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PARTE 2 | Uma palavrinha sobre narrativa, romance, e a malha textual

Eis um fio de lã, de um grande novelo a seguir e desenrolar... Na tentativa de elucidarmos, trouxe alguns conceitos.

Vamos aos recortes: narrativa, romance, ficção e gênero literário.

Em primeiro lugar, a narrativa:

Vem de narrar; contar uma história por meio da prosa. A narrativa geralmente é marcada pela figura de um narrador.

:Os principais tipos de textos narrativos: Novela, Conto, Romance, Crônica, Fábula, Apólogo, Lenda, Parábola.

Para resumir: parábola, fábula e apólogo envolvem lições de vida; são narrativas curtas e têm uma narração, embora não necessariamente contem com a figura do narrador; possuem figuras humanas e não humanas.

Mas...

Apólogo se vale de objetos inanimados ou partes do corpo para abordar questões humanas e conceitos morais. Tem uma orientação crítica.

Exemplo: Quando eu era pequena, li um livrinho curto sobre um sapatinho velho que foi jogado no lixo depois de servir tanto tempo os seus donos.

Quais questões humanas você acha que o livrinho estava abordando? O fato de um trabalhador ser jogado fora depois que se aposenta ou perde a serventia? O fato de ele não ter perdido o bom humor, mesmo tendo sido jogado fora? Existem muitas questões que podem ser depreendidas.

Observação: Não confundir Apólogo com Apologia.

A apologia reconta o passado de modo que o protagonista dos eventos tem suas ações supervalorizadas. Textos apologéticos eram coisa recorrente na Antiguidade. Escribas e assessores reais costumavam reescrever a trajetória de seus reis, como parte de uma campanha publicitária e política. "Biógrafos" reais costumavam ocultar os lances inconvenientes e enaltecer as qualidades de seus grandes líderes. Pegavam a façanha de outros lideres e atribuíam aos patrões.

Temos como exemplo a controvérsia sobre quem realmente matou Golias. Se El-hana ou se Davi.

Naturalmente, uma apologia precisa ser provada, para se configurar como tal.

Retomando os textos curtos: A fábula é absoluta em seu sucesso por ser conhecida das crianças. Envolve fantasia, animais e objetos mágicos e reinos encantados. Filmes como Shrek, contos como Branca de Neve, poderiam ser fábulas se fossem CURTOS. Todo escritor confunde um filme como "A Bela Adormecida" com fábula. E seria... se fosse curta.

Já as Parábolas são muito conhecidas pelos ensinamentos morais e éticos. Jesus se valia delas para orientar seus seguidores, mostrando a boa nova. Eram parábolas de narração oral.

Exemplo? Bem, eu tentei o formato com "As obras de cada um".

Lendas: geralmente oriundas da tradição oral, envolvem ficção, personagens e um cenário possivelmente real. O autor de uma lenda acaba sendo indefinido, desconhecido ou genérico. É como estória nebulosa, sem começo certo. As pessoas não sabem de onde veio

💬💬💬

O texto narrativo tem por objetivo contar sobre um evento. Como objetivo secundário, serve de informação, aprendizado e entretenimento. A narrativa encontra um receptor, ou seja, a quem se destina alcançar com a trama.

O receptor, no nosso caso, é o leitor.

A narrativa se distribui por meio de diferentes gêneros literários e categorias. A tela de fundo para gêneros e categorias é o romance. Com exceção de obra biográfica, didática ou técnica, os gêneros estão todos contidos no romance.

O romance é também uma ficção. A ficção fornece cenários l através das palavras. Enfim, essa é a classificação que eu aprendi, quando era mais jovem.

O romance, portanto, assume três enfoques:

ENFOQUE (1) O Romance enquanto tela dos gêneros literários.

ENFOQUE (2) O romance enquanto formato e estrutura de narrativa.

E ENFOQUE (3) O romance enquanto produto da corrente do romantismo.

Vou explicar cada um, já que para cada enfoque, o romance assume um aspecto diferente.

ENFOQUE (1)
Os gêneros do romance, enquanto tela de fundo para uma estória. Temos:

Romance policial
Romance de suspense
Romance histórico
Romance de ficção científica
Romance de fantasia
Romance épico
Romance erótico
Romance de ação
Romance de aventura
Romance distopico
Romance apocalíptico

E assim por diante... Sendo assim, a maioria dos gêneros que você escolher é, antes de tudo, um romance.

ENFOQUE (2)
Formato/Estrutura: Romance é todo texto de narrativa longa, em prosa. Surgiu no século XVIII, substituindo a epopeia (o equivalente de narrativa longa, em verso).


Características estruturais: Todo romance conta com personagens, ação, tempo, lugar, trama, e o ponto de vista (isto é, um narrador).

Vamos verificar cada uma das características de um romance:

Ação consiste em uma série de acontecimentos que se combinam para formar o enredo da obra.

Lugar consiste em espaços físicos em que transcorre a ação.

Tempo consiste no "quando" a ação acontece, as datas dos acontecimentos, ou mesmo a duração dos fatos narrados.

Neste caso, o do elemento tempo, temos:

A) Tempo cronológico a ação respeita o tempo do relógio, a sequência de segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, décadas, séculos, milênios. Assim, o tempo transcorre com regularidade, com linearidade. As ações obedecem a um tempo linear. Fulano fez isso, depois fez aquilo.

B) Tempo psicológico é o tempo interior, íntimo. Trata-se de algo pertencente às sensações e percepções das personagens; ou seja, às suas mentes. É, portanto, o tempo mental, do pensamento, em que presente, passado e futuro se misturam conforme o enfoque da história.

Personagens: criaturas ou pessoas que realizam a ação.

Neste caso, o do elemento personagens, temos:

A) Personagem plana: comum e previsível, mas também é a personagem em primeiro plano. Nem sempre é o protagonista, mas fica em evidência.

B)Personagem esférica: complexa e imprevisível. Vem e vai com questões complicadas. Por vezes, são a solução de apoio para justificar acontecimentos na trama.

Trama: a história narrada, o enredo.

Ponto de vista: foco narrativo, a perspectiva de quem narra.
Daí, o ponto de vista se divide em diferentes "formatos" de narrador:

- Narrador personagem (em primeira pessoa): é o narrador que participa da história.

- Narrador observador (em terceira pessoa): narra apenas o que ele observa.

- Narrador onisciente ou onipresente (em terceira pessoa): possui total conhecimento dos fatos narrados e das personagens. Ele é o Deus da história porque sabe tudo e têm um propósito para tudo e para todos. Ele é quem vai fazendo as amarrações dos eventos e seus porquês. Normalmente, ele é você, o escritor.

Os romances, onde as tramas narrativas se desenrolam, podem ser:

1)Monofônico,
2)Polifônico,
3)Aberto,
4) Fechado,
5) Progressivo,
6) Analítico,
7)Psicológico.


Romance monofônico

O foco narrativo incide sobre o personagem principal, o protagonista.
Geralmente, neste caso, o narrador está em primeira pessoa. E o narrador é o personagem principal.
Exemplo: A Muralha 1;
Sozinha.

Romance polifônico

O foco narrativo está sobre várias personagens.
O narrador pode ser o personagem principal em primeira pessoa, ou pode ser em terceira pessoa, onisciente, bem como, pode ser o observador.

Exemplos de polifônico em primeira pessoa:
A Herança de Fenris;
A Muralha 2 e 3;
A Garota do Tempo.

Em terceira pessoa: Nahash;
O Nível Sete;
O Papiro;
A Guerra de O-zaion;
Mactep.

Romance fechado

O narrador fornece todas as informações e pistas, não deixa espaço (abertura) para a imaginação dos leitores
Exemplo: Muralha.

Romance aberto

Nem tudo é expresso; o narrador deixa lacunas a serem preenchidas pelos leitores.
Exemplo: Mactep.
O Caçador de Chuva.

Romance linear ou progressivo

Os acontecimentos que formam o enredo são mais importantes do que a reflexão sobre as ações das personagens.

Romance vertical ou analítico

A reflexão é mais importante. A ação auxilia na reflexão, ou secundária. O principal objetivo da obra, no contexto geral, é refletir sobre o impacto dessa ação na vida das personagens.

Romance psicológico

Está centrado no funcionamento da mente humana, nos pensamentos do narrador ou das personagens, na forma como eles entendem o mundo exterior. É caracterizado, portanto, pela análise psicológica e pela consciência pessoal dos fatos. Assim, ao contrário do romance vertical e analítico, ele não está condicionado à ação, pois a reflexão, a análise está voltada para o mundo íntimo, os sentimentos e memórias do narrador ou dos personagens.

Eu diria que meus romances são uma mistura dos cinco formatos: fechados, abertos, progressivos, analíticos e psicológicos. Eu misturo um pouco de tudo, para não ficar chato para mim ou para os leitores.

ENFOQUE (3) Romance enquanto corrente literária.

Neste caso, o Romantismo é o nome que se dá ao movimento literário do final do século XVIII até a metade do século XIX. Romântico refere-se à qualidade ou adjetivo relativo ao Romantismo.

Romantismo e romance não são a mesma coisa.

Origem da palavra romance:

Existem algumas hipóteses: A expressão original parece ter surgido na Era Medieval. "Romanço" que servia para definir as línguas derivadas do latim romano. Também designava escritas em latim popular, que preservavam o folclore. Essa histórias eram repletas de criaturas mágicas, aventuras e magia. "Romans" que pode ter surgido de "Romanicus" diz respeito, ao que parece, ao mesmo progresso medieval do latim acima mencionado. A partir do Século 18, surge a palavra romance como significado para o gênero literário que conhecemos atualmente.

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RESUMO:

Romance: possui um núcleo principal, e subnucleos com subtramas, que vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, mais longa que o conto. Possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de poucas personagens.

OBS: "A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais" e novelas de rádio. Diferentes ainda da concepção de novela como originada na Itália, no sentido de notícia/novidade.

Conto: narrativa curta; contém poucas personagens em função de um evento.

A versão curta de uma fantasia costuma receber o nome de fábula. E muitas das fábulas que conhecemos parecem se originar de crônicas medievais, ou ao menos seguir o mesmo Zeitgeist.

Conto, crônica e romance são gêneros narrativos porque têm: narrador, personagens, contexto, lugar, tempo, embate, clímax, resolução e conclusão de eventos.

A crônica tem a característica peculiar de tratar das pequenas coisas do cotidiano, com poucos, ou nenhum personagem. Por isso, eu nunca entendi a razão de C. S. Lewis ter dado o título: "As crônicas de Nárnia". Óbvio que é uma autorreferência; mas, como envolve fantasia e tem muitas personagens... Se alguém souber a razão de o livro se chamar "As Crônicas"... por favor, manifeste-se!

Na Idade Média, as crônicas medievais foram populares. Eram marcadas por recontar a saga humana desde os primórdios até o período do autor. Ao fazerem tal coisa, as crônicas tinham por característica mesclar as lendas, mitos e folclores à realidade dos fatos. Nesse sentido, parecerem incorporar características da Apologia também.

Muitas outras formas narrativas fazem parte do passado, além das crônicas medievais: novelas de cavalaria, epopéias, etc.; bem como, as narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, anedotas, canto de menestreis e literatura de cordel"...  (Talvez o Cavalo de Troia tenha sido cantado primeiro e registrado depois, como algumas pesquisas apontam - vide A Garota do Tempo).

O romance, para se caracterizar como tal, possui conjuntos específicos de regras. Sendo assim, o romance depende da construção da malha textual.

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A malha textual do romance:

Seja que gênero narrativo você decida usar, ou seja lá o gênero de romance que decida abordar, eu costumo "ver" o texto narrativo como uma malha. Sabe as linhas que conectam e compõem um tecido? Assim, além da estrutura e da corrente literária, o romance segue uma cadência e um desencadear de ações próprios. Regidos por regras.

Pois bem, temos tecidos com tramas mais bem amarradas e outros tecidos com qualidade inferior. Quanto melhor a conexão entre as linhas, melhor a durabilidade da malha.

O texto é como uma malha, um tecido de boa ou de má qualidade. Para ter coesão, precisa das regras textuais.

AS MALHAS TEXTUAIS SÃO TRANÇADAS PELA NARRATIVA E SEU RITMO.

Penso que a narrativa não fala sobre a história, ela mostra a história. Observe o exemplo: Ela decidiu sair de casa versus Ela saiu de casa.

Entre decidir e sair de casa, dê preferência à ação.

As orações (basicamente os pedaços que compõem as frases ou as próprias frases), fazem uma sequência de movimentos que deve ter uma coerência lógica. E por lógica, quero dizer a lógica dentro da história, independente de ser um livro de fantasia ou não. Quando você cria uma personagem, e espera que ela se comporte de um jeito, todo o texto deverá oferecer um ritmo que concorde com a ideia que você quer passar.

Não adianta achar que basta escrever corretamente. Tem que encadear as ideias umas nas outras. Quando falo de lógica das orações, estou falando que "Pedro saltou do ônibus, antes de caminhar para o trabalho. Mas para caminhar e, antes, saltar do veículo, ele precisou embarcar no ônibus."

Agora para saber se o texto está truncado, a forma mais fácil e simplificada é ler o que você escreve em voz alta e ver se as pausas para respirar estão nos momentos certos. Se não soar truncado/quebrado/estranho aos seus próprios ouvidos, ou se você consegue dar as pausas para respirar sem perder o fôlego, já é meio caminho andado.

Olha só o texto que encontrei por aí:

Acordo vou para o banheiro faço minhas higiene tomo banho e vou preparar minha comida pra mim é mais um dia comum na minha vida.

Cadê vírgula, cadê ponto, ou mesmo cadê o sentido? (Parece estar descrevendo uma sucessão de ações de um jeito tão... Parece um roteiro de compras ou uma receita de remédio). Note como o pronome possessivo se repete: minha.

Talvez ficasse um pouco mais vivo, se editasse:

Exemplo de edição:

Amanheceu. Acordei com o som do despertador e me espreguicei...

Fui ao banheiro e, depois da higiene matinal, preparei uma refeição. A rotina de sempre.

Mais um dia na minha vida comum.

Vírgulas e pontos são essenciais. Caso contrário, o leitor não consegue continuar. Vou lhe dizer que o trecho acima saiu de um livro com uma linda capa. Mas, infelizmente, com esse nível de redação, não consegui continuar a leitura.

Repito: Ler para si próprio o que escreve ajuda a encontrar o ritmo do seu livro, especialmente, em relação a vírgulas, pontos e palavras repetidas.

Além disso:

A lógica da narrativa também implica em uma sequência coerente. Uma mudança nos fatos requer argumentos plausíveis.

Quem muda os fatos do nada apenas para criar suspensezinho, está na verdade subestimando a inteligência do seu leitor. A narrativa deve, na minha opinião, seguir a máxima: Não subestime a inteligência do seu leitor. E também não faça promessas típicas de vendedor de carros: "leia o meu romance, que você vai adorar, porque ninguém jamais escreveu sobre isso". Eu vejo muito autor alegar esse tipo de coisa. Todo mundo sabe que seja lá o que a gente decida escrever, alguém já escreveu sobre o assunto antes.

E na maioria dos casos, melhor que a gente.

O segredo de um bom livro não está no ineditismo, mas na abordagem. Na maneira como você conta a história.
Ou seja, a sua narrativa.

Agora, veja a lógica da técnica de flashbacks e vaivens. "Pedro estava chegando ao trabalho. Momentos antes, estava no ônibus pensando no que teria que enfrentar, quando chegasse no trabalho.

O segredo para não perder o controle da lógica e do ritmo do enredo, é você se concentrar na sequência das orações. Se você já tem prática, vai consertando a medida que joga a ideia no computador. Senão, você despeja a ideia primeiro, para não perder, e depois volta para arrumar a sequência. No começo, eu precisava voltar. Agora já consigo meio que ir aparando o ritmo na medida em que despejo a ideia.

Quando falo em sequência lógica, estou me referindo ao pacto que o escritor estabelece com o seu leitor: a promessa que história deverá seguir, deve ser cumprida. Do contrário, você o está traindo. Quebrar a lógica é trair o leitor. Você começa contando uma história sobre flores desabrochando e do nada, sem lógica, decide falar sobre a fabricação de bicicletas... Faça isso e o leitor nunca mais vai confiar plenamente em um livro seu.

Reviravoltas são importantes e necessárias, mas estão dentro de uma lógica e ritmo. Você conduz o leitor até elas, você não puxa o seu tapete. E esse estrago, por assim dizer, é o que eu acho que o autor Josh Malerman fez em Piano Vermelho.

Provavelmente nunca mais vou ler um livro dele. Primeiro, porque a pesquisa de costumes e vestuário de época está errada (e ele deveria saber, já que é músico). Segundo, o enredo cresce numa promessa que não se concretiza ao final do livro. Há quem o defenda e coloque o estado das coisas como escrita criativa. Eu não concordo. O único livro que ele escreveu nos moldes da escrita criativa - livro perfeito, por sinal - foi A caixa de pássaros.

A autora Paula Hawkins de A Garota do trem padeceu do mesmo problema. Uma personagem principal fraca, um suspense clichê e previsível, um final água de chuchu.

O fato de o livro ser escrito na primeira ou terceira pessoa muda o formato da história. Tem coisas que você não pode contar, se o enredo se passa na primeira pessoa. Isso porque ela não é onisciente. Ou seja, não é Deus. Não consegue saber tudo o que se passa com as outras personagens do livro. Mas na terceira pessoa, você pode trabalhar muitos elementos. Porque daí você é o Super Narrador. Você sabe tudo!
A diferença entre a primeira e a terceira é a intensidade ou foco. O uso da primeira pessoa implica em centrar o enredo todo na personagem principal. Já a terceira pessoa permite que você seja mais democrático.

Eu acertei em escrever Nahash na terceira pessoa. Afinal, eu tinha muitas personagens para administrar. Não dava para focar nos pensamentos de cada uma delas. Já em A Herança de Fenris, cometi o erro de contar o enredo na primeira pessoa. Eu tinha muitas personagens e cada uma delas narrando, fez a história não só ficar gigante, como perdeu o ritmo (e o fôlego). Você começa por um ângulo que perde e tenta amarrar mais para frente. Sim, "Herança" tem um problemão: a escolha do narrador. O que salvou a trilogia foi a pesquisa. Foi uma das maiores pesquisas que já fiz, empatando com A Muralha e Nahash.

Hoje em dia, os livros sofrem influência de diferentes linguagens - teatro, cinema, televisão. Os cortes das cenas e ângulos das câmeras fazem com que o escritor imite essas sequências fazendo os capítulos parecerem com takes ou cenas... Pode ser interessante? Pode. Mas estude um pouco da linguagem fílmica antes de se meter a besta 😜
Eu uso muito. Mas em minha trajetória, aprendi a escrever roteiros para quadrinhos antes de separar capítulos de livros. Também estudei a linguagem do cinema durante o meu mestrado. Pesquisei muito.

Lembre-se: pesquisa é tudo durante o processo de escrever. Dan Simmons só conseguiu criar sua obra prima The Terror, graças a um árduo trabalho de investigação sobre os indícios por trás do mistério que levou os dois navios a serem abandonados.

Nora Roberts escreveu suas melhores histórias de amor quando acrescentou a parte da pesquisa. Ela tem mania de pesquisar as profissões das personagens, lugares, folclores, lendas, formas de expressão, etc.
Mesmo a ficção científica carece de pesquisa. Ou você acha que HG Wells não estava de olho nos ensaios de ficção científica publicados ao tempo dele?

Viva a máquina do tempo!

O diretor David Fincher, responsável por trazer às telas, livros considerados clássicos modernos e também best-sellers, disse algo sobre seus filmes que se aplica também à narrativa de um livro: os filmes costumam firmar um pacto com o telespectador, ao estabelecer o tom com que a história irá ser contada.

No entanto, há filmes (como livros) que rompem esse pacto e buscam conquistar o público pela contrariedade, pela confusão ou pela insatisfação. A ideia é não dar o que o leitor espera ganhar. Se funciona ou não, bem, depende da proposta contida no projeto. O que você pretende? Pergunte a si mesmo. A resposta vai ditar o tom e o ritmo da sua escrita.

Se a ideia é chocar e seu público tem interesse, por que não? Desde que seja bem feito...

Mas eu particularmente acredito em equilíbrio. Como uma receita de bolo bem sucedida. Se errar nas quantidades dos ingredientes, não vai ficar legal. O bolo desanda. Murcha. Achata.

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