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▪ Prólogo ▪

Darian corria à frente de nós, e mamãe vinha logo atrás com uma cesta de piquenique farta. Com cabelos dourados que brilhavam quase como o ouro, bochechas que pareciam ter a cor do pêssego mais maduro, seus olhos eram tão azuis quanto o céu limpo daquela tarde; mamãe era a referência de beleza divina e perfeita em nossa corte. Quando olhava para Darian via uma imensidão de sua beleza nele, acreditava que ele seria sua cópia masculina perfeita quando crescesse, e tinha certeza que muitas pessoas também acreditavam nisso.

Algumas pessoas, com o intuito de bajulação, ousavam dizer que eu também seria tão bela quanto os dois e seria tão bela quanto mamãe quando crescesse, mas isso era mais do que algo que eu pudesse controlar, então apenas torcia para que fosse verídico enquanto assentia.

Ao caminharmos mais um pouco, já podíamos avistar a pequena ilha que ficava no meio do lago. O lago fora construído junto ao jardim, como presente de casamento de papai para mamãe. No centro da pequena ilha, tinha uma árvore de flores rosa em floração. Quando chegava a primavera, aquele lugar se transformava em uma imensidão cor de rosa. Para chegarmos até ela, era necessário passar por uma ponte de madeira. Esta possuía flores enroladas em seu corrimão, lindas peônias.

Retirei meus olhos das peônias enroladas no corrimão de madeira, direcionando meu olhar para Darian, a tempo de vê-lo ofegar pelo cansaço de sua corrida. Suas bochechas estavam vermelhas, igual tomate. Soltei um sorriso ao imaginar que ele nunca mudaria e se ele continuaria sendo um mocinho petulante quando crescesse.

Quando estava retirando meu olhar de Darian, senti seu peso se jogando sobre o meu. Em questão de segundos, estávamos rolando na grama. Mamãe, que nos observava, desatou a rir, com aquela risada melodiosa que só ela tinha.

「 • • •❀• • • 」

Continuei olhando para as pequenas gotas de chuva escorrendo na janela. Ao ter essas lembranças, sentia a frustração e incapacidade de sentir algo bom preencher aquele vazio que muitas vezes se instaurava. Sei que não podia ter feito nada, e isso era o que mais me frustrava. Afastando-me da janela de vidro com os pensamentos ainda bagunçados, me senti um pouco zonza. A chuva de Aren deixava o ar denso, o que causava mal-estar a quem não estava acostumado com o ar pesado. E mesmo morando ali desde que nasci, não conseguia me acostumar aos dias chuvosos, ficando gripada e com febre durante esses períodos.

Ao me sentar em uma poltrona, comecei a pensar novamente em minha família arruinada, sentia a falta deles, e faria de tudo para tê-los do meu lado, não pouparia esforços para ver seus sorrisos, ver os olhos pelos quais um dia fui apaixonada. Mas isso era algo que estava fora do meu controle, e isso era só a ponta para meu poço de lamentações e frustrações emocionais que me dirigiam em direção à raiva. Desejava poder voltar ao passado e aproveitar cada segundo. Só de pensar novamente em mamãe e Darian, meu coração se sobrecarregava de sentimentos terríveis. Mamãe foi a primeira a partir, foi uma morte lenta, a vi definhar aos poucos. Menos de dois anos depois, Darian a seguiu, da mesma forma, definhando lentamente em seu próprio leito de morte. Quando eles partiram, todo o ducado ficou silencioso durante dias, semanas. Não sei se era uma demonstração do quão horrível tinha sido essa perda, e se até os céus haviam sofrido com a perda, mas vieram tempos chuvosos por longos dias após ambas as partidas. A mansão que antes vivia cheia de flores e risadas estava vazia, cinza, e o tempo nublado colaborava para que tudo se tornasse mais solitário. Florence, nosso ducado, ficou de luto por um mês. Ninguém ousou nos contatar durante esse tempo ou falar sobre. Ninguém me consolou ou perguntou se estava bem. Não tinham coragem. Eu era a única que havia sobrado, a lembrança mais próxima que poderiam ter daqueles momentos sem ser os quadros espalhados por aí.

Demorou muito tempo para tudo se estabilizar na minha mente, perceber que estava sozinha, e que havia perdido aquilo que tanto amava. Aos treze anos, entrei em um estado de desolação que durou dois anos. Me recusava a sair do quarto ou me comunicar com qualquer pessoa. Foram momentos de solidão sem igual. Quando parava pra pensar sobre a morte de Darian, tudo não passava de um sonho. Até cogitava por diversas vezes, se tudo realmente tinha acontecido, se aqueles momentos felizes não haviam sido criados por ilusões da minha mente. Mas ao passar pela porta de seu antigo quarto, me recordava que sim, Darian existiu na minha vida, e sim, ele havia me deixado para suprir aquela dor sozinha.

Quando Darian se foi, tínhamos doze anos. Era inverno. Ele estava fraco, magro, seu rosto já não possuía aquele tom vivaz de quem vivia correndo por aí, graças à doença que o levava. Era notória sua dificuldade ao respirar enquanto dormia. Nessa época, meus sentimentos eram tão confusos que nem percebia que o estava perdendo. Sempre falávamos que permaneceríamos sempre juntos, com a falsa promessa de nunca nos separar. Mas no final... Era apenas isso, apenas a promessa de duas crianças que não tinham controle algum sobre a vida.

Aquele dia estava normal. A neve caía do lado de fora, e do lado de dentro a lareira quente nos protegia do frio, junto com cobertas e doces. Darian sorria fracamente ao me ver roubando algum dos seus biscoitos de chocolate. Ele estava calmo e parecia ser só mais um dia melancólico desde que mamãe se foi. Ao anoitecer, como sempre, passei pela passagem que interligava meu quarto ao de Darian para dormir ao seu lado. Tendo a certeza de que todos estavam dormindo, abri a pequena porta girando a maçaneta.

Caminhei na ponta dos pés até a cama. Por suas dificuldades em dormir, seus olhos se abriram sem muita surpresa ao me ver. Seus olhos pararam em mim com um sorriso confidente, e eu sorri de volta. Sem esperar muito, deitei ao seu lado o abraçando. Seu corpo estava frio, e mesmo com os diversos cobertores ali disponibilizados, não parecia resolver o problema. Mas o olhando novamente, ele ainda permanecia com aquele sorriso que sempre fizera meu coração se aquecer. Sua mão começou a acariciar minha cabeça, como se estivesse me confortando. Aqueles minutos foram tão preciosos, e tão rápidos.

Estava quase dormindo, quando escutei sua risada rouca e fraca me chamando. Ainda estava com os olhos fechados, mas podia sentir que estava me encarando com um sorriso.

— Você sabe que é a melhor irmã que eu tenho, não sabe? — Questionou com a voz saindo fraca. — Dam, mesmo que a gente não queira, não podemos controlar tudo à nossa volta, às vezes é necessário deixar algumas coisas partirem. Pode doer por um tempo, mas nenhuma dor é eterna, e está tudo bem, porque um dia iremos olhar para esse sentimento inescrupuloso e pensar que conseguimos passar por isso, e nem percebemos. — Falou, a última saindo como um sussurro inaudível, soltando uma risada baixa em seguida.

— Não teria como eu não ser a melhor, sou a única — o abracei mais forte com os olhos fechados. Darian e eu, éramos como um só, gêmeos, nascidos e criados da mesma forma. Mesmo se existisse um outro irmão, não acho que teríamos a mesma conexão, ele era meu melhor amigo.

Abri meus olhos fazendo com que seus olhos se encontrassem com os meus. Ficamos assim por alguns segundos antes que começasse a tossir, se afastando enquanto franzia a testa em cansaço.

— Eu te amo infinitamente, Dam. Nunca iremos nos separar, é uma promessa, lembra? — Falou novamente com um sorriso, mas dessa vez com os olhos fechados, se preparando para dormir.

Na manhã seguinte, quando acordei, ainda abraçava Darian. Olhei em volta com o rosto sonolento e senti algo estranho, algo faltando. Voltei meu olhar para Darian, ainda assim não tinha nada errado. Aquela sensação me consumiu, e comecei a olhar em volta aflita. E então, meus olhos se voltaram para Darian. Me aproximei mais de seu rosto, até que notei, Darian não respirava. Tentei acordá-lo de todas as formas possíveis, mas era tarde demais. Darian se fora.

Não sabia exatamente quando as serventes entraram, quando me tiraram de perto de Darian, ou quando o médico da família se aproximou o suficiente para nos olhar com aquela mesma expressão que tinha visto no último dia de mamãe. Meu coração afundou em uma imensidão vazia, e meu rosto ficou grudento por causa das lágrimas incessantes. O chão sob mim desabou, e senti a dor aguda nos meus joelhos ao cair no chão e começar a gritar. Nunca teria dado tempo de salvá-lo; já era tarde, e eu sabia disso.

Comecei a ouvir um alvoroço na porta, mas não me importei. Peguei toda a força que existia em mim e me aproximei da cama. Alguns serventes me olharam com pena, outros com dó, outros simplesmente olharam para o chão em completo silêncio. Cheguei perto o suficiente para ver seu rosto, me deparando com seu sorriso. Ele morreu com o mesmo sorriso que me oferecera ao prometer nunca me deixar. Sua bochechas agora coradas, nunca dariam qualquer sinal de que um dia estivera doente, ou que se fora dali. Era realmente assim que terminava? Questionei. Acariciei sua bochecha desejando que ele abrisse os olhos, mas aquela era apenas uma esperança invalidada pela vida. Ainda desejei implorar pela vida que já não habitava aquele corpo.

— Meu coração está partido. Então volte para mim, volte de onde estiver, você ainda pode me escutar da onde está? — Questionei com a voz embargada enquanto tirava seu cabelo da testa. — Não consigo me imaginar sem você, porque me deixou? Nossa promessa não era nada? — Continuei, mas tudo que recebi de volta foi o silêncio.

Quanto mais o encarava, mas sentia que tudo estava afundando a minha volta, minha mente estava vazia, em total branco, enquanto meu coração estava confuso, ainda repleto de choque. Senti alguém me chamando, mas ignorei a voz que persistia em querer minha atenção, queria ficar mais um pouco com Darian, não ansiava deixá-lo.

— Jovem senhorita, por favor, deixe-me analisar o jovem mestre. — A voz novamente falou, e só então percebi quem era. — Eu preciso cuidar dele.

Não sei exatamente por quê, mas naquele momento, comecei a sentir raiva. Encarei-o com olhos opacos, furiosa. Não sabia quais eram todos os meus sentimentos naquele momento, mas certamente estava furiosa.

— Senhorita? — Me chamou, confuso.

— Não sabia que era sua especialidade analisar corpos mortos. — Senti o choque de alguns e o silêncio amortecedor de outros. Pude ver sua tez empalidecer enquanto eu o olhava o mais firme que podia.

— Jovem senhorita, eu realmente sinto muito! Mas eu preciso olhar o jovem.

— Ah! Você sente muito... — O interrompi com a voz fria. — Você chegou tarde, e por sua incompetência, eu perdi o meu irmão! — Gritei. Eu sabia que a culpa não era dele, e chegava a ser ridículo culpá-lo, mas precisava de algo para acusar, uma justificativa para tirar aquele sentimento horrível e substituí-lo por outro. — Ajoelhe-se. — Mandei.

— Senhorita! — Ouvi a exclamação de Leda, nossa babá e amiga mais próxima de mamãe, uma das que mais sofreu com sua partida.

— Odeio ter que repetir ordens. — Continuei falando enquanto ignorava o olhar de Leda sobre mim.

— Jovem senhorita, eu...

— AJOELHE-SE! — Gritei, fazendo-o entrar em choque. — Ajoelhe-se e rogue por perdão, ajoelhe-se pelo perdão de ter tirado a coisa mais preciosa da minha vida! E só assim, talvez eu o impeça de ir à forca.

Vendo o homem se ajoelhar, com o rosto branco e tremendo, me aproximei. A raiva estava exposta em meu rosto, assim como o medo e a humilhação estavam visíveis no dele. Agarrei seu queixo, fazendo-o olhar para mim.

— Eu poderia mandá-lo chicotear, e ainda assim, não seria suficiente para destruir todos os sentimentos ruins que estou sentindo agora em relação a você.

— O que está acontecendo aqui?

Olhei para meu pai, que estava encarando a comoção, exasperado. Soltando o rosto do homem que quase chorava de desespero, voltei-me para meu pai.

— Você chegou tarde.

— Eu vim assim que soube, não pude chegar mais rápido — justificou meio perdido e claramente cansado por correr.

— Ainda assim, chegou tarde. Ele se foi, e você não estava aqui.

— Eu estava procurando algo que pudesse ajudar! — Justificativas e mais justificativas, ele sempre estava repleto delas ao falar de por que nunca estava com a gente. — EU SOU SEU PAI! Posso não estar presente, mas sempre te dei tudo que você quis — vociferou. Sei que estava com raiva, mas eu estava mais.

— Você é meu pai? E onde você estava? Se quer ser meu pai, comece a agir como um! Porque enquanto eu perdia tudo, você estava fortalecendo o seu próprio ego perante a nobreza!

— Eu fiz tudo o que pude para salvar Darian!

— Tudo o que pôde? Você estava ausente! Sempre esteve ausente! — minha voz tremia de raiva, as palavras saíam quase como um rosnado. — Enquanto Darian e mamãe estavam definhando, você estava onde? Em reuniões e festas? Fortalecendo seu status?

— Você não entende o peso das responsabilidades que carrego! — ele retrucou, com os olhos arregalados de frustração. — Tudo o que fiz, foi pelo bem da nossa família!

— Nossa família? Nossa família está morta! — cuspi as palavras, sentindo um ódio profundo rasgar meu peito. — E você não estava lá para eles! Não estava lá para mim!

— Dariela, eu... — Ele tentou se aproximar, mas recuei, o coração cheio de mágoa e desespero.

— Não! Não há desculpa para sua ausência! — gritei, sentindo as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. — Você nunca esteve aqui quando realmente importava. Agora é tarde demais.

Vi sua boca abrir, tentando formar palavras que claramente queriam ser ditas, mas que ficaram presas. Ele estava tão confuso quanto eu. Eu sabia o que ele sentia, porque eu também estava sentindo. A diferença era que eu era uma criança que havia perdido o que mais importava, enquanto ele deveria ser o adulto, capaz de lidar com seus problemas.

Mas ele não conseguia. E eu não conseguia entender por que ele nunca estava lá quando eu mais precisava. Eu estava afogada em tristeza e raiva, e ele parecia tão impotente quanto eu. Mas a dor dele não justificava a ausência. Eu precisava dele, e ele não estava presente.

Enquanto ele lutava para encontrar palavras, eu sentia o vazio crescer dentro de mim. Ele era meu pai, mas parecia um estranho, um espectador distante da minha dor. Eu queria gritar, chorar, fazer com que ele entendesse a profundidade da minha mágoa. Mas tudo o que consegui foi ficar ali, em silêncio, esperando por algo que ele nunca poderia trazer de volta.

Eu era uma criança perdida, tentando segurar os pedaços de uma vida que estava desmoronando. E ele, o adulto, que deveria ter sido meu suporte. Mas naquele momento, parecia que ambos estávamos igualmente perdidos, sem saber como consertar o que estava quebrado.

Alguns dias se passaram, e era o enterro de Darian. Algumas pessoas diziam a típica frase: "Sinto muito". O que era uma mentira. Não existe uma forma de você sentir muito se não é com você. Claro, você pode ficar triste, mas a dor nunca será comparável ou minimamente similar.

Vi seu túmulo descendo enquanto várias rosas caíam, e o vi levar sensações e sentimentos irrecuperáveis consigo. Enquanto a terra cobria seu caixão, uma parte de mim também se enterrava ali. Meus olhos ardiam com lágrimas não derramadas, meu peito ardia com o vazio de sua ausência. Era como se uma parte de mim tivesse sido arrancada à força.

Depois do funeral, a mansão que costumava ser cheia de risadas e luz estava agora envolta em um silêncio ensurdecedor. Os corredores ecoavam com o som do vazio, e cada canto parecia relembrar uma memória dolorosa. À noite, quando o silêncio se tornava mais opressivo, o peso da solidão era quase palpável.

Sem Darian e Mamãe, minha vida se tornou um vazio sombrio. Onde antes havia risadas e brincadeiras, agora só havia o eco de memórias dolorosas. Cada canto da mansão parecia sussurrar seu nome, como se ele ainda estivesse lá, apenas fora de alcance.

As noites se tornaram os momentos mais difíceis. Enquanto todos dormiam, eu ficava acordada, lutando contra a tempestade de pensamentos e emoções que ameaçavam me engolir. Onde quer que eu olhasse, via Darian. Seus sorrisos, suas brincadeiras, tudo parecia estar gravado nas paredes da mansão.

E então veio a culpa. Uma culpa avassaladora que ameaçava me consumir. Eu me culpava por não ter percebido o quão doente ele estava. Por não ter passado mais tempo ao seu lado. Por não ter feito mais para salvá-lo. Cada lembrança de sua morte era como um golpe no estômago, me deixando ainda mais despedaçada.

À medida que os dias se arrastavam, a dor só parecia piorar. Era como se uma parte de mim tivesse morrido com Darian, deixando para trás apenas um vazio insuportável. Eu me sentia perdida, sem rumo, como se estivesse afundando em um abismo sem fim.

E assim, a vida continuou. Mas nunca mais seria a mesma. O vazio deixado pela perda de Darian era uma ferida que nunca cicatrizaria completamente. Eu aprendi a viver com a dor, mas ela sempre estaria lá, como uma sombra escura pairando sobre mim, lembrando-me do preço da perda. A raiva cresceu dentro de mim, uma chama feroz que ameaçava consumir tudo à sua volta.

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