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Capítulo 24

De uma forma inesperada
o amor pode surgir.
– Liah Ariadne

Quando acordei no outro dia para preparar o café da manhã, Dakota estava sentada a mesa com um jornal entre seus dedos, folheando-o, e, quando me viu abaixou os olhos, desgostosa com o que lia.

— Esteve tramando contra as minhas costas, borralheira? — Em seus olhos havia raiva. — Acha mesmo que Blake podendo ter qualquer mulher ficará perdendo tempo com você? Você é ridícula em pensar que sim!

Ela jogou o jornal sobre a mesa, que deslizou até mim fazendo com que meus olhos passassem pelo enunciado da matéria.

"Herdeiros de redes de hotéis milionárias assumem relacionamentos inesperados com filhas de um dos maiores nomes da arquitetura de Pherce".

Na capa estávamos os quatro juntos. Elliot segurava a cintura de Heather e Blake a minha e o braço de onde recebi seu toque segurava sua mão livre. Era foto fofa de quando nossos olhos se encontraram. Blake me olhava como se estivesse realmente apaixonado.

Uma pena que um deles não vai durar e logo Blake se cansará do novo brinquedinho. — murmurou pegando uma torrada e a levando até a boca.

Quando ela subiu para seu quarto, peguei uma maça e fiz meu caminho para longe dali. Fazia tempos que não éramos noticias, exceto por Dakota que apareceu ao lado da amiga há alguns dias. No metro as pessoas me olhavam descrestes como se tentasse desvendar se eu era realmente a garota que estava na capa no noticiário está manhã. Coloquei os fones ignorando os olhares curiosos. Quando adentrei os portões da universidade as pessoas me olhavam incrédulas. Obvio que olhariam, em um dia Blake e eu nunca conversávamos em publico, no outro éramos namorados.

Conforme entrava nos corredores ouvia cochichos maldosos do tipo:

"O que o Blake viu nela?", ou, "Garota sem graça." E por ali ia.

Em um dia a minha vida teve uma reviravolta junto de uma repercussão terrível. Em um dia apenas era a gêmea idêntica da Heather, e no outro uma garota visada por todos pelo namoro precoce, mas há quem dizia que Blake soube escolher melhor que o irmão, é até isso escutei.

Naquela manhã o meu "namorado" não apareceu. Blake me deixou lidar sozinho com a situação vergonhosa e constrangedora que havia criado mediante ao enunciado que havia repercutido de modo absoluto. Até mesmo dentro da sala, que estava uma loucura as pessoas me olhavam incrédulas. Heather e Leslie cochichavam, provavelmente falavam de mim.

Durante o intervalo soube que a fofoca se rastejou pelo Campus inteiro. O jornagram adorava uma fofoca. Blake era polemico, e agora eu, uma garota isolada a esse mundo virava assunto também. Aonde havia me metido, meu Deus!

Mesmo sobre olhares arrastei Fayer e pedi que informasse Faith, e quando as três estavam sentadas entro da biblioteca vazia expliquei tudo, exatamente como havia acontecido.

— Meu Deus, ele armou toda a cena pelas suas costas? — Fayer me olhava de olhos arregalados. Faith suspirava.

— Ele usou palavras tão lindas que nem pensava que isso poderia sair daqueles lábios.

— Um pedido de namoro direto para cobra foi genial. — Faith bateu palminhas, eufórica. — Esse namoro vai mudar tanta coisa na sua vida.

— Não se iluda, Faith!

— Se ele tivesse dito abertamente você quer namorar você não aceitaria e pularia fora... — afirmou ela com todas as letras. — Esse medo que sente em desafiar sua madrasta bloqueia quem você é! Mas, agora, com Blake ao seu lado talvez consiga ter um pouco mais de liberdade.

— O namoro falso não muda a opressão que ela me passa. Dakota entrou no meu psicológico e ainda aceitou o namoro por mim. Acho que Blake deveria namorar com ela já que nem quis saber a minha resposta ao pedido em público. — bufei frustrada e as garotas riram. — E para sair de lá requer forças que ainda não tenho.

— Você só precisa confiar em quem você é e não em quem se tornou depois da perda. — Fayer comentou seria e eu suspirei concordando. Precisava me encontrar o mais rápido comigo mesma, mas aonde? Aonde eu a havia deixado?

Faith me olhou arregalando os olhos antes de desviar a atenção para a sua mochila. Fayer e eu olhamos uma para a outra intrigada, mas a mais nova apenas deu de ombros entregando-me um envelope vermelho.

— Deixaram isso comigo para que te entregasse no final da manhã, mas como quero ver o que tem ai dentro não irei conseguir esperar. Vamos Bless, abra!

Cerrei os olhos, vendo-a sorrir. Fayer olhava para o mesmo ponto que eu. Suspirei ao abrir e ver a letra caligrafada a mão. E, como as irmãs estavam curiosas decidi dividir o que havia ali com elas, então comecei a ler em voz baixa...

Olá, Mon Chéri;

Deve estar me xingando até agora por sumir e deixá-la sozinha com uma bomba relógio em suas mãos, mas, tenho meus motivos à quais, você, senhorita Kelleher está incluída neles. Isso mesmo Aurora e eu não aceito não como resposta já que estamos enrolados juntos até o pescoço.

Gostaria de levá-la a um lugar, mas sem sequestros desta vez, pedi ao meu pai que conversasse com a sua madrasta, pois notei naquele jantar que vocês não se dão tão bem quanto ela queria demonstrar, sua cara não era das mais animadoras. Então preferi me precaver de que nada desse errado.

Espero que não bata a porta na minha cara as 6:00 p.m. quando for busca-la, estarei te esperando ansiosamente.

Blake Callaway!

Quando terminei o bilhete curto as olhei em choque, então seria assim, durante toda essa fraude Blake Callaway tomaria decisões por nós dois, não me daria à chance de escolher ou opinar.

Suspirei fundo tentando manter a calma.

— Indiretamente um encontro.

— Não é um encontro. — rebati olhando a letra bonita no papel. — Não é um encontro.

Repeti como uma tola ouvindo as risadas de minhas melhores amigas.

— Aceite que amarrou Blake a você pelo coração. — Faith proferiu em um suspiro apaixonado.

— Disse a garota apaixonada. — sorri e ela corou sabendo exatamente do que eu estava falando. Ambas sabiam, mas não havíamos parado para conversar sobre isso quando tudo estava uma loucura, mas por elas, Blake estava realmente se apaixonando por mim.

O dia seguiu como sempre. Dakota estava emburrada por ter que preparar o próprio jantar, mas não se opôs que eu saísse com Blake quando a noite caiu.

Escolhi um vestido de alça fina verde água justo até a cintura e até o joelho rodado e nos pés uma rasteirinha, antes disso tomei um banho calmo, lavei os cabelos, me cuidei o máximo que a vida naquele lugar me permitia. Prendi meu cabelo em um coque alto, mantive alguns fios soltos e passei o perfume. Olhei-me no pedaço de espelho inúmeras vezes sentindo a guerra interior de passar ou não maquiagem, opto por meu rosto natural.

Ao terminar, caminho até o hall da mansão para esperar Blake, mas para o meu azar Dakota estava ali, sentada no sofá com mexendo em seu telefone, mas a me ver arrumada levantou-se.

— Não pense que namorar o filho de George aumente o que você significa nessa casa, borralheira. — Ela caminhou até mim, parando a minha frente. — Você não é nada. Não é ninguém importante, é uma menininha tola sem valor. — seus olhos claros focaram impiedosamente os meus. — Se contar a Blake qualquer coisa que use contra mim irei trancafia-la naquele moquifo até que morra.

Dakota caminhou até o elevador e desapareceu de minhas vistas, meus olhos estavam estáticos por onde ela havia passado, engoli em seco concordando sozinha inúmeras vezes.

Eu não contaria nada porque era vergonhoso contar a alguém como Blake.

Minhas mãos tremiam de nervoso ao mesmo tempo em que minha cabeça girava. Eu só queria ter forças para me libertar disso, mas não era tão simples, porque, para que me libertasse de Dakota tinha que me libertar antes.

Ouvir a campainha da porta fez o meu coração acelerar. Eu não deveria estar me sentindo assim.

Qual é, era só o Blake.

Em passos largos caminhei até a porta, e ali, com flores nas mãos estava Blake com um sorriso sedutor e largo nos lábios, e com um boque enorme de flores nas mãos.

Seus olhos passaram por mim com admiração e eu olhei para sua mão impressionada.

Blake estava bem vestido em uma camiseta azul topázio que marcava seu corpo definido e por cima uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans escura que ajudava a modelar suas pernas torneadas e bem definidas. Os seus cabelos estavam levemente bagunçados, o que o deixava com aparência de badboy.

— Como você conseguiu ficar ainda mais linda. — Blake sorriu não era uma pergunta, era uma afirmação. O sorriso travesso deu espaço a um singelo e gentil. E por sorte, mais uma vez Blake estava com olhos mais limpos que normalmente, agradeci por não ter nenhuma sombra neles. Blake me entregou um ramalhete de flores enormes e vermelhas. — Para você!

— E desde quando se tornou romântico?

— É o que os namorados fazem não é? — deu de ombros com um sorriso debochado nos lábios. — Além do mais ando tendo umas dicas de como ser... menos agressivo.

Essa parte ele disse baixinho, quase sussurrada, mas sorri por escutar admirando com seus traços delicados.

Blake sorriu.

— Temos tanto o que conversar... tenho que...

Ele não terminou, estava confuso e embaraçado, ri de sua expressão assustada. Blake Callaway com medo, quem diria.

— Só espere um minutinho, deixarei as flores em um jarro.

Ele sorriu me virei e fui até a cozinha peguei um jarro e as coloquei ali e torci para que quando voltasse estivessem no mesmo lugar.

Quando voltei para a entrada só então me dei conta que Blake não estava de carro, mas sim com uma moto enorme, daquelas equipadas e chiquérrimas, então... Eu teria que ficar literalmente grudada a Blake. Girei a cabeça olhando da moto ao idiota Callaway, inerte, abestalhada por não ter vivido muitas coisas.

Eu era uma menina de quinze anos quando a mamãe se foi, e depois disso fui aprisionada em minha própria vida, e agora, do nada, um garoto cujo sobrenome acuava minha madrasta eu poderia sair novamente mesmo que fosse com ele, para onde desejasse me levar.

Uma loucura, porém um avanço.

— Já andou de moto antes? — neguei com a cabeça e ele me olhou assombrado.

— Isso é sério? — perguntou incrédulo.

— O que esperava? Uma vida perfeita como a de Heather? Não Blake, digamos que a minha vida é... — fodida, ferrada, escravizada, quis dizer, mas o que saiu foi: — Difícil.

— Um dia me contará tudo...

— Quem sabe! — forcei o sorriso e ele me entregou o capacete.

— Quando montar segure firme em mim.

E assim aconteceu quando minha pele uniu-se a suas costas. Me senti estranha, invasiva e envergonhada, mas conforme saímos pelas ruas de Pherce City respirava ar puro, sentia-o rechicotear em meu rosto de modo gentil. Era a maior sensação de liberdade que já havia conquistado. Meus cabelos voavam livres e por um momento me esqueci de que era Blake quem pilotava. Blake não correu e eu encostei meu corpo no seu sentindo conforto enquanto meus braços enrolavam-se em seu meio.

Quando estávamos entrando na ponte que nos levava para fora da cidade sabia por onde estávamos indo. E pouco depois avistei o Cais e em baixo dele não dava para ver nada devido às madeiras a sua volta. Mas conseguia ver sobre o horizonte e as ondas ao longe eram lindas. Blake estacionou no mesmo lugar da outra vez e, quando retiramos o capacete os de Blake estavam bagunçados, lindamente bagunçados.

— Quis conversar em um lugar mais calmo e aqui é aonde mais me trás paz!

Sorri olhando para o alto em seguida. O tempo estava lindo e o céu ainda mais iluminado que a noite anterior. As estrelas cintilavam no céu lindamente deixando um clima romântico.

— Ainda não iremos descer. — segurou minha mão me impulsionando a me mover. Caminhamos sobre o brilho da lua de mãos dadas e ao fim da ponte de madeira sentamos a muitos centímetros do chão. Estávamos em cima da onde Blake me levou da última vez. E, ali ficamos em silêncio.

— Depois me senti um egoísta em pedir você em namoro para a sua madrasta, porém, te conhecendo um pouquinho sabia que recusaria o meu pedido... — Ele suspirou olhando adiante, para o mar. — Mas também não pensei que iria tão adiante com isso.

— Você parece arrependido.

Seus olhos focaram um os meus e um sorriso fraco estampou em seu rosto.

— Eu só me arrependo de três coisas na minha vida, Chéri. — Seus olhos arderam. — A primeira é de deixar Hannah quando ela mais precisou de mim. Depois fui um imbecil de assumir um relacionamento fadado a dar errado e depois agir como um imbecil com você. De resto não me arrependo de nada!

— Incluiu na sua lista ter me sequestrado de um encontro... — Fiz careta arrancando-me um sorriso. — Você tinha que tentar lutar pelo que quer.

— E fácil falar quando não está em meu lugar. — rebati. — São tantas coisas que acontecem comigo que não seria a qualquer pessoa suportar, entretanto, não é tão simples quanto parece, na realidade é além do que eu desejasse que fosse...

Não era apenas por Dakota, mas também por meus pensamentos atormentados, a opressão psicológica, os maus tratos, a ausência de uma família e ainda tinha o namoro de Heather que entre todos parecia o menos cruel para mim, embora Heather tivesse apontado suas armas em meu rosto e ameaçado atirar caso não cedesse as suas chantagens.

— Embora eu lutei até onde consegui chegar.

Blake desviou novamente para as leves ondas que se quebraram abaixo de nós. Por um momento seus pensamentos vagaram... Vagaram para longe dali.

— Você está certa em não desistir de lutar pelo que ama, mas, antes precisa ver se realmente vale a pena. — O garoto não me olhou, falava olhando em outra direção, essa que não fosse o meu rosto. — Eu já amei antes ou pensei que amava e isso nem faz tanto tempo assim.

A amargura enrolou-se em sua voz baixa, engasgada.

— Esse mês fez dois anos que eu e Ambre estávamos juntos, eu me considerava sortudo em tê-la na minha vida embora Ambre não fosse nem um pouco simpática e hostil, mas mesmo assim ela completava um lugar... mais doce e gentil em mim. — Blake parou por um segundo e suspirou.

Era como se estivesse decidindo se continuava ou não, e por fim, vi que desejava transparecia entre nós, por isso continuou:

— Conheci Ambre em uma festa porque seu pai era sócio do meu pai, cursávamos a mesma faculdade e tínhamos amigos em comum. Allan e Camille eram namorados há dois anos quando começamos a namorar e sempre saímos com eles e outros amigos que conquistei. Antoine e eu éramos os únicos solteiros que transava em todas as festas, mas em uma especifica. Uma comemoração que uma amiga havia se formado enchemos a casa e eu perdi o controle naquela noite e acabei transando com Ambre e depois disso não paramos mais. Ela sabia como me conquistar e sabia também o quanto era boa de cama. Pouco depois assumimos o namoro e o meu pai ficou muito orgulhoso disso, apostamos tudo nesse relacionamento e a pedi em casamento faz pouco tempo e por esse motivo o meu pai e Joan fizeram uma parceria milionária.

A voz de Blake embargou e o nó formou entre minhas entranhas. Senti seu desespero. Ele precisava parar, mas no fundo desejava que continuasse para que se libertasse, e ele seguiu:

— Ah Chéri foi um pedido de casamento tão lindo... — Ele esticou um sorriso triste que não chegou a seus olhos. — Nem mesmo sabia que conseguia ser tão romântico, mas, dizem que o amor muda as pessoas e ele me mudou.

Ele me olhou

— Três semanas que a pedi em casamento ela mudou, e no dia da festa de meu aniversário de vinte e cinco anos...

— Blake, você não precisa falar sobre isso, eu...

Ele não parou de falar:

— Na festa eu a procurei. A procurei como um imbecil por toda aquela gente da faculdade, mas quando a encontrei em meu quarto com Allan fodendo entre as suas pernas. Ela nem conseguiu esperar para me trair e ainda fez isso no meu quarto com o namorado da melhor amiga. Os expulsei do apartamento, expulsei todos porque a minha noite havia acabado. E, naquela noite foi a qual matei o meu coração, inclusive a mim mesmo.

O garoto me olhou, ferido, magoado como se uma adaga atravesse o seu coração pela segunda vez.

— Naquela noite reuni tudo que tinha e voltei para Pherce. Hannah cuidou de mim naquela noite quando na realidade eu quem deveria ter cuidado dela. E o outro dia o meu pai inventou aquele circo na sua casa e o final na lastima é o que vivemos até hoje por consequências daquela noite... — Vi a sombra atormentar Blake novamente, e eu suspirei. — Eu não quero ser sombra de algo que não sou. Acho que o desejo em te ajudar é para provar que não sou esse monstro que criei em sua cabeça.

— Você não é um monstro, Blake — puxei seu rosto com as minhas mãos. — É apenas um homem ferido e hoje claramente vejo isso e não o culpo do que fizeram com você.

— Eu tenho muitos sentimentos ruins, Chéri.

— Você é melhor que um sentimento ruim. — proferi gentilmente tocando seus cabelos macios e acariciando. — Você só precisa de uma luz. Hannah disse que você é quebrado demais, mas é um homem bom.

— Eu sou as trevas em meio a um dia sombrio, e não tenho um pingo de bondade em mim... — seus olhos vieram até a frente de meu rosto, seus olhos me encontraram. — Não espere alguma luz em mim, Chéri! Porque ela não existe.

Inesperadamente, sem pensar me aproximei mais dele e o abracei.

— Iremos superar isso...

Blake tocava meus cabelos como se devolvesse o carinho em silencio, até às palavras subirem por sua garganta:

— É difícil superar quando Ambre veio de Paris para me atormentar. É como se aquela garota quisesse acabar com o resto da minha sanidade. E eu não consigo ter um segundo de paz!

— Então temos que criar esse segundo para você... — mordi o lábio inferior ao ver o sorrisinho sacana em seus lábios. Que merda havia na minha cabeça para dizer isso? Qual era a intimidade que tínhamos se há dois meses eu o odiava. Não tínhamos intimidade para tal façanha. Nem éramos amigos.

Você é absolutamente uma tola, Blessed Kelleher — zombou meu subconsciente me levando a revirar os olhos.

Rastejei-me um para um pouco mais longe sobre olhares curiosos. Blake provavelmente não estava preparado para uma fala tão tola, o que eu queria dizer? Que o faria feliz? MERDA!

Blake sorria quando se levantou.

— Tenho outros motivos a quais quis trazê-la até aqui. — Confessou e eu o olhei surpresa. Apoiei o corpo com as mãos e me levantei seguindo-o para a rampa de ferro com leves frestas que impossibilitava ver lá em baixo, mas a lua refletia deixando o lugar claro.

Caminhamos lado a lado, pé ante pé. Blake estava em silêncio. E, quando chegamos ao final da rampa, eu ainda com as mãos no corrimão arregalei os olhos.

Blake me abraçou de lado ao ver meu espanto.

— Cada vez mais me surpreendo com você! Não pensei que pudesse ser romântico, mas após aquela declaração de fachada. Quase me convenceu, e agora organizou tudo isso. Fez isso sozinho Callaway?

— Não! Confesso que tive ajuda da Hannah — piscou um olho e eu suspirei profundamente. — E sinta-se privilegiada eu não tenho costume de fazer essas coisas... Fofas!

Ri olhando seu rosto, mas em seguida os meus olhos deslizaram por tudo que ele havia organizado. Na areia havia colocado uma toalha vermelha estendida no chão e em volta feito caminho de coração de velas vermelhas flamejantes, o reflexo da lua deixa-a ainda mais romântica.

Virei-me para seu rosto e seus olhos cintilavam mais que o céu estrelado, a expressão fria não estava ali, aquele havia dado espaço a algo melhor do que eu jamais havia visto em seu rosto.

— Eu sou um idiota, sou! Um ogro grosseiro e insensível também quando quero, esses dois sou eu, mas sei reconhecer quando algo faz com que me sinta melhor em toda a carga emocional que trouxe comigo desde cheguei a essa cidade. E no momento todo que a de bom em mim é ligado a você!

Olhei para seu rosto em choque, isso era uma declaração?

Um sorriso estampou seu rosto quando me estendeu a mão.

— O que fiz ontem foi pensado, mas isso aqui foi inúmeras vezes mais. Aquilo não foi real, talvez nem isso aqui seja, mas quero que se sinta acolhida ao meu lado. Que possa confiar em mim e em meu plano maluco para que conquiste Elliot. — Blake umedeceu os lábios olhando mais os meus, antes de seus olhos voltarem para os meus. — O meu irmão é um idiota em não perceber a joia que tem diante a seus olhos.

— Blake nós não precisamos disso!

— Eu não te dei chances ontem, mas gostaria de saber agora se... — Seu olhar mudou. Ele se afastou me deixando no circulo, seus cabelos bagunçaram-se quando ele se ajoelhou em meio a areia próximo ao fogo, retirando uma caixinha aveludada e seus bolsos. — Bless, quer mesmo entrar nesse namoro  comigo?

Olhava baixo em choque, olhava para Blake ajoelhado enquanto o vento gélido tocava minha pele como se tentasse dar resposta a seu pedido. Blake me olhava de forma incendiária e intensa que o meu corpo todo formigava.

Fechei os olhos sentindo aquilo mesmo que sabia que duraria pouco.

— Aceita viver essa loucura mesmo tendo a certeza que está fadada a ter o coração de outra pessoa? — Ele me olhava nos olhos, suplicantes como se ali houvesse algo que eu não conseguia entender.

— Isso é uma loucura insana, Blake — sussurrei baixinho, incerta, com a voz embargada. — Mas sim, eu estou disposta a tentar...

Blake Callaway se levantou, entrou no círculo de fogo e uniu seu corpo ao meu, mas, antes de passar seus braços por minha cintura colocou a aliança dourada com uma pedrinha de diamante em meu dedo anelar.

Blake me pouco para mais perto de si, e sem que eu esperasse seus lábios se fundissem aos meus. 

A sanidade naquele momento havia ido para o inferno há tempos. Naquele momento apenas desejava estar seus braços sentindo os seus lábios. Meu corpo imediatamente reagiu ao seu toque quente, seus dedos entraram por minha nuca e naquele momento senti o meu corpo incendiar de desejos mais insanos na qual nem mesmo naquela noite sombria de chuva ousei sentir. Quando a intensidade tomou nossos corpos Blake se afastou, segurando minhas mãos sentamos no tapete vermelho felpudo.

Blake pediu pizza, pouco depois subiu lá em cima para receber e eu apaguei todas as velas. E quando ele voltou com a pizza trazia também cobertores. As noites litorâneas eram cruéis nesse outono, que não condiziam com as oscilações de outubro em Pherce.

— Aonde conseguiu isso?

— Digamos que temos um anjo em prol desse namoro... falso — piscou um olho e eu entendi de quem se tratava, certeza que era a Hannah

— Vocês são muito próximos? — perguntei e ele fez uma careta.

— Não é um bom momento para contar historias tristes, Chéri.

Blake mordeu a sua pizza, mas quando viu que eu não tirava os olhos de seu rosto foi questão de engolir o primeiro pedaço e o devolver no mesmo lugar que retirou.

— Estamos nos dando bem, ela é ótima. — Ele sorriu. — Tem se mostrado querer estar ao meu lado. Apoia-me em minhas merdas, mas também me dá dicas que nem mesmo ela sabe o que está fazendo. É uma fofa ao mesmo tempo em que chata para um caralho. — Ele fez careta ao notar o palavrão. Eu simplesmente dei de ombros. — Eles são bons irmãos, eu que sou horrível!

— E você e Elliot são próximos? — perguntei notando seu desconforto, mas mesmo assim sorriu gentilmente, mesmo que de um modo falso.

— Elliot é o que todas dizem. E é o que vemos. — fez careta. — Mas, ele é um cara incrível, sonhador e protege quem ele ama. — ele sorriu dessa vez sem nenhum deboche. — Na noite anterior quando eu cheguei a Pherce e quando fiz a merda com você foi ele quem esteve ao meu lado. O meu irmão ficou ao meu lado todas as noites nesses últimos dias cuidando de mim como se fosse o mais velho... Ele tentou dar fim a minha dor, Blessed. Dava-me conselhos quando o fardo era pesado demais mesmo sabendo que eu era orgulhoso e fodido demais para seguir.

— Blake...

— O meu irmão é perfeito. Ele soube lidar com a morte da mamãe melhor que eu. Eu mudei e não foi para o melhor. Tornei-me alguém com o coração ferido e com os anos pensei que amar alguém poderia ajudar a cicatrizar essa dor, mas ela ferrou ainda mais com tudo. E o que restou hoje é um homem destruído sem saber como prosseguir.

— Você não conseguiu seguir após...

Era difícil falar. Era um assunto delicado demais, eu tinha perdido a minha mãe, entretanto, com Blake tudo se tornava ainda mais cruel.

— Após ela morrer! — senti mágoa em seu tom. — Como eu te disse da primeira vez que viemos aqui, a minha mãe sabia que estava doente, mas não quis nos preocupar, e quando disse, era tarde demais. Em um dia estávamos aqui, sorridentes e os meus irmãos brincando, quando ela me fez prometer e no outro estávamos chorando a sua morte. — Blake me olhou com um sorriso triste, seus olhos escuros brilhavam em meio a lagrimas presas. —Foi tudo rápido, cruel e dilacerador.

— Eu sinto muito!

— Eu também, Chéri. — Blake escondeu o rosto com as mãos. — Acho que isso é algo que nunca irei superar, são tantas coisas...

— Então tente dar o seu melhor para o agora, Blake!

Toquei em sua mão gélida e os seus olhos deslizaram até os meus. Pela primeira vez vi a fraqueza de um homem quebrado. Blake possuía sentimentos, possuía dor em seus olhos, culpa de um fardo que para sempre iria carregar. Suspirei profundamente, criando as melhores palavras de conforto, mas isso não era fácil de lidar.

— Busque na dor forças para prosseguir em você mesmo Blake. E, mesmo que a dor o queime, o que machuque, não permita que isso seja o seu maior ponto de fraqueza que ainda as pessoas a poderão usá-la contra você. Cuide da sua irmã, não é tarde para cumprir sua promessa que fez porque Hannah precisará de seu cuidado pelos próximos quatro anos. Proteja-a e a ame com o melhor de si.

Impensadamente acariciei os seus dedos, suspirando fundo.

— Você é incrível...

Um sorriso fraco dançou em seus lábios, foi impossível não sorrir de volta. E ali terminou o assunto e a pizza estava quase fria. Comemos em silêncio, mas durante esse tempo Blake me olhava da mesma forma que Sam, tentando buscar algo em meu rosto, embora não disse nada.

O tempo ali naquela praia deserta correu vorazmente e a conversa tornava-se agradável. Descobri que Blake lutava para aquietar sua fúria quando não conseguia lidar com o seu eu interior. Em Paris ele treinava, era o melhor, mas não gostava de futebol americano, mas isso sempre o ajudou a manter boas notas, mas se não fosse por Elliot ele não jogaria aqui. Por minha vez, permaneci em silêncio, embora Blake houvesse notado a péssima relação que eu tinha com Heather e pelo cinismo também não engolia a bruxa golpista.

A madrugada, quase uma manhã fria caiu rapidamente. Eu cerrava os olhos com sinais de cansaço.

— Precisa descansar, Chéri.

Nem o questionei, inclinei meu corpo e me deixei no tapete felpudo, meus olhos pregavam, estava cansada demais para protestar. Blake deitou-se a minha frente, senti seus dedos acariciarem meu rosto afagando suavemente meu cabelo e essa foi a ultima lembrança até tudo apagar.

Abri os olhos com Blake levantando meu corpo como de uma boneca de pouco peso, havia subido metade da rampa. Olhei em volta o sol nascia e poucas pessoas já transitavam por ali.

— Acho que estou acordada o suficiente para me colocar no chão. — pedi em tom preguiçoso, ele sorriu atendendo meu pedido. — A minha madrasta vai me matar por passar a noite fora de casa.

Fiz careta, mas meus olhos se fecharam sem ouvir o que Blake havia dito. Provavelmente naquele momento Dakota estava furiosa, perguntando-se onde eu havia me metido e o porquê não ter feito o seu café da manhã.

Essa era a primeira vez que isso acontecia. Blake me passava coragem, quando estávamos conversando sobre ele nem vi o tempo passar. Era como se tudo ao redor perdesse o sentido quando nossas dores se misturavam, porém, ele ainda não conhecia a minha realidade, mas havia percebido que havia algo, mas não foi invasivo em perguntar.

Abracei-o pelo meio trafegando pela cidade recém-acordada naquela manhã de sábado. Quando Blake desligou a moto em frente na entrada da mansão suspirei fundo encarando aqueles olhos escuros a quais impressões ruins estavam passando por suas atitudes não condizentes com quem foi naquele dia. Tirei o capacete e entreguei a ele. Blake tirou o seu também e antes que pudesse dizer qualquer instintivamente meus braços envolveram seu pescoço com um desejo cru e viril por seus lábios rosados.

Blake ficou surpreso, eu também pela atitude inesperada, mas era o que desejava naquele momento, seus lábios nos meus, o seu beijo era viciante demais para não senti-lo mesmo que suavemente. E, antes que ele pudesse perguntar qualquer coisa selei os nossos lábios, mas rapidamente afastei encarando seus olhos perplexos, mas com um meio sorriso estampado.

— Foi uma noite inesquecível. Obrigada por mostrar que às vezes nossos destinos são melhores do que podemos imaginar. — sussurrei baixinho vendo-o me olhar estático como um apaixonado.

Sorri, reunindo minhas forças para me retirar dali. E durante o percurso até o porão o meu coração saltitaria na boca, mas com um sorriso estampado meus lábios.

Quando abri a porta do quarto vazio me joguei no sofá ignorando estar suja. Banharia depois precisava dormir mais, porém, naquele momento a certeza estalou-se em minha mente.

Blake Callaway era melhor, muito melhor do que eu esperava.

Era quase o horário do almoço quando acordei e estranhei Dakota não ter ido arrebentar a porta do porão para que eu levantasse. Agradeci mentalmente por isso. A minha cabeça latejava como se tivesse tomado muitas doses de alguma bebida forte, a noite estava cobrando outra vez o seu preço. Tomei um banho rápido e gelado, bebi um analgésico caminhando pela trilha de pedras para preparar o almoço da megera, ainda era cedo, mas ao entrar na sala, me escondi e paralisei quando ouvi-la gritando:

— COMO VOCÊS NÃO A ENCONTRARAM AINDA? VOCÊ É UM INUTIL, GEAN PIERRE. VOCÊ VAI ME LEVAR A RUÍNA. — esbravejava em Francês. Dakota andava de um lado a outro, nervosa, como se dessa vez tudo estivesse realmente desmoronando. — SE NÃO ENTENDEM O MEU DESESPERO, ESTAREI EM PARIS DENTRE UMA SEMANA. SEM NENHUM PRAZO A MAIS. E, QUANDO CHEGAR AI IREI MATAR UM A UM DE VOCÊS, EU PAGO UMA FORTUNA ESSA MERDA, SEUS IMCOMPETENTES!

Ela desligou o telefone bruscamente. Seus gestos estavam exasperados ao mesmo tempo em que com medo. Apoiada a mesa de canto, tentava se acalmar de uma sincope.

Olhei para os sua expressão corporal  de forma intrigada.

Era a segunda vez que a via falar sobre alguém, mas até onde sabia Dakota havia perdido sua família em um acidente de helicóptero há muitos anos atrás inclusive entre eles estava o seu marido, ou era isso que sempre dizia ao meu pai. Ela não tinha mais ninguém, nunca quis engravidar.

Então quem a levava até a cidade do amor?

Ideias de descobrir seus segredos pairavam sobre minha mente, e se eu descobrisse talvez conseguisse a minha liberdade. Desde que a senhora Turner apareceu naquela noite desconfiei dela. Foi à única e isso causou todo seu ódio por mim, porém, sinto que ela não é quem diz, embora suas origens sejam apenas o meu pai quem as tem, para nós Dakota nunca disse nada sobre quem foi sua família antes de morrer.

— Que a sua ruina seja a nossa paz... — proferi baixinho e quando vi que estava mais calma adentrei o hall vendo-a imóvel no mesmo lugar de antes, no chão havia jarros caríssimos estilhaçados ao chão. Por seu ataque de fúria a conversa havia começado antes mesmo que eu chegasse.

Dakota me olhou de forma suspeita, desconfiada, me controlei ao máximo para não encará-la por tempo demais para que não me entregasse.

— Há quanto tempo está aí? — ralhou, com desprezo.

— Acabei de entrar, Mademoiselle.

Mentira, mas ela não precisava saber disso.

— Limpe essa bagunça antes que eu faça você engolir cada estilhaço — berrou, ácida. — Estou de péssimo humor.

— E quando você não está? — questionei quando a vi sumir adentando o elevador.

Decidi preparar o almoço antes de limpar a bagunça. E, após terminar estava abaixada juntando os cacos quando vi Heather entrar trajando um vestido esvoaçante amarelo. Ela parou na minha frente, suspirando.

— Precisamos contratar mais empregados para essa casa. — levantei os olhos até ela, surpresa. Entretanto voltei a atenção em unir os cacos com cuidado, mesmo sentindo seu olhar fixado em mim, mas não a olhei.

— Não precisa fingir que se importa com isso agora! 

— Eu não sou sem coração quanto pensa. — Sua voz ecoou em meusouvidos e eu maneei a cabeça para olhar para seu rosto bem maquiado.

— Não... — Me levantei para ficar a sua altura, com o maxilar tensionado. — Você é um ser desprezível e amargo, Heather, por isso precisou usurpar o meu lugar para ficar com Elliot.

Vi algo em seus olhos, mas não compreendia o que era. Não me importei em buscar, não deveria ser bom!

— Heather... — Olhamos para cima. Dakota estava última grudada à grade de sustentação olhando para baixo. — George ligou e disse que o seu namorado está planejando uma festa na piscina amanhã cedo... — Ela entrou no elevador, e pouco depois estava adentrando a nossa frente. — E que você vá e que leve essa sua cópia molambenta com você.

Heather me olhou surpresa.

Torci o nariz olhando-as de olhos cerrados segurando a resposta que Dakota merecia.

Isso era mais o que faltava!

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