DEZ
A propriedade da família Almeida era elegante e luxuosa, diria até que se parecia com a minha. Kaio estacionou o carro e abriu a porta para que saísse, entramos na parte da entrada da casa e ele posicionou o seu dedo sobre a porta, que logo se abriu. O hall de entrada era imenso e apenas alguns vasos caros e enormes preenchiam o ambiente. Kaio entrou e eu o segui logo atrás, admirando a arquitetura e decoração de muito bom gosto da casa.
— Sua mãe tem bom gosto — comento, ele assente rapidamente.
— Ela viaja para vários países e é apaixonada por arquitetura. Meus pais tem uma empresa no ramo, então entendem bem do assunto.
— Onde eles estão?
— Bem... Quase nunca estão em casa. Você sabe como é, né?
Sim, eu sabia bem como era. Meus pais sempre foram muito ausentes, desde criança. Passava parte do dia na escola e outra parte com minha babá naquela enorme mansão, sem ter muito o que fazer.
Meus pais tinham compromissos até mesmo nos finais de semana e o que sobrava para mim era acompanhá-los nesses compromissos chatos e fazer meu papel de filha educada. Por outro lado, eu sempre admirei meu irmão. Ele nunca fazia algo o qual não queria só para agradar nossos pais. Sei que não falei sobre ele ainda... e talvez esse ainda não seja o momento.
— Quer um suco? — Kaio perguntou, me tirando de meus devaneios.
— Pode ser, sim.
Sentamos no imenso sofá da sala de estar e fomos servidos de suco de laranja por uma agradável senhora. Kaio começou a falar sobre coisas aleatórias como o próximo campeonato de futebol da escola e o quanto precisava tirar notas boas. Eu sugeri que estudássemos juntos, dessa forma, poderíamos nos ajudar.
— Acho uma ótima ideia — ele diz, então abre a bolsa e começa a colocar seus materiais na mesa de centro.
Sentamos no tapete do chão para apoiar melhor os cadernos e sugiro começarmos por matemática, revisando o que tínhamos visto nas últimas aulas e o que poderia provavelmente cair na prova. Resolvemos alguns exercícios e fizemos um jogo de perguntas e respostas logo em seguida. De certa forma, foi proveitoso.
— Você é ótima, não sei como tirou uma nota baixa.
— Estava muito focada nos meus projetos. Mas agora preciso fazer isso.
Terminava de fazer minhas anotações quando percebo o olhar de Kaio sobre mim, fixamente. Eu sabia que se quisesse uma forma de me vingar de Renata e recuperar o meu lugar na Resilient e nas redes, esta oportunidade estava bem na minha frente.
— Você gosta de mim, Kaio? — pergunto, diretamente.
Ele arregalou os olhos com minha pergunta, mas sorri logo em seguida.
— Quem não gostaria da maravilhosa Carolina Alencar? — diz, dando uma piscadela e curvando seus lábios em um sorriso travesso, o qual retribuo. — Mas e você... o que acha de mim, senhorita Alencar?
Kaio aproximou-se de mim um pouco mais, fazendo com que me afastasse de seu corpo no mesmo instante.
— Você é um cara legal, eu acho. — digo, me arrependendo por não soar nada convincente.
— Acho que posso te fazer ter certeza.
Ergo as sobrancelhas em forma de questionamento, ele segura minhas duas mãos e aproxima-se de mim novamente.
— Pense, Carolina... Eu sei que você quer recuperar seu lugar na Resilient e eu quero ter você como minha namorada. Sabe que posso te ajudar com isso, não sabe?
— Está me fazendo uma proposta? — pergunto, sem acreditar no que meus ouvidos estão ouvindo.
— É conveniente para nós dois, senhorita Alencar.
— Tá falando sério?
— Sim. — diz, com um sorriso largo e convencido nos lábios.
Mas eu fico sem reação, definitivamente. Não que duvidasse que ele teria coragem para fazer uma proposta como essa, mas neste momento, não tenho ideia do que devo fazer, por isso, os minutos seguintes são de total silêncio, até que finalmente, decido agir com a razão.
— Eu aceito — respondo, o que faz seu sorriso se acender ainda mais, ele se aproxima de mim e me abraça, tirando meus pés do chão como se fôssemos um casal super apaixonado. Kaio aproxima seu rosto do meu, e é nesse momento que intervenho. — Mas tenho uma condição.
Kaio apenas assente, ainda abraçando minha cintura e me fitando fixamente. Eu deveria estar feliz por estar nos braços do garoto mais popular e bonito da Resilient, mas na verdade, nesse momento, me sinto sufocada.
— Tudo que você quiser.
— Que você não me force a nada e as coisas aconteçam no tempo em que eu quiser, tudo bem?
Ele se afastou, mas sorriu logo em seguida.
— Não se preocupe, tudo será como quiser.
— Bem... acho que preciso ir. Pode me deixar em casa?
— É claro, meu amor — ele diz rindo e quase reviro os olhos com toda aquela melação mentirosa.
Deveria estar confiante e feliz, afinal, estava prestes a recuperar meu lugar novamente e agora namorava o garoto mais lindo e popular da Resilient, o que me deixaria nas notícias do blog da escola.
Além disso, Kaio também é dono de milhões de seguidores, nosso namoro certamente irá gerar ainda mais mídia e fama, principalmente para mim. Mas por que sentia que alguma coisa estava errada? Por que sentia que havia feito uma escolha estúpida?
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Mais um capítulo pra vocês!
Estive alguns dias sem postar, mas tô por aqui, viu? Me contem o que estão achando até aqui, sua opinião é importante. 🌹
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