ELAINE
A ideia de estuprar Elaine surgiu enquanto eles tomavam uma cerveja no quintal. Vinícius sempre achou que havia alguma coisa estranha com a vizinha.
Ela era uma mulher comum, vivia naquela casa estranha sozinha, devia ter uns quarenta e cinco anos. Era magra, gostosa, tinha os peitos grandes, ia à feira aos sábados pela manhã. Enfim, uma mulher comum que não despertava o interesse de ninguém.
Nas segundas, Gabriel Gambá, que era um bêbado conhecido na cidade vinha cortar a grama de Elaine e aparar as cercas vivas, e devia aproveitar para ver a coroa de biquíne na piscina, à noite ele com certeza descabelava o palhaço, coisa que não era legal de se imaginar.
Apenas um mulher comum.
Mas para Vinícius havia alguma coisa de errado com a mulher. Ele não saberia dizer o que era, alguma coisa de artificial no jeito dela, era como se ela não fosse quem realmente era. Era um pensamento meio ridículo, mas Vinícius achava que ela era uma múmia, uma múmia de três mil anos.
Numa noite quente de primavera em 4 de outubro, Vinícius teve a ideia de estuprar Elaine.
Ele estava junto com seus dois melhores amigos Cauã e Guilherme. Caras que eram companheiros para tudo.
Aproveitavam que os pais de Vinícius estavam viajando e tomavam uma cerveja, fumavam um baseado e "queimavam" uma linguiça na grelha elétrica de seu pai.
— Porra caras, - disse Cauã - vamo fazer alguma coisa de interessante.
— E o que pode ter de interessante pra fazer nessa porra de cidade?
Não havia muita coisa. Ultimamente as pessoas nem estavam saindo mais nas ruas durante a noite, por conta dos assassinatos de jovens (sempre do sexo masculino) que estavam acontecendo há um bom tempo.
Vinícius então olhou para a casa de Elaine e disse:
— Vamos estuprar a Elaine.
Cauã e Guilherme olharam para ele. Cauã deu um sorriso e disse:
— Está falando sério?
— E por que não? A gente entre lá, fode ela e saí fora.
— Parece fácil. - Disse Guilherme.
_ Sem falar que estupro é crime, se é que você não sabe. - Completou Cauã.
— Ah, qual é? Eu garanto que ela vai gostar de ter três pintos entrando na buceta dela. Essa mulher não dá há muito tempo. Deve estar louquinha para foder.
Os dois rapazes esperaram um pouco para avaliar se Vinícius estava mesmo falando sério.
Ele se levantou, atirou a lata de cerveja do chão e perguntou:
— Seis vão ou são frouxos?
Eles não eram frouxos. Os três se levantaram e atravessaram a rua em direção da casa de Elaine, tomando cuidado para ver se não havia alguém por perto. A rua estava deserta àquela hora da noite.
Cauã abriu a fechadura da porta com a mesma facilidade com que roubava carros. Os três entraram em silêncio e logo na sala se depararam com uma cena que fez Vinícius se lembrar da ideia de achar que Elaine era uma múmia.
A sala estava cheia de adereços egípcios antigos.
— Mas que porra é essa cara? - Perguntou Guilherme.
— Estou dizendo que essa mulher é uma múmia.
— Qual é? Corta essa.
Caminharam por um corredor indo até no quarto. Eram mais de onze da noite, e àquela hora Elaine devia estar dormindo.
Assim que entraram no quarto, Vinícius começou a cogitar a ideia de dar o fora daquela casa e deixar a vizinha em paz.
O quarto estava vazio, não havia móveis, a única coisa que havia ali era um sarcófago que estava exatamente no meio do quarto.
— Mas que porra é essa?! - Exclamou Cauã.
— É um sarcófago!
— Mas o que essa porra está fazendo aqui?!
— Vamos dar o fora daqui. Que se foda. - Disse Vinícius.
Guilherme no entanto se aproximou do sarcófago.
— Guilherme! O que está fazendo cara?!
— Quero ver o que tem dentro dessa porra!
— Não abre essa merda! Vamos dar o fora!
Mas Guilherme não sairia dali sem ver o que havia naquela coisa, então ele a abriu.
Vinícius acendeu a luz.
Seus olhos saltaram da órbita. Os três se afastaram instintivamente.
Elaine estava lá.
A aparência da mulher era estranha. Era como se sua pele branca fosse feita de coro. Um coro muito antigo.
— Puta que pariu! - Exclamou Cauã.
Elaine abriu os olhos e rapidamente atacou Cauã mordendo sua nuca.
Cauã agora gritava e tentava se livrar da mulher.
Ele sentiu quando uma coisa pontuda furou sua nuca e penetrou em sua medula, ele sentiu quando a coisa começou a sugar e parou de se mexer.
Guilherme e Vinícius assistiam à cena petrificados. Eles viram quando Cauã literalmente começou a secar.
Viram a pele de Elaine ficar mais elástica.
Ela soltou Cauã no chão e olhou para os outros dois.
Então eles se moveram e saíram correndo em disparada.
Vinícius olhou para trás e viu Elaine vindo na direção deles, e ela parecia alguma coisa maior. De repente não tinha a forma de uma mulher.
A última coisa que Vinícius se lembrava era de ter conseguido sair da casa e começado a gritar na rua, pedindo ajuda.
Os vizinhos saíram na rua e viram o garoto gritando feito um maluco. Mais tarde eles disseram em depoimento que o garoto gritava a plenos pulmões dizendo que Elaine era uma múmia.
Vinícius foi preso, julgado e condenado a passar o resto da vida em um manicômio judiciário.
A polícia concluiu que os três jovens entraram na casa da vítima com a intensão de estupra-la. A vítima reagiu e conseguiu matar dois dos invasores.
Elaine compareceu no dia do julgamento e ela sorriu para Vinícius. O garoto se levantou em público e descontrolado começou a gritar dizendo que a mulher era uma múmia.
Vinícius precisou ser contido pela polícia.
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