Nos dias que se seguiram, foquei meus esforços em continuar estudando para que minhas notas melhorem e assim, ter minha vida voltando ao normal. Apesar da semana não estar sendo nada fácil, o mais difícil está sendo manter minha sanidade mental para aguentar ver a cara da Renata todos os dias. Por mais que tentasse evitar vê-la nos corredores, ela parecia insistir em me atormentar.

— Não sei qual é sua intenção, mas cai fora — diz a garota de cabelos negros e lisos, perfeitamente escorridos, assim que fecho a porta do meu armário.

— Não sei do que você tá falando — afirmo, fazendo ela dar uma risadinha debochada.

— Não se faça de sonsa, Carolina! Você sabe do que tô falando muito bem e quero deixar bem claro — aproxima-se de mim, o que me irrita profundamente. — O Kaio é meu.

— Ah, é? Olha, se está preocupada com isso, pode relaxar, querida... Eu não sou ladra como você. Aliás, eu sei como conseguir as coisas pelos meus próprios méritos.

— Do que você tá falando?

— Acho que você sabe muito bem, né? Mas espero que você saiba que essa sua fama na internet só vai durar até eu voltar a fazer o meu conteúdo novamente e esclarecer que tudo que você posta, é copiado de mim — afirmo, o que a deixa sem reação. — Se ao menos você desse os créditos né, querida? Mas acho que o que te falta é criatividade, então é bem mais fácil plagiar o conteúdo dos meus vídeos, minhas copys, meus quadros e até mesmo meus roteiros!

Saio andando nos corredores e dou as costas para ela, que fica bem ali no meio dos corredores de armário antes de sair andando rapidamente na minha frente.

Quando chego na sala sorrio ao ver minhas amigas me esperando, sento ao lado de Luísa, pois Juliana está sentada em outra mesa, já que a nossa mesa onde cabem três foi ocupada por Renata e suas amigas. Enquanto isso, a professora de português já começa a escrever algo no quadro.

— Preciso te dizer algo, Carol! Caramba, eu preciso dividir isso com alguém! — Luísa parece apreensiva ao mesmo tempo que ansiosa, o que também me gera certa curiosidade.

— Ué, conta logo, sabe que não aguento esperar pra saber nada!

— Bem... você lembra que eu falava sempre do Bryan, né?

— Aquele teu crush de infância?

Ela fez que sim com a cabeça, com os olhos arregalados e sorrindo freneticamente.

— Sim, o que que tem?

— Ele vai voltar pro Brasil, Carol! Ele vai voltar! Sabe o que isso quer dizer? Ai meu Deus!

Começo a rir com o entusiasmo da minha amiga, porque realmente é algo engraçado de se ver. Luísa nunca demonstrou estar tão interessada assim em alguém, a não ser quando falava desse tal garoto que conheceu ainda na infância.

— Ela vai importunar a gente até esse garoto pisar os pés no Brasil — Juliana se estica para cochichar e eu começo a rir.

— Marcamos de nos ver na sexta feira que vem, ele chega na quinta à noite. — Minha amiga diz, parecendo apreensiva. — Sabe, gente, eu sei que sempre fomos melhores amigos e sempre estivemos juntos, mas agora eu sinto que pode ser mais que isso, sabe?

— Nós vamos torcer muito pra que tudo dê certo, Lu — digo, apoiando a minha amiga. Apesar de não conhecer o Bryan, sei que é alguém que faz muito bem para a minha amiga e torço muito para que eles deem certo afinal.

— É, mas você não pode esquecer que se ele não te corresponder, quem estará perdendo é ele. — Juliana diz, por fim e eu concordo.

— Querem dividir a conversa de vocês com a turma, garotas? — Pergunta a professora Rita, deixando nós três mudas no mesmo instante.

Nos minutos que se seguiram, voltamos nossa total atenção para a aula, afinal, as provas estavam próximas e eu precisava me sair bem nelas se quisesse recuperar minha vida de volta.

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HELLOOOOOO! Mais um capítulo para vocês e muita coisa ainda por vir, aguardem! O que estão achando até aqui? Me contem!