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Da conexão, nascem as personagens

Conexão, elo, encaixe, momento compartilhado. Para começar, conecte um meio a um fim, uma intenção a um resultado. E exercite, observe, pesquise, converse.

Sabe por quê o tênis All Star mais descolado é o da linha "Converse"? Porque envolve a parte social. E a parte social significa SE ENVOLVER.

Para escrever com emoção, e criar bons personagens, você, como escritor, precisa se envolver... E se envolver, em primeira instância, com a vida. A vida que corre ao seu redor.

Converse.
Assunte.
Descubra o que tá rolando.
Veja.
Sinta.
Reaja.

As emoções e a sua entrega, na voz das personagens, são importantes momentos do processo de escrita literária. Mas mesmo que a emoção seja da personagem, ela tem que vir de você, do contrário, irá apresentá-la de modo frio e distante. Uma pálida reprodução de algo DESCONECTADO.

Robozinhos..... Lembre-se! Cuidado com a sedução e a facilidade proporcionada por se comportar como um robozinho!

Às vezes, na hora de construir um personagem, a gente acha que, se seguir a Maria (ou bancar a Maria Vai Com As Outras), irá conseguir fazer o leitor simpatizar com a nossa criação. Conhece a Síndrome de Bella Swan? Vejo muito disso. Muitos livros, mas muitos livros, mesmo, começando por aqui sempre do mesmo jeito: Chiquinha era uma garota normal e levava uma vida normal. Daí acontece isso, acontece aquilo... Blá, Blá, Blá... Eu paro de ler já na primeira frase. Porque só vou me interessar pela Chiquinha, se tiver algo nela que não foi dito do mesmo jeito que todo mundo já disse. Além do mais, que neura é essa? Parece uma obsessão entre escritores iniciantes em querer apresentar uma garota tentando ser normal. E se de repente você criasse alguém assumidamente diferente. E se você começasse a discutir a tão decantada normalidade? Caramba! Ia ser muito mais interessante do que ficar desenvolvendo personagem robozinho.

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Voltando à criação dos personagens e suas emoções: Alguns autores são impactados pelas seguintes perguntas; Como um autor pode expressar emoções se nunca as viveu, ou nunca se interessou em conhecê-las? (É mais fácil pegar modelos prontos de outros autores?) Como descrever aquilo que não treinou para observar nas pessoas ao redor?

Expressar emoções exige que o autor as compreenda. E para compreendê-las, deve desenvolver uma coisinha chamada EMPATIA.

Saber se colocar no lugar do próximo. Existe uma porção de técnicas para desenvolver empatia. Basta consultar o Tio Google.

Basicamente, a empatia envolve o seu entendimento de que as pessoas não compreendem as coisas da mesma maneira que as outras. Não as vivenciam do mesmo jeito. A partir daí, você se esforça para entender como as pessoas pensam, mesmo que você pense e aja diferente delas.

Entender que a dor e a felicidade não têm o mesmo significado, nem a mesma intensidade, ou a mesma medida para todo mundo, é essencial para que você crie emoção em seu texto.

Entender o que leva uma pessoa a agir assim ou assado, é necessário, para que você realmente ABSTRAIA e encontre o equilíbrio da trama...

Insista na pergunta "por quê":
Por que fulano age assim?
Por que fulano se chateou?
Por que fulano gosta daquilo?

Enfim, um escritor deve ser um eterno interessado em observar pessoas e principalmente, em conhecer histórias de vida.

Volto a repetir: pessoas que só se interessam por si mesmas e seus celulares têm dificuldades em desenvolver personagens interessantes.

O que torna uma personagem interessante? Eu diria que é a habilidade do autor em lhe dar amplitude de cenário, de mobilidade dentro deste cenário e, principalmente, uma voz.

As vozes no discurso podem ser carregadas de força ou serem tão fracas que não mobilizam a atenção do leitor.

Normalmente, as personagens que marcam o imaginário coletivo são aquelas que:
A) O leitor se identifica.
B) O leitor encontra coerência na trajetória.
C) O leitor vê um canal (através da personagem) para suas emoções mais secretas, sonhos, anseios ou desejos.
D) O leitor torce, simpatiza pela pessoa fictícia.
E) O leitor se pega refletindo sobre situações inéditas ou inusitadas.
F) O leitor odeia a pessoa e quer vê-la pagar.

Construir personagens exige empatia e método. Afinal, nem tudo você consegue sentir ou imaginar. Como se sente alguém que cheira crack? Eu não sei, pois nunca cheirei. Existem experiências que você não teve e é preciso ABSTRAIR.

O que é isso? Abstrair é uma habilidade que se desenvolve quando você lê bastante. A leitura deixa os seus neurônios preparados para articular informações. Afinal, a leitura exercita os neurônios e seus axônios a transmitir rapidamente informações conceituais com menos perda na integridade de sua interpretação/reprodução. Isso porque a biblioteca da memória, em seu cérebro, está bem organizada.

Dessa forma, se, por um lado, a empatia envolve emoções e sentimentos (sentir o que os outros sentem, colocar-se no lugar dos outros...); abstrair envolve, para o sentido pretendido aqui:

A) Observar (um ou mais elementos de um todo), avaliando características e propriedades em separado.

B) Observar em separado elementos de um discurso para diferenciar fatos de suposições.

(Conforme o Dicionário de Oxford).

E mais especificamente (minha compreensão): destacar elementos de um todo, em uma dada situação, e relacioná-los a situações novas.

Exemplo: O maníaco do parque fez atos horrendos na vida real. Eu, como escritora de suspense/terror, posso ABSTRAIR algumas de suas qualidades negativas para um personagem que desejo criar.

A habilidade em abstrair impulsionará outra habilidade que envolve o raciocínio: a dedução lógica. Ou seja, o método de fazer escolhas e chegar a conclusões plausíveis usando procedimentos vinculantes. Exemplo: uma coisa leva a outra, que leva a outra, que alcança uma última: o resultado final. A dedução lógica começa por uma ideia geral e, quem sabe, superficial, e vai particularizando ou, quem sabe, aprofundando. Por eliminação, separa-se o joio do trigo por meio da identificação das características específicas de um objeto, que se quer destacar ou identificar.

Emoção (empatia - percepção emotiva das qualidades positivas e negativas das pessoas) versus razão (dedução lógica - percepção racional das qualidades negativas e positivas das pessoas), leva a uma elaboração mais profunda de sentimentos e valores morais respectivamente. A contradição entre razão e emoção, gera o movimento da personagem. Torna-a humana. E para chegar a essa humanidade das personagens, costumo ser uma coisa que muita gente detesta, mas que, para se tornar um bom escritor - mesmo um escritor razoável - você precisa ser, de vez em quando: BISBILHOTEIRO.

O interesse pelas pessoas não pode se restringir a sua observação. Uma boa abstração e, consequentemente, a criação de bons personagens, requer que você fuce um pouco a vida alheia 😂😂😂😂 Para não ficar tão feio, chame isso de "realização de entrevistas informais e secretas".

Quando estou com pessoas cujo "modo de ser" gera força motriz para uma boa trama e para boas personagens, fuço pra valer! Faço o que nós antigos chamamos de PAPEAR. (Verbo de gíria, do substantivo PAPO).

O que não dá para fazer com a cara enfiada num celular... Concorda?

Por isso, se quiser criar bons personagens, precisa CONHECER PESSOAS. Ou ao menos ser TRANSEUNTE na vida delas, parafraseando Jesus.

Manuela, Clara, Adriano, Melissa, Caridade, Dalila, Sandra, Bruno, Cláudio, Gia, Betina, entre outros, nasceram da minha bisbilhotice...

😎👍

Além disso, também costumo criar dossiês em meus cadernos, onde anoto informações oriundas de pesquisas sobre profissões, aspectos culturais e geopolítica. Anoto eventos e relações estabelecidas entre as pessoas, características de personalidade, comportamentos, e observações gerais sobre as pessoas. As vezes, as minhas personagens são inteiramente criadas/desenvolvidas tendo por base pequenos recortes ou pequenos trechos/fases da vida de uma ou mais pessoas. Há pessoas que mais de uma vez, inspiraram, em diferentes idades e diferentes momentos, mais de uma personagem minha.

Depois de esquematizar os capítulos do livro, esses dossiês ganham vida. Eu não tenho mais controle sobre as personagens até a conclusão da obra.

Geralmente não sei como vai acabar até que acabe. Isso porque entram em jogo elementos como coerência psicológica, de personalidade, e de interesses pessoais da personagem que não são os meus interesses ou as minhas características.

Por exemplo, em A Muralha, eu não sabia se Melissa ia viver, morrer, ou ser transformada até as últimas páginas do volume 3, Caledônia. A tendência de seguir a lógica do enredo me puxava para matar a personagem. Foi exatamente a minha outra tendência em preferir finais felizes (pois de amarga, basta a vida), que deu o empurrão final para esta direção. Se por um lado, eu achava que ela tinha que morrer (e continuo achando), por outro, o meu lado leitora apelava pela salvação. Mas eu sabia que se ela vivesse não haveria final feliz do mesmo jeito. Um dia, ela morreria porque era mortal. E Adriano morreria porque não viveria mais sem ela, agora que a reencontrou.

Sendo assim, a solução se apresentou no final: transformação.

Normalmente, uma personagem nasce de mim, do meu esforço, porém, ela se desvincula e ganha uma vida própria. Sou apenas a condutora; o canal pelo qual a personagem se manifesta. E faço questão de separar a coisas. Fujo do estilo de narrador que interfere e contamina o texto de tal forma com sua opinião, que o leitor percebe a personalidade, ou voz do autor, no lugar da voz da personagem.

Não vou dizer que minhas opiniões não aparecem no livro. Aparecem e muito. Mas eu só permito que apareçam em situações pertinentes à cena que está rolando naquele momento. De forma a não dirigir a vida da personagem. Caso contrário, não interfiro. Na maioria das vezes as opiniões das personagens tem a ver com seus próprios interesses e não com os meus.

Por exemplo, eu não tenho os mesmos interesses românticos que meus protagonistas. Mesmo assim, tenho duas ferramentas que me ajudam no trabalho: empatia e abstração.


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