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O ÚLTIMO DIA

Ele se sentia bem. Estava feliz e bem disposto, e o dia ajudava. Era um dia lindo. O sol brilhava intensamente, uma leve e reconfortante brisa soprava, aliviando o calor. A cidade estava cheia, a praça central abarrotada de pessoas, o chafariz da praça havia sido ligado e dezenas de pessoas ocupavam os bancos em redor, famílias felizes, com seus filhos, pessoas que iam e vinham no frenesi da cidade.

Gustavo gostava da cidade. Era o lugar em que ele havia nascido e construído sua vida. Ele não se via morando em outro lugar, tinha tudo o que precisava bem ali. Só tinha que agradecer a Deus.

Gustavo atravessou a praça central da cidade, parou na faixa de pedestres e esperou o semáforo abrir, passou para o outro lado da rua e entrou na clínica dentária Dr. Sorridente. Era um prédio de pelo menos 10 andares no centro da cidade. Não era à toa que era referência em odontologia na região. Pessoas de outras cidades vinham se tratar ali, e os preços eram convidativos.

Gustavo estava fazendo um tratamento de canal, tinha ido a um churrasco e quebrado um siso no osso de uma costela e aproveitou para fazer mais coisas, um clareamento, resolver algumas cáries que estavam incomodando. Tudo em 12 vezes sem juros no cartão. Gustavo conseguia pagar sossegado, sem pesar no seu orçamento, que não estava lá grande coisa.

Chegou na recepção e uma moça sorridente lhe deu bom dia. Ele também sorriu. Sorrisos por trás das máscaras. Ele não via a hora do momento em que aquela pandemia acabasse e eles pudessem tirar as máscaras, tentar voltar a um pouco da normalidade que tinham antes, se bem que Gustavo achava que teriam que dar um outro sentido à palavra normal.

- Bom dia, senhor Gustavo.

- Bom dia Alice. Está mais radiante do que nunca hoje, hein.

- Obrigada senhor Gustavo.

Gustavo entregou a ela seu cartão de paciente.

Alice, como ótima recepcionista que era, olhou em uma tela de computador e disse:

- Basta aguardar senhor.

- Obrigado.

Gustavo pegou seu cartão de volta e procurou uma cadeira vaga na imensa sala de espera da clínica, que estava lotada em plena manhã de segunda-feira.

Enquanto esperava, pegou o celular e mandou mensagem para Solange, sua esposa.

Solange era a coisa mais preciosa que ele tinha. De todas as suas conquistas, sua esposa era a mais importante. Ele trocaria todos os seus bens para ficar só com sua esposa, e ainda assim se sentiria o homem mais rico do mundo.

Ela era mais nova que ele, tinha 25 anos e trabalhava como bancária na caixa, um prédio que ficava quase ao lado da clínica.

" Oi amor. Acabei de chegar na clínica. "

Demorou uns dois minutos para ela responder:

" Oi querido. Tudo certo aí? "

" Tudo. "

" Ótimo. Não posso ficar no celular agora. Depois a gente se fala. Beijo. Te amo. "

" Te amo. "

Gustavo foi chamado uns dez minutos depois. Foi atendido pela doutora Elita, uma jovem loira de olhos azuis, que apesar da idade (ela aparentava ser bem nova) demonstrava ser uma competente profissional.

- Bom dia, seu Gustavo. Tudo bem?

- Oi doutora. Estou bem. E você?

- Tudo bem. Pode sentar. Vou pegar o material e já venho.

- Ok.

A dentista saiu do consultório. Gustavo tirou a máscara e sentou-se na cadeira.

A doutora não demorou.

- Muito bem seu Gustavo. Hoje vamos fazer os dois dentes dos fundos.

- Como quiser doutora. Estou em suas mãos.

Os procedimentos começaram. A dentista acionou a cadeira e ligou o sugador. Pediu que ele abrisse bem a boca e Gustavo começou a ouvir o ruído irritante do aparelho que parecia estar soando dentro de sua cabeça.

Algum tempo depois Gustavo relaxou. O ruído do sugador lhe dava sono.

De repente a dentista desligou o aparelho e disse:

- Espere um pouquinho seu Gustavo. Já volto.

Gustavo conseguiu soltar um resmungo de concordância por causa da boca aberta.

Olhou no relógio de pulso que estava marcando 10:30 da manhã.

A dentista abriu a porta e saiu.

Gustavo ficou ali, deitado com a boca aberta ouvindo o relaxante som do sugador.

Gustavo acabou adormecendo.

Ele acordou de sobressalto. Por um momento não sabia onde estava. Estava atordoado sentindo uma leve dor no corpo. Seu braço estava formigando e ele gemeu de dor.

Levou alguns segundos para Gustavo se dar conta de que estava no dentista. Ele tinha dormido com o barulho do sugador. Agora, no entanto, não havia nenhum barulho do sugador. Ele notou que na verdade não havia barulho de qualquer espécie, o prédio parecia estar mergulhado no mais absoluto silêncio.

Gustavo franziu o cenho. A última coisa que ele se lembrava era do doutora saindo do consultório. Isso tinha sido há alguns minutos...

Ele olhou no relógio e seus olhos saltaram da órbita.

Os ponteiros estavam marcando 15:30 da tarde.

" Mas... o que?... "

Uma pitada de preocupação surgiu na sua mente, um sinal de alerta se acendeu.

Ele se lembrava perfeitamente de ter olhado no relógio no momento em que a doutora saiu do consultório, e o relógio marcava 10:30 da manhã.

Não podia ser verdade. Não era verdade. Porque se aquilo fosse verdade e se a hora estivesse certa, ele tinha dormido por cinco horas seguidas.

Gustavo franziu o cenho e tirou o tubo do sugador da boca. Sentou-se na cadeira sentindo uma dor horrível por todo o corpo.

Tentou ouvir alguma coisa, mas só ouviu o silêncio sepulcral que desabava sobre o lugar como uma mortalha.

Mas o que raios estava acontecendo ali?

Gustavo olhou à sua volta. O consultório estava vazio.

"Mas que merda está havendo aqui?"

Ele colocou a mão no bolso e pegou seu celular. Digitou o número de Solange e descobriu que a linha estava muda. Olhou para o celular e o viu literalmente apagar diante de si.

- Que merda!

Gustavo saiu do consultório.

O corredor do andar que ele estava parecia um deserto.

Havia algo errado. Algo extremamente errado.

Ele começou a caminhar pelo corredor. Algumas portas estavam abertas, os consultórios pareciam revirados.

Gustavo viu manchas vermelhas em algumas paredes, e aquilo o encheu de pavor.

Ele começou a correr até chegar na recepção.

Estava vazia.

- Oi. Tem alguém aí?! Olá!

Gustavo foi até os elevadores, mas percebeu que não havia energia.

Rapidamente ele desceu a escada até o quinto andar.

Estava igualmente vazio.

A essas alturas ele já estava aflito.

- OI. TEM ALGUÉM AÍ?

Silêncio absoluto. Foi a única coisa que ele recebeu em resposta.

Mas então um ruído ecoou no corredor.

- Oi! Tem alguém aí?

Gustavo estava tremendo. Seu coração palpitava.

O ruído estava vindo de um dos consultórios.

Ele caminhou até lá e viu uma dentista lá dentro. Ao menos era uma mulher com jaleco branco.

Estava de costas para ele.

- Ei... doutora... graças a Deus! Sabe o que está?...

Gustavo entrou no consultório e viu um corpo mutilado no chão.

De repente a mulher olhou para ela e Gustavo gritou recuando.

Ela tinha o rosto deformado, havia sangue na parte da frente da roupa dela. Mas o que mais chocou Gustavo foi o fato de que a mulher estava comendo o braço do cadáver caído no chão.

Gustavo gritou de novo e caiu no chão. Recuou rastejando até a parede.

A mulher soltou um gemido e começou a cambalear na sua direção.

Gustavo olhou para a direita e viu mais pessoas. Todas cambaleavam como aquela mulher e emitiam gemidos sinistros.

Gustavo levantou-se em estado de pânico.

Ele correu até a recepção e viu um guarda.

- Ei! você!...

O guarda o fitou e Gustavo viu que ele estava na mesma situação que os outros. O rosto deformado, soltando sangue pela boca e pelos olhos.

Mais pessoas começaram a sair das portas abertas. Nenhuma delas parecia estar viva, mas isso era impossível, porque elas estavam andando, ao menos cambaleando.

Gustavo viu quando uma garota de uns 12 anos se aproximou e tentou mordê-lo. Ele gritou. Viu uma vassoura caída no chão próximo ao cadáver de uma faxineira e se armou com ela.

- QUEM SÃO VOCÊS? FIQUEM LONGE!

Mas as pessoas apenas gemiam.

Gustavo acertou uma delas com a vassoura, uma mulher de jaleco.

A cabeça dela explodiu como uma abóbora podre. Um líquido verde e nojento espirrou salpicando Gustavo na cara.

Em pânico ele saiu correndo na direção da escada. Correu até o andar térreo.

Precisava sair dali, tinha que encontrar sua mulher e tentar entender o que estava acontecendo.

Ele correu pelo corredor e entrou na enorme recepção da clínica.

Gustavo parou. Seus olhos saltaram da órbita, um arrepio percorreu todo seu corpo o fazendo estremecer.

A entrada da clínica estava bloqueada por criaturas que Gustavo não soube descrever o que eram. Pareciam corpos humanos sem cabeça, as cabeças eram protuberâncias que pareciam pulsar. Havia um orifício na parte de cima de onde uma tênue fumaça preta estava saindo. Gustavo não sabia se estava sonhando ou não (ele pedia a Deus que sim) mas achava que eram fungos, alguma forma estranha e bizarra de fungos.

De repente as lâmpadas se acenderam e começaram a piscar.

Aquelas coisas pareceram se voltar para ele.

Gustavo viu a porta do elevador se abrindo e começou a recuar para ela.

As coisas-fungo começaram a se mover. Todas ao mesmo tempo.

Ele olhou para a escada e viu aquelas pessoas terríveis e deformadas.

Gustavo entrou no elevador e começou a apertar os botões em desespero, mas a porta não se fechava e por um momento ele achou que fosse morrer.

Mas então a porta se fechou e o elevador começou a subir.

Gustavo se jogou no chão e suspirou.

††

Houve um momento em que a energia acabou e o elevador parou. Ficou parado por alguns minutos e então voltou a subir.

O décimo andar estava abarrotado de zumbis.

Sim, eram zumbis! Era uma coisa que só se via nos filmes, mas estava ali, de modo que devia ser um sonho. Ele estava dormindo na cadeira do dentista e a posição desconfortável o fizera ter um pesadelo.

" Acorde caralho! Acorde! "

Mas ele não acordou.

Saiu no hall e os zumbis o atacaram.

Ele se defendeu com o cabo de vassoura, e quando este se partiu saiu correndo na direção da escadaria.

Havia uma placa indicando terraço, uma outra indicando entrada restrita.

Ele subiu como um jato. Viu uma porta de metal e tudo o que pediu foi que ela estivesse destrancada.

Seu pedido foi ouvido.

Passou pela porta e voltou a fechá-la. Então se afastou dela. Os olhos vidrados, sua garganta queimava tentando respirar.

Olhou à sua volta. O terraço parecia vazio.

Então se aproximou da beirada.

Gustavo começou a balançar a cabeça, não podendo acreditar no que estava vendo.

- Não! Não! Não! NÃO!

Ruínas.

A cidade estava em ruínas.

Prédios destruídos, ruas abarrotadas de escombros e carros batidos e pegando fogo.

Urubus e aves de rapina povoavam o céu.

O mundo que Gustavo conhecia não existia mais.



Luis Fernando Alves

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