e parece popular, os olhos são bem bonitos também, verdes como esmeraldas.
Enquanto eu fico parada no calçadão, nem o percebo se aproximando, minha fixa só cai, quando ele faz a pergunta que arrepia até os pelos do meu corpo:
- Você tá me seguindo?
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