O TEMPLO DOS HORRORES
Havia uma grande escada ali e eu comecei a subir.
O lugar estava sendo iluminado por tochas presas nas paredes.
Subi as escadas até pensar que não ia acabar mais e me vi em uma sala estranha em formato de triângulo. Havia uma abertura no teto lá em cima. A claridade da lua penetrava naquela abertura e produzia um raio vermelho que estava batendo em uma estranha pedra branca enorme.
A pedra estava sendo segurada pela estátua do ídolo mais bizarro que eu já vi na vida.
Acho que devia ser a mistura de um macaco e um morcego. Também tinha aquelas asas terríveis.
Olhei ao meu redor e vi que a sala estava abarrotada por aquelas criaturas horríveis aladas, mas elas não me atacaram. Elas…
†††
O homem parou e tomou um gole de água, depois ficou em silêncio por alguns instantes e a doutora precisou estimulá-lo a continuar:
— Por que eles não atacaram o senhor?
O homem a fotou com olhar transtornado e então disse:
— Porque eles estavam… eles estavam adorando. Adorando aquela coisa. Aquilo… aquilo era um templo… alguma espécie de templo.
— Quantos deles havia ali?
— Centenas. Milhares… Não sei.
— Como o senhor consegui escapar?
O homem olhou para baixo, o olhar vago, como se puxasse a coisa pela memória. Depois começou a falar.
††††
Minha única opção foi voltar. Eu podia sair por aquela passagem no teto, mas era impossível subir lá em cima.
Quando voltei ao corredor todos ali estavam mortos.
Me lembro de voltar ao bar. As coisas estavam lá e de repente olharam para mim.
Eu vi outra porta à direita e saí correndo.
Havia mais escadas. Me lembro de passar por uma porta de pedras que estavam em ruínas.
Agora eu estava do lado de fora da montanha. Comecei a subir, usando apenas a luz da lua para ver o caminho.
A vegetação que cobria a montanha parecia viva. Aquelas coisas estavam em toda a parte.
Minha garganta queimava e eu quase não podia respirar. Depois de um tempo parei de correr e comecei a caminhar lentamente. Já não ligava mais para aquelas coisas. Se elas quisessem me pegar, que pegassem. Eu não estava nem aí mais.
Houve um momento que eu parei para tomar fôlego, olhei para trás e não vi mais nada. A floresta estava escura e silenciosa.
Depois de algum tempo cheguei ao topo da montanha.
Vi a majestosa lua de sangue despontando na paisagem.
Então eu desmoronei. Simplesmente apaguei.
†††††
Houve um momento de silêncio, então a psicóloga perguntou:
— Então foi isso?
— Basicamente sim. Eu acordei de manhã e vi um buraco na minha frente. Era aquele orifício que tinha visto na noite anterior, do lado de dentro da pirâmide.
— Era uma pirâmide?
— Sim. Parte dela estava coberta pela vegetação, mas a parte de trás estava visível. O formato de uma enorme pirâmide era perceptível.
— O que o senhor fez?
— Eu voltei para a vila.
— O que encontrou?
— Nada. Absolutamente nada. Passei na frente do Charlie's e as portas estavam arrombadas. E não havia nada. Era uma vila fantasma. Eu fui ao meu alojamento, peguei minhas coisas e meu ouro, entrei em um jipe qualquer que tinha as chaves no contato e dirigi para longe daquela floresta.
Houve um momento de silêncio então a doutora disse, num suspiro:
— Bem… a seção acabou.
Luis Fernando Alves
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