Interessantes regrinhas
Sinto um certo desconforto em escrever sobre regras. Provavelmente, Sócrates condenaria o que estou tentando fazer aqui. Ele não registrou uma obra, uma regra, um conselho. Suas ideias foram preservadas por seus discípulos, Platão e Xenofonte.
Sócrates acreditava que as ideias podem conter falhas, erros, enganos. Afinal, são oriundas de nossa interpretação sobre determinada matéria. Não sabemos tudo, nossas memórias tendem a gravar o que nos for mais conveniente ou compreensível, por conta de nossos aprendizados anteriores. Assim sendo, escrever e deixar registrada uma informação pode consolidar um erro para sempre. Para ele, registrar teorias sobre o funcionamento das coisas é temerário. E quem somos nós para dizer como exatamente as coisas funcionam?
Aqui estou, numa encruzilhada, posto que concordo com ele em grande parte. Escrever perpetua erros... Mas tenho esperança que perpetue acertos também. Registrar a dinâmica das ideias permite que gerações futuras reflitam sobre os erros passados.
E tenham a oportunidade de não repeti-los.
🥸🥸🥸🥸🥸🥸🥸🥸🥸
Regras são importantes. Feliz ou infelizmente... Em se tratando de língua escrita e mesmo a falada, as regras importam pois preservam as características de um povo.
Deve-se procurar aprender com elas. E mesmo considerando a dinamicidade da língua ao longo da história (suas transformações), ela registra para a posteridade a personalidade cultural de um povo, o qual, desenvolve por meio da língua falada e escrita, maneiras de se comunicar... A serviço da evolução, da socialização, da transmissão de ideias e valores sociais... Da expressão de sentimentos e emoções...E até a serviço de transcender tais valores e sentimentos.
As regras do Português, portanto, visam dar sentido "psicológico" a um código utilizado para comunicar e expressar ideias e sentimentos.
Elas ajudam a organizar a escrita e consequentemente, a narrativa. Por isso, lamento, mas não acho que querides e amigues possam funcionar, na prática, porque os verbos precisam flexionar conforme o gênero textual. E os objetos diretos e indiretos precisam seguir elementos como plural e singular. Nesse sentido, as pessoas andam confundindo gênero masculino e feminino da palavra, com gênero social masculino e feminino.
Se mudar a regra do gênero, ocorrerá um efeito em cascata que invalida todas as regras de coesão textual. Em outras palavras: destrói a língua escrita e por tabela, o ritmo da narrativa.
Porque, daí, a frase anterior ficaria assim:
Se mudar regre de gênere, ocorrerá efeite em cascate que invalide todes regres de coese textual. Em outres palavres: destrói lingue.
Viu como ficaria... Horrível. Um francês made em China.
👀💥🙇♀️🤷♀️🥷
Naturalmente, existem maneiras de estruturar o texto de modo a considerar as regras, sem ter que decorar tantos detalhes.
Vamos a elas:
1) Dê preferência às frases curtas, assim terá menos chance de cometer erros.
Siga a ordem da frase sempre que possível. Esses são os elementos básicos de uma frase em português, na ordem, com algumas variações.
Sujeito ☆ verbo ☆ modo ☆ lugar.
Maria ☆ andou ☆ vagarosamente ☆ (pelo) ☆ bairro.
Maria ☆ gostou ☆ (de) cantar ☆ (na) praça.
Entre parentes estão:
☆☆☆☆☆As Ligações ☆☆☆☆☆☆
(as ligações se distribuem pela frase conectando e dando sentido: objeto direto e indireto, preposição (o, a, os, as, nos, nas, pelas, etc.)
UM EXEMPLO DE VARIAÇÃO DA FORMAÇÃO BÁSICA:
O público ☆ prestou ☆ atenção ☆ à letra ☆ de suas canções ☆ com evidente interesse.
O ritmo da narrativa segue o desenrolar e o jogo entre as orações buscando a ordem mais lógica. Quanto mais você consegue aproximar o que quer escrever da ordem e do sentido, menos você erra.
O que são orações? Cada porção menor da frase que contém o sujeito/ substantivo e verbo, para ser mais exata).
BÁSICO DE TRÁS PARA FRENTE E DE FRENTE PARA TRÁS
Lugar ☆ Modo ☆ verbo ☆ Sujeito/Substantivo.
Aqui ☆ está ☆ (a) panela.
Sujeito ☆ verbo ☆ substantivo ☆ modo ☆ lugar.
A ☆ panela ☆ pegou ☆ fogo, ☆embaixo.
Quem está aqui? Resposta: A panela (sujeito da frase).
Quem pegou fogo? Resposta: A panela (sujeito da frase).
💟🐾💟🐾💟🐾
Resumo:
Oração - Enunciado linguístico que possui sentido, porém, há, necessariamente, a presença do verbo ou de uma locução verbal. O verbo representa sempre a ação do sujeito.
Ex: Os garotos adoram cinema e clube. (Podemos perceber a presença dos sujeitos da frase: os garotos; verbo: adoram).
Não pretendo me aprofundar nem me extender na composição dos elementos de uma oração, muito menos nos tipos de orações. Deus me livre! Basta você focar que existe uma ordem básica; e que se você procurar segui-la, mesmo que de trás pra frente, isso facilita. Também facilita que você foque na ideia de que, quanto mais curta é a frase, menos risco você corre de errar. O ponto determina o tamanho da frase. Se ficar alongando e colocando vírgulas, você acaba se atrapalhando.
Lembrete: Orações muito grandes, repletas de transições, induzem ao erro. Você tem que ser craque para fazer frases longas. Mas sejam elas curtas ou longas, sempre há um jeitinho de detectar os problemas.
Os erros mais frequentes para todos nós, mortais, são as concordâncias - verbal e nominal. Temos dificuldade em colocar as ações no tempo certo, no singular ou plural. Para tanto, sugiro uma brincadeira.
Brincar de detetive.
Eu sempre persigo o verbo primeiro, porque ele me dará as respostas.
Exemplo: Os garotos pularam a cerca e depois, subiram a rua.
Quem "pulou" a cerca? Os garotos.
Quem "subiu" a rua? Os garotos.
Pronto! Bastou perguntar ao verbo e já achei o sujeito da frase... e descobri que ele está no plural. E se o sujeito está no plural, significa que as ações (verbos) e palavras substantivas em sua maioria deverão estar no plural também.
Como sei que a frase abaixo está errada?
Acordei de manha fiz minhas higiene.
Porque perguntei ao verbo: Quem fez? Resposta: Eu. Eu fiz a minha higiene.
Assim, o certo seria:
Acordei de manhã e fiz minha higiene.
Achar o sujeito da frase por meio do verbo ou verbos das orações te ajuda a detectar esses problemas, quando a frase é tão longa que você não enxerga o que tem que ir para o plural e o que tem que ficar no singular.
Exemplo: Eles sabiam que a cadela latia dia e noite, mas não se importavam com os latidos, pois gostavam de cachorros e do dono também.
Em negrito estão os verbos, que representam as ações dos sujeitos. Então, eu pergunto aos verbos:
Quem "sabia"? Eles.
Quem "latia"? A cadela.
Quem não se "importava"? Eles.
Pois quem "gostava" de cachorros? Eles.
Assim, vocês sempre conseguem saber a quem o verbo representa e não esquecem se o sujeito está no plural ou no singular.
Para descobrir se os tempos estão corretos, há um outro tipo de pergunta que faço à frase: O que o sujeito da frase "sabia"? Resposta: Que a cadela latia.
Por que não se "importavam"? Porque gostavam de cachorros e do dono também.
💟🐾💟🐾💟🐾
De um jeito ou de outro, melhor não encher a frase de orações, ok? Como? Basta não enrolar.
EXEMPLO NÃO MUITO ADEQUADO PORQUE TEM ENROLAÇÃO:
Maria calhou de apreciar o momento, enquanto cantava, tendo por cenário a praça. Desta feita, o público, consequentemente, acabou por prestar atenção à letra contida na canção que a mesma cantava.
🤔😒
Não está ruim, está tudo mais ou menos no lugar, com o português mais ou menos correto... No entanto, está rebuscado, com firulas, carregado em advérbios (consequentemente, enquanto, desta feita, por) e poderia ter omitido os pronomes (que, mesma).
Nunca se deve dizer nunca... Porém, evite carregar nas tintas dos pronomes, principalmente os pessoais (meu, seu, teu, dele, consigo, próprio, etc) e dos advérbios e/ou locuções adverbiais (mas, de modo que, assim, portanto, consequentemente, a medida que).
Modéstia é qualidade não só pra vida, mas para a escrita também. Ou, se preferirem: "menos é mais". Não fica legal ficar escrevendo o tempo todo: meu, teu, seu, dele, dela, etc.
Regrinha de ouro; Seja econômico com os pronomes, por favor. Principalmente, os possessivos.
Olha que horrorosos esses exemplos que coletei por aí:
Errado: Ele a encarou com frieza. O próprio irá a levar para casa.
Certo: Fulano a encarou com frieza, e decidiu levá-la para casa.
Errado: O conforto desse disfarce involuntário me liberta das brincadeiras brutas entre os caras, me dá a oportunidade de os aconselhar em situações que eles jamais pediriam a outro igual. (Trecho de Forseti 4)
Certo: O conforto desse disfarce involuntário me liberta das brincadeiras brutas entre os caras, me dá a oportunidade de aconselhá-los em situações que jamais pediriam a outro igual.
Obs: o me dá após uma vírgula também está errado, mas eu incorporo como "língua falada." Ninguém diz "dá-me". Kkkkkkk
Os exemplos coletados foram modificados para não expor os autores. Os exemplos que saíram dos meus livros estão sem modificações, porque não ligo de avacalhar comigo mesma! 🤣🤣🤣🤣
Evite mencionar o sujeito da frase a toda hora.
Exemplo: Maria foi à cozinha. Ela abriu a geladeira. Ela tomou um copo de água, depois ela voltou para o seu quarto.
Talvez ficasse menos pior assim: Maria foi à cozinha, abriu a geladeira, tomou um copo de água, depois voltou para o quarto.
Regrinha de ouro: Evite repetir palavras dentro de um mesmo parágrafo. Qualquer palavra.
Exemplos:
Sua mãe foi ao seu quarto pra falar com você sobre sua dívida. Sua dívida deve ser saldada ainda hoje. Sua mãe sabe disso, por isso veio falar com você.
Repetição: sua, mãe, dívida, falar com, isso/disso, você.
A frase também está comprometida pela rima (disso/isso) e pela redundância.
Vou falar sobre redundância mais para frente.
Outro exemplo: Eu segurava minha respiração como se o barulho dela fosse alto demais para coexistir com a minha mentalização.
Repetição: minha.
Essa frase tem vários problemas: coexistir está mal empregado, pois uma pessoa pode coexistir; a respiração não é gente pra coexistir. Respiração pode fazer ruído, não barulho. Não é motor de carro (embora as pessoas ronquem quando dormem kkkk e pareçam com motor de carro).
E por último, temos a redundância dela. Por que redundância? Porque é óbvio, na frase, que a respiração é dela.
Talvez ficasse melhor assim: Segurei a respiração; o ruído era alto demais para que pudesse me concentrar.
Viu como ficou mais "limpo?"
Regrinha de ouro: Não atribua verbos (ações) típicas de seres humanos, ou de seres vivos, a objetos inanimados. Verbos típicos de pessoas/seres vivos: viver, habitar, existir, coexistir, acomodar, ser, uivar, ver, falar, latir, entre outros.
Exemplo de usos equivocados:
"O uivo da lua". (Bem, um lobo uiva para a lua, mas a lua não uiva para ninguém).
"Um silêncio pesado habitava os túneis". (Não está muito errado e habitar pode dar um sentido mais poético, porém, continua sendo uma palavra com significado mal empregado. Poderia ser: "O silêncio pesado dominava os túneis")
"O livro vive caindo". (Dispensa explicações 😂😜👍)
"O objetivo do trabalho é observar a buzina nervosa das caminhonetes no horário de pico".
(Primeiro, que trabalhos não observam, pois não são seres inteligentes. Segundo, o motorista pode ficar nervoso, não a buzina; mas aqui ainda podemos considerar o sentido alegórico, a não ser que estejamos falando de um texto científico ou acadêmico - neste caso, a buzina não pode ser nervosa, de jeito nenhum).
LEMBRETE: Devemos ter critério para usar recursos alegóricos, metafóricos, hiperbólicos, ou de metonímia, para aludir a um significado oculto.
Muito critério.
Portanto, estude esses critérios. Lembre-se: a Internet abunda em estudos a respeito.
Outro exemplo incorreto de ação típica de ser humano: "A morte não é nada bonita quando olhada de perto".
Olhada é uma palavra com usos muito limitados. Olhada pode ser: "Deu uma olhada". No sentido de espiada. Mas a frase anterior está sugerindo o sentido óbvio de encarada, enfrentada, e até conhecida....
O correto, no caso, seria: "A morte não é nada bonita quando vista de perto".
Escritor, saiba que o emprego correto das palavras é tudo!!! Olha só o que eu encontrei, numa obra com mais de 300K de leituras e um autor com mais de 5 k de seguidores: Arnold é dedicado a ajudar as restantes pessoas.
Mudei um pouco para o colega não ser reconhecido, mas repare no emprego incorreto das palavras... poderia ter ficado assim: Arnold dedica-se a ajudar as pessoas. Simples assim.
Menos é mais.
Mais é demais.
Continuemos...
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Trio do mal - Repetição, redundância e contradição:
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Contradição: dizer uma coisa, dizendo outra em seguida; ou dizer uma coisa, querendo dizer outra.
Exemplo 1: Apesar dos meus esforços de colocar Adalberto para bem longe da minha mente, imagens do corpo completamente nu do quadril para cima invadem meus pensamentos.
Se o sujeito está completamente nu, então ele tek que estar pelado por inteiro... Sacou?
Se é só do quadril pra cima, então está parcialmente nu.
Observação: Esta frase tem outros problemas. Do tipo "complica quando pode facilitar". Lembre-se de ser econômico e direto.
A frase poderia ficar assim: Embora eu me esforce para tirar Adalberto da cabeça, imagens do seu corpo sarado e nu, invadem os meus pensamentos.
Exemplo 2: Eu estava desesperada de tanta tristeza, devido à morte de minha mãe. José me chamou para ir ao cinema e eu fui contente, rindo de alegria.
Essa é uma frase exagerada. Mas eu assim redigi para que você visse a contradição. Para você perceber que os personagens têm uma linha lógica de comportamento. A não ser que você declare, desde o início, que o personagem é maníaco-depressivo, ou psicótico...
😁😁😁
Exemplo 3: Eles vivem morrendo... Frase que, quando falada, não é tão estranha. Significa que eles estão sempre sendo mortos. Porém, na escrita, fica contraditório viver morrendo. Não é coerente.
Quanto à repetição (efeito papagaio) e a redundância (efeito chatice, ou, "vê se muda o disco furado")... Digamos que a repetição é óbvia, porque são palavras que aparecem várias vezes no texto...
Exemplo: Eu fui até lá e fiquei lá pensando no que eu devia fazer quando eu fui lá.
Outros exemplos:
Levantando-se com cuidado, Adélia caminhou pé ante pé, cuidando para não tropeçar em ninguém.
Neste caso, talvez fosse melhor assim: Levantando-se com cautela, Adélia caminhou pé ante pé, cuidando para não tropeçar em alguém.
Detalhe: existe diferença entre ninguém e alguém.
Já a redundância não é tão fácil de identificar. O autor tem que estar atento na releitura de seu texto. Tem a ver com repetir uma ideia, um conceito, mais do que repetir uma mera palavra.
Exemplo: "O livro será revisado. Nesse período, estará sendo reescrito". [Essa redundância eu peguei por aí. Se o livro está sendo revisado; o grau da reescrita não interessa.]
"O sujeito era cínico e debochado." [Embora ser debochado possa implicar em ser cínico, nem todo cínico é debochado. No entanto, quando um aparece seguido do outro, acaba se convertendo em redundância. Eu diria que os dois juntos são desnecessários; se fosse o autor, ficaria só com o debochado, dependendo do sentido da frase e do contexto da estória.]
"Estão dando pirulitos de graça". [Se estão dando, é porque é de graça].
O faraó teve uma morte brutal e violenta. [Se é brutal, obviamente é violenta].
REGRA DAS ESTRELAS: Releia o seu texto, atento ao jogo das palavras e como elas se encaixam no significado do que você quer transmitir.
"E o árbitro apita o fim do jogo! - Peter narrou o fim do jogo entre as equipes do Flamengo e Palmeiras".
[Repetição (fim e jogo) e redundância (equipe, ou melhor, times). Poderia trocar "jogo" por "partida", e deixar apenas os nomes das equipes, porque o leitor já sabe quem são, pelos nomes desses dois icônicos, famosos clubes de futebol. Exemplo de como poderia ficar: E o árbitro apita o fim do jogo! - Disse Peter, narrando o resultado da partida entre Flamengo e Palmeiras.]
Alguém deu o seguinte título para seu livro: "O Som do Rugido da Jaguatirica".
[Rugido já é um tipo de som, que eu saiba... Daí, tira o impacto do título ao cometer a redundância. Teria ficado melhor: "O Rugido da Jaguatirica".]
Contudo, algumas redundâncias são permitidas, quando você deseja enfatizar uma ideia ou dar o sinônimo para compreensão do leitor (como eu fiz com icônicos e famosos lá em cima); quando quer imprimir mais emoção; ou embelezar a estética do seu texto. Daí tem que saber fazer uso criativo da escrita.
Regrinha de ouro 1: Evite redundâncias que não harmonizam nem embelezam o texto. Eis os exemplos mais errados e mais comuns, alguns conhecidos como pleonasmo:
A bola caiu para baixo.
Me beija com a boca. [Bom, beijar com o pé não rola mesmo kkkkk]
A mulher subiu a escada para cima.
Ela levantou os olhos para o alto.
Não brinque com joguinhos.
Reze uma oração.
Meu marido havia viajado para o exterior para uma viagem a negócio.[E é viagem de negócios, tá?]
No topo do teto havia holofotes [o teto já é o topo, do ponto de vista do narrador].
Rosalba não se deixou sair do foco principal [se é foco, é principal].
Ela teve um insight súbito [se é insight, é súbito].
Fazer o mal é ruim [dispensa comentários].
Ele foi encurralado em um beco sem saída [se não for sentido literal, ser encurralado é o mesmo que estar num beco sem saída].
Ele bloqueou profundamente [bloqueio é bloqueio, meus amigos].
Estefânia Boticelli tem 22 anos, é a filha mais nova do chefe da máfia italiana. Seu pai, o líder, está tentando se unir à máfia russa para que possam governar a Albânia juntas. [Se é filha dele, então, é óbvio que ele é seu pai. Se o pai é chefe da máfia, é óbvio que é o líder].
Dedico esta obra à Chiquita Bacana, exemplo de pessoa humana e de profissional,
generosa, desprendida, séria, dedicada e competente.
Obs: tirei esta frase de uma tese.
Redundâncias e repetições normalmente são coisas que não entusiasmam o leitor. Soam mais como "Daaaaaã!" "Que óbvio! Que desnecessário". "Que chato".
Mas existem reforços que são interessantes. Saiba usá-los.
Exemplo: O meu amor não me ama, mas eu continuo amando.
A dor dói demais.
Tudo depende do contexto e do que você quer reforçar, ou expressar.
Regrinha de ouro 2: Evite rimas no texto, ou seja, palavras que terminam do mesmo jeito:
Canção, pão, cão, emulsão, não, são.
Toledo, rochedo, ledo.
Poente, doente, ente.
Mormente, principalmente, indubitavelmente.
Ardósia, sósia.
Sorte, porte, forte.
Exemplo 1: Sentindo-se exultante, ele achou um pacote importante.
Exemplo 2: Aparentemente, eu não sou importante o suficiente.
Exemplo 3: Se deu por vencida, convencida que papai não vai gostar.
Nesses casos, deve-se cortar ou substituir as palavras.
Exemplo 1: Sentindo-se exultante, ele achou um pacote.
Exemplo 1.2: Ele achou um pacote e se sentiu exultante.
Exemplo 2: Pelo visto, não sou importante.
Exemplo 3: Deu-se por vencida, conformada com o fato de papai não gostar...
Entende agora porque eu enfatizei sobre aprender os diferentes sentidos e significados das palavras? Por que é tão importante dominar os sinônimos?
Ora, para poder trocar quando necessário.
Assim, você tem recursos para evitar erros e dominar as palavras. Especialmente, em casos como os dos exemplos acima. Quando palavras que rimam ou que se repetem precisam ser substituídas para lapidar o ritmo da frase e consequentemente, o ritmo de leitura.
Eu encaro a construção de uma frase com brincar de montar lego. Você junta as peças até que formem um conjunto harmonioso. E se você domina os sentidos e significados das palavras (que são suas peças de lego), pode trocar e remodelar a frase com palavras que combinam mais.
Isso vale para o uso de complementos.
Regrinha de alumínio: Evite usar o complemento oblíquo do pronome de maneira errada. Eu vejo muito por aí escrito de forma errada até em livros publicados por editoras importantes.
Mas... O que seria esse complemento? Muitas vezes os autores usam e nem sabem o que é.
Exemplos (em negrito):
Errado: O reconheceu.
Certo: Ele/Ela o reconheceu
Certo: Reconheceu-o.
Errado: Posicionaram-se em um desfiladeiro e aguardaram a turba enlouquecida os atacar.
Certo: Posicionaram-se em um desfiladeiro e aguardaram a turba enlouquecida atacá-los.
Ou:
Posicionaram-se em um desfiladeiro e aguardaram a turba (multidão) enlouquecida não os atacar.
Obs: O não puxa o complemento para perto de si.
Errado: Pedro entrou no carro e o ligou.
Certo: Pedro entrou no carro e ligou a ignição (ou ligou o motor, ou ligou o carro).
Obs. As vezes a frase fica estranha se não formos explícitos na ação do sujeito.
Errado: Tá calor! - Josefina disse e eu assenti a puxando pro carro.
Certo: - Tá calor! - Disse Josefina. Eu concordei com um gesto de cabeça, puxando-a em direção ao carro.
Errado: Maria viu o pôster, parou, o olhou e sorriu.
Certo: Maria viu o pôster, parou e sorriu.
Se bem que aqui, cabe uma ajudinha da língua falada: Maria olhou pro pôster (ou para o poster) e sorriu. Percebam a redundância entre ver e olhar. Quem vê, não precisa também olhar.
Todos esses exemplos não são boas frases, mas só usei pra vocês compreenderem a explicação.
Repare como geralmente uma frase escrita da forma errada fica difícil de ler em voz alta!
Errado: Maria levantou a mão e a estendeu.
Certo: Maria estendeu-lhe a mão.
Regrinha de ouro: Cuidado com o uso de advérbios e palavras como não, sem, porém, pois, em, também e para... Essas palavras puxam o pronome oblíquo para junto delas e do sujeito da frase - antes ou depois do verbo.
Exemplo:
Certo: Eu não o entendo.
Errado: Eu não entendo-o.
Alguns desses advérbios e pronomes funcionam como conectivos. Não encha o seu texto de conectivos. Pode soar exagerado, ou pomposo. Tá certo que os conectivos facilitam o desencadear das ideias nos parágrafos. Porém, o segredo de um texto limpo é o autor conseguir sequenciar as ideias com o mínimo de conectivos.
Regrinha de madeira acácia: Quando os conectivos aparecem, realçam o texto. Se aparecerem demais, sobrecarregam.
Infelizmente, todos nós nos sentimos seduzidos pelos conectivos, porque tornam mais fácil a sequência. Funcionam como ganchos. Só que nem sempre o mais fácil é o melhor.
Exemplo de texto cheio de conectivos:
Josiane sabia que falava demais, afinal, sua voz era possante... E ela não fazia questão de esconder. Portanto, continuava falando demais e metendo os pés pelas mãos. Porque de certa forma ela gostava de ser assim. Consequentemente, os outros é que se afastavam dela.
Exemplo de como poderia ficar, sem tantos conectivos:
Josiane sabia que falava demais. Sua voz era possante! Não fazia questão de esconder. Continuava falando demais. Metia os pés pelas mãos. De certa forma, gostava de ser assim. Consequentemente, os outros se afastaram dela.
O importante é conhecer as regrinhas (a internet abunda em "cursinhos Walita" e dicas muito úteis). Procure observar sua escrita e, assim, poderá tirar as dúvidas.
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Gente... eu sei perfeitamente que a minha escrita está cheia de erros. Por isso dizemos que o português dá trabalho (ainda mais se você digitar catando milho num celular que tem mania de corrigir por você, e corrigir errado). O negócio é tentar se corrigir ao máximo... Só não esqueça de que não existe texto perfeito.
Só pra vocês terem uma ideia, A Muralha 1 foi revisada quinhentas vezes. Começou a ser escrita em 2007, lançada em 2010 (três anos de revisão), e até hoje, quando dou uma espiada, encontro erros catastróficos. Seja de digitação ou de ortografia mesmo.
Costumo ser um pouco permissiva com neologismos e gírias, infelizmente. Também resvalo nos advérbios infames. Também tenho problemas sérios com redundâncias, repetições, etc... E também sou adepta daquela corrente da Academia, que acredita ser interessante incorporar a fala para dar vida a pensamentos e diálogos das personagens.
O mais importante disso tudo? É que eu sei perfeitamente quais são os vícios de linguagem que preciso corrigir. Você precisa estudar e encontrar os seus.
2) Amplie o seu vocabulário (estudar o significado das palavras é muito importante, pois sinônimos em alguns casos não têm o mesmo sentido em outros). Exemplo: zoar, zombar e debochar. O primeiro e o segundo são mais suaves. Contudo, zoar pode também significar "se divertir". O terceiro é mais pesado. Escolha conforme o contexto.
Outra situação envolve palavras parecidas com significados parecidos. Exemplo: aglomerado e conglomerado. As duas palavras representam "conjunto", porém, para coisas diferentes. Aglomerado de nuvens está certo. Conglomerado de empresas também está certo. Mas conglomerado de nuvens está errado. Eu cometi este erro enorme no capítulo Cumulunimbus, de O Caçador de Chuva. Só vi o erro recentemente 🤣
O mesmo vale para o uso do verbo adentrar. Vejo muito por aqui o seu emprego inadequado. Acontece que adentrar e entrar são sinônimos para situações diferentes. Entrar é a ação comum e normal de "se mover para dentro". Agora, adentrar é mais solene, distinto; é mais chique. O rei adentrou o salão de baile.
Já deu pra perceber que não é qualquer um que adentra um lugar. E não adentra qualquer lugar.
Olha que esquisito que fica: O rapaz adentrou o boteco da esquina.
Achei isso numa propaganda de TV. Algo do tipo: Vamos valorizar as pessoas plurais. Ou a pluralidade das pessoas.
Pessoas é plural. Uma redundância para lá de esquisita, em termos de língua portuguesa. Mas como eu suspeito que queriam dizer "valorizar a diversidade das pessoas", aqui temos o emprego da palavra. Isso porque pluralidade pode, em certo sentido, significar algo próximo de diversidade, dependendo do contexto da frase e das outras palavras que acompanham. Pluralidade daria certo. Mas "pessoas plurais" já dependem de explicações. Por outro lado, podemos fazer concessões quando novas filosofias de vida e novas discussões conceituais indexam um novo sentido a um significado.
Lembre-se: Significado (estável e concreto, generalizante).
Sentido (mutável conforme a cultura e se associa a um significado; os sentidos mudam conforme a intenção da frase; assim uma palavra pode ter um significado e vários sentidos).
Suficiente versus bastante: duas palavras diferentes, que podem eventualmente se tornar sinônimos quando (exemplos):
Já chega! É o suficiente!
Já chega! É o bastante!
É o bastante para o momento equivale a É suficiente para o momento.
Agora:
Bastante tempo se passou não é a mesma coisa que Tempo suficiente se passou.
Note a relação significado versus sentidos.
Porque o primeiro dá ideia de quantidade, ou seja, muito tempo se passou. O segundo dá ideia de que se passou apenas o tempo necessário.
Mantenha o dicionário sempre ao lado. Ou o Tio Google.
Parônimos e homônimos
Palavras homônimas são parecidas, mas não idênticas na grafia, e ficam diferentes no significado. Exemplo: acender e ascender; bucho e buxo.
Palavras parônimas são parecidas na escrita e na pronúncia, mas têm significados diferentes. Aferir e auferir. Cumprimento e comprimento.
Cuidado com pegadinhas como: de encontro e ao encontro; retificar e ratificar, cumprimento e comprimento; só e sozinho; biografia e bibliografia; bibliografia e referência bibliográfica; apologético e apoplético; iminente e eminente; deferir e diferir; discriminar e descriminar; falácia e falésia; apogeu e hipogeu; discrição e descrição; cavaleiro e cavalheiro; exultar e exaltar; história e estória; antiguidade e antiquado; amaciar e amasiar 😂😂😂😎. São palavras e expressões completamente diferentes, embora algumas delas estejam relacionadas.
Tenha cuidado com palavras que parecem significar a mesma coisa, só porque se encontram no mesmo contexto: médico e doutor; humorista e comediante; prostituta e garota de programa; professor e instrutor; babá e preceptora; faxineira e empregada doméstica; tradutor e intérprete; e assim por diante. Cada um desses substantivos são semelhantes por contexto, semelhantes por conterem conjuntos de tarefas e atribuições, por vezes, idênticas; mas não significam a mesma coisa em todos os sentidos. Não são sinônimos perfeitamente substituíveis. Pra começar, nem são as mesmas profissões/ocupações.
Eminen passava muito tempo estudando palavras e seus significados a fim de melhorar o vocabulário e por consequência, a letra de suas canções.
Assim sendo...
Tenha cuidado com palavras semelhantes, com significados próximos, mas que historicamente tiveram seus sentidos diferenciados e também podem ter significados diversos: consumo, consumação e consumição; sensação, sensacional e sensacionalismo; preâmbulo, introdução e prólogo; foro, fórum e tribunal; mito, folclore e lenda; necessidade, precisão e vontade.
Observe que precisão (necessidade) é diferente de precisão (exatidão)
Observe que ultrapassado (datado) é diferente de ultrapassado (superado)
Observe que esperança (de expectativa), pode ser diferente de espera (de esperar/aguardar).
Observe que correr (de corrida), é diferente de correr (ocorrer, acontecer, proceder, desenrolar).
Observe que retificar (de corrigir), é diferente de ratificar (confirmar).
Observe que perca (da conjugação verbal "que eu perca"), não é o mesmo que perda (substantivo). Pelo amor de Deus, não existem percas! Só perdas!
Observe que obcecado (de cego, ou que só vê uma coisa) é diferente de obsessivo (patologia, ou pessoa obcecada por controle). Eventualmente um pode apoiar ou se tornar sinônimo do outro, mas depende do arranjo da frase e do seu sentido.
Observe que cavalheiro (de educado), é diferente de cavaleiro (montador de equinos kkk). E que o feminino de cavaleiro é amazona (mais comum, e correto) e cavaleira (menos comum, mas igualmente correto). O feminino de cavalheiro é dama, e não cavalheira.
Observe que sobre (em cima de), é diferente de sobre (a respeito de). E que sobre (em cima) é diferente de sob (embaixo).
Exemplo:
Ele está sob suspeita (certo)
Ela estava sobre ataque (errado) Este erro, eu vejo muito por aqui...
Observe que postura (ação física de o corpo ficar numa posição), é diferente de compostura (educação, comportamento de quem sabe se portar em diferentes situações e ambientes).
Observe que soado (de soar, repercutir som), não é o mesmo que suado (de suor, líquidos corporais).
Observe que soado de soar (repercutir, propagar, pois está associado a som) e soado de soar (parecer, ter conotação), tem uma questão de sentido popular a ser considerado.
Exemplo da norma: O violoncelo havia soado um tanto desafinado.
Exemplo de sentido popular (que não está errado): O comentário do garoto havia soado um tanto machista. Ou o comentário do garoto não soou bem (no sentido de não caiu bem nos ouvidos).
Agora: "Um pacto foi soado" (aqui vemos que o sentido e o significado estão ambos em desacordo; portanto, esta frase está errada).
Se o sentido que o autor ou autora quis dar é que "o pacto foi falado, pronunciado, ou anunciado", as palavras mais adequadas seriam: proferido; selado; anunciado; ou pronunciado.
Todas as quatro acima possuem significados diferentes, mas sentidos afins (ou seja, próximos do objetivo do autor por questão de finalidade).
Assim sendo: objetos vibratórios podem soar, instrumentos musicais também, mas um pacto (que exige a intenção de alguém), só pode ser: proferido, anunciado, oferecido, selado, sacramentado, decidido, determinado... Mas nunca meramente... Soado.
A não ser que este soado fosse no sentido de celebrado (forçando um pouco o significado)... mas como pactos de sangue (o autor coloca a seguir, fazendo parecer uma maldição) não costumam ser eventos felizes e repletos de luz e boas vibrações 😂, creio que nem celebrado, nem soado encaixariam.
Se ficar na dúvida, geralmente, o caminho mais simples é o mais correto. Não o caminho tortuoso ou difícil. Não use palavras diferentes e difíceis para parecer chique, se não tiver certeza do significado e do sentido da palavra dentro de uma frase, fique com uma palavra que certamente exprime o que você quer dizer, ou vá ao dicionário.
Além do mais, o dicionário serve para isso mesmo: Pra ajudar a tirar dúvidas.
LEMBRETE: Significado é o conceito culturalmente aceito (conceito geral) de uma palavra. Uma palavra pode ter alguns significados aplicáveis a ela. Ou seja, atrelados ao que ela representa. São conceitos presentes no dicionário. Sentido é como aquele conjunto de significados, ou melhor, um deles, se aplica ao contexto da sua frase. O que a frase quer dizer vai indicar o sentido mais próximo, relacionado ao significado mais próximo da palavra que você está procurando para cobrir a lacuna.
É complicado de entender assim, no seco, mas quanto mais você exercitar a sua ida ao dicionário, mais fácil vai ficar para visualizar o jogo do sentido-significado. Além do mais, a internet ABUNDA em explicações e exemplos. Pesquise-os!
😉😉😉
REGRINHA DE PLÁSTICO MELISSA: Procure não repetir palavras e ideias. Seja objetivo. Quanto mais somos objetivos, menos erramos, e isso inclui os sentidos e significados.
Quanto mais objetivos, menos perigo corremos de errar nas vírgulas, pontos e vírgulas e pontos finais. Ou seja:
REGRAS DE PONTUAÇÃO E ACENTUAÇÃO
Aprender a usar vírgulas, pontos e acentos é muito importante. Mas isso a gente memoriza por meio da leitura. Leia sempre que possível. Consulte o Youtube, que abunda em videoaulas para tirar as dúvidas sobre os usos da vírgula e do ponto.
E tudo de graça!
LEMBRETE: Vírgula é pausa curta. Ponto e vírgula é pausa um pouco mais longa, entre ideias relacionadas. Ponto final é o ponto final da frase, oras!
Muito além das regras gramaticais e ortográficas, tenha em mente que para aprender a escrever bem, encantando e envolvendo o leitor de maneira natural, você deve ler. Estude os textos de autores diferentes, especialmente aqueles bem sucedidos no gênero que você pretende escrever. Observe a distribuição do texto, a amplitude do vocabulário e o tamanho das frases e dos parágrafos. Observe a maneira de pensar e agir das personagens, se fazem ou não sentido para o enredo. Localize os erros.
Não importa o quanto você é fã, não importa o quão famoso o escritor seja... Todo texto tem fragilidades. Quanto mais craque em localizá-las, mais você ficará atento para não cometer o mesmo em seu próprio texto. E um autor que escreve guias de escrita recheados de erros de português? Rejeite. É o mesmo que um açougueiro colocar uma placa no açougue,anunciando: "Também pratico cirurgias gerais em humanos".
😂👌
E quando pegar o livro de outro autor, não fique pulando partes mesmo que deseje ir direto aos finalmentes. Isso porque você, como escritor deve:
1) Ter respeito pela trajetória e o sacrifício do seu colega escritor;
2) Entender essa trajetória para aprender como escrever a sua própria trajetória.
Quer saber como elaborar cenários sensuais e românticos? Então não adianta ler só os finalmentes porque falta o recheio do livro. O seu leitor pode fazer o que quiser enquanto leitor. Mas você, enquanto escritor, precisa ir além. Mesmo que de vez em quando fique com uma vontade enorme de pular trechos dos livros.
Ler faz parte do seu aprendizado.
E será muito mais eficaz para a qualidade do seu livro do que decorar macetes e colecionar gatilhos (que eu considero antiéticos, pois fazem parte da arte da manipulação).
Procure ler livros somente de editoras que capricham na tradução e na revisão do português. Eu gosto muito dos livros da Rocco, quando quero ler algo bem refinado nessa parte. Claro que hoje em dia, até a Rocco tem alguns problemas... mas ainda está no topo, em termos de qualidade editorial.
Existem outras muito boas também. Se deseja aprender as regras da escrita de qualidade, dê uma olhada na Rocco, Zahar, Record, Ediouro, Companhia das Letras, Penguim (Portugal), Darkide e Landscape. No mais, algumas editoras costumam ser melhores e piores, dependendo dos profissionais escolhidos para o trabalho.
Exemplos de livros com boa revisão?
Crave a Marca de Veronica Roth, Legend e Batman, ambos da autora Marie Lu, Meu Querido Guerreiro, de Julie Garwood e O Advogado Rebelde de John Grisham foram muito bem desenvolvidos para o Português.
É bom ter em mente que não basta contar com uma boa estória na cabeça, tem que escrever direito. Quantos comentários vemos na Amazon, por parte de leitores falando de autores saídos do Wattpad (autores iludidos com seus milhões de leituras e visualizações). Chegam lá e os leitores da Amazon detonam o português da pessoa... E não detonam só autor do Wattpad, não. Detonam até livros estrangeiros traduzidos de maneira pobre e revisados num Português made in Paraguai.
Trata-se de um público pagante e, portanto, mais exigente.
Tá certo que eles já não demonstram tanto preconceito contra autores nacionais (mas o preconceito ainda existe; e dinheiro não dá em árvores).
Você não pode ir para a arena despreparado, caso contrário vai beijar a lona. Não importa quantas cenas de sexo e romance você descreva, não importa quantas Julias Quinns você copie, não importa quantas capas lindas, ou o quanto você pague ao tráfego/marketing na internet... Certa vez li o comentário de uma dessas gurus do marketing de livros, que disse não existir livro ruim, mas livro mal divulgado.
Isso é uma afronta para quem se esforçou em pesquisar e escrever algo relevante, nivelando-o por baixo... no mesmo patamar de alguém que soltou um pum num banheiro de rodoviária e decidiu esfrever um livro sobre o cheiro.
Olha, se o teu livro for mais do mesmo, previsível, com erros, melhor refletir antes de se atirar.
A não ser que você não ligue. Que esteja só zoando. Que tenha tempo livre e dinheiro para jogar fora. Que esteja disposto a fazer uma ode ao seu peido de rodoviária, sem estresse e sem compromisso.
Se for este o caso, ignore o que eu disse. Aliás, ignore este livro inteirinho.
👽👍
Sobre os verbos:
Tenha em mente duas coisas - primeiro, o verbo sempre concorda com o sujeito da frase. Por isso, pergunte ao verbo e ele vai lhe dizer exatamente quem é o gostosão da frase. Com exceção dos efeitos climáticos, é óbvio.
A cadeira está ali.
Quem está ali? - pergunto ao verbo está, que me responde: a cadeira está.
Agradeço pela conversa, Robert, pois me diverti muito.
Quem agradece? Quem se divertiu? - pergunto aos verbos. Ambos respondem: eu (eu sou o sujeito da frase).
REPITO: Saber localizar o sujeito da frase te permite controlar as ações narradas. Se elas ficam no singular, se vão para o plural, se estão no masculino ou feminino, etc..
A segunda coisa que deve prestar atenção: a ação tradicionalmente é contada no passado. Exemplo: Fui ao teatro comprar ingressos, pois pretendíamos assistir à peça, logo mais.
Mas, temos autores que contam o enredo no presente. Isso dá um trabalho danado. Pois nem todos os verbos ficam bem flexionados no presente. Exemplo: Vou ao teatro comprar ingressos pois pretendemos assistir a peça logo mais.
Muito cuidado, respeite os tempos verbais. Basta seguir a ação. Se vai fazer, é futuro, se já fez é passado, se está fazendo é presente. Exemplo: Caminho a esmo, chateada, pois briguei com meu pai por causa de besteira. Haverá um dia em que ele compreenda as minhas motivações. Mas, por agora, quero apenas andar - livre da culpa e da raiva.
Lembre-se: O verbo concorda com o sujeito. Se o sujeito já fez, tá feito. Se o sujeito está fazendo, ação presente. Se vai fazer, futuro.
Por isso, se for contar uma história na primeira pessoa, verbo presente, tenha em mente que nem todos os verbos poderão flexionar no presente do indicativo. Eles deverão ser substituídos ou você terá que modificar a frase toda para que abarque o sentido pretendido.
Daí resulta o trabalhão que mencionei. É muito mais fácil contar a história na terceira pessoa, verbo passado.
Regrinha de bronze, prata e ouro: Aproveite todo o conhecimento gratuito que a internet disponibiliza. O Wattpad é uma plataforma bastante intuitiva. A direção de suas pesquisas faz com que ela te sugira mais e mais obras com o teor que você procura. Encontrei muitas obras interessantes, com dicas ótimas de escrita. Basta você estudar esse material e usar.
A Amazon, através da plataforma do KDP, te oferece um mundo de respostas por meio das Perguntas & Respostas. Eles também têm a Comunidade com tópicos de discussão.
Onde quer que você deseje publicar, se souber procurar, vai encontrar ajuda. E se não tiver, é porque a plataforma não é boa. Pule fora.
CONTINUA NA AMAZON.............
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