Capítulo 12
"Uma mentira, por menor que seja, é sempre uma mentira! Às vezes pequenas mentiras podem destruir grandes sonhos."
— Matheus Bogo.
Naquela noite não consegui dormir. Passei a noite olhando para o teto e quando fechava os olhos via o bilhete de Elliot no jornagram. Outra semana se foi, e com ela muitos ensaios para contar, mas quando o via se aproximar perdia a coragem. Mas, naquela manhã escolhi um de meus melhores vestidos no porão, o que já havia usado para ir o jantar com sua família. Quando passei pela trilha do jardim minhas mãos tremiam, era como se falar sobre meus sentimentos com ele fosse errado, mas, eu precisava rever a relíquia que restava de minha mãe, e se esse falar era o preço, eu pagaria. Cheguei ao Campus com os pensamentos borbulhando. Dentro de mim desejava encontrá-lo para ver sua reação, mas também sentia medo de ser rejeitada, mas ao mesmo que esperançosa que novamente seus lábios tocassem ao meu. Haviam passado duas semanas, três meses desde que as aulas haviam retomado, e um que o baile havia acontecido. O assunto não cessaria, o jornagram ainda postavam sobre a misteriosa pianista.
— Finalmente decidiu abrir essa matraca! — Fayer comemorou e Faith revirou os olhos.
— Não posso adiar mais e se ele me rejeitar será apenas uma vez, então, terei o colar da minha mãe de volta!
— Sabemos que não está querendo contar apenas pelo colar, assuma seus sentimentos para ele. Ele não vai te rejeitar, você é linda e o Callaway não é burro. — Fayer fez biquinho enquanto olhávamos um ringue sendo colocado no canto vago do campo, o que nos deixou intrigada.
— Só deixe as coisas acontecerem — Faith tomou nossa atenção. — Aproveite que a aula da megera ainda não começou e vá procurá-lo.
— Me desejem sorte. — sorri descendo os degraus da arquibancada apressadamente sobre suspiros das minhas melhores amigas.
Busquei por Elliot por partes que circulávamos pelo Campus, não quando não o encontrei em lugar nenhum voltei ao campo, mas minhas amigas não estavam mais lá. Havia apenas uma pessoa treinando, Blake Callaway com o treinador, ele socava o saco com fúria.
— Devagar, Blake! — pediu, mas ele insistia em não escutá-lo. Parecia com raiva, seus movimentos eram precisos e seus músculos expostos por seu peito nu, que mostravam o quanto ele estava concertado em arrebentar sua mão com seus socos. O corpo do jovem se contraía, ele era muito mais forte fisicamente que Elliot.
Fiquei olhando por tempo demais sem conseguir desviar o olhar e quando o jovem de cabelos negros me notou e nossos olhares se encontraram vi o V em seu abdômen me deixando envergonhada.
Blake riu me olhando de forma sexy e quando piscou um olho para mim entendi que precisava partir, dessa vez, como das outras, Blake Callaway não parecia insignificar a minha presença.
Vi Blake pedir tempo ao treinador, mas antes que desse cinco passos girei o corpo e sai por aonde havia entrado. Minha respiração ofegou, eu não sabia como lidar se aquele cretino tentasse uma aproximação. Eu o odiava, não queria que se aproximasse. O que ele fez comigo naquela noite nunca o perdoaria.
Entrei no corredor próximo ao banheiro vi Elliot caminhando em minha direção. Respirei fundo quando parou na minha frente com olhos presos nos meus.
— Sempre apressada, Bless! — Elliot sorriu.
— Podemos conversar? — Olhei em volta vendo pequenos grupos olhando para nós. — No jardim...
Ele concordou, mas quando chegamos me arrependi de tê-lo levado até lá. Heather e Leslie estavam sentadas em um dos bancos, mas a me ver Leslie cutucou Hea, que me olhou irritada.
— Não precisamos ficar aqui se não quiser!
Elliot comentou olhando para as garotas, sabia o quanto minha relação com Heather era desgastada.
— Podemos ficar, mas preciso ir ao banheiro um minuto, por favor!
Ele concordou e eu sai dali a passos largos, nervosa. Suspirei fundo. Heather não deveria tê-lo visto comigo. Merda, isso seria motivo para as retaliações de Dakota.
Ao entrar no banheiro liguei a torneira jogando agua em meu rosto e a enxuguei em seguida, precisava me acalmar.
— Seja forte e tenha coragem, Blessed Kelleher — Olhei-me no espelho quando a porta abriu bruscamente. Os passos de Heather foram muito precisos ao caminhar em minha direção. E, com um olhar cruel e impiedoso minha irmã segurou meus dois braços, cravando suas unhas grandes nele arrancando um gemido de dor de meus lábios.
— Enlouqueceu? Solte-me, Heather. Agora! — A empurrei pela barriga e ela se afastou, ali provavelmente ficaria marcado. — O que diabos está fazendo?
Minha irmã trincou os dentes, furiosa.
— Você é tão dissimulada e traiçoeira — murmurou com ódio. — Não deixarei que faça isso. Você não vai ficar com ele sua cretina.
— Do que você está falando?
— Poupe-me desse seu teatro, Blessed. — vociferou enraivecida. — Não tem nenhuma idiota aqui!
— Seja clara porque não sei do que está falando...
Prendi minha atenção em seus olhos avermelhados. Heather havia perdido o controle.
— Você desobedeceu a Dakota na noite da formatura no teatro e conseguiu aquele vestido com suas amigas riquinhas e se apresentou como aquela maldita pianista e conquistou o que era para ser meu. E eu o quero volta! — Heather cerrou os punhos socando a pia furiosa, e quando gemeu de dor me olhou, eu nunca a tinha visto tão fora de si. — Você foi insolente e desobediente naquela noite, imagina quando a Dakota descobrir, o que fará com você, já pensou? — caminhou até mim parando a minha frente. — Padecerá no inferno por ter atravessado o meu caminho.
— Eu não fui... Não saí naquele dia — menti nervosa, olhando em seus olhos. Ela riu.
— Patética mentirosa. Eu a reconheci, Blessed! Reconheci o colar da mamãe em seu pulso e para completar entrei em seu quarto e procurei pelo vestido, você poderia ter sido mais precavida irmãzinha!
Senti meu rosto perder a cor. Heather havia quebrado todas as minhas defesas e pelo sorriso largo em seus lábios sabia disso.
— Todas as minhas provas estão contra você! — Estreitou os olhos, meu corpo tremia, pensava no pior. — E a Dakota vai amar recebê-las.
— O que você ganha com isso? — vi o sorriso diabólico em seus lábios quando confirmei a verdade. — Porque quer me infernizar? O que quer para não contar?
— É uma coisa que não vai doer nada em você, algo simples, apenas me escute com atenção... — deu um passo até mim, encostou seu rosto no meu e sussurrando em meu ouvido. — Você não vai dizer ao Elliot que aquela garota era você, em hipótese alguma, entendeu?
— Isso não é algo simples — cuspi as palavras com ódio.
— Não me interessa, Blessed. Você não vai abrir essa maldita boca ou fique ciente que suas escolhas de trará pesadas consequências. E farei com que se arrependa em me contrariar!
— Você não manda em mim e nem nas minhas escolhas!
— Então conte, Bless! Vá até lá e verá quem manda em quem. — ameaçou em tom baixo. — Você não será a pedra em meu caminho.
Os olhos da minha irmã estavam frios como nunca antes, meus olhos encontraram aos seus como um reflexo. Mas ali, vi a maldade que desconhecia.
— Como pôde fazer isso comigo? Eu sou sua irmã. — tentei argumentar. — Porque deseja a minha infelicidade, não fiz nada para você, Heather!
Minha voz embargou e a minha irmã riu debochadamente.
— Entre a minha felicidade e a sua não preciso perguntar qual irei escolher, não acha? — limpei uma lágrima que teimou em escorrer de meu rosto para olhá-la com sua frieza. — Você não vai atrapalhar tudo por ser uma paixãozinha de merda!
— Nunca pensei que se tornaria um capacho, ou melhor, nunca pensei que se tornaria tão desprezível a ponto de manipular as pessoas com chantagens. Você teve a chance de tê-lo e agora quer tirar a minha porque sabe que sou eu quem tem o seu coração.
— Ele precisa de um rosto antes disso e não precisa saber que é o seu. — riu irônica. — Agora me diga irmãzinha, foi o colar que perdeu, não foi? E o que mais aconteceu lá? Fale!
— Não vou dizer nada sua cretina. — cuspi cm ódio. Suas mãos tentaram me tocar novamente, mas eu a afastei.
— NÃO ME FAÇA PERDER A PACIÊNCIA, INFERNO! — Seus olhos avermelharam e em um olhar sombrio. Seus dedos vieram até o meu rosto e apertaram bruscamente meu maxilar, senti dor, tentei me soltar, mas sua força era surreal como se estivesse fora de si e possuída por algum demônio.
— Não faça as coisas ficarem piores entre nós, irmãzinha! — Ao ouvir seu tom ameaçador, decidi acabar com aquilo, acabar com o que de qualquer forma acabaria comigo.
— Eu disse a ele como me sentia ao olhá-lo, e no fim, ele me beijou — confessei, sentindo as lágrimas escorrerem.
Heather riu. E, ao sair do banheiro sem dizer nada, engoli o choro, lavei o rosto mais uma vez e sai, seguindo até onde Elliot estava, mas quando cheguei Heather estava lá. Leslie os havia deixado sozinha.
Sem vontade caminhei até lá. Elliot estava sentado e Heather a sua frente com um sorriso largo, que a me ver o abriu ainda mais. Não olhei para ele, mantive o olhar baixo não queria que visse meus olhos vermelhos, embora os meus braços estivessem com marcas de unhas, e por seu olhar ele se perguntava o que havia acontecido.
— Você está bem? — Elliot perguntou, concordei a contragosto, sem olhá-lo.
— Está ótima, estávamos conversando sobre a noite anterior e o quando seus pesadelos a tem aterrorizado, pobrezinha. — Heather comentou, venenosa.
— Fico feliz em saber que finalmente estão se entendendo. — Ele tocou minha mão, levantei os meus olhos mostrando que havia chorado. instantaneamente seu rosto mudou. E, sem que esperasse Elliot me puxou para o seu abraço, ali, em seu abraço reconfortante e terno me segurei para não chorar.
— Porque está chorando, linda?
Ele acariciou meu cabelo gentilmente. Meus olhos encontraram os de Heather me olhando com raiva, eu sabia que quando me afastasse nunca mais o abraçaria outra vez.
— Quando entrei no banheiro ela estava chorando dizendo algo sobre estar comovida com um livro de romance que estava lendo.
Deixei os braços de Elliot para encará-la com raiva. Maldita mentirosa. Senti a veia em meu pescoço pulsar, me segurei para não socar sua cara, mas o preço de um olho roxo era alto demais.
O olhar de Elliot se dividiu entre nós duas. Ele estava preocupado, mas mesmo assim me olhou com ternura, senti que deveria mandar a minha irmã para o inferno e contar a verdade, mas não sabia que aquele homem era forte o suficiente para estão ao lado para enfrentar o peso do meu mundo comigo. Eu estava fragilizada com o que havia acontecido no banheiro, estava com medo da ameaça ser concretizada, ela sentia-se ameaçada também e estava lutando com o que tinha.
Olhei para Elliot suplicando para que ele nos tirasse dali, queria que tivéssemos os nossos momentos sozinhos. Queria dizer o que estava engasgado há um mês, e ao fim, poder beijá-lo outra vez. Queria que visse o quanto minha irmã era maldosa, que estava aprontando contra mim e se eu contasse minha vida caótica ela e Dakota desceria de tobogã para o inferno.
— Sabe Elliot, a minha irmã é uma caixinha de boas surpresas, aparentemente uma menina bobinha e inocente, mas que guarda um segredo, que agora quer dizer, não é mesmo Blessed?
Olhei-a incrédula sem acreditar no que estava dizendo. Para mim aquilo era mais um pouquinho do veneno que escorria em suas veias esvaindo-se por sua boca e eu nem poderia me defender mesmo desejando deixá-la com as mesmas marcas que me deixou. Ela sabia que Dakota Turner era meu calcanhar de Aquiles e ao descobrir meu segredo iria longe com a sua chantagem.
— É uma boa garota. Doce, gentil e sabe dar bons conselhos e o garoto que a tiver terá sorte. — sorriu ao me olhar. Em seus olhos vi compaixão misturados com algo que não consegui desvendar.
Heather revirou os olhos. Mas, quando seus olhos me encontraram vi a raiva em seus olhos e ao sorri diabolicamente senti o quanto estava ferrada.
— É, ela é maravilhosa! — disse a contra gosto. — Agora diga Bless. Diga a Elliot o motivo que o trouxe até aqui, seja forte e corajosa, irmãzinha.
Ele me olhou intrigado esperando respostas. Olhei-a esperando ver algum arrependimento pelo que fez há minutos atrás, mas não vi.
Será que era um jogo dela?
Não consegui ver vantagem alguma caso ela revelasse que eu era a pianista ao Elliot, mas se fizesse, o que aconteceria comigo depois?
— Blessed? — Elliot olhou meu impasse, estava em conflito comigo mesma e o nervoso me fez tremer, a coragem de antes havia me abandonado há tempos.
— Vamos, diga a ele!
Exigiu, olhei-a irritada, mas quando abri a boca ela passou na minha frente...
— A Blessed descobriu o meu segredo. Eu pedi a ela que não contasse por medo do que iria pensar, ou sei lá, medo de que pudesse me rejeitar.
Virei-me para trás incrédula, olhando nos olhos cínicos da minha irmã, esses que nem mudavam para mentir. Ela não faria isso...
— Heather — esbravejei para que calasse a boca, mas ela continuou, quase entrei em desespero quando vi o que ela faria.
Olhei para trás e os olhos de Elliot estavam conectados aos dela, ele não piscava.
— Aquele dia foi um momento mágico para mim, a qual realmente me trouxe a coragem de dizer os meus sentimentos. — sorriu, emocionada. Como conseguia ser tão falsa a esse ponto. — E depois do beijo fiquei pensando todo esse tempo em você e no que estou disposta a fazer por seu amor.
— O que quer dizer? — Sua voz saiu rouca, baixinha e naquele momento as aulas já não tinham mais importância, então, esse era o seu plano, além de me humilhar ficaria com o meu lugar. Maldita seja.
Ela passou por mim parando na frente dele e, com olhos atentos a vi passar seus dedos pelo rosto dele, e então seu dedo indicador parou em seus lábios.
— Eu sou a sua garota, Elliot Callaway. — Suas palavras saíram como sussurro. — Eu estive aqui o tempo todo com medo de ser rejeitada por já ter tentado antes, mas cansei de me esconder... — suspirou acariciando sua boca. — E aqui estou pedindo que me aceite como o seu amor, porque, mesmo que não me deseje você se tornou o meu príncipe.
Minha visão nublou tudo não fazia parte do plano desde o começo. Ela havia descoberto que eu havia passado por cima das regras, mas esperou o momento certo para trapacear, e infelizmente, naquele momento não poderia lutar contra isso, não quando Heather tinha meus passos em suas mãos.
Caramba que raiva desses bug's da plataforma. Primeiro apagou um capítulo, que graças a Deus não escrevo diretamente aqui, agora tirando meus travessões e os substituindo por hífen 🙄🙄
Mas vamos papear, alguém mais aí irritada com as atividades da gêmea malvada? O que estão achando da história?
Obs: espero que salve corretamente desta vez.
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