JÉSSICA
2020
- Eu já falei tudo que aconteceu! - Jéssica fala quase aos prantos.
- Senhora Cardoso essa história que você disse não faz nenhum sentido.
- Mas eu estou falando a verdade, porra!
- Então deixa eu ver se entendi. Você e o senhor Marcelo entraram em uma casa, treparam, e depois disso ele tentou te matar, então você o matou.
- Já falei, aquilo não era o Marcelo! Parecia com ele mas não era ele.
- Mas senhora Cardoso, onde você diz ter ido com ele não é uma casa, é apenas um campo, um campo vazio. Um terreno abandonado, e você esmagou a cabeça dele com o martelo na sua própria casa.
- Não! Você tem que ajudar o Marcelo. Ele tá lá ainda!
Daniel se levantou e saiu da sala, deixando Jéssica aos gritos:
- Ele está lá! Temos que ir buscá-lo ou então ele irá morrer!
Depois de alguns segundos os policiais entraram e levaram Jéssica de volta para sua cela, onde ela ficou sentada no chão frio, dizendo sem parar:
- Ele está lá! Ele está lá. Ele está lá!
- Pare já com isso cadela! - Disse a carcereira chacoalhando as grades da cela.
Jéssica olhou para ela e sorriu:
- Ei, acredita em casas mal assombradas?
- Não comece com seu papo furado!
- Mas eu estou aqui por conta dela. Eu matei uma coisa na casa assombrada e ela se transformou no meu marido. Mas meu marido está lá, na casa.
- Sei.
A carcereia foi embora largando Jéssica sozinha com seus pensamentos. Ela se lembrou de dois dias atrás. Ela estava no carro com seu marido e...
🎃
... estava chovendo muito eles tinham ido passar a noite fora e estavam voltando para a casa por aquela estrada de terra.
- Gostou do passeio Jes?
- Teria gostado mais se fosse só eu e você.
- Como assim?
- Nada.
- Agora fala. Sei que quando você fala que não é nada é sempre alguma coisa.
Jéssica não respondeu, ficou olhando lá fora. Eles estavam passando por um campo ou pelo menos era isso que lhe parecia, por estar de noite e muito escuro ela não tinha certeza do que estava vendo.
- Depois, quando a gente chegar em casa, vamos conversar e você vai me dizer o que está acontecendo. - Marcelo disse, bufando de raiva.
Alguns segundos depois o carro parou.
- Merda! - Exclamou Marcelo. - Merda! Mas que porra, caralho! Vai tomar no cu, desgraça. Que inferno!
- O que foi?!
- Parece que essa porra aqui atolou!
Marcelo acelerou o carro, que não saiu do lugar.
- Ficar estressado não vai adiantar nada! - Disse Jéssica.
Marcelo riu de nervoso e bateu no volante do carro. Depois abriu a porta.
- O que você vai fazer?
Marcelo Nunes nada disse, apenas desceu do carro e encarou a chuva. Alguns minutos depois Jéssica, bufando de raiva, também saiu do carro e viu que Marcelo estava sentado no chão
- Oi amor. Por que está sentado aqui fora, na chuva?
Marcelo a olhou.
- Você também está na chuva.
- Vem, vamos voltar para o carro.
- Não. Parece que eu vi uma casa ali na frente. As luzes estavam acesas. A gente pode pedir ajuda para eles.
- Não...
Marcelo se levantou.
- Vem.
Ele a puxou. Eles andaram pelo barro, uns 10 metros e então viram a casa. Não tinha nenhuma luz acesa.
- Tem certeza que foi essa casa que você viu? Ela está caindo aos pedaços.
- Vem. - Ele disse mais uma vez, puxando ela e empurrando o portão velho de madeira, que abriu.
Eles atravessaram um matagal, que Jéssica tinha certeza que já foi o jardim da casa alguma vez, e então eles chegaram na porta de entrada. Marcelo abriu a porta.
- Você não viu luz nenhuma aqui, né?
Marcelo colocou as mãos nos seios de Jéssica.
- Já fez amor numa casa abandonada?
- Sério Marcelo? Você me arrastou na chuva e no barro no meio de mato, só porque queria transar?
- Talvez.
- Melhor do que no carro apertado.
Jéssica fechou a porta. Começaram a explorar a casa para procurar um quarto onde eles podiam transar. Acharam um belo quarto branco.
- Gostosa. - Marcelo falou, passando a mão nas coxas de Jéssica.
Ela tirou sua blusa e Marcelo desabotoou o sutiã dela e começou a chupar os peitos da esposa. Depois ele a pegou no colo e a levou para cama. Tirou suas roupas, enquanto Jéssica terminava de se despir, então se deitou sobre ela e a cobriu de beijos, enquanto ela se contorcia embaixo dele. Então ela sentiu o pênis dele entrando em sua vagina, cada vez mais forte.
- Eu te amo. - Disse Jéssica deitada nos braços de Marcelo.
- Eu também te amo.
- Marcelo, você não acha estranho ter um quarto impecávelmente branco em uma casa abandonada como essa?
- Agora que você disse, eu vejo que é estranho sim. E eu não me lembro de ter visto essa casa quando a gente passou aqui na ida.
- Eu quero ir embora daqui agora, Marcelo.
- Vamos.
Ambos se levantaram e se vestiram. Saíram do quarto e viram que estavam em um corredor com inúmeras portas, que Marcelo podia jurar que não estavam ali antes. Viram de longe alguém se aproximar.
Jéssica e Marcelo viraram as costas e começaram a correr. Aquela coisa começou a correr atrás deles .
- isso não vai dar certo Jes, ele vai alcançar a gente. Você corre muito devagar!
- E que culpa eu tenho?
- Nenhuma, eu só iria dizer que vou tentar distrair essa coisa enquanto você corre.
- Não! A gente não vai se separar!
- Por favor meu amor. Eu vou ficar bem.
Então Jéssica deu um último beijo em Marcelo e começou a correr. Marcelo ficou para trás. Jéssica, em sua corrida, encontrou no caminho uma escada que parecia nunca ter fim. Chegando lá embaixo ela viu o que pareceu ser uma sala de estar.
De repente inúmeras mãos começaram a surgir de todos os lados. Jéssica entrou em pânico, e de repente escutou um latido. Quando olhou para trás viu um cachorro preto com um rabinho pequeno latindo furioso para as mãos e pareceram recuar. Então o cachorro correu até ela. Jéssica sorriu, se abaixou e começou fazer carinho no animal.
- Ei seu lindinho, de onde você veio, hein?
O cãozinho, feliz, abanou o rabo e começou a lamber Jéssica. Mas de repente murchou as orelhas e começou a rosnar na direção da porta.
Jéssica olhou para lá e viu Marcelo parado ali.
- Amor! - Disse Jéssica e começou a caminhar na direção dele.
Mas então ela parou. Havia algo errado. Marcelo estava parado, os braços caidos nas laterais do corpo, os olhos dele eram completamente negros.
Jéssica percebeu na mesma hora que aquele não era Marcelo.
Enquanto o cachorro latia furiosamente, ela começou a recuar. Viu um martelo sobre uma mesa velha. Ela não fazia a menor ideia de onde tinha vindo aquele martelo mas o pegou mesmo assim.
Marcelo, ou fosse lá o que estivesse nele agora, a atacou. Jéssica gritou e se defendeu o atingindo com o martelo.
- Não! Fique longe!
Mas ele a atacou de novo. Jéssica usou o martelo e o atingiu na cabeça. Marcelo caiu de joelhos e ela o atingiu no rosto esquerdo. Ele tombou.
Jéssica começou a chorar em estado de horror.
O cachorro latia furioso e começou a se afastar para um corredor.
Jéssica viu uma porta aberta à distância e começou a correr na direção dela.
Viu a luz do dia e viu quando a porta começou a se fechar e se desesperou. Parecia que quanto mais ela corria, mais a porta se afastava.
Então ela finalmente saiu pela porta que se fechou com um baque atrás dela.
Ela se afastou. Desceu um lance de escada e saiu na rua. Estava agora na cidade.
Jéssica estava atordoada. Percebeu que estava nua, ensanguentada e segurando um martelo.
Ela caiu de joelhos e começou a chorar.
Debora Quesada e Luís Fernando Alves.
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