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Covert Truths

Como ninguém lê, eu felizmente atualizo o dia que eu quero sem pressão externa, boa noite 👐🏼

E se alguém lê, desculpa 🙏

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Sehun não esboçou surpresa ao se deparar com o rosto do namorado através do olho mágico. Ou ex-namorado. Mas eles nem haviam terminado o relacionamento, então tecnicamente ainda eram namorados. Ou talvez não fossem mesmo.

A droga do domingo entediante fez com que Junmyeon lesse mais cartas. Lembrou-se do acontecimento de quase uma semana, a cena de violência contra Sehun não saía de sua cabeça há dias.

Junmyeon não se importava com Sehun, mas o trecho de uma carta recente que estava anexada a uma foto o intrigou.

"Você se lembra do dia que me fez comprar um celular? Não. Pois bem, tiramos esta foto e resolvi imprimir ela. O celular se destruiu no acidente e eu perdi a foto do aparelho, mas achei a impressão na minha gaveta de cuecas. É uma foto legal, né?"


Era por isso que, naquela tarde fria de domingo, estava apertando a campainha do endereço que estava escrito na carta, esperando que aquela fosse a casa de Oh Sehun.

Acertou em cheio, mas não era como se Sehun fosse atendê-lo com boa vontade e sorriso feliz. Estava de saco cheio dos problemas que o relacionamento com Junmyeon o causou, não o namorado em si, e sim sua família e pessoas próximas. Era uma merda ser perseguido e ameaçado por uma mulher de 1,57 de altura que se gabava só por estar noiva de Kim Junmyeon, ainda ser acusado de mil e uma coisas por ela, mesmo tentando se manter o mais longe possível de encrencas e de pessoas que com certeza o meteriam em problemas. Só não conseguia se afastar do namorado — ou ex.

Encostou a cabeça na porta, sentindo uma dor fantasma irritantemente forte o atingir, tendo que se apoiar na madeira para que não desabasse no chão. Estava começando a odiar a presença de Kim Junmyeon.

— Vai embora! — Sehun ordenou.

Não satisfeito, Junmyeon disse: 

— Você só tem uma foto comigo? É assim que quer que eu acredite que já fomos namorados, Oh Sehun?

A porta foi aberta por um cara sem camisa e de calça jeans bem folgada, barba por fazer, cabelos bagunçados e expressão indiferente. Junmyeon sabia que, por dentro, Sehun estava nervoso.

— O que você disse? — perguntou Sehun.

— Você mentiu nas cartas?

— Não.

— Então me deixe entrar.

Junmyeon esperou que dessa vez desse certo e conseguisse ter sua passagem para entrar liberada, mas Sehun não se moveu. Ao invés disso, perguntou:

— Onde você quer chegar?

Junmyeon suspirou.

— Agora? Só tô a fim de entrar e ouvir você me oferecer um café enquanto me conta a nossa história.

Foi assim que, depois de uns segundos sendo encarado por Sehun, conseguiu passe àquela pequena casa que mais parecia um museu, cheia de objetos antigos, porém limpos, enfeitando as prateleiras e paredes. 

Só não teve o café que esperava. Foi recepcionado com refrigerante numa caneca de porcelana. 

O cheiro do ambiente era agradável, parecia familiar, uma gostosa sensação de bem-estar o envolveu.

— Fala aí — Sehun disse.

Sentado no sofá da sala, que era embutida com o quarto, Junmyeon curvou-se e apoiou os cotovelos nas coxas, segurando a caneca e dando um gole, olhando fixamente para Sehun.

— Você quem tem que dizer o que é isso.

Tirou a foto do bolso e jogou para frente. Caiu aos pés de Sehun. Ele, que estava sentado na cadeira de balanço, pegou a polaroid e deu uma rápida olhada.

— É uma fotografia nossa, não tá claro?

— E quando foi que tiramos isso?

— No nosso aniversário de dois anos de namoro.

Junmyeon desviou o olhar, mordendo o canto da boca.

— Então você não tá mentindo?

Ele amassou a foto com a mão e jogou na caneca de refrigerante de Junmyeon, visivelmente irritado.

— Eu nunca mentiria para você! — falou alto.

Estava difícil acreditar em Sehun. 

Junmyeon olhou para a fotografia amassada sendo encharcada pelo refrigerante, pensando se aquilo não era uma montagem, pois a qualidade era horrível. Na foto, eles se beijavam. Não queria pensar que havia gostado de um homem, parecia muito errado.

Foi ensinado desde cedo pela mãe que era pecado se relacionar romanticamente com pessoas do mesmo sexo, então quando ele poderia ter mudado seu conceito do certo e do errado? Quando conheceu Sehun? Antes? Mas há quanto tempo eles se conheciam?

Junmyeon olhou ao redor, analisando cada canto do aposento. Era uma casa de arquitetura estranha. Uma escada levava a um segundo andar que Junmyeon pensava ser a cozinha, ainda mais por aquele primeiro andar possuir apenas uma mini geladeira. A decoração eram miniaturas de barcos e instrumentos musicais e pinturas de paisagens. Nenhum sinal de televisão, só um rádio pequeno no criado-mudo. Tinham várias molduras pela parede e em cima da estante, algumas fotos de péssima qualidade de Sehun mais novo carregando medalhas no pescoço ou abraçado a uma senhora, que Junmyeon deduziu ser sua avó. Também tinha algumas fotos apenas dela, visivelmente mais jovem. Ele aparecia em apenas quatro molduras, o restante das fotos continham sua avó. Uma das fotos também tinha Junmyeon abraçado a Sehun, mas resolveu ignorar aquilo e o bolo que se formou em sua garganta, engolindo em seco.

Sehun falava bastante de sua avó nas cartas, tanto que Junmyeon até mesmo simpatizava com ela, mesmo sem nem saber quem poderia ser a velha senhora que Sehun tanto amava e respeitava. Parecia ser muito apegado a ela. Também contava sua relação complicada com seus parentes. Algumas cartas eram como um desabafo, mas a maioria eram declarações de amor.

— Aquela é a sua avó? — Junmyeon perguntou e apontou para uma das fotos.

O outro homem olhou em direção à moldura que ele apontava.

— Sim.

— Ela era muito bonita.

— Eu sei. Quando ela morreu, eu peguei as coisas dela e trouxe para cá. Queria poder sentir a presença dela, não queria me sentir sozinho, mas acho que ela preferiu ir pro céu do que ficar me fazendo companhia — suspirou triste.

E então um breve silêncio.

Sehun se cansou do silêncio e se levantou. Saiu da sala e foi para o quarto, tirou os chinelos e se deitou na cama, observado por Junmyeon, já que não havia paredes separando a sala e o quarto, apenas um tecido quase transparente.

— É assim que você trata suas visitas? 

Não respondeu. Ligou o rádio com o CD de músicas que Junmyeon o presenteou no seu primeiro aniversário de namoro. Chamber Of Reflection começou a tocar. Sehun enrolou a capa do CD em uma toalha e jogou em Junmyeon. Ela bateu em sua cabeça e caiu no chão. Xingou Sehun mentalmente e desenrolou a toalha, pegando a capa e lendo um bilhete que estava colado no plástico.

"A minha playlist é péssima, mas eu gostaria de compartilhar com você. Sei que você ouve músicas no rádio na hora de dormir. Do seu amor: Kim Junmyeon."


— Quer dizer que eu escrevi isso?

— É a sua letra. Acha que são só fotos que provam fatos?

Silêncio.

Não que Sehun não parecesse convincente em suas palavras, mas Junmyeon acreditava nas falas de sua mãe sobre quem era ele, mesmo que nem o conhecesse de verdade.

Sua mãe teria mesmo coragem de mentir para si? Principalmente num momento difícil como aquele que ele enfrentava por não ter memória?

The Look começou a tocar, o que chamou a atenção de ambos.

— Metronomy? — Junmyeon falou, levantando-se e aproximando-se da cama, encostando-se à parede do quarto.

— Era a nossa preferida. Todas as vezes você ligava a música no celular e a gente corria pela grama do Firmind. Também fazíamos piquenique no campinho. Era nosso parque preferido, porque poucas pessoas iam lá. Ele foi destruído no mês retrasado.

Olhou para Sehun, confuso.

— Por que a gente corria? Qual o sentido disso? Que idiotice...

— Em círculos. É a música. A gente não pensava, só sentia que devia correr. Era divertido — sorriu, com um brilho no olhar.

O brilho do acúmulo de lágrimas. Mas logo esfregou os olhos, eliminando os resquícios de sua angústia.

Junmyeon deslizou as costas na parede até que se sentasse no chão. Sehun olhava para a janela, sua mente gritava para que mandasse sua visita ir embora.

— No que você trabalha? — Junmyeon perguntou.

— Reviso textos e algumas coisas da área, e também era dançarino. Foi assim que nos conhecemos; você pediu para eu te ajudar a criar um slide. Eu não entendo nada de tecnologia, mas sim de apresentações.

— Quando foi isso?

— Há quase seis anos.

— E quantos anos você tem?

— Trinta.

Junmyeon balançou a cabeça, ponderando.

— Dançarino, é? — Olhou para Sehun.

— Eu não consigo mais. Não quero tentar sem uma parte de mim.

Assentiu, observando a árvore de uma casa pela janela. Parecia um castigo ao dançarino. Perder logo a perna era irônico, um membro importante para o movimento da apresentação de arte. Incrível como nada parecia estar a favor de Sehun.

De repente, uma bola de pelos preta veio correndo em direção a Junmyeon. Subiu em seu colo, parecia muito agitado. Era um cachorro pequeno e peludo, de olhinhos brilhantes, o rabinho abanava demonstrando sua felicidade.

— Ele sentiu sua falta — Sehun disse, diante ao semblante confuso do outro. — Adotei há onze meses, você sempre saía por aí com ele. Acho que ele ficou triste por você não vir mais ficar com ele.

Junmyeon abraçou o cãozinho, sentindo o corpinho pequeno relaxar instantaneamente. Fez um carinho na nuca do animal enquanto olhava de canto a reação de Sehun na cama, que estava com um sorrisinho tranquilo, parecendo apaixonado.

— Você não deveria se sentir sozinho, você tem um cãozinho fofo. Ele é melhor que qualquer companhia — Junmyeon falou.

— Preferia que você tivesse com a gente, seríamos bem mais felizes, mas você tá com ela... As tardes de domingo passaram a ser muito mais chatas sem você.

Junmyeon balançou a cabeça em negação, reprovando a fala de Sehun. Seus olhos fitaram o cachorro e suas mãos faziam carinho na pelagem macia.

— Eu acredito na minha mãe.

A expressão de Sehun logo mudou para raivosa.

— O que ela te disse? — arriscou perguntar.

Sabia que a mãe de Junmyeon o odiava por ter "transformado" seu filho, pensou que todas as tentativas falhas de aproximação depois do acidente fossem por culpa dela, e estava meio certo.

— Que você tentou me matar — Junmyeon respondeu.

Dessa vez, não se aguentou, levantou da cama e começou a andar de um lado para o outro.

Achava injusto. Era tudo muito injusto, ainda mais quando ele nem podia se defender. A acusação foi muito séria em sua concepção, mas Junmyeon não estaria ali se realmente acreditasse na hipótese, e era isso que lhe deixava com mais raiva: pensar que Junmyeon estava o avaliando, de alguma forma o testando e que poderia acabar se dando muito mal ainda.

— Ela mentiu! Ela, aquela sua noiva desgraçada e as suas vizinhas fofoqueiras — Sehun gritou. — Você veio aqui pra quê? Quer me chamar de baitola assassino igual as suas vizinhas?

Olhou diretamente nos olhos dele, esperando uma resposta que pudesse lhe deixar ainda mais irritado. E Junmyeon nem sequer se levantou. O cachorrinho estava deitado em seu colo, começando a se agitar novamente com o estado do dono, que se encontrava em pé e com os cabelos mais bagunçados do que antes.

— Ela é a minha mãe. Não foi só uma pessoa que disse isso, foram várias.

— E a polícia? Você não ouviu o que eles disseram? FOI UMA FATALIDADE! Eu perdi a porra da minha perna, pensa mesmo que foi na tentativa de te ver morto? Eu te amava! — gritou mais alto ainda.

A alteração repentina de Sehun foi um alerta a Junmyeon: e se sua mãe estivesse certa? Sehun era louco ou tinha alguma verdade em sua fala? Estava na indecisão, já que havia tantas contradições e todas as pessoas apontavam o dedo e desmentiam Sehun apenas com palavras. Mas e as provas? Talvez estivesse esquecendo que Sehun estava tentando provar seu antigo relacionamento, ou não se importava com o que havia acontecido entre eles. Então por que ele estava ali? Junmyeon estava paralisado e pensativo, só despertou ao ouvir um rosnado vindo de seu colo. Desviou o olhar para a bola de pelos preta.

— Se me amava tanto assim, por que não tentou me reconquistar? — Junmyeon indagou, sem coragem para encará-lo.

— As cartas não foram o suficiente? Foi assim que te conquistei da primeira vez, eu te mandava cartas. Sabe as flores da sua varanda? Fui eu que te dei — Sehun gesticulava irritado.

— Não tenho flores em casa — respondeu calmamente.

— Como não? Tá de brincadeira comigo? — disse e logo se calou, pensando um pouco. — Ah, é claro! Como eu sou burro! Ela jogou fora todas as coisas que poderiam fazer você se lembrar, agora você acha que eu minto só porque todos estão contra mim. Isso é traição! Até nossos amigos me acusaram, eu sei disso. Ninguém pensou no quanto isso me machucaria. Eu não sou nada para vocês.

Sehun engoliu em seco, evitando falar palavras das quais poderia se arrepender mais tarde.

A cabeça de Junmyeon estava começando a doer pelos gritos raivosos.

— Pergunta pro seu irmão sobre mim, insista até que ele diga a verdade. Eu sei em que hospital ele tá — Sehun falou um pouco mais calmo.

— Você sabe? Por quê? O que você quer com ele?

— Eu quero que ele te diga que eu te amava, que fazia de tudo por você e nunca te faria mal, nem em um milhão de anos.

Junmyeon pensou bastante. Ali, sentado no chão, sua mente trabalhava para se lembrar de alguma coisa, e Sehun, de pé, observava o olhar de insegurança dele.

Até que a única conclusão que tirou foi que aquela história já era do passado e que não gostaria de voltar a tocar nesse assunto complicado. Quem lhe diria a verdade? Talvez todos estivessem inventando coisas inexistentes, e preferia ficar na sua a entrar em mais confusão. Já bastava todas as complicações da perda de memória, não queria se preocupar tanto com prováveis relacionamentos passados.

— Entenda a minha posição. — Junmyeon colocou o cachorro no chão e se levantou. — Esqueci uma parte da minha vida, perdi meu conhecimento da minha profissão e recebi diversas acusações sobre você ser um bandido...

— Você desiste muito fácil, você não era assim — interveio Sehun, falando rápido por estar com raiva. — Eu que era assim! Desistindo de mim por só levar em conta o que eles dizem? Voltou a ser homofóbico como quando te conheci!

— Não me interrompa! — Junmyeon gritou, olhando no fundo dos olhos de Sehun e continuando mais suavemente: — Eu não sou homofóbico, não tenho problemas com a sua sexualidade. Não lembro o que eu fazia, nem o porquê de minha aparência estar mudada, também as amizades que fiz em oito anos. Isso é estranho. Essa... Isso que você alega que tivemos. Não consigo acreditar que já namoramos. Eu não sei em quem confiar, porque todos dizem uma coisa e você... Ela é a minha mãe, ela nunca mente para mim e eu não sei se...

Calou-se. Levaram alguns segundos se encarando, agora não tinha vizinhas para atrapalhar. Seus corpos quentes estavam próximos e as respirações descompassadas eram a trilha sonora daquela situação. Olhos vidrados um no outro, tentando ler a verdade e a mentira, a insegurança e o medo de estar condenando a pessoa errada por dados infundados. Junmyeon voltou a ser aquele garoto de 20 anos que tinha medo de buscar o certo, e Sehun o lia cruamente, porém nada podia fazer pela personalidade complicada daquele Junmyeon que via em sua frente. Aquele não era o seu namorado, e sim um reflexo do menino que ele foi muitos anos atrás. 

Aquele momento era só deles, mas não levou tanto tempo assim. Quando Sehun se deu conta, Junmyeon já havia batido a porta com força. Foi deixado para trás com lágrimas frustradas escorrendo pelo rosto e um vazio no peito pela falta de um abraço de despedida. Sentia falta disso. 

Estava novamente sozinho.

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