Kim Miyoung: Sonhar alto é um privilégio
Kim Miyoung POV (Kim Taehyung)
- MIYOUNG!! - Acordo com berros de criança e uma luz forte na minha cara. - ACORDA MIYOUNG!! VEM PREPARAR NOSSO CAFÉ DA MANHÃ!!
Era Kim Eunkyung, minha irmã mais nova, correndo pelo meu quarto, gritando e abrindo minhas janelas, sem a menor pena da sua irmã mais velha, toda enroscada nos cobertores finos da pobre família Kim. O máximo que conseguimos pagar.
- EUNKYUNG!! O que eu disse sobre acordar os outros aos berros? Menina!! - Mas ela sai correndo antes de me responder. - Respiro fundo.
Me levanto da cama para a mesma rotina de sempre. Meus pais acordam mais cedo pra abrir a cafeteria da família. Pequena e humilde como tudo que leva a identidade dessa família. Eu levanto horas depois, pra cuidar da minha irmã, Eunkyung, e do meu irmão, Sungmin. Ambos muito novos pra se virarem. E depois, deixo eles com a babá, e saio para ajudar meus pais na cafeteria. O dia todo. Quase todos os dias. Com exceção de quando não existe mais escapatória da escola. Algo pro que praticamente nem dou mais importância, de tanta desilusão que sinto por não ter tempo pra dar tudo de mim lá, com o tempo que gasto com a cafeteria e meus irmãos, e sempre passar de ano por pouco. Além do mais, não vou poder entrar pra faculdade mesmo.
Preparo o café da manhã com Eunkyung e Sungmin quase subindo na mesa enquanto brincam com as coisas.
- EI! PAREM COM ISSO!! SE QUEBRAREM ESSA MESA VÃO TER QUE VENDER SUAS ALMAS PRA PAGAR OUTRA! NÃO ESQUEÇAM QUE SOMOS POBRES! - Grito enquanto espremo laranjas.
- Desculpa!! - Os dois respondem e se sentam direito.
Depois de todos finalmente comermos, tomarmos banho e nos arrumarmos, olho pra mim no espelho pela última vez. Roupas largas e sem cor.
- Ah...não dá pra ficar melhor do que isso. - Vou andando. - Eunkyung! Sungmin! Vamos logo.
Saio de mãos dadas com os dois e vou deixá-los na casa da babá. Mãe de uma amiga dos meus pais. Confiável. E com mais paciência do que eu. De lá, vou andando até a cafeteria. Quando chego, na hora exata, minha mãe me vê e já me joga meu avental. Vejo que já temos alguns clientes com o cardápio, e logo visto o avental e vou até o primeiro que me parece precisar de ajuda.
Kim Miyoung. Filha dos dois pobres Kim de Daegu. Família completamente ferrada financeiramente. Gastamos nossas economias arriscando um negócio no centro, aqui em Seoul. Por sorte, conseguimos melhorar um pouco nossa condição financeira abrindo nossa cafeteria, mas ainda não temos tantas visitas. Por isso, pobres da mesma forma. Racionamos muito o dinheiro o tempo na tentativa de fazer durar, e na maior parte do tempo, dá certo. Mas ter um dinheiro sobrando pra bobeiras a cada cinco meses é frustrante da mesma forma. Meus pais vivem me pedindo desculpas, para mim e meus irmãos, por não poder nos dar mais. Querem que façamos algo grande com nossos sonhos e querem nos ver fugindo dessa pobreza. Chega a ser engraçado. Já me acostumei tanto a ser uma pé rapada que já penso que é isso que preciso ser mesmo. Não acho nem que vá valer a pena tentar me sacrificar. Depois de tanto sacrifício, ainda estamos com tão pouco que deve ser nosso destino ou algo assim. No fim das contas, poder sonhar não é pra todos, na minha opinião. Só para aqueles que tem esperanças. E meu caso é sem esperança. Não posso me dar o privilégio de sonhar. Preciso sobreviver.
No fim da noite, o movimento cai mais ainda. Normalmente. Um pequeno grupo de amigos e amigas e duas moças costumam vir aqui. Um total de seis pessoas. Falando assim, até que parece muito.
Hoje, quando as duas moças de sempre chegaram, observei uma delas parecendo cabisbaixa, como de costume, olhando para o cardápio. Tive receio por muito tempo que elas não gostassem da nossa seleção ou algo do tipo, mas ela continuaram a vir aqui repetidamente. E pela forma como se vestem, não parece ser por falta de condição de pagar um lugar mais caro. Sempre me perguntei a razão, mas fui ignorando. Porém, hoje, quando uma das moças foi no banheiro, a que ficou pareceu especialmente mais triste. Olhou o cardápio por alguns segundos adicionais e depois ficou olhando pro grupo de amigos da outra mesa, e se não vi errado, começou a...chorar?
Me aproximei dela, no intuito de perguntar se queria ajuda com o pedido e ao mesmo tempo ver o que aconteceu, e quando ela virou na minha direção...senti que já tinha visto seu rosto em algum lugar.
Foi quando me toquei. Era aquela modelo...qual era seu nome? Kim...Kim Sojin? Kim Sojin!!
...
Status de localização das meninas:
Kyungsoon: Ilsan
Sojin: Seoul
Myounghee: Daegu
Yonseo: Gwangju
Soomin: Busan
Miyoung: Seoul
Kyunghu: Seoul
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