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Irreparable Losses

Acreditam que eu esqueci de postar o penúltimo capítulo? Sim, eu esqueci e fui perceber só hoje, então tá aí

.

- Jun, você é a pessoa mais preciosa do mundo, sabia? Vai tudo se resolver, eu prometo.

Junmyeon ouvia calado, sorrindo fino e olhando para a xícara em cima da mesa de vidro, segurando seus óculos na mão. Wendy sorria o mais abertamente possível, tentando confortá-lo.

- Ei, tome seu café. Fiz especialmente para você. - Sua boca de batom encostou na borda da xícara que segurava, olhando para ele. - O que há? Você só me deu bom dia e não falou mais nada. Está chateado? Eu também estou. Pensei que Dongkyu fosse mais inteligente.

A expressão de Junmyeon só não mudou para raivosa pois estava paralisada naquele sorriso infeliz. Por dentro tudo colapsava. Estava pensando no ontem.

O dia anterior foi o do sepultamento de Dongkyu.

Naquela manhã, um pouco antes do almoço, poucas pessoas compareceram para se despedir do prodígio da família Kim. A mãe chorou por todo o tempo, e seu marido, Junseok, esteve abraçado a ela. O irmão do meio, Minseok, chegou atrasado e também acabou caindo no choro, por mais que tentasse esconder secando o rosto com a manga da blusa. Junmyeon ficou sentado num canto com Wendy, perplexo. Quando todos se aproximaram para o encômio, o padre começou com um louvor em que todos o acompanharam de pé.

Porém, Junmyeon não conseguiu. Incapaz de soltar a voz para fora, tudo veio para dentro. Uma dor. Várias vozes. Tantas memórias soltas com imagens borradas, pareciam assustadoras. Sua cabeça doeu tanto, mas tanto, que acabou sentando na cadeira com as mãos nas têmporas, segurando-se para não surtar.

- Por que você não está me respondendo, Jun? Por que você está sorrindo? - Wendy perguntou, começando a ficar espantada. - Tome o café, está esfriando. Que tal irmos almoçar no restaurante da rua de cima, hein? Ou talvez no parque de diversões, só para quebrar esse clima ruim.

E então, um homem em sua memória. Aquele homem... Os lapsos eram tão rápidos que o irritavam e ele acabou por chorar, assustando os presentes no local. Wendy foi a primeira a acudi-lo, perguntando o que estava acontecendo, mas ele não conseguia responder, só sentia a dor em sua cabeça piorar e perdia o ar a cada segundo que se passava. Seu choro contínuo assustou as pessoas de tal maneira, que acabaram por pedir para que o padre tomasse a frente.

- Kim Junmyeon! O que está acontecendo? Toma o café, Jun! - Ela elevou a voz e segurou o celular, pronta para ligar para uma ambulância.

E sua respiração foi se normalizando cada vez mais, até que seu corpo não aguentasse mais a dor e a falta de ar que sentia. Caiu desacordado no colo de Wendy. O padre se curvou e tocou as mãos na cabeça de Junmyeon, rezando para que nenhum mal lhe acometesse, enquanto os outros presentes se organizavam para carregá-lo ao carro do padrasto.

- Junmyeon!

Ela bateu as mãos na mesa, fazendo com que a atenção de Junmyeon fosse desviada para seu rosto vermelho. Ele estava profundamente afetado por todos os momentos do dia antecedente e acabou por levantar subitamente da cadeira, largando os óculos na mesa, ainda com o sorriso no rosto, mas com os cantos levemente caídos. Seu queixo tremia. Wendy sentia medo de algo mais estar o machucando. A atmosfera estava cada vez mais estranha. Ela não sabia o que estava acontecendo com Junmyeon naquele momento.

Então Wendy resolveu se aproximar de Junmyeon. Pegou a xícara em mãos e chegou mais perto.

- Meu amor, por que você está assim? Alguém te fez mal? - perguntou em tom calmo.

Os corredores do hospital estavam agitados e a mãe de Junmyeon estava perturbada numa cadeira ao lado da porta. A mente de Junmyeon já estava desperta e ele pôde ouvir tudo o que acontecia ao redor, como o choro alto de sua mãe, os gritos descontrolados de Wendy, que insistia em colocar a culpa do acontecido em Dongkyu, e a voz mansa e quase camuflada de Minseok, que acalmava ambas as mulheres. Ou tentava. No fim, nada foi ou pareceu tão grave para o doutor, que após examiná-lo, tirou a conclusão de que o estresse desencadeou a forte dor de cabeça que o fez desmaiar, a crise de ansiedade provocou sua falta de ar, visto que os irmãos eram muito apegados e a perda havia o deixado muito abalado, além de que Junmyeon tinha o histórico da doença, que vinha sendo controlada há muitos anos por medicação. A mãe não aceitou o resultado e pediu para que Junmyeon fosse submetido a um check-up completo.

- Jun... Fale comigo... - Wendy implorou, levantando-se e tocando o rosto de seu noivo.

Finalmente em casa, Junmyeon só conseguiu ler as cartas de Sehun e a última de seu irmão.

E chorou. Se tivesse percebido a mentira antes, nada daquilo teria acontecido. Se seu irmão tivesse contado tudo antes, talvez ele agora estivesse vivo. Talvez ele não suportasse olhar para sua mãe ou Wendy, pois sabia que uma elevava os erros da outra. De qualquer forma, Junmyeon culpou as duas mulheres ao seu lado por tudo o que aconteceu, e também a si mesmo. Sentia-se usado, era um tolo manipulável. Chorou tanto que tudo voltou novamente, e diversos lapsos lhe assombraram por mais alguns minutos, até que se desse conta de que seus últimos dez meses foram uma completa mentira.

No outro dia, foi convidado por Wendy para que fosse até a sua casa para tomar um café e discutir sobre a nova data do casamento, que certamente seria adiado, mediante aos acontecimentos anteriores. E ele estava ali, naquele momento, procurando dentro de si as palavras certas para expressar toda a sua raiva.

O grande problema era seu medo, também por estar horrorizado pelo que leu na carta que Dongkyu deixou para si.

Ainda calado, olhando nos olhos de Wendy, piscou duas vezes e desviou a atenção ao chão.

- O que é que está acontecendo com você? Eu te ajudo. Eu te amo. Me diz.

Ela beijava todo o rosto de Junmyeon, segurando sua cabeça e embrenhando seus dedos de unhas vermelhas em seu cabelo escuro.

Wendy nunca temia nada, nem mesmo cogitava na hipótese de Junmyeon saber de alguma coisa que a comprometesse, ou que Junmyeon pudesse deixar de acreditar em si. Entretanto, surpreendeu-se ao ser empurrada para longe, batendo as costas na parede, e foi aí que sua mente começou a trabalhar na possibilidade. Encarou o rosto inexpressivo dele, sentindo um súbito ódio subir à cabeça.

Estava tudo relacionado ao irmãozinho inútil e ao gay manco que sempre entravam no caminho do casal. Seu ódio era tão grande que acabou por pensar que só faltava mais um, pois o outro já havia feito o serviço de sumir de suas vidas.

- O que você está fazendo? - gritou ela.

Junmyeon suspirou e contou até dez.

- Por que você está agindo assim? Me machucou!

- Por que você parece satisfeita com a morte de Dongkyu? - ele perguntou, com um semblante triste.

Sua voz estava tão grave que provocou um arrepio em Wendy.

- O que deu em você?

Ela começou a chorar.

- Por favor, me responda - pediu ele.

- Por que você está me perguntando isso? Não entendo.

Ela se levantou do chão e resmungou de dor nas costas. Ele a ajudou a se sentar no sofá.

- Acho que Sehun estava certo.

Wendy arregalou os olhos com a afirmação de Junmyeon. Ele se sentou na poltrona perto dela, prestando muita atenção em sua reação.

- O quê?

- Sobre... vocês me enganarem.

- Vocês quem? Anda conversando com ele? Por acaso você sabe quem ele é? - ela berrou nervosa. - Se Dongkyu morreu, Sehun tem parte da culpa!

- Você não parece lamentar por Dongkyu como diz... Por quê?

- Eu sabia que isso aconteceria - ela disse em um fio de voz. - Pedi para você ficar longe dele, Junmyeon, mas você não me ouviu... Ele está te enganando...

- O que mais você precisa me dizer? - ele interrompeu, elevando o tom.

O lábio inferior pintado de vermelho tremeu e ela cerrou os punhos, logo grunhindo.

- A única verdade aqui é que nós estamos noivos e não escondemos nada um do outro! Qual é o seu problema, hein? Você não pode ter dado ouvidos àquele perneta!

- Se você não tem nada a temer, não deveria se alterar assim.

- Pare com isso!

- Isso o quê?

Ela hesitou por uns instantes. Então ela se aproximou e segurou a mão de Junmyeon, apertando com força.

- Quem te deixou desconfiado de mim? Não há nada para que tenha medo.

- Estou dando a oportunidade de você se esclarecer - suspirou e balançou a cabeça. - Por que sempre força a barra no nosso relacionamento?

Wendy começou a se desesperar e se aproximou um pouco mais, segurando o rosto inexpressivo dele com as duas mãos, dizendo com a voz trêmula e fraca:

- Eu sempre te amei, desde a primeira vez que nós saímos juntos. Você se lembra, não é? Fomos a um museu em Jeonju com dois colegas da faculdade, éramos do mesmo círculo de amigos e logo nos encantamos um pelo outro. Você sempre foi amável, inteligente e confiante durante todo esse tempo, mas agora... - Lentamente se afastou, dando uma pausa. - Você mudou muito. Nunca tinha duvidado de mim, agora está delirando.

- Não, eu não mudei e nem estou delirando. Você está desviando o assunto. Por que tem tanto medo de me perder? O que te deixa com tanto medo? Você por acaso mentiu para mim?

Por um momento, Junmyeon sentiu no olhar de Wendy uma enorme raiva acumulada. Ela ajeitou a postura no sofá e fechou o rosto. Ela deu uma risada irônica.

- Parece que você se faz de sonso, não percebe que Sehun quer nos afastar.

- Para que ele iria querer isso? Ele nem mesmo se importa mais comigo. Será que não é você quem está me afastando das pessoas? Me fala, Wendy: do que você tem medo? Por que mente?

Cruzou os braços e sentiu a respiração de Wendy se acelerar, ao mesmo tempo que ela endurecia sua expressão.

- Foi você quem provocou o suicídio de Dongkyu. Se não tivesse ido atrás daquele louco, estaríamos nos casando felizes sem esse peso todo - Wendy disparou, furiosa.

- O quê? - Junmyeon estava surpreso.

- Foi você quem desprezou as palavras de sua mãe e agora quer me dizer que eu estou mentindo em algo. Você duvida da única pessoa que te apoiou em tudo por todo esse tempo! - gritou a última parte e se levantou. - Você sequer pensa em como eu me sinto? Ter que lidar com diversos assuntos e ainda ouvir baboseiras vindas de você, que mostra não confiar em mim mesmo depois de tudo!

- Você tá jogando a culpa de tudo sobre mim e quer que eu olhe pelo seu lado? Ouviu o que disse? - gritou indignado e se levantou também.

- Por que você não confia em mim? Eu não minto sobre o que falo!

- Eu não confio em ninguém, muito menos em você. A única pessoa em quem eu confiava morreu, e você acabou de colocar a culpa disso em mim.

- Você não confia em mim mesmo? - Wendy perguntou com as sobrancelhas unidas, parecendo enraivecida. - É por causa dele, não é? Sehun sempre nos atrapalhou, agora ele está te tirando de mim!

Junmyeon respirou fundo e desviou o olhar, voltando a se sentar.

- Por que você ainda procura por ele? Eu sou tudo o que você precisa, Junmyeon. - Ela segurou o rosto dele com suas mãos trêmulas e se aproximou. - Não o deixe te manipular, Jun. Nós nos amamos tanto, você não pode deixar que nada estrague nossa relação.

Ele segurou as mãos de Wendy e tirou de seu rosto, mordendo o lábio inferior. Incapaz de dizer o que realmente queria, apenas murmurou:

- Você me faz duvidar da minha própria sanidade.

Ele estava irritado, muito irritado. Virou a cabeça para o lado, bastante desconfortável. Estava a ponto de se levantar e ir embora. Ficaram em silêncio por alguns segundos. Wendy o encarava com uma raiva misturada com revolta e medo. Logo se levantou do sofá e andou até a mesa em que estava o café, erguendo o pires com a xícara cheia do líquido que Junmyeon não quis beber.

- O café está frio.

Ela tomou um gole.

- Você também é fria, mais do que imaginava.

- Não, está tudo bem. Você está enganado, Jun. Depois do casamento, você verá que fomos feitos um para o outro. Tem certeza de que não quer um pouco de café?

Sentou-se novamente no sofá, bebendo o café que era para ser de Junmyeon.

Ele estava enjoado e com dor de cabeça.

Sem resposta, Wendy apenas suspirou e sorriu, continuando a beber.

Ele tentava compreender o que estava acontecendo em sua mente. Não estava conseguindo raciocinar, não com Sehun, Dongkyu e sua mãe atrapalhando seus pensamentos. Acabou deduzindo que era ele quem deveria se desculpar com Wendy por ter sido rude. Mesmo que ela parecesse contraditória em suas palavras, Junmyeon não conseguia culpá-la naquele momento, sua cabeça estava uma confusão. Era uma merda não ser firme em sua própria fala e dar mais ouvidos a outra pessoa do que a si mesmo, e por dentro ele estava brigando consigo por não conseguir mostrar que estava certo. Wendy sabia que Junmyeon não conseguiria se irritar com ela por muito tempo. Ele era fácil de se convencer.

- Para que dia iremos marcar o casamento, amor?

Ela se aproximou da poltrona e o abraçou por trás, colocando a xícara na mesa lateral e beijando o pescoço de Junmyeon. Fez um leve carinho em sua nuca e acariciou seus cabelos. Junmyeon passou a mão pelo rosto e respirou fundo mais uma vez.

- Eu não sei. Não vou pensar nisso agora.

- Tem certeza? Podemos ir a um restaurante amanhã? Vamos decidir isso, já temos tudo pronto.

Ele pensou por alguns segundos até que respondesse:

- Não. Eu quero ficar sozinho amanhã.

Mesmo com a insistência de Wendy, Junmyeon acabou indo embora.

Passou o resto do dia na casa de sua mãe, que dormiu a tarde inteira. Ainda estava muito abalada com os acontecimentos recentes e não sentia forças para se manter em pé por muito tempo, deprimindo-se na culpa, lamentando por tudo, sentindo o remorso corroer seu corpo em dores inexistentes. Junmyeon foi embora por volta das onze da noite, após mais uma discussão em que sua mãe colocou a culpa de tudo nele. Tudo bem, ele sabia que ela era orgulhosa e nunca poderia admitir ter errado em algo. Era mais fácil culpar seu outro filho do que se responsabilizar por suas tramóias malfeitas. Também sabia que ela estava sofrendo e pensando que era responsável pelo acontecido, mas ele não sentia pena. Sua mãe estava tão errada que ele não conseguia se sensibilizar com a situação, ainda mais ao vê-la tão irritada consigo ao invés de consolá-lo, afinal estava sofrendo tanto quanto ela.

As pessoas estavam se voltando contra si, isso o deixava preocupado. Quando Minseok soube que ele havia ido conversar com Dongkyu sobre o seu passado, teve um ataque de nervos e quase o agrediu na entrada do cemitério, novamente colocando a responsabilidade nele. Seu padrasto, Junseok, foi um pouco mais compreensivo do que os outros, mas ainda assim mostrou estar profundamente chateado com a atitude de Junmyeon. Mas a culpa não era dele. Dongkyu deixou claro que os responsáveis por sua infelicidade eram todas as pessoas que mentiam para Junmyeon, além de que estava triste consigo mesmo por não conseguir se abrir com o irmão.

Estando em casa, com os pensamentos na carta de Dongkyu, acabou se lembrando de um fato importante. Pegou o telefone e discou o número de sua mãe, precisando ligar três vezes até que ela atendesse com a voz arrastada.

- Alô?

- Oi, mãe. Desculpa te acordar, mas eu queria te perguntar uma coisa.

- O que foi?

- É... Por que a senhora não me deu a carta que Dongkyu me escreveu?

Houve uns resmungos ao fundo enquanto ela não respondia, provavelmente era o seu padrasto querendo saber com quem ela falava naquela hora.

- Como assim, filho? - indagou ela, desentendida.

- Ele te deu duas cartas, não deu?

- Não, ele não me deu. Vai dormir, Junmyeon. Você está começando a me deixar com medo de suas atitudes. Boa noite.

Ela desligou. Ele até tentou ligar mais uma vez, mas ela tirou o telefone do gancho.

Então sua mãe estava mentindo novamente, exatamente como Dongkyu previu.

Junmyeon resolveu ler sua carta novamente, apenas para ter certeza. Era meio difícil de acreditar que sua própria mãe mentia para si.

No dia seguinte, também tentou entrar em contato com Sehun, mesmo que o dançarino não tivesse celular. Precisou ir até a casa dele, mas não foi recebido. Era cerca das duas da tarde e Junmyeon havia recusado todas as chamadas de Wendy, e agora batia várias vezes na porta da casa de Sehun, porque tinha certeza de que ele estava ali, mas Sehun não quis abrir a porta.

- Então... Deixa só a gente conversar por uns minutinhos, prometo ser rápido - insistiu Junmyeon.

Sehun apenas se sentou no sofá, ignorando as batidas na entrada. Junmyeon aquiesceu, encostando a testa na porta, cansado. Então, começou a falar:

- A gente não teve sorte, né? Eu perdi a memória, você perdeu a perna... Todos saímos perdendo algo.

De dentro, Sehun conseguia ouvir, mas estava se esforçando para ignorar.

- Talvez você tenha perdido mais do que eu. Eu tenho uma família problemática, mas pelo menos eu não estou sozinho. Você não tem nada. Só um cachorro. Talvez eu não tenha sido o mais prejudicado, afinal, eu sei que fiz isso tudo piorar.

- O que você quer dizer com isso? - Sehun perguntou alto e impaciente.

Junmyeon respirou fundo.

- Me desculpa, Sehun. Eu quero poder recompensar você e o meu irmão por tudo. Preciso que você me ouça, mas quero te ver.

Ele até se levantou do sofá, mas somente conseguiu ficar parado no mesmo lugar, pensando se deveria ou não abrir a porta.

- O que eu vou ganhar te ouvindo? Mais dor de cabeça? Eu não quero - Sehun reclamou. - Junmyeon, não aja assim. Nada do que aconteceu é sua culpa, então vá embora. Tudo é passado.

- Não, Sehun! Você não entende! - gritou e bateu com força na porta. - Eu poderia ter evitado toda essa merda, pelo menos Dongkyu estaria vivo. Eu falhei como irmão mais velho, Sehun! Eu falhei em tudo! Sou patético.

Começou a bater a cabeça na porta e repetir a mesma frase. "Eu falhei!" era só o que ele conseguia pensar naquele instante. Sehun estava com medo do estado de Junmyeon.

Ele caminhou pela sala e finalmente abriu a porta, tendo que agarrar Junmyeon para que ele parasse de bater as mãos na cabeça. Estava completamente descontrolado. Apertou-o em seus braços com força, sentiu sua camiseta molhar de suor e lágrimas ao encaixar o rosto de Junmyeon em seu peito. Ele precisava se acalmar, e Sehun tinha em mente como fazer isso. Era ele quem sempre cuidava de Junmyeon quando a pressão o fazia surtar antes. Sehun ainda sabia muito sobre Junmyeon, mesmo que agora fosse alguém diferente do que era antes; um cara inseguro e influenciável.

Junmyeon gritava que era sua culpa, tentava se debater e chorava, porque estava se sentindo fraco e idiota, ou porque ele tinha certeza de que era. Cedeu aos poucos, parando de se movimentar e relaxando os músculos, mas o choro continuava.

"Eu poderia ter evitado, Sehun. Eu fui fraco."

Não havia uma única pessoa na rua para que pudesse ver aquele momento. Sehun segurava firmemente a mão de Junmyeon e a acariciava conforme sentia sua respiração se normalizando. Sehun sabia que sua próxima ação planejada poderia provocar uma reação negativa em Junmyeon, e ele não queria piorar a situação, porém não queria conversar naquele instante.

Estava também triste pela morte de Dongkyu, um dos seus únicos amigos. Sehun sempre o visitava no hospital quando podia. Eles saíam escondidos juntos para beber antes de Dongkyu se adoentar, pois Wendy ficaria uma fera se descobrisse, como aconteceu nas primeiras vezes.

Depois de alguns minutos naquela posição, Junmyeon se afastou de Sehun, empurrando-o levemente com as mãos. Secou o rosto, estava vermelho. Ajeitou os óculos no rosto, que estavam há muito tempo guardados em seu suéter. Sehun o observou preocupado, colocou as mãos no bolso com certa timidez. Olhou para baixo, para o lado, tentando desviar seu olhar do de Junmyeon, que estava encarando seu rosto.

- Vai para casa, Jun - aconselhou Sehun.

Junmyeon balançou a cabeça negativamente.

Não tinha ideia do que faria dali em diante. Tirou o celular do bolso e olhou para os seus contatos, sentindo uma onda de sentimentos inundarem seu peito novamente, além de uma vontade súbita de fazer sua mãe e Wendy sentirem mais da agonia que ele estava aguentando por perder seu irmão. Aquilo não saía de sua cabeça: nunca mais iria vê-lo.

Ligou para sua mãe, precisava liberar um pouco mais de sua revolta. Sehun apenas observou a cena.

- Oi, Jun. Você está com Wendy? Ela estava te procurando. Vocês já se encontraram? Já decidiram a nova data do casamento?

- Não.

- Ah, e por que está telefonando agora? Procure por Wendy, estou ocupada.

- Mãe, por que as coisas tiveram que ser assim? - perguntou chateado.

- Como assim? O que aconteceu? Vocês brigaram? - Ela parecia preocupada.

- Por que a senhora mentiu para mim?

- O quê? - ela gritou. - Junmyeon, o que está acontecendo?

Ele suspirou e olhou para Sehun, que engoliu em seco e desviou o olhar.

- Por que você deixou a Wendy machucar o meu irmão? - indagou com mais firmeza, alterando-se pela reação da mãe.

- Calma, Jun - Sehun disse baixinho, segurando em seu ombro.

- Quem tá aí com você? Eu conheço essa voz! Por que você está com esse homem? Junmyeon, já te falei! - ela berrava.

- Só me responde uma coisa, mãe: o que você fez com a carta que Dongkyu escreveu para mim?

- Quem inventou para você essa história de carta? Eu não recebi nada seu. Eu recebi uma carta para mim, mas nada para você. Dongkyu escreveu a mim uma carta e é melhor não te dizer o que estava escrito nela.

- O que tinha escrito? O que ele escreveu? - gritou enraivado.

- Ele se sentia pressionado por você, Junmyeon. Sehun foi a pessoa que mais prejudicou a nossa família! Ele mentiu para você, fez você desconfiar de nós e ir estressar Dongkyu. Se você não tivesse sido enganado por ele, tudo estaria bem...

- Não, não estaria!

- Sai de perto dele agora! Onde vocês estão? Eu vou te buscar!

- Não! Não! Não!

Sehun segurou nos ombros de Junmyeon com força, fazendo-o olhar para si, um claro sinal de que Junmyeon precisava se acalmar novamente. Ele controlou a respiração e fechou os olhos, voltando a prestar atenção na ligação, já que sua mãe ainda gritava perguntando onde ele estava e porque estava agindo daquela forma.

- Junmyeon!

- Mãe, a senhora sempre teve medo da solidão e eu sempre te prometi que estaria contigo até o fim, mas eu não posso te perdoar. Eu não consigo.

A essa altura seus olhos ardiam e derramavam um pouco mais do líquido que manteve acumulado dentro de si por muito tempo.

- Jun, o que é isso? Junmyeon...

- Você acaba de perder mais um filho, dona Euni.

Houve um silêncio na linha e Junmyeon preferiu não ouvir uma resposta chorosa de sua mãe, desligando a ligação e bloqueando aquele contato. Passou a manga do suéter nos olhos, olhando para o chão, sendo encarado por Sehun, que estava espantado.

- Ela acabou de perder mais um filho? O que você vai fazer? - Sehun perguntou.

- Eu... não sei. - Encolheu os ombros.

- Você foi muito duro com ela.

Junmyeon balançou a cabeça e meteu a mão no bolso, tirando duas folhas amassadas e entregando a Sehun.

- Só quis fazer ela sentir a dor de perder uma segunda pessoa, como um dia eu fiz com você - falou manso e deu dois tapinhas no peito de Sehun.

- Mas ela é a sua mãe.

- Ela não agiu como uma verdadeira mãe.

O celular tocou mais uma vez. Junmyeon recusou quando viu que era uma ligação de Wendy. Sehun olhou para os papéis que recebeu, continha um longo texto. Junmyeon se virou para ir embora, já estava decidido do que faria a partir dali, mas logo se voltou para Sehun.

- Me promete uma coisa? - perguntou da calçada.

Sehun concordou com a cabeça, hesitante.

- Leia e me encontre, por favor.

E pegou o caminho para casa, sem mais explicações.

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