Capítulo 14
Na vida todos temos um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível.
— Diego Marshi
Não suportava a ideia de Elliot e Heather juntos como um casal e a pouco mais de um mês, após o jantar na mansão pensei que isso pudesse acontecer, mas Elliot não parecia tão interessado em Heather como ela desejasse que ele estivesse, mas agora a historia havia tomado outro rumo. Devido à mentira da minha irmã o jornagram em breve anunciaria o novo casal. Era ridículo, imoral, mas eram as escolhas e consequências de sua mentira.
Meus pensamentos vagaram naquela noticia por muitas horas, e quando o horário de almoço chegou o preparei com cuidado, retirei a minha refeição e as chamei sem esperar que me respondessem. A minha madrasta desceu arrumada como sempre usando um vestido de seda amarelo e um salto dourado. Seus cabelos estavam elegantemente presos e... Ao olhar passar pela porta vi minha cópia atravessar o espaço que nos afastava, cinicamente riu para mim, como se não estivesse acontecendo nada. E, ao olhar para minha madrasta, as duas sorriram.
— Porque está sorrindo para as paredes, Heather? — Dakota perguntou de forma cortês.
— Estou realizada madrasta, finalmente estou a um passo de ter Elliot Callaway todo para mim, sem que ninguém entre em meu caminho. — A minha irmã me olhou de nariz retorcido e olhos cerrado, Dakota fez o mesmo e eu me senti obrigada a rolar os olhos para chão.
— Isso é maravilhoso, filha — sorriu eufórica. — Chame-os para jantar novamente.
— Espere alguns dias, madrasta — pediu gentilmente tocando em sua mão. — Iremos jantar juntos hoje à noite antes de reunir as nossas famílias.
— O seu namorado tem responsabilidades, e será muito bem vindo à nossa família. — seus olhos prenderam-se como se eu fosse invisível ali.
Heather riu, elas haviam comportamentos idênticos.
— Não só responsabilidade... — Heather suspirou se abanando enquanto um sorriso estampava os seus lábios pintados de vermelho. — O beijo... Ah o beijo. Madrasta foi incrível sentir seus lábios tantas vezes pela manhã. Eu estou interessada em conhecê-lo e, depois de hoje o quero em meu intimo.
Arregalei os olhos vendo-as sorrir. Servi o restante da comida em silêncio. Sabia que a conversa em tons debochados e em voz alta era para me humilhar. Heather queria que ouvisse para saber tudo para dizer que Elliot não era para mm e que havia caído em garras.
Após limpar tudo subi para o terraço, o dia estava ameno e triste. Ali, lembrei-me do dia que o jovens de olhos claros esteve ali comigo, admiramos o céu. Pedi de olhos fechados aos céus que aquele encontro não acontecesse, e não aconteceu, Elliot teve um imprevisto e adiou o jantar, o que deixou Heather extremamente chateada. E assim, mais alguns dias se passaram.
Cheguei ao Campus e tudo estava como os últimos cinco dias que haviam se passado. Não era novidade que o Jornagram estava adorando publicar sobre a união de Elliot e Heather, e havia comentários que apostava que estavam namorando escondidos e...
Sai de minhas divagações quando vi Blake passar, passos firmes, postura dominadora e sensual arrancando suspiros, mas o garoto de óculos escuros no rosto não fez questão olhar para ninguém, parecia irritado, em um péssimo dia. Estava ao lado de Hannah, sua irmã. Elliot não estava entre os irmãos, provavelmente estava com Heather.
Depois que a minha irmã disse que era a sua garota me afastei mesmo que às vezes Elliot tentasse puxar assunto, saber como eu estava, era melhor evitar qualquer coisa enquanto o jantar e o que Fayer estava planejando acontecesse, e, depois disso, quando a bomba explodisse eu teria que suportar o que viria a seguir.
Durante as aulas passei a ficar dispersa, pensativa, sem acreditar que um sentimento estivesse me matando por dentro. E, quando o intervalo Fayer colocou a mascará da falsidade para treinar com a equipe que Leslie liderava. Segui para a Biblioteca e me sentei na mesa da entrada. Faith juntou-se a mim. E me surpreendi ao olhá-la nos olhos enquanto mexia em seu celular
— Olhe isso!
Ela me mostrou a pagina do jornagram e os meus olhos rolaram pela postagem.
Elliot Callaway marcou finalmente o encontro para oficializar o relacionamento com a sua amada? Será que após uma semana finalmente esse namoro sai? Esperaremos pela noticia de dedinhos cruzados, alguém mais ansiosos para que essa união aconteça?
— Eu digo que não! — Fayer apareceu atrás de mim. — Antes aquela vadia vai pagar o que fez com você!
— Pensei que estivesse treinando.
— Estava, mas não aguentei aquela sua irmã falando asneiras sobre um namoro que nem existe. — Fayer revirou os olhos. — Além do mais, amanhã quem estará naquele jantar será você.
Fayer girou a mochila e pegou seu celular, digitando uma mensagem rapidamente. Sorri ao olhar seus olhos focados na tela, mas o sorriso morreu quando senti o perfume apimentado adentrar minhas narinas. Olhei para a entrada vendo Blake Callaway passar por nós e me olhar de olhos cerrados. Sustentei seu olhar sentindo minha pele arrepiar, ele o desviou sentando-se em uma mesa tirando o celular do bolso. O olhei por mais tempo que desejava, e, quem o olhasse pensava que Blake não aprontava tudo que ele fazia, principalmente nas festas da fraternidade e sair com a filha de Lorelai não parecia ser um empecilho algum para suas polêmicas transantes. Blake sempre tinha seu nome espalhado nas fofocas dizem que quando ele foi fotografado pelado foi por ter transado com uma garota que tinha namorado e teve que sair as presas. E por isso preferia não se enturmar com amigos. Blake era fechado e não permitia que pessoas entrassem em sua vida. Elliot estava sempre rodeado de amigos, Blake tinha apenas Hannah, que era a única garota a qual passava mais tempo e Marina sempre estar jogada sempre para o segundo, quarto, sexto plano...
De sua mesa os olhos de Blake rolaram até a nossa, suspirei desviando os olhos para Fayer, que sorriu.
— Acho que você mirou em um Callaway e atingiu o outro.
Fayer divertiu-se com a situação e eu revirei os olhos.
— Eu odeio tanto esse idiota!
Trinquei os dentes ao olhá-lo outra vez. Ele estava focado em seu celular e não parecia se importar com nossa conversa e, pela digitação rápida e pela expressão enraivecida de seu rosto parecia responder algum com fúria.
— Li no jornagram mais cedo que uma ex-namorada de Blake Callaway deixou seu país e transferido o curso de moda para Pherce, mas sabemos que suas intenções não são apenas estudar aqui. Tão vez seja esse motivo que esta tão... Agressivo. — Faith comentou olhando para o garoto. — Quem deixaria de viver em Paris para viver em Pherce?
— Blake Callaway! — Seu nome deslizou de meu lábio. Nesse momento o garoto me olhou e eu retorci o nariz.
— Eu não gostaria de ser aquele telefone, embora as respostas devam estar interessantes! — Fayer fez com que eu sorrisse. — Preciso ir. Preciso descobrir fontes aonde será o jantar...
Fayer se levantou e a irmã fez o mesmo.
— E eu vou procurar por Leonard para perguntar se vai querer a carona. — Faith sorriu e a irmã sorriu de modo travesso.
— Você é tão prestativa irmãzinha!
Faith mostrou língua antes de sair. Fayer a seguiu irmã para fora da biblioteca. Sozinha, deixei a minha mesa sobre olhares curiosos de Blake, e quando adentrei os imensos corredores de livros de romance, sorri, acho que nunca deixaria de acreditar na magia daquelas palavras, dos sentimentos por trás deles mesmo que as pessoas fossem horríveis.
Ao escolher o livro voltei para onde havia deixado meus pertences e quando olhei para a mesa ao lado vi uma garota parada em frente a Blake, não era Marina Schumann. Marina era ruiva, essa tinha cabelos loiros e escorridos até em sua cintura e dona de uma pele tão clara que não parecia tomar luz solar. Usava roupas comportadas, meia calça, saia curta e blusa de manga longa que modelava seu corpo bonito, de costas era uma beldade.
Ela falava com Blake, mas pelo olhar irritado ele não a desejava ali. Ela se sentou em sua frente, a atenção do garoto voltou para o seu celular, mas ela bateu em sua mão fazendo com que o objeto caísse de sua mão. Em seus olhos expeliam ódio, Blake parecia prestes a explodir, mas quando seus olhos voaram por cima da garota e pousaram sobre mim engoli em seco.
— Olhe para mim quando estou falando com você, Blake! — gritou chamando atenção, mas não parecia se importar, e por seu sotaque de quem havia aprendido nosso idioma só poderia ser a namorada a qual Faith havia citado.
Blake a olhou de volta com péssimo humor. Seus olhos faiscavam. E, quando disse algo baixo vi o corpo da garota amolecer. Ele continuou falando de modo duro. Vi quando ela enxugou o rosto, estava chorando, mas não se moveu. Blake permaneceu firme sem se importar com a garota, e provavelmente, estava destruindo seu coração.
Sai da biblioteca antes que o intervalo terminasse me sentindo uma intrusa intrometida ao ver aquela cena me fez pensar a aula toda sobre o que pode ser acontecido entre os dois, por fim, decidi não pensar, não era um assunto a qual merecesse a minha atenção.
Comecei a preparar o almoço ainda era cedo, não avisei Dakota que havia chegado e como o carro da minha irmã não estava na mansão deduzo que não viria almoçar em casa. Fiz tudo o mais rápido possível, porque queria iniciar a leitura daquele romance ainda hoje, ao terminar, suspirei aliviada por ter me superado. Sai da cozinha em direção ao elevador. Quando desci e entrei próximo ao quarto da megera vi o que nunca acontecia, seu quarto estava entreaberto com uma pequena fenda aberta que dava para ter uma boa visão do quarto. Dakota falava alto, em francês, quase dei meia volta e sumir dali para que não descontasse seu descontrole em mim. Dakota batia seus saltos de um lado para o outro, desesperada, tanto que não notou a minha presença. Seu salto Armani ecoava duro e como um bumbo em meu cérebro, mais um pouco abriria um buraco no chão e na minha cabeça. Dakota apertou o telefone contra os ouvidos, trincando os dentes de raiva, sua respiração ofegou, parecendo estar prestes a explodir de ódio.
— PERDEU... COMO ASSIM PERDEU? — Dakota começou a gritar descontrolada por ódio. — SEU INÚTIL! COMO DIZ NA MAIOR NATURALIDADE QUE ELA DESAPARECEU EM UM ACIDENTE? QUER ME ENLOUQUECER? É ISSO? SÓ PODE SER UMA MALDITA PIADA!
As mãos da minha madrasta tremiam, assim como seus lábios, seja lá o que estivesse acontecendo ali ela estava muito nervosa, tão que não olhava para a porta, mas ouvia atentamente o que a pessoa do outro lado dizia.
— NÃO SEI O QUE VÃO FAZER, MAS DEEM UM JEITO, GEAN PIERRE — passou os dedos nervosamente pelos cabelos loiros, e por um momento a vi puxá-los, fazendo uma careta de dor. — EU NÃO ME IMPORTO COM OS SEUS MEIOS, MAS QUERO QUE A ENCONTRE E A LEVE DE VOLTA, INFERNO. — vociferou nervosíssima. — É POR ESSE MOTIVO QUE PAGO UMA FORTUNA ADIANTADA.
Ela ouvia atentamente, mas ao contrário das outras vezes não gritou, desligou o celular de forma furiosa, brusca.
Dakota grunhiu alto e quando olhou para a porta, me afastei ouvindo a rasgar os pulmões em um grito desesperado. E, ao olhar novamente pela pequena fresta a vi arremessar o celular contra a parede estraçalhando-o em mil pedaços, por cima de um quadro caríssimo a qual o objeto atingiu.
Dakota sentou-se na cama e abaixou a cabeça, parecia estar chorando baixinho.
O que havia acontecido para deixá-la descontrolada a esse ponto?
Eu pensava que a bruxa golpista não tinha um ponto fraco, mas isso não era verdade, ela não era louca, muito menos destruía seus pertences em ataques de fúria. Eu nunca a vi assim durante esses quatro anos, mas seja lá o que fosse que estivesse arrancando a sua paz parecia capaz de destruí-la caso não fosse encontrado.
Fiz o regresso em silencio até a cozinha sendo atormentada pelas cenas que acabará de presenciar e o descontrole de Dakota me fazia deduzir que era algo muito grave estava acontecendo e por seu medo me fazia desconfiar de muitas coisas, coisas que em algum tempo depois eu descobriria...
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