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Perguntas & Respostas - 4 de 4

P: Você lê muito mesmo né?


R: Leio. Sou melhor leitora do que escritora. Como leitora, SOU FERA RADICAL!

Hoje não tanto quanto no passado. Mas continuo lendo bastante. Só não tenho mais tempo de ficar avaliando os enredos. Quer dizer, meu tempo já era curto e agora é praticamente exíguo.

👀😂🥴

P. Qual a diferença dos editores e agentes literários brasileiros e os estrangeiros?

R. Os estrangeiros vão ler a sua mensagem, ou irão ter alguém que faça a triagem e passe para eles. Podem demorar para responder, mas eles vão deixar claro se estão ou não interessados. Aqueles que não respondem, já informaram no início da página, que NÃO respondem.

Ou seja, eles são educados ao extremo e transparentes, porque aqueles que não são (existe caco em qualquer país) acabam perdendo terreno e ficam isolados, profissionalmente.

Picareta tem em qualquer lugar, mas há um controle maior para que os autores não corram tantos riscos. Há credenciais que devem ser apresentadas, equivalentes às associações e conselhos de profissão.

É difícil que te enganem com meias verdades. Porque se você denunciar, a reputação deles fica comprometida. Os picaretas não têm referências a apresentar. Você logo percebe as agências que têm e as que não têm.

Por isso os agentes estrangeiros são super cuidadosos e organizados na recepção dos manuscritos; eles informam tudo o que é preciso informar. As agências ficam sempre listadas em rankings de atendimento por parte dos escritores que as procuram. Os picaretas têm sinalizações negativas. Os próprios autores se ajudam e trocam orientações.

Se os editores e os agentes disserem que respondem, pode levar seis meses, um ano, mas respondem. Mesmo que seja para dizer não. Alguns poucos vão além e orientam rapidamente o que você pode fazer para melhorar o seu trabalho, se sentirem que tem potencial. Eles não cobram antecipadamente para fazer nada disso.

Mas atenção: eles dão prioridade para autores de seu próprio país. Se você quiser tentar, tem que ser muito bom na língua deles e considerar o tipo de enredo que procuram.

Não pense que um curso Wallita de inglês ou espanhol vai fazer você se dar bem, porque lá fora, a maioria dos escritores bem sucedidos estuda escrita pra caramba! Se você aparecer com uma Lady Yorki ou Lorde Peterland, lascou-se.

Você tem que seguir os critérios de envio, a risca. Do contrário, não tem jogo. Se eles disserem que a sinopse tem que ter 15 linhas, não é 14, 16 ou 17. Se eles pedirem uma logline, não é um parágrafo. Se eles disserem que o espaçamento é 1,5... Não pode ser 2 ou simples... E se eles disserem que no subject vai o título do livro, vai o título e ponto.

Muitos autores preferem traduzir sua obra e tentar vender no exterior. Ouvi falar de alguns casos de autores brasileiros que se consagraram lá fora, depois de serem plenamente desprezados aqui, no Brasil. Então, se você domina uma segunda língua como os nativos, está esperando o quê?

Do inglês, francês, ao alemão, italiano, ou espanhol, acho que vale a pena dar uma verificada. Existem enrolões lá fora como existem no Brasil, mas se você der um passeio pelos sites de informações entre autores, agências e editoras, vai encontrar algo similar a um Reclame Aqui literário. E a primeira coisa que denunciam é a cobrança de valores antecipados.

Isso pode ter mudado do meu tempo para cá, mas acho que não.

Publiquei a Muralha em inglês na Amazon americana; e teve uma boa venda na época. Ainda há sebos americanas vinculadas a Amazon que vendem Hadrian's Wall. Só não continuei investindo, devido ao trabalho gigante de tradução e edição da série. Também enfrentei preconceito por ser brasileira. Quando ofereci o livro aos agentes, não acharam excepcional o meu inglês. Embora um deles tenha dito que ficou espantado, pois eu escrevia em inglês melhor que a média americana.

Mas a média não vale, quando você está concorrendo com os nativos. Meu inglês precisava ser como é o inglês escrito lá.

Ele, o agente, até me passou uma lista de bons editores que cobravam mais barato porque estavam em universidades. Ele não podia me sugerir um nome, porque seria antiético direcionar a minha escolha (outra diferença em relação aos profissionais brasileiros, que te empurram os seus parceiros e conhecidos).

A lista era boa. Pena que nem assim, eu consegui. Eu passava por uma situação financeira muito difícil.

Uma coisa me deixou muito orgulhosa! Saber que eu consegui reconstituir os cenários do norte e do leste americano. Minha pesquisa foi precisa sobre a educação formal, costumes universitários, clima, geografia. O agente me disse ter gostado da minha ambientação, mesmo nunca tendo pisado lá. 😊

Uma agente conceituada, agora aposentada, leu o manuscrito de Hadrian'sWall. Lembro do nome dela porque era uma das mais importantes e sérias do meio. Ela respondeu que o meu material era forte, e que se eu editasse para lapidar a tradução, conseguiria que ela ou outra agência avaliasse a sério o manuscrito.

No final, só consegui uma pequena agente em Las Vegas (pois eu não tive grana para a edição e estava sem condições de trabalhar no volume 2 e 3). Tive que fazer uma escolha. Sem contar que lá, não pega bem você começar com uma agente e largar para pegar outra depois. Daí, a primeira se aposentou, e mesmo que eu quisesse... Bem, outras agências acenaram positivamente, desde que eu resolvesse a edição para que eles pudessem dimensionar o meu livro no imaginário do consumidor americano.

A agente de Las Vegas intermediou o que foi possível; ela própria fez a edição e não me cobrou antecipadamente. Acertamos para que o lucro do livro pagasse os custos e como vendeu bem, foi o suficiente para pagar a edição dela, a capa da designer, e até alavancou um lucro em dólares. O livro também emplacou uma abertura no Goodreads.

Mas como a agente tinha suas prioridades, e as prioridades eram os clientes americanos, eu me desvinculei e continuei sozinha. Mas me desvinculei com eterna gratidão no coração. Ela realmente apostou no meu livro. Contratou uma designer de capa e deu tudo certo no final.

Considerando que meus lucros foram em sua maioria para os gastos, eu me preocupei porque não tinha mais controle do processo nem do dinheiro. Nada chegava às minhas mãos, apesar do livro estar vendendo. A agente ficou de repassar mas... Eu deixei pra lá. Foram muitos probleminhas perturbando minha rotina de escrita.

Enfim, desisti de tentar vender uma pantera no Maine. Resgatei o material e arquivei. Desisti de ser escritora. Fiquei anos sem fazer nada.

Em 2018, minha ex agente quis trazer o Caçador de Chuva para o inglês. Mas com a experiência do dinheiro e ter que mudar nomes e ambientação para o cenário americano (daria um trabalhão)... eu não quis mais.

Com o Prêmio Wattys e as motos, ela achou que os americanos iam adorar o lance das motos. Mas, de novo, eu teria muita coisa para traduzir. E sinceramente, a edição dela não era muito boa. Era básica. Quase a mesma qualidade se fosse eu que fizesse. Daí, eu teria um trabalhão para ver o livro passar pelo que A Muralha passou.

Eu estava operada (cirurgia abdominal), me matando sentada diante de um teclado, quando eu devia estar deitada, por causa dos pontos, e todo esse sacrifício foi para não ver a cor do dinheiro da venda do meu próprio livro.

Eu não queria mais saber de nada disso. Além do mais, minha ex agente teve câncer logo em seguida. Coitada, ela teve muito o que enfrentar... começaram os problemas típicos da idade avançada... Ela acabou se aposentando, como a primeira. Hoje o marido cuida dela, pois tem Alzheimer além de câncer.

Quando voltei a publicar outros livros, no Wattpad, levei essa pantera para a Terra do Fogo, mais perto do Brasil, com o cenário relativamente semelhante, para não ter que mudar muita coisa. Por isso vocês encontram nomes trocados nos volumes. É um livro tão grande, que o Word não conseguiu salvar todas as mudanças de nomes de pessoas e lugares. Mas para a edição da Amazon, consegui consertar muita coisa.

Eu mesma disponibilizei o Caçador de Chuva na Amazon internacional, em 2018. Também vendeu por lá, para a comunidade da língua portuguesa. Teve livro físico no Canadá, Inglaterra, Espanha, EUA. Alguém deve ter pedido, né? 😂 Falando sério, como a Amazon não oferece o livro físico no Brasil, sei de alguns leitores mais empolgados que importaram os livros. Na época, o dólar não era tão caro: 1 dólar equivalia a 1,80 real. Mesmo assim, pagaram o preço de um bestseller só para ter Sozinha e o Caçador na prateleira.

Fiquei tão emocionada!

Depois, comecei a entender como funcionava o lance do uso de imagens, e retirei os livros por um tempo, até que eu pudesse revisá-los.

Nas livrarias americanas associadas à Amazon ainda efetuam venda e revenda dos meus livrinhos com capa antiga. Só não sei como Sozinha em Português foi parar numa sebo da Califórnia...

Lancei os meus livros quando ainda não havia redes sociais como as conhecemos hoje. Nao havia avaliações, marketing e seguidores. Para manter isso hoje em dia, você precisa ficar ligado na Internet o tempo todo, promovendo, cuidando... Já vivemos num multiverso e só agora as pessoas estão dando nome ao fenômeno. Mas, sim, a tendência é piorar. Eu serei uma das excluídas da Matrix 🤣🤣🤣

E foi assim, resumidamente, que fui descobrindo o funcionamento da Amazon, das editoras e agências no Brasil e fora.

A Itália, por exemplo, tem pouquíssimos agentes e as editoras metem a faca nos direitos autorais dos escritores. Conheço uma autora fenomenal cujos livros ficaram "presos" sob contrato, por 10 anos, sem que ela pudesse mexer.

A América Latina tem várias boas agências, porém, é muito concorrida e a língua portuguesa não tem espaço fora da comunidade lusófona. Daí, você tem que escrever em espanhol... E escrever bem! Mas atenção! Algumas Agências da América Latina agenciam também autores em língua portuguesa. Não muitos, mas agenciam. Leia atentamente as informações disponíveis nos websites.

Grã Bretanha e EUA, mesma lógica. Requerem um livro EXCELENTE e mesmo assim, ser gringo não é vantagem. Pelo contrário. Americano quer livro com mentalidade de americano. E eles valorizam mais o produto nacional deles. O mesmo vale para os demais países do norte. Não pense que escrevendo a estória de um soldado patriota americano você vai agradar, porque um brasileiro não tem noção de como esse tipo de patriotismo funciona lá. A não ser que você viva lá e veja bem de perto. Evite temas que vão denunciar sua ignorância cultural.

E assistir os filmes de Hollywood não vai mudar esse fato. Por isso é tão dificil um autor estrangeiro que não esteve lá, ou não viveu com eles, escrever sobre eles. Daí, só tem um jeito: ser muito bom de pesquisa e de entrevista.

Quanto ao Brasil, é difícil tecer prognósticos sobre o que move as pessoas sem parecer... digamos... depreciativa. Somos tão patriotas! Usamos a bandeira até como toalha de banho...
Estranho caso...

P. Você comentou que o escritor que trilhar pelo mercado editorial acaba gastando. Mas é sempre desse jeito? Não existe saída?

R. Eu sei, parece um cenário pessimista. Mas eu prefiro pensar que é apenas um caminho mais trabalhoso. Tão trabalhoso que eu optei em não continuar trilhando. Deixei pra lá.

Se você se propõe a um objetivo, tem que estar ciente do que vai enfrentar (e enfrentar com uma dose saudável de realidade).

Por isso, posso dizer, de cadeira, que a chance de o mercado editorial não lhe arrancar dinheiro, é mínima. De um jeito ou de outro, se trilhar o caminho da escrita profissional pelas portas das editoras tradicionais, ou editoras prestadoras de serviços, você gasta. Não gastar depende de uma sorte medonha, como ganhar na Mega-sena.

Você gasta para participar de concursos para publicar seu livro (a famosa taxa de inscrição que a maioria cobra).

Você gasta turbinando suas redes sociais.

Você gasta com coisas previstas e imprevistas.

Até para presentear os blogueiros com o seu livro, para que leiam e falem a respeito. Tem o lance dos mimos que alguns querem, como marcadores, chaveiros, e sabe-se lá mais o quê... 🙃🙃🙃🙃

Você paga pelos cursos e eventos para se aproximar das editoras.

E se tentar falar diretamente com elas...

Digamos que você tivesse a sorte de enviar uma boa carta de apresentação e uma editora tivesse alguém lá que lesse o seu e-mail... Vai ser uma sorte DANADA...

Mas, na melhor das hipóteses, você teria que pagar uma consulta com um editor ou um agente literário. Atualmente, essa avaliação de uma ou duas horas, não sai por menos de 500 reais. Um tiro no escuro, porque depois da consulta, é muito provável que o profissional consultado apresente mais alguma coisa que você tenha que gastar para realizar o seu sonho.

É mais ou menos assim: Você tem um carro que gosta muito e deseja fazer uma viagem com ele, mas não sabe se aguenta um longo percurso. Você imagina, conhecendo-o muito bem, que precisa trocar o óleo, os pneus gastos, colocar água no carburador e regular o motor...
Mas qual a sua surpresa ao consultar o mecânico e descobrir que a pastilha do freio também precisa ser trocada. Ah, mas lá pelas tantas, o mecânico decidiu que a embreagem não está boa... E um custo que você calculou ficar em 500 reais, rapidamente sobe para 2.000 reais.

Entende o que eu quero dizer? O seu gasto não vai parar na consulta com o agente literário ou com o editor.

Uma escritora reconhecidissima no exterior me assegurou e depois eu comprovei: nos EUA, essa prática é considerada imoral e ilegal... Os escritores são desaconselhados a fazer negócio com agentes que cobram antecipadamente.

No Brasil, cobrar antecipadamente para avaliar livros é uma prática tão recorrente que todo mundo trata como se fosse correto. Como se todo mundo tivesse que se sujeitar.

Eu me recuso a pagar por um serviço que é obrigação do agente literário: ou seja, identificar obras com potencial de vendas e tentar vendê-las para as editoras, faz parte do trabalho deles. Da venda sai o lucro. Mas os agentes de hoje querem lucrar duas vezes, antes e depois. É como um vendedor de carros que cobra de você para ver o carro, antes de você decidir comprar; e ainda leva a comissão da venda depois do negócio fechado. O vendedor não pode fazer isso. Sabe que o risco faz parte do trabalho.

Eles querem se garantir, e não ter que ler os livros. Teve uma agente que comentou numa live que seria um absurdo ela ler todos os livros que lhe enviam para avaliação. No meu entender, ela tem que ler pelo menos os que chamam a atenção. Parece-me óbvio que não tem como analisar sem ler.

Olha... Não é uma coisa que eu costumo fazer: falar/escrever a respeito das minhas experiências com o mercado editorial. Foram péssimas e foram várias. E não estou falando das rejeições, que são esperadas (quem tá na chuva é pra se molhar). Estou falando de tentativas de arrancar dinheiro... Enfim, escapei de algumas, cai em outras. Com o objetivo de ilustrar a resposta, vou lhes relatar apenas alguns deles.

Eu já contei que gastei com uma pequena prestadora de serviços (autointitulada editora)... Já venci um prêmio internacional e o prêmio foi a publicação por outra prestadora de serviço. Tudo que consegui das duas prestadoras, foi ter meus textos "abduzidos" até o fim do contrato. Não podia mexer neles, não podia fazer nada com eles. Foi como ficar escravizada e servindo a um senhor de engenho. Meu livro e meu conto vencedor de concurso internacional, ficaram escondidinhos em prateleiras virtuais porque as respectivas editoras prometeram mundos e fundos mas só cumpriram o básico.

E para não dizer que não gastei com uma consulta analítica, certa vez parcelei uma análise crítica de Sozinha. 771 reais parcelados em três vezes. Tive que fazer um empréstimo consignado para pagar as parcelas, pois a agência não analisa originais para negociar com editoras, se você não pagar pela leitura crítica. Uma forma mal disfarçada de cobrar antecipadamente.

Eu me sujeitei porque era a única maneira de conseguir que um agente lesse o manuscrito.

Na última parcela, a moça da agência literária me entregou uma análise cuja maior parte não passou de um resumo da minha própria obra. Eu paguei 771 reais para obter um resumo que eu mesma poderia ter feito.

De quebra, na última página do resumo, a moça apontou problemas estranhos. Mais relacionados a estilo de escrita, no meu entender (que eu até me propunha a rever e negociar, se fosse aprovado). Ela me passou uma lista de uns poucos livros sobre escrita que todo mundo conhece. Até quem não escreve.

Na época, 771 reais era grana! Eu esperava mais orientações e mais bibliografia. Paguei por um serviço fraco. Ao final, a moça sugeriu que eu ficasse de olho nos cursos deles. Eu teria que desembolsar mais uns dois mil reais na esperança vaga de que, num futuro tão-tão distante, eles decidissem agenciar algum dos meus livros.

A atitude correta teria sido que orientasse as mudanças e se o texto tivesse chance, assumisse a possibilidade de agenciar com as devidas correções. Ou que fosse direta e dissesse que o texto não tinha chance alguma.

Ao contrário, galera! Ela mesma reconheceu que minha narrativa era boa, prendia a atenção do leitor, que o enredo conta com boas reviravoltas e personagens cativantes. 😳 Mas tinha problemas... e que por causa desses problemas nebulosos, não valia a pena tentar vendê-lo às editoras. Desconfio de que não quis me agenciar porque eu sou uma escritora sem recursos e sem redes sociais. (E rolou muito preconceito também na atitude, já que sou uma mulher mais velha e não uma garota toda cocotinha. Não faço o tipo tchutchuquinha).

Eu percebi uma certa frieza quando insisti em tentar o modo tradicional (sem cobrança). Era como se dissessem: "Olha a ousadia dessa Maria do Bairro". E depois piorou, quando pedi para parcelar em três vezes, ao invés de duas, porque em tempos de Covid, eu ainda tinha as custas dos remédios de câncer da minha mãe. A agente que eu estava pleiteando nem quis saber. Daí me mandaram essa moça, que aceitou o parcelamento em três vezes.

A equipe da agência, desde o princípio, não pretendia considerar o livro para agenciar. E isso ficou óbvio pela maneira como foi tecida a argumentação da recusa.

Além da incoerência da crítica (dizendo uma coisa, depois dizendo outra diferente), a cada problema destacado na análise, a moça demonstrava algum tipo de ignorância literária. Como, por exemplo, não conhecer obras referenciais da ficção científica. E Sozinha tinha como referência direta: Eu Sou a Lenda. Digo isso porque ela disse estar esperando que a personagem Clara vivesse e permanecesse sozinha até o final do livro. Disse que a estória deveria seguir o título ao pé da letra. Não entendeu que o título era só um chamariz e um item de mistério (será que Clara está sozinha mesmo? Essa era a grande pergunta por trás de tudo, em parte, como no caso do livro de Richard Matheson).

Depois, disse que a ação do livro, os trechos finais, em que eles atravessam o país numa corrida alucinada, era a parte mais arrastada da estória. Ué!?? Não deveria ser o contrário? O começo cheio de pensamentos, indecisões e flashbacks...? Essa parte era menos arrastada que a parte da ação? Incoerente.

A parte final é uma corrida alucinada (creio que alucinada já diz tudo, eles sofrem uma ação atrás da outra).

Não entendi. Para mim, tudo soou como uma desculpa furada para rejeitar o livro.

Ah, ela não classificou o livro como terror jovem adulto/Young Adult, mas como terror para adultos. E por último, a cereja do bolo. A moça disse que não tinha cabimento Jonas trocar de carro, quando poderia tão-somente ter trocado os pneus do carro. 😳 Além de analista crítica, a moça era mecânica automotiva e eu não sabia!

Acontece que a ponte estava entulhada de veículos abandonados, enferrujados e destruídos. Jonas não tinha como atravessar, atropelando os entulhos para passar com o Mustang. Sem contar que os mantimentos e os doggies não caberiam no Mustang. Ele precisava de outro carro do outro lado da ponte. De preferência, uma resistente e robusta caminhonete. Será que a profissional crítica pulou páginas e "perdeu" o cenário do livro?

771 reais por esse tipo de análise?

Diálogos supérfluos poderiam ser retirados, disse-me a moça econômica... já não tinha muita conversa... Depois, como mostra a foto acima, ela disse que os diálogos estão bem estruturados... Mas, legal! Finalmente, especificou algo com que eu pudesse trabalhar, que precisava rever, mas... Quais diálogos? Nunca vou saber... Ela não deu um único exemplo, pra eu ter uma ideia...

"O livro tem problemas mínimos" segundo a moça. E "é um livro com boa narrativa e ritmo, que prende o leitor".

Se prende o leitor, por que não  ela o rejeitou? Porque já tinha ordem para rejeitar e não  sabia como colocar de um jeito crivel.

Agora pergunta pra mim: Qual foi a minha reação quando recebi uma análise que diz uma coisa (seu livro é bom) e no final diz outra (está com problemas demais e não vamos te agenciar)?

Simplesmente, agradeci o tempo dela. Afinal, esse desfecho era esperado e previsível. Como eu disse, quem está na chuva... é para se molhar.

A moça se pôs à disposição para tirar minhas dúvidas. Foi muito educada. Mas eu não quis tirar dúvida alguma. Não quis mais nada com aquela agência.

Depois do resultado que recebi, e de outras experiências com agentes que arrotam camarão, depois de comerem feijão (ou seja, com conhecimentos ambíguos e mal interpretados sobre mercado e história do livro no mundo), eu disse pra mim mesma: Agências Literárias Brasileiras nunca mais.

Ou com qualquer outra... Eu já tinha tomado um porre delas. Sei que estão, sim, trabalhando a todo vapor, mas a "agenda" é focada no clubinho. Só entra com convite 🤫😜 você tem que pagar e frequentar os cursos, tem que ser uma fina flor cocotinha, e mostrar que tem um quintal com árvores que dão dinheiro.

O episódio dessa minha primeira e única experiência com uma análise de leitura crítica ocorreu há alguns anos... Hoje em dia, a tal análise crítica deve estar custando entre 1000 e 2000 reais.

Sugiro que, se quiser uma análise mais em conta, não procure uma agência literária. Procure os cursos de Letras e Jornalismo das universidades federais e tente verificar se oferecem esses serviços. Como os estudantes estão em fase de aprendizagem, talvez, você consiga até de graça. Talvez. Mas se cobrarem a mesma coisa que um profissional de mercado, então, também não vale a pena. Pesquise!

Outros exemplos, agora com editoras........ Há editoras que me disseram que meu livro O Caçador de Chuva é aceitável para entrar no catálogo junto de autores renomados. Mas, porém, todavia, contudo... desde que eu esteja disposta a desembolsar (na época)... digamos, uma bagatela de 15.900 reais.

😞

Sim, eu tenho árvore de dinheiro no meu quintal 🤣🤣🤣🤣🤣

A pessoa foi super gentil. Essa foi a editora que eu mais lamentei não ter conseguido trabalhar por falta de grana. A editora é uma gigante e muito respeitável.

Só para constar, fui aprovada por mais de dez editoras de porte médio a grande, conceituadas entre outras (não convém mencionar nomes por causa da lei de sigilo de informações).

Eu poderia ter os meus livros bem distribuídos desde que pagasse valores que variam entre 3.750 até 15.900. E foi o que vários autores brasileiros de sucesso tiveram que fazer no começo (aqueles que já mencionei em capítulos anteriores).

Foram estes os meus livros aprovados por estas editoras:

Sozinha! (Pois é, a moça da agência recusou, mas teve editora que aprovou e não viu nenhum daqueles problemas, desde que eu pagasse, claro).
Caçador de Chuva
Silêncio no Vale
Uma Casa na Praia
A Muralha

🙈🙉🙊

Então, sim, existe um sistema que não dá muitas oportunidades para a criatividade literária, a não ser que a criatividade venha acompanhada de recursos financeiros e amizades no meio  editorial.

Mas, como a história nos conta, grandes autores surgiram de meios desfavoráveis, simplesmente porque tinham grandes estórias para contar. As minhas estórias não chegam a ser extraordinárias. São muito boas, mas não extraordinárias. Teriam que ser extraordinárias para furar o cerco do QI (Quem indica).

Além de tudo, os autores que vencem são aqueles que valorizam o trabalho árduo de lapidar o texto. São incansáveis e insistentes, dotados de senso crítico sobre as qualidades e defeitos da própria obra. Eu sou dotada de senso crítico, mas hoje não estou mais interessada em correr atrás de ninguém.

Respondendo à pergunta (finalmente!): o caminho é você quem faz; depende da sua persistência, da qualidade do seu texto e do potencial que tem de alcançar o grande público (Momentum, Zeitgeist, Timing).

Pense na qualidade do seu texto, primeiro, certo? Porque quanto ao resto, vai depender de o seu nome estar na lista de Deus para fazer sucesso.

No final das contas, o sucesso é efêmero. O texto é que é eterno. Você pode realizar seu sonho sem ser achatado pelo mercado editorial. Hoje temos apps de leitura de fácil manejo, gratuitos, que dão visibilidade ao seu livro. A startup (app) uiclap publica o livro físico sob demanda, vem preencher um espaço que a Amazon não oferece. Conheça! Estude! Escolha!

Seja esperto e haja com a cabeça.

Acima de tudo, prepare o seu coração porque o mercado do livro como se constitui hoje, não está nada justo...

A maior prova do que eu digo, reside na lista de obras fantásticas que já foram rejeitadas pelos profissionais do mercado editorial. A começar por "A resposta", que deu origem ao filme "Histórias Cruzadas". O livro foi rejeitado 60 vezes.

Fora os atuais bestsellers e clássicos modernos que os editores torceram o nariz várias vezes, ou jogaram na lata de lixo. Isso, até que seus autores finalmente conseguissem dar o pulo do gato. Triste que alguns sucessos só acontecem depois que o autor morre ou só acontecem porque o autor morre. As vezes, o autor nem imaginava que alguém iria tentar vender seus textos particulares depois da sua morte.

Espia a lista dos livros rejeitados:

1 - O Diário de Anne Frank

2 - Crepúsculo - Stephenie Meyer

3 - Harry Potter e a pedra filosofal - J. K. Rowling

4 - Dubliners - James Joyce

5 - Catch-22 - Joseph Hellen

6 - Carrie, A Estranha - Stephen King

7 - E o Vento Levou - Margareth Mitchell

8 - Zen, e a arte da manutenção de Motocicletas - Robert M. Pirsig

9 - O Diário da Princesa - Meg Cabot

10 - Santuário - William Falkner

11 - A Revolução dos Bichos - George Orwell

12 - Tempo de Matar - John Grisham

13 - O Senhor das Moscas - William Golding

14 - O Espião que Saiu do Frio - John Le Carré

15 - Duna - Frank Herbert

Fonte da informação: http://www.revistaconexaoliteratura.com.br/2020/03/livros-que-foram-rejeitados-pelas.html?m=1

Carrie, A Estranha, teria sido rejeitado 38 vezes. Dá uma olhada aqui, como os editores humilharam esses escritores com comentários que ultrapassaram os limites da falta de sensibilidade e de respeito.

https://blog.uiclap.com/9-autores-famosos-que-foram-recusados-por-editoras/

😶😶

Fizeram um teste no Brasil para verificar como os profissionais realmente avaliam as obras e enviaram as páginas de um clássico de Machado de Assis. Não só os editores e agentes não reconheceram a obra (revelando o pouco conhecimento literário), como rejeitaram a obra de Machado de Assis 😱🤣 Com certeza, os tempos atuais não são o momentum, nem o Zeitgeist dele.

Esse teste provavelmente foi inspirado em outro teste, feito na Inglaterra. Segue um trecho da matéria e a fonte para você ler depois, na íntegra:

O jornal britânico Sunday Times, em 2006, resolveu fazer um teste e uma pegadinha com editoras e agentes literários para verificar como avaliavam os originais de autores estreantes.

No entanto, em vez de mandar para análise um trabalho de uma figura anônima, decidiram enviar os capítulos iniciais de escritores prestigiados que haviam vencido o tradicional Book Prize, referência no mundo literário na terra da rainha nos anos 1970.

Eram eles: Stanley Middleton, e o ganhador do Nobel, V. S. Naipaul.

Apenas uma, das 21 respostas, foi favorável.

Fonte do texto: https://cartolacultural.wordpress.com/2018/07/13/grandes-escritores-que-foram-rejeitados-por-editoras/

Pode acreditar que existem muitos livros que foram desqualificados pelos metidos a sabe-tudo do mercado editorial. E se o seu está numa situação como esta, pense que depende da sua persistência, se é isso mesmo que você quer.

Lembre-se: Você não precisa deles para publicar, hoje em dia.

Mas se quiser mesmo assim, tem que saber que não existe objetividade na avaliação deles. Alguns tentam fazer um trabalho sério, mas muitos são escritores frustrados que vão ler o seu trabalho com certa dose de inveja e/ou cinismo (o desejo frustrado os faz encontrar alguma satisfação em se tornar juizes do trabalho alheio e desfrutar da posição de poder com requintes de crueldade).

Por isso, tente você mesmo avaliar com objetividade a sua obra e (concluindo que vale a pena), arme-se de paciência, coragem e se torne insensível à ignorância de muitos profissionais do mercado que só entendem o que querem entender. O seu caminho vai cruzar com pessoas pequenas de espírito e com pessoas grandes de espírito. Quanto às pequenas, grosseiras e insensíveis, ignore o que não presta. Elas não merecem um minuto extra dos seus pensamentos. Em algum momento, vai aparecer uma pessoa que irá dizer a palavra certa, ou indicar o caminho certo.

Escute e aprenda tanto com as pessoas pequenas, quanto com as grandes, mas decida você mesmo o que é importante para seguir em frente. Melhore/aprimore o seu trabalho sempre e fique atento às oportunidades. Esta é a única receita possível para um caminho de sucesso.

O resto é com Deus.

😎🤠😋😎🤠😋

NÃO HAVENDO MAIS PERGUNTAS, ENCERRO POR AQUI, DESEJO VOTOS DE SUCESSO AOS AUTORES INICIANTES E COMPROMETIDOS!

Qualquer erro de digitação, ausência de vogais ou palavras estranhas culpem o teclado minúsculo do celular e o corretor automático mais rebelde que a dona. 😁

That's all folks!
Isso é tudo pessoal!

🤩🥳🎂

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