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DÊNIS


Achavam que ele não era capaz, mas mostraria a eles. Os faria engolir todas as palavras de merda proferidas e depois os explodiria.

Sempre tinha sido daquele jeito, desde os tempos de escola, quando explodira o pé de Charles amarelo, o garoto mais filho da puta que existiu. Charles tinha o apelido de amarelo porque era portador de uma doença hepática que o deixava com aquele asqueroso aspecto amarelo. Mas ser doente não o impedia de ser um verdadeiro pé no saco. Charles tirava vantagem por ser forte e ser rico, e fazia suas vitimas, dentre as quais, sua preferida era exatamente ele.

É claro que o bullying parou, depois que ele explodiu o pé direito de Charles. Ele já tinha perdido três pares de sapato, que tinham sido levados por Charles. Então bolou uma ideia infalível: encheu o sapato de pólvora. Charles exigiu os tênis e ele o concedeu muito prontamente, e quando o garoto o vestiu, foi só acender o fósforo. A pólvora explodiu lançando pedaços do tênis e do pé de Charles por toda a parte. Charles começou a gritar e ele viu que o pé direito do garoto agora era um amontoado disforme de pele e ossos. Foi engraçado, ele começou a rir, era hilário demais, e Charles começou a mudar de cor como se fosse um camaleão. Explodir o pé de Charles amarelo foi uma das coisas mais legais que ele já fizera, mas ele foi punido, a escola o expulsou e os pais o mandaram para um reformatório chamado Casa São Pedro das Almas, onde ele foi criado sob a palavra do Senhor, e sob os pênis dos frades que não eram santos, ó não. Os frades eram muito eficientes em impor disciplina nos garotos. Eles apareciam de noite, os garotos eram obrigados a ficar nus, e a purificação acontecia, ele mesmo tinha sido purificado muitas e muitas vezes, e ele ficava pensando que se pudesse conseguir um pouco de pólvora poderia purificar os frades, excomungar seus pecados e fazer suas almas imundas queimarem, como o pé de Charles amarelo queimou naquele dia.

O pé de Charles amarelo não foi a única coisa que ele explodiu na vida, a casa São Pedro das Almas foi outra coisa, e ele viu os frades queimarem dando risada. Certo dia suas preces foram atendidas, ele não achou pólvora, mas galões de gasolina, o que era melhor ainda.

Em uma noite, enquanto todos dormiam, umas duas horas depois da purificação diária, ele espalhou a gasolina, começando com o dormitório dos garotos, depois a capela, e por ultimo o lugar onde os frades moravam. Ninguém conseguiu escapar, ele fez uma trilha de gasolina e ficou longe, e quando colocou fogo, a casa São Pedro das almas explodiu em uma grande e maravilhosa bola de fogo, e ao longe ele conseguia ouvir os gritos das pessoas queimando lá dentro, e aquilo era como uma sinfonia, arte para seus ouvidos.

Aquela foi a primeira vez que ele o viu. O cara estranho, com a cartola na cabeça. Ele saiu do meio do fogo, estava queimando também mas o fogo não lhe causava dano. O cara estava fumando um charuto, seus olhos eram tão vermelhos quanto as chamas. Ele falou. Mesmo à distância ele conseguiu ouvir sua voz, dentro de sua mente.

" É isso ai Deny, meu velho. Você acertou em cheio. Na hora certa, vou te encontrar. Então você vai trabalhar para mim."

Ele deu uma piscada e então não estava mais lá.

Explodir coisas era fascinante porque nessas horas ele via o quanto as coisas eram frágeis, ele se admirava com a facilidade com que elas eram destruídas, de matéria a não matéria em segundos, e isso era incrível. O fogo era algo fantástico, o fogo era poder, um poder que poucos conheciam ou admiravam.

A explosão da Casa São Pedro das almas nunca foi esclarecida, a polícia falava de vazamento de gás. Ele não ficou lá para contar a historia. Depois daquilo apareceu em outro orfanato, e meses depois foi adotado, por uma família rica. Ali ele teve a certeza de que a vida nada mais era do que um balde de esgoto. Foram alguns anos de abusos. Os respeitáveis senhor e senhora Silva, não queriam um filho, queriam um escravo, um fantoche para poderem usar e abusar. Os pais adotivos também morreram em uma explosão, dez anos depois da chegada dele. O carro em que eles estavam (uma Ferrari) explodiu em centenas de pedaços, milhões de reais indo para os ares. A essas alturas ele já tinha aprendido a fazer dinamite e C-4, as maravilhas da ciência já lhe tinham sido reveladas.

Ele colocou uma carga considerável de explosivos no carro, trabalhou durante horas, aproveitando a ausência do casal, depois foi só esperar. Senhor e senhora Silva geralmente usavam a Ferrari para saírem aos finais de semana, e foi só o senhor Silva girar a chave. Uma explosão que ele assistira da janela de seu quarto. Maravilhoso, fantástico.

Ele herdou toda a fortuna, milhões em uma conta no banco, empresas, casas, inclusive no exterior.

Com o passar do tempo ele se tornou um cientista renomado, fez faculdade, tornou-se o diretor das empresas farmacêuticas do senhor Silva, se casou, se tornou um homem influente, que dava palestras. Mais tarde se especializou em física nuclear.

Com o passar dos anos os pesadelos se tornaram frequentes. Ele sonhava com o cara da cartola, o cara com os olhos vermelhos. O cara tinha uma cauda pontuda, e ele sabia que era o diabo. Às vezes, nos sonhos, ele estava em um limbo que era o mundo, o mundo havia se transformado em um limbo fétido e nojento, cheio de cadáveres podres que rastejavam na porcaria. E os cadáveres queriam comê-lo, porque ele era o responsável, ele criou a bomba que destruiu o mundo, e ele acionou o detonador.

O diabo também estava lá. Era uma cidade enorme e devastada por uma explosão nuclear, e no meio de uma avenida abarrotada de corpos e carcaças de veículos estava o trono do diabo, e ele estava lá, com aquela cartola na cabeça, e o diabo era Charles amarelo, com o pé detonado.

- Parabéns Denis. Você foi muito eficiente. Não sobrou mais nada para explodir. A não ser sua cabeça.

O diabo soltava aquela horrenda gargalhada e então a cabeça de Denis explodia, lançando pedaços de miolos por toda parte.

Tormento ou não ele prosseguia, porque ele era Denis Alencar, um cientista renomado. Mas ele ainda explodia coisas, e a coisa que mais gostava de explodir era pessoas, mais especificamente garotas indefesas. E essa era a parte de sua vida que as pessoas não conheciam.

Explodir mulheres era legal, porque não sobrava nada delas para os legistas fazerem seu trabalho. Geralmente ele as levava para uma região afastada, um lugar isolado, e as explodia lá. Ver o corpo se desintegrando em milhares e milhares de pedaços, era a coisa mais incrível que existia no mundo, era delicioso, ele chegava a ficar de pau duro com a coisa, e quase sempre gozava.

Como cientista, ele começou a trabalhar para o governo, na área de física nuclear. Era a sua casa, a sua vida.

O governo tinha uma base secreta onde armamentos nucleares eram produzidos em larga escala, as pessoas não sabiam, para elas o governo dizia que aquele negocio de bombas nucleares não passava de fantasia, mas a base existia, estava abarrotada de ogivas nucleares que ele tinha ajudado a construir.

Mas as coisas podiam mudar da noite para o dia. Um dia o governo anunciou o corte do programa nuclear brasileiro, e ele viu seu trabalho sendo ameaçado. Então ele teve que agir.

Os chefões começaram a morrer em explosões, ministros, militares de alta patente, chefes e diretores do programa secreto. Às vezes eram os carros que explodiam, outras vezes as malditas mansões onde os filhos da puta moravam.

Foi eficiente durante algum tempo, mas ele não podia explodir o mundo inteiro.

O programa nuclear foi interrompido e a base secreta do governo onde ele trabalhava foi desativada, e ele demitido.

A coisa o destruiu. Com o tempo ele enlouqueceu.

As pessoas não sabiam, mas ele ainda trabalhava lá, ele ainda fazia suas pesquisas, ainda fabricava seus bebês. O governo não estava nem ai. Eles estavam fazendo cortes no orçamento e para eles a base nunca existira. Era apenas um depósito de lixo nuclear, mas para ele era um templo, o seu templo, o lugar onde ele era Deus, um Deus que criava e cuidava de suas criações. Elas precisavam de cuidado , porque ele estava planejando uma explosão. Uma daquelas que fariam o mundo se abalar.

Eles tinham lhe punido, sempre lhe puniam, desde sua infância. Achavam que ele não era capaz, mas mostraria a eles, ó sim. Quando terminasse ali, ia causar a maior explosão que eles já tinham visto em todas as suas miseráveis vidas, uma explosão que iria varrer o centro oeste inteiro.

A besta. Era assim que ele chamava a bomba em que vinha trabalhando por 15 anos. Em breve ela estaria pronta e ele saberia a hora de detonar.

*****

Denis acordou ofegante. O relógio que ficava no criado mudo estava marcando 3 da madrugada. Ele estivera sonhando, e no sonho ele caminhava por uma estrada que parecia não ter fim Os dois lados da estrada estavam apinhados de cadáveres, montanhas e mais montanhas de cadáveres, todos os habitantes da terra, mortos, apesar de vivos, uma espécie bizarra de vida. Os urubus e demais aves de rapina faziam a festa. Havia muita coisa para limpar naquele esgoto.

Então um dos urubus lhe chamou a atenção. O urubu estava usando a porra de uma cartola.

Denis ficou olhando para o bicho, abismado, tentando entender porque raios ele estava usando uma cartola.

- Acorde Denis, - disse o urubu, - tem muita coisa para explodir.

E Denis acordou, e ele estava em sua cama.

Mas havia algo errado. Ele podia sentir no ar. Olhou para a poltrona que ficava do outro lado do quarto e viu os olhos do urubu, vermelhos, acesos como lanternas. Sua alma gelou e ele acendeu o abajur. Não havia ninguém no quarto.

Denis respirou aliviado, mas seu coração ainda batia em ritmo acelerado.

Ele pegou a garrafa de água que sempre deixava ao lado do relógio, colocou um pouco no copo americano que estava ao lado da garrafa e bebeu. Se levantou, colocou seus óculos e caminhou só de cueca até o banheiro. Ficou ali, fazendo o número um, pensando na bosta do sonho que acabara de ter, tendo a certeza de que havia alguma coisa errada ali e tentando descobrir o que era.

Um vulto passou atrás dele no quarto, ele conseguiu ver através do espelho. Um grito quase saiu pela sua garganta e ele o engoliu de volta.

Guardou a ferramenta de fazer o numero 1 na cueca e saiu do banheiro, seu coração palpitava. O quarto estava mais gelado do que de costume.

Ele ouviu um rosnado baixo. Havia um cão enorme na parte escura do quarto, e não era um cachorro normal. Era monstruoso. Um cara estava sentado na poltrona, fumando um charuto. Denis conseguia ver a ponta do charuto acesa e os olhos do cara, que eram vermelhos, malignos.

- Quem... quem é você?

- Você tem uns brinquedinhos legais aqui Denis. - Disse o cara, sua voz era estranha, parecia que ele estava falando de dentro de um caixão. - Talvez eu possa dar alguma utilidade a eles. Ainda quer explodir Goiania?

Como ele sabia? Como aquele cara sabia dos seus planos?

- Quem... o que?...

O cara se levantou da poltrona e se aproximou dele. Era um cara comum, devia ter vinte e poucos anos. Estava usando uma jaqueta jeans, calça Jeans, botas e uma cartola na cabeça.

- Deixe eu cuidar de você Denis. Posso te mostrar como fazer as coisas certas. Você tem as bombas, eu as ideias. Que tal trabalhar juntos?

- Eu...

O cara tocou seu ombro e Denis sentiu como se uma pilha de blocos tivesse sido jogada sobre eles. Ele sentiu que ia afundar no chão.

- Tem um lugar que você pode explodir antes. Um lugar legal.

Ele enfiou a mão dentro do casaco e tirou um pedaço de papel.

Denis ficou olhando para o pedaço de papel por alguns instantes e então o pegou. Quando fez isso o cara desapareceu, junto com o cachorro, apenas aquele cheiro de enxofre perdurou no ambiente.

Denis olhou para o papel e viu números. Franziu o cenho, caminhou até sua escrivaninha e pegou seu óculos. Havia números e algumas letras no papel.

16º 45' 26" S
49º 26' 15" W

Estava óbvio para ele, aquilo eram coordenadas.

- Coordenadas de que?

Denis ligou seu notebook e pesquisou as coordenadas no Google. Encontrou um lugar que ele conhecia bem, porque tinha nascido lá: Abadia de Goiás, uma cidade a pouco mais de 23 quilômetros de Goiânia.

Ele sabia o que existia lá, o centro regional de ciências nucleares do centro oeste, construído na década de 80 para abrigar o lixo radioativo de um dos maiores acidentes nucleares da história do país, uma tragédia evolvendo césio-137.

O centro da CNEN, a Comissão Nacional de Energia Nuclear, abrigava um cofre com centenas de toneladas de lixo nuclear, coisa suficiente para devastar boa parte do país.

(Ainda quer explodir Goiania?...
Tem um lugar que você pode explodir antes. Um lugar legal).

Os olhos de Denis brilharam de repente com a compreensão. Aquele seria sem dúvida o lugar mais legal para se explodir.

Ele entrou na internet e foi pesquisar.

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LUÍS FERNANDO ALVES

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