Kim Kyungsoon: Um cérebro de ouro
Kim Kyungsoon POV (Kim Namjoon)
Somos chamados em grupos de três até a secretaria para pegar nossos boletins. É hora de ver nossos resultados, como todo fim de período de provas. E então sou chamada.
- Kim Kyungsoon, Lee Heejin, Moon Sungwoo.
A professora nos chama e um inspetor nos acompanha até a secretaria. Fazemos uma fila. Um atrás do outro, em silêncio. Encabeçando a sequência de alunos, olho para a secretaria que encarava o monitor com um olhar cansado e robótico. Ela vira para trás antes que eu fale qualquer coisa e pega meu boletim da impressora. Ela me entrega. Espero os outros dois alunos. Todos terminam. Nós três subimos. Hora da próxima leva.
Na hora de ir embora, depois de mais um dia estudando no silêncio absoluto da minha classe misturado com um mergulho na monotonia da fala do nosso professor de história, espero na estação do metrô enquanto dou uma olhada eu mesma no meu boletim. Mais notas máximas excelentes. Olho para elas como se não fossem nada, e guardo o boletim novamente na mochila. O metro chega. Entro em silêncio, pegando meu caminho para casa.
Ao chegar, sou recebida por Rapmon, meu cãozinho, o único ser nesse país capaz de me fazer sorrir depois de um dia escolar como esse. O vejo pulando nas minhas pernas e sorrio, me abaixando para falar com ele.
- Oi, garoto. Tudo bem? - Ele começa a me cheirar de forma afobada e brusca. A mesma forma afobada e brusca que fode do controle e o faz quebrar coisas pela casa e enlouquecer minha mãe. Igual a mim. Somos irmãos gêmeos. - Queria estar animada assim.
- Kyungsoon! Você chegou. - Ouço a voz da minha mãe e olho para frente, vendo-a entrar no meu campo central de visão. Me levanto do chão assim que a vejo, ficando séria e a reverenciando.
- Cheguei, mamãe. - Tiro meus sapatos e os guardo, finalmente em casa. - Como a senhora está? - Tento forçar um sorriso.
- Estou ótima. Hoje foi o dia de pegar os boletins, certo? - Afrouxo o sorriso.
Puxo minha mochila das costas, a largo no chão e tiro de lá o bendito boletim, entregando na mão dela para somente depois ir até um armário da sala pegar ração para Rapmon, que parecia faminto ao julgar pela sua agitação além do normal. Encho a tigela dele enquanto vejo minha mãe pelo canto do olho lendo o nome de cada matéria para depois ler a nota ao lado. Como sempre faz. Todas as vezes. Da mesma forma.
Monotonia.
- Certo. - Ela vem até mim e enquanto dobra o boletim e o coloca no bolso do avental. Observo a peça. Devia estar preparando a janta ao julgar por estar vestindo isto. - Não deixe sua mochila no meio do caminho, Kyungsoon. Sabe que seu pai chega cansado e distraído do trabalho. Ele pode tropeçar e cair. Cuidado.
Ela diz, mais com tédio do que como uma ordem real, provavelmente apenas seguindo a ordem natural do nosso dia a dia. Ela sempre precisa apontar algo que não está certo.
Olho para a mochila, levanto, deixando Rapmon comendo sua ração desesperado, pego a mochila do chão e vou andando até o meu quarto.
- Se troque e venha jantar, Kyungsoon! O jantar está pronto! - Minha mãe diz.
É a última coisa que escuto antes de me trancar no quarto.
Deixo a mochila largada em algum canto do quarto, ligo o computador, ainda perdida no breu, mas completamente certeira sobre a localização de tudo naquele quarto.
Monotonia.
O pc liga e eu me sento na cadeira. Abro minha conta do Spotify. Entro na minha playlist. "Heavy Rotations". Seguro meu headphone ao redor dos ouvidos, mas não os solto ainda. Espero alguns segundos se passarem. Ouço patinhas arranhando minha porta. Rapmon. Levanto da minha cadeira e vou abrir a porta pra ele. Rapmon sempre vem dormir na cama dele no meu quarto depois de comer, rodeado pelo único silêncio que me traz paz: O escuro e falta de som do meu quarto enquanto estou de fone ouvindo música e/ou escrevendo letras e produzindo novas batidas. Apesar de estar ouvindo música, saber que esse silêncio está ao meu redor me acalma, justamente porque é um silêncio diferente do da escola. Diferente do da monotonia do dia a dia. É um silêncio de real ausência. Ausência de tudo que esta premeditado. Tudo que foi programado pros meus dias e não pode ser mudado. O silêncio que me dá a liberdade pra criar e pra viajar pela música. Minha maior paixão. O que realmente me motiva e me dá coragem de continuar. Além do Rapmon, é claro.
Passo a noite inteira produzindo e ouvindo minha playlist. E antes de dormir, já deitada na cama, observo meu cãozinho mergulhado no seu mundo dos sonhos. E só de pensar no dia seguinte, desejo me tornar um cachorro como Rapmon. Mas preciso deixar esses pensamentos de lado e dormir. Amanhã começa tudo de novo.
Monotonia.
...
Status de localização das meninas:
Kyungsoon: Ilsan
Sojin: Seoul
Myounghee: Daegu
Yonseo: Gwangju
Soomin: Busan
Miyoung: Seoul
Kyunghu: Seoul
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