Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

ESPELHOS

Minha mãe sempre dizia que havia sete anos de azar para quem quebrasse um espelho. Acho que ela tinha razão.

Eu e minha mulher viajamos para o interior, uma pacata cidadezinha chamada Santo Antônio do Pinhal, o lugar onde eu cresci.

No dia 5 de setembro de 2001 recebi um telefonema dizendo que minha vó havia falecido e eu era o único herdeiro. Você pode pensar que eu fiquei rico, mas está enganado. A velha estava atolada em dívidas e a única coisa que não estava empenhorada era aquela velha casa e o que estava dentro dela.

Foi no sótão da antiga casa que eu encontrei os espelhos. Eles estavam dentro de uma caixa cheia de quinquilharias inúteis. Eram espelhos bonitos e pequenos, do tamanho de uma escova de pentear, e eu soube na mesma hora que eram folheados à ouro.

Levei os espelhos para a sala e os deixei sobre a mesa onde minha mulher Karina os encontrou.

— E esses espelhos?

— Eu acho que eram da minha vó.

— Ela tinha bom gosto.

Eu não respondi, estava meditabundo desde que encontrara aqueles espelhos. Karina percebeu aquilo e me interpelou:

— Tudo bem Richard?

Olhei para ela como se tivesse despertado e respondi:

— Eram os espelhos dela. Tenho certeza. - Peguei um deles o analisando.

— E o que tem de especial nisso?

Olhei para Karina e suspirei.

— Minha... Minha vó era esquisita.

— Esquisita como?

— Ela... Ela era supersticiosa. E via... Ela via coisas... Tipo... Fantasmas. - Olhei ao meu redor. — Ela dizia que essa casa era assombrada. Dizia que havia coisas aqui, e usava esses espelhos para vê-las.

Karina ficou olhando para mim por alguns tempo e então disse:

— Certo, sua vó era pirada.

Ela sorriu, mas logo o sorriso morreu em seus lábios.

— Você acreditava nela amor?... Já viu alguma coisa quando morava aqui?

Fiquei em silêncio por alguns instantes e então respondi:

— Teve um dia que eu entrei no quarto dela. Os espelhos estavam sobre a penteadeira e eu os peguei. Segurei um com a mão esquerda e o apontei para as minhas costas esticando o braço para trás. Então peguei o outro com a mão direita. Era assim que ela fazia. Às vezes eu a via pelos cômodos da casa fazendo aquilo.
" Quando virei para o lado do guarda roupas, vi um vulto. Alguma coisa do tamanho de uma criança. Levei um susto e quase deixei os espelhos caírem."

Fiquei em silêncio por alguns instantes e então Karina perguntou, curiosa:

— E então? O que aconteceu?!

— Coisas estranhas começaram a acontecer. Coisas muito estranhas. Eu ouvia vozes, via vultos, sombras pareciam se esgueirar pelas paredes quando eu passava, portas se fechavam e se abriram sozinhas.
" Um dia acordei ofegante no meio da noite. Tinha tido um pesadelo horrível. Então me sentei na cama e vi minha vó. Era apenas uma sombra parada no limiar da porta mas eu sabia que era ela, e ela carregava os espelhos. "
"Ela ficou ali, parada por alguns instantes, e então saiu. "

— Mas e então? O que... O que você fez?

— Minha mãe veio me visitar numa sexta feira. Minha mãe era viciada em crack, por isso eu morava com minha vó. Eu contei a ela tudo o que estava acontecendo, as duas discutiram, me lembro dos olhares estranhos da minha vó. Depois minha mãe me levou para o jardim e falou comigo
" — Não quero que ligue para as histórias absurdas da minha mãe, ok? Ela é louca. Ela diz que aprisionou uma empregada dela em um espelho usando magia negra. Mas não passa de uma louca. "
"Depois disso eu nunca mais vi minha mãe."

— Que história é essa de aprisionar a empregada no espelho Richard?

Eu acendi um cigarro e levei alguns segundos para responder:

— Um dia ela chegou em casa e encontrou meu vô transando com a empregada.

— Mas que merda!

— Merda foi o que ela fez.

— E o que foi?

— Ela matou meu avô. - Karina arregalou os olhos. - A polícia nunca conseguiu provar que ela o matou, mas eu sei que sim.
" Mas para a empregada ela reservou algo: "
" Minha vó era praticante de bruxaria e tinha uma gigantesca biblioteca sobre ocultismo."
" Ela usou Margia negra e aprisionou a alma da jovem empregada no espelho. Uma maldição. Uma maldição que só se encerraria no dia em que o espelho fosse quebrado. "

Karina arregalou os olhos.

— Que bizarro! Sua vó era uma assassina!

— Quase.

Karina franziu o cenho.

— Como assim?!

— Ela matou meu avô mas antes ele (que também era bruxo) fez um feitiço.

— Que feitiço? Do que está falando?

— Um feitiço de troca de corpo.

Karina ficou abismada.

— O que?...

Eu continuei:

— Minha vó pensou que estava matando meu avô, mas matou outra pessoa, porque naquele momento ele já tinha trocado de corpo.

Karina abraçou o próprio corpo numa clara atitude de medo.

— Troca de corpo... Quem... Quem ela matou?

Eu sorri e respondi.

— Ela matou meu neto.

Karina arregalou seus imensos olhos azuis e levou as mãos à boca abafando um grito.

Eu me levantei, peguei um dos espelhos e o atirei ao chão, o quebrando.

Uma coisa aconteceu. Uma fumaça negra se ergueu do espelho quebrado e voou na direção de Karina que gritou.

Mas logo a coisa a atingiu entrando por suas narinas e sua boca.

Karina emitiu um som como se estivesse engasgando e então caiu no chão.

Ela ficou um tempo de quatro no chão e então se levantou.

Karina havia desaparecido. Seus olhos agora estavam negros.

Ela me olhou e sorriu.

— Olá meu amor. - Disse eu.

— Demorou muito amor.

— Sim. Mas agora vai ficar tudo bem.

Eu me aproximei dela e então nos beijamos.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro