Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

A ENFORCADA

— Você matou todos eles. Você é um maldito assassino. Você me dá nojo.

Era uma sala branca, os únicos móveis eram duas cadeiras e uma mesa. Uma lâmpada pendia do teto.

Sobre a mesa havia uma caneca com água e diversas fotos de corpos mutilados e destroçados.

— Eu não matei! Eu já disse que não matei! Eu já disse que não matei!

O policial que estava na frente dele era um homem negro, grande e musculoso. Ele estava fumando um cigarro e soltando a fumaça em sua cara.

Havia outro policial perto da porta, um cara branco não tão forte assim, mas ele estava em silêncio.

— Eu acho que você está mentindo! Você matou todos eles. E eu sei porque.

— Eu não...

— Você os matou porque vocês mataram a garota e eles iam se entregar porque a consciência deles pesou. Então você os matou.

— Não matei! Foi ela! Eu Já disse!

— Não foi ela. Ela estava morta porque vocês a mataram!

O homem pegou uma das fotos e colocou na frente dele. Ele começou a chorar, e a balançar a cabeça energicamente.

— Veja o que vocês fizeram com ela. Vocês a enforcaram!

— Não! NÃO! FOI ELA! FOI A KAMILA.

Todos estavam rindo.

Ela se mantinha parada, a cabeça baixa, seu corpo estava tremendo. Sua calcinha, sua calça, as meias e seus sapatos estavam molhados, ela estava pisando em uma poça de urina.

A coisa que ela mais tinha medo na vida eram baratas, e o banheiro estava repleto delas. Ela não conseguiu se controlar e mijou nas calças de tanto medo.

Tinha sido mais uma das brincadeiras daquele quinteto maldito Formado por Paulo, Diego, Cláudio, Patrícia e Larissa. Eram sempre eles. Ela era alvo dos mais variados tipos de brincadeiras sem graça e eram sempre as mesmas cinco pessoas, os cinco populares da escola, as duas garotas mais gostosas, e os três caras mais bonitos da escola. Caras do tipo que todas as meninas comeriam bosta para ficar com eles. E era exatamente aquele tipo de cara que gostava de fazer piada com pessoas como ela, que não passava de uma feia, uma esquisita que mais parecia um bicho do mato, uma garota que além de feia (ela se achava a mais feia de toda a porcaria da criação) usava aquelas roupas horríveis e fora de moda, calçava sapatos velhos e tinha os cabelos enormes e desgrenhados. 

A brincadeira das baratas tinha sido humilhante. Eles haviam gravado a coisa, na verdade Larissa tinha, mas o que estava acontecendo agora era terrível. Era algo que ela não podia suportar.

Todos estavam rindo. A escola inteira estava rindo, porque estavam vendo ela toda mijada e encolhida no telão da escola que ficava no espaço de eventos.

Todos estavam rindo e apontando para ela. Alguns gritavam a palavra mijona, alguns chegaram a cuspir nela. Fernanda, de 17 anos escutou palavras como cadela nojenta e patética.

E como sempre acontecia ela travou. Seu corpo se encolheu todo. Ela abaixou a cabeça e sentiu a coisa saindo, sentiu que ia sair e se obrigou a controlar. A coisa queria dominar seu corpo, mas ela havia jurado a si mesma que aquilo nunca mais ia acontecer. Por isso ela se encolheu e travou.

Ouviu quando dois professores entraram na sala. Ouviu xingamentos e ordens para calar a boca.

Alguém tentou tocá-la, perguntou se ela estava bem, e foi então que ela se soltou e saiu correndo.

††

— Cara! Essa foi demais! – Disse Larissa exultante.

— Não acha que foi um pouco exagerado? – Quis saber Paulo com ar de preocupação.

— Exagerado porra nenhuma. – Disse Cláudio. — Foi engraçado. Viram a cara daquela coisa?

— Eu quase molhei a calcinha de tanto rir. – Disse Patrícia e todos caíram na risada.

— Vamos parar de falar nessa merda e vamos logo na biblioteca fazer aquela porcaria de trabalho. – Disse Diego. – Não quero tirar nota ruim dessa vez.

Os cinco se levantaram dos bancos em que estavam sentados e caminharam descontraídos até a biblioteca da escola.

O grupo de gabava de ser o mais popular da escola que era particular. Patrícia era sobrinha da diretora, e isso lhe dava uma certa segurança. Ela nunca estaria em apuros ali dentro.

— Gente... A gente vai no baile lá no curral no sábado, não é? – Perguntou Larissa abrindo um sorriso.

— Não conte comigo. – Disse Diego. — Vou para a casa do meu pai na praia, então tô fora.

Eles entraram na biblioteca que estava vazia, o que era ótimo.

— Eu...

Larissa olhou para a frente e o sorriso morreu em seus lábios.

Patrícia colocou a mão na boca abafando um grito, e Cláudio deixou um “puta que pariu sair.”

Os cinco ficaram ali, parados, boquiabertos.

No meio da biblioteca pendia do teto uma corda com o corpo de uma garota que balançava de um lado a outro.

Era o corpo de uma garota. Os olhos verdes injetados de sangue estavam abertos e os fitavam de uma maneira macabra.

Aquela era a garota esquisita que eles costumavam zoar. Era Fernanda, e estava morta.

††

Depois daquilo o grupo acabou. Não havia mais brincadeiras com ninguém.

Nenhum dos cinco pediu aquilo. A intenção não era ferir ninguém, e nem fazer com que alguém pudesse se matar. Era só diversão, e nada mais.

Mas depois daquilo, a diversão acabou e mais que aquilo, o grupo ruiu. A amizade que eles tinham pareceu desmoronar com a morte daquela estranha menina  que eles mal conheciam, como se o fato dela ter se matado tivesse sufocado a amizade que eles tinham e a substituído por um sentimento de culpa que os afastou totalmente.

Agora eles não eram mais populares, eram apenas adolescentes normais entre tantos outros.

†††

Larissa foi encontrada morta exatamente um mês depois da morte da garota estranha chamada Fernanda. Ela estava no pátio perto da única árvore que havia ali.

Uma garota de 12 anos chamada Cátia começou a gritar no pátio, chamando a atenção da escola toda.

As primeiras pessoas que lá chegaram relataram que Larissa havia sido esquartejada.

Os cabelos dela foram cortados e espalhados dentro de um pentagrama que havia sido desenhado de forma amadora com sangue, no chão. O corpo esquartejado estava espalhado ao redor do tronco da árvore e a cabeça empalada em um galho
O
. Os olhos e a boca dela estavam abertos em uma expressão de eterno pânico.

A escola foi fechada, e alguns dos alunos que estavam presentes precisaram de ajuda psicológica mais tarde.

††††

15 DIAS DEPOIS.

Paulo, que estava desaparecido há alguns dias, foi encontrado morto na sala dos professores assim que as aulas foram retomadas na escola.

A primeira funcionária que chegou na escola, por volta das 6 da manhã, foi a diretora. Ela abriu a porta e lá estava o corpo nu do rapaz, em cima de sua mesa. Sua garganta tinha sido literalmente rasgada, os olhos arrancados, e as órbitas vazias pareciam olhar mesmo assim.

Depois de ver aquela cena, a diretora, uma mulher de 49 anos chamada Sônia, nunca mais conseguiu trabalhar em uma escola. O colégio Santa Isabel foi seu último trabalho.

†††††

Diego começou a achar que havia alguma coisa errada quando soube da morte de Cláudio.

Ele havia se matado, seus pais o encontraram com os dois pulsos e a garganta cortados dentro do banheiro.

O garoto de 18 anos havia deixado um bilhete pedindo perdão pela morte da estranha garota chamada Fernanda. No bilhete ele afirmava estar sendo seguido, e dizia que Fernanda exigia a morte de cada um deles.

Aquilo o encheu de assombro, porque ele sentia estar sendo seguido o tempo todo.

Era uma sensação terrível. Havia se agravado bastante nos últimos dias, ele sentia-se observado, sentia que quando se sentava, alguma coisa sentava ao seu lado.

Na semana anterior ao retorno das aulas, em uma segunda feira, Diego teve um sonho, e no sonho ele estava na biblioteca, ela estava lá, Fernanda, a garota esquisita que eles costumavam zoar.

Agora ela era um cadáver em estado de putrefação, a carne podre pendia dos ossos, o cheiro de carniça impregnava o lugar.

Mas apesar de morta, Fernanda estava viva, uma forma de vida bizarra e amaldiçoada.

A coisa desceu da corda. O ruído de seus pés podres pisando chão era amorfo.

Ela veio cambaleando na direção dele e o tocou, o toque gelado da morte. A coisa podre chegou seu rosto próximo à sua orelha, o cheiro terrível entrou pelo seu nariz e atingiu sua alma. Fernanda abriu sua boca fétida disse apenas uma palavra:

— Morte.

††††††

Patrícia olhou para ele e tentou sorrir. Diego se aproximou do banco em que ela estava sentada.

— Oi.

— Oi.

— Posso sentar?

— Claro que pode.

Ele sentou-se e suspirou. Olhou para ela e viu olheiras em seus olhos. Ela parecia estar chorando.

— Como você está?

— Morrendo de medo.

— Nós a matamos.

— O que?

— A Fernanda. Nós a matamos.

— Não... É... Ele se matou.

— Mas não teria se matado se não tivéssemos feito aquilo. Então... Nós a matamos. E... E agora o espírito dela está se vingando.

Diego ficou olhando para ela por alguns instantes e então disse:

— Patrícia... Olha o que está falando.

— Eu sinto ela me perseguir Diego. Aonde eu vou ela vai. Ela está aqui agora. Eu a sinto. Sinto a enforcada, ela se auto denomina a enforcada.

— Patrícia...

— Sonhei com ela. – Diego a fitou de boca aberta. — ela estava lá, na corda. Então ela descia e dizia que iria me matar. – Patrícia fitou Diego e havia terror em seu olhar. — Ela vai nos matar. Eu sei.

†††††††

Diego acreditava em cada palavra dita por Patrícia. Os outros estavam todos mortos e qualquer um dos dois podia ser o próximo.

Eles fizeram uma pesquisa na própria escola e descobriram o endereço da falecida. Mataram aula e foram lá. Não sabiam exatamente o que estavam procurando, só sentiam que precisavam fazer alguma coisa.

A mãe da garota era ainda mais estranha do que ela própria. Estava usando roupas pretas, um vestido longo, e segurava um terço na mão.

Diego logo percebeu o fanatismo religioso dentro daquela casa.

Eles explicaram que eram colegas da garota, ela os deixou entrar e lhes serviu café com biscoitos. Depois deixou que os dois vissem seu quarto.

O quarto era estranho, cheio de pôsteres esquisitos nas paredes.

Os dois encontraram coisas bizarras dentro do quarto da menina, viram velas pretas, um tabuleiro ouija, um exemplar do livro de São Cipriano. Diego abriu uma gaveta e achou uma espécie de punhal.

Os dois acharam melhor irem embora.

Diego dirigiu até sua casa. A maior parte do caminho ficaram em silêncio, até que Patrícia perguntou:

— Ela era uma bruxa, não era?

Diego olhou para ela mas não respondeu. Realmente não sabia o que pensar.

Ele a convidou para entrar. Seus pais não estavam em casa.

Patrícia aceitou. Sentaram-se na sala e quando Patrícia começou a chorar ele a abraçou. Ficaram ali por algum tempo.

Dois se olharam um nos olhos do outro e começaram a se beijar.

Diego e Patrícia tramaram.

††††††††

Tinha alguma coisa molhada na cama. Ele abriu os olhos e se deparou com a expressão de pânico no rosto de Patrícia.

Ele deu um salto e percebeu que a cama estava banhada em sangue. Apenas a cabeça de Patrícia estava  ali. O corpo caído no chão.

Diego soltou um grito e viu um pentagrama desenhado com sangue no chão. Viu sangue pingando do teto, olhou para cima e viu outro pentagrama, maior.

Fernanda estava lá, grudada no teto, o rosto deformado numa expressão macabra.

Ela saltou, atacando Diego que começou a gritar.

Ele saiu correndo, foi até a cozinha e se armou com uma faca.

A coisa pulou em cima da mesa e o atacou com fúria.

Diego começou a gritar e a golpear o corpo apodrecido da morta. Ambos caíram no chão e ele continuou a esfaquear. Esfaqueava como um louco, e gritava enquanto o fazia.

Ele ouviu um gemido e parou.

Percebeu que estava sobre a cama, mais especificamente em cima de Patrícia.

Patrícia soltava sangue pela boca e olhava para ele atordoada.

— Não! Patrícia! Não! Não pode ser! NÃO! NÃO!

Diego caiu no chão se afastando em estado de total pânico.

Patrícia soltou mais sangue e ficou imóvel.

Diego olhou para o espelho de corpo inteiro do guarda roupas e viu o reflexo de Fernanda. Ela estava enforcada, a corda ainda em seu pescoço, mas estava sorrindo.

Esse conto foi baseado em uma ideia da autora Debora Quesada.

Luis Fernando Alves

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro