Descobertas
- Vejam só se não é meu filho. - um homem velho, de cabelos grisalhos com um terno preto, nos observava com seus óculos escuros.
A intuição de perigo veio com tudo, me levantei e puxei Ethan comigo.
- O que você quer? - eu disse olhando para os lados procurando alguém que pudesse nos ajudar.
- Melhor perguntar quem sou eu, não Manuela?! - ele se aproximou mais um pouco. - Sou o pai de Ethan.
- Você não é meu pai, John é meu pai, dá o fora daqui. - Ethan se colocou a minha frente, é bonitinho se não fosse perigoso.
- Vejo que tem coragem garoto, mas infelizmente isso não vai te manter intacto. - dois homens se aproximaram e puxaram Ethan de mim que tentou se soltar, sem sucesso.
- Não toque nele seu... - eu dizia quando mais dois homens me prendiam.
- Olha a boca. - o Tal velho se aproximou segurando meu queixo, me observando atentamente com uma curiosidade aguçada. - Interessante, vou precisar te levar também mocinha, acho que não sabe quem sou exatamente.
O tal homem se virou, mas antes disse:
- Nada de Gracinhas Manuela, se não o menino morre. - ele sorriu maliciosamente. - Vamos fazer uma reunião de família.
Eu e Ethan fomos jogados dentro do carro.
Ethan estava silencioso, e eu senti orgulho dele por tentar segurar a onda, mas sabia que ele estava com medo assim como eu.
- Vai ficar tudo bem. - Procurei a mão dele e apertei enquanto a frase saia baixo, já que estavamos encapuzados.
Senti seu aperto em minha mão e fomos de mãos dadas até chegar em algum lugar.
Senti o carro parando e sendo puxada por um dos homens me fazendo distancia de Ethan.
- Ethan!!! - gritei.
- Cala a boca, se quer que ele viva. - ouvi uma voz grossa e era do homem que segurava meu braço.
- Estou bem Manu. - Ethan disse mas sua voz estava um pouco longe.
O frio me subiu pela espinha pois sua voz estava amedrontada e eu não podia fazer nada para ajuda-lo.
O capuz foi retirado e me assustei quando vi que estavamos na rua de onde moro.
Nada foi dito.
Passamos pelo porteiro que estava desacordado.
Não entendi a necessidade do capuz já que vínhamos para minha casa, porém me dei conta logo depois que não guardei bem a fisionomia dos homens que estavam com o pai de Ethan, muito mesmo os detalhes do carro como placa.
Fui interrompida quando a campainha foi tocada e eu rezei para que eles estivessem saido, mas parece que as coisas não queriam ser como eu desejava.
John abriu e uma arma foi apontada para sua cabeça.
Um instante uma emoção de medo foi visto em seu rosto porem foi substituída por outra que não conseguia identificar.
Um dos capangas empurrou e nós entramos.
Fomos obrigados os três a sentar em um sofá, enquanto o pai biológico de Ethan sentava a nossa frente em uma poltrona. Ele ajeitou o terno e cruzou uma das pernas, se eu não o achasse tão ridículo poderia dizer que tem uma certa elegância em seus movimentos.
- Então onde está julia? - sua voz e rosto se direcionou a mim enquanto acendia um charuto que logo o cheiro insuportavel adentou toda casa.
- Não sei. - minha voz saia firme enquanto eu o encarava.
- Não minta para mim garota.- ele virou o rosto para um dos capangas. - Procure pela casa.
Meu sangue gelou, pois não queria minha mãe no meio disso.
Com poucos segundos minha mãe foi sendo trazida pelo braço até onde estavamos, seu olhar recaiu sobre Ethan, depois John, e depois eu e por ultimo no crapula.
Um misto de surpresa e medo passaram pelo rosto dela, e logo ela estava sentada em uma cadeira ao seu lado.
- olá Julia, como você está? - ele se virou para ela, e não obeteve nenhuma resposta. Ele sorriu com ironia e prosseguiu. - Estou vendo que não disse nada.- ele coçou seu queixo suavimente. - Interessante....
- O que você quer Marcos, nos deixe em paz... - sua voz saiu num sussurro.
Me assustei, como assim minha mãe sabia quem ele era.
- Oh, então você ainda tem voz. - ele continuava olhando para ela. - Ainda continua bonita, mesmo com o passar dos anos.
Vi minha mãe ficar tensa e me olhar.
- De onde você o conhece....- eu a olhei com medo da resposta. - Mãe?
o silencio foi tomando uma proporção muito grande ao ponto de me sufocar.
- Oh! Deixe que eu me apresente. - ele disse me fitando. - Prazer....
Seu óculos foram retirados, e ali foi minha ruina.
- Prazer seu pai, Marcos.
Seu sorriso foi enorme e sinistro e eu me vi olhando um par de olhos cinzas.
Minha marca.
Nossa marca.
Os Olhos Cinza!
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