Ela se ajeita
Numa cama pequena
Falando outra vez
Para um coração que teima
Que seus sentimentos
Não são um esquema
Mais vale a solidão
Da sua cama, seu leito,
Do que se entregar nos braços,
Deitar no peito,
De alguém que no fim da orgia,
Quando clarea o dia,
Enxerga somente os seus defeitos
Ela não é puritana,
Mas passou da fase de ser leviana
Escolheu não mais ser
De contatos serpenteados
Ou companhia para os feriados
Ela aprendeu a distinguir os subornos
A não aceitar um beijo morno
A escapar de abraços
Que no fim, só deixam destroços
Demorou,
Mas ela percebeu
Que merece muito mais
Do que o que cabe num coliseu
E que instantes de atenção
Não compensam os dias de aflição
Pessoas distantes,
Falsos amantes,
Apenas oferecem diamantes
O que não sabem
É que ela já não é a mesma de antes.