Capítulo 23
Ludmilla POV
-PA,PA,PA!!!!! –Bato com força na porta da casa dos pais de Brunna.
Novamente é o Sr. jorge que me atende.
-Tudo bem Ludmilla?!
-Seu Jorge!!! –Falo ofegante. –Eu sei que Brunna está ai, eu preciso falar com ela!!! Ela me visitou,lá no hospital. –Falo palavras desconexas desesperada.
-Ela não está querida.
-Eu preciso falar com ela, eu precisooo!! –Digo entrando pela porta de sua casa. –Brunnaaaa!! –A chamo.
-Ela saiu cedo pra trabalhar hoje, eu também daqui a pouco, já estou indo.
-Droga, não consigo falar com ela!! –Digo esbravejando e desabando no sofá de sua casa, o pai de Brunna deve estar me achando uma maluca. –O que eu faço, o que eu faço!!!
-Calma Ludmilla, calma!! –Ele pega em meu ombro. –Vou avisar a ela que você esteve aqui, tudo bem?
-Tudo bem, não vai adiantar muita coisa, mas tudo bem!! –Digo respirando fundo e me levantando do sofá.-Desculpe ter invadido assim, sua casa. –Falo envergonhada. –É que eu não estou conseguindo....-Corto a frase no meio. –Tchau Sr. jorge!! –Me despeço indo embora.
-Até logo Ludmilla. –Ele me responde.
Volto para minha casa e encontro minha mãe no saguão do meu apartamento, subimos juntas e entramos em casa, minha mãe realmente cumpriu o que prometeu, sempre vinha aqui me visitar, saber como estou, cuidar de mim, e de vez em quando perguntava sobre minha "ex-namorada misteriosa", até que gostava do esforço dela de tentar entender o meu lado.
Faço um café bem forte para nós duas e ficamos conversando.
-O papai ainda está chateado? –Pergunto a minha mãe sentada ao seu lado no sofá.
-Agora já está um pouco menos, dê alguns dias para ele, daqui a pouco ele já se acostuma com a ideia.
-Sinceramente nem sei se ele vai precisar se acostumar, quero com todas as forças reconquistar Brunna, mas me sinto cada vez mais sem esperança.
-Oh minha filha!!! -Minha mãe me abraça. –Não desista.
Depois que minha mãe vai embora, abro meu notebook e entro na minha caixa de e-mails, para ver se Brunna tinha respondido meus inúmeros e-mails pedindo para nos encontrarmos, mas nada, nenhuma resposta dela, pensei que depois do dia em que ela foi me visitar no hospital a faísca do nosso relacionamento pudesse se acender novamente, mas parece que me enganei, ela só foi lá me ver por pena, ou pior, por culpa.
Mas alguma coisa lá dentro, me dizia que não era por isso, ela ainda gosta de mim, eu sinto isso. Penso pegando na correntinha no meu pescoço, presente dela.
Ouço a porta do meu apartamento se abrir e sei que é Daiane chegando, já que deixei uma cópia da minha chave com ela, ouço seus passos entrando em meu quarto.
-Ai amiga, que escuridão é essa no seu quarto, vamos sair dessa deprê!!! –Diz ela acendendo a luz. –Vem, vamos sair um pouquinho, dar uma volta, exercitar essa perna e depois te pago um almoço!! –Diz ela me puxando da cama.
-Daiane, não, me deixa aqui, me afogando na minha própria mágoa. –Falo dramática.
-Ludmilla, é assim que você quer reconquistar a Brunna, deitada se lamuriando nessa cama?!!
-Não!!
-Então vai, se levanta, troca essa roupa, que nós vamos sair!! –Ela fala batendo palmas tentando me empolgar
Eu e Daiane andamos um pouco pelo parque para que eu pudesse exercitar minha perna, um dos deveres que meu médico pediu depois que larguei de usar a bengala, e depois de duas voltas me sento em um banco para descansar um pouco.
-E aí Lauren, alguma notícia de Brunna? –Minha amiga me pergunta.
-Não, sem respostas, tentei ir na casa dela, mas não deu em nada, a última vez que a vi, foi quando ela veio me visitar no hospital e eu não tive tempo nem pra falar um eu te amo, aquele sedativo maldito me apagou totalmente.
-Ludmilla, Brunna sabe que você gosta dela. –Minha amiga diz calma.
-Daiane eu tento sempre ter um postura otimista, mas com você eu vou ser sincera, eu não sei se Brunna vai voltar para mim.
-Não acredito muito nisso. –Daiane fala descrente. –No dia em que Brunna veio te visitar e que você apagou, ela ficou quase 1 hora velando seu sono, eu que tive que insistir para ela ir embora.
-Então porque ela está me ignorando?!!
-Eu acho que ela gosta de você, mas não quer dar o braço a torcer, você magoou ela amiga.
-Eu seeei!!! E me arrependo até o último fio de cabelo. –Falo com a mão no rosto.
-Vem, não fique mal, vou te pagar um almoço. –Fala ela tentando me animar.
Entramos no restaurante e escolhemos uma mesa bem no canto, fazemos nossos pedidos, e enquanto espero meu prato, olho por todo restaurante e vejo, na mesa que fica bem no centro do salão, ela. Brunna está bem vestida e fica olhando para porta, parece ansiosa, pois está a todo momento olhando para o relógio.
-Ah não, não, não!! –Franzo o cenho, não quero acreditar que isso esteja acontecendo.
-O que foi? –Daiane pergunta curiosa olhando para o mesmo lado que eu.
-Daiane, vamos embora daqui!!! –Falo para ela.
-Não, já fizemos os pedidos, não gosto de desperdiçar comida.
Vejo uma mulher entrando no restaurante e minhas suspeitas se concretizam, ela vai logo em direção a mesa da Brunna, as duas se cumprimentam com um beijo na bochecha e se sentam na mesma mesa.
-Viu, as duas se beijaram na bochecha, não está acontecendo nada de diferente. –Daiane tenta remediar.
-Mas eu não vou ficar aqui para assistir acontecer. –Falo enquanto o garçom nos serve e eu tento me esconder atrás dele, apesar de Brunna estar em uma mesa bem longe da minha.
-Ludmilla, calma por favor, vamos comer e depois vamos embora, não vamos pressupor nada. –Daiane aconselha.
Na hora que vou dar uma garfada na comida vejo Dona Mirian e Jorge, chegando e também cumprimentam a moça misteriosa.
-Meu Deus ela já está apresentando aos pais. –Falo em um fio de voz.
Daiane olha também.
Os pais de Brunna se sentam também e o Sr. Jorge abre uma pasta e mostra um papel para moça bonita que está junto com eles, ela pega o papel e o lê.
-Viu Ludmilla, deve ser um almoço de trabalho, a moça está assinando os papéis que o pai da Brunna deu para ela.
-Ou elas podem estar se casando também!!! –Falo desesperada.
-Ludmilla, não pira.....você bateu a cabeça além da perna no acidente também!!! –Ela diz continuando a comer.
E meu estômago estava totalmente embrulhado.
Os 4 se cumprimentam novamente e começam a almoçar, minhas mãos suam frio enquanto eu tento mastigar alguma coisa, meus coração ficou apertado com a possibilidade de Brunna esteja se relacionando com essa moça, mas eu acho que Daiane tinha razão, era um almoço de negócios, ou ao menos eu queria acreditar que era.
Todos se levantam em direção à porta e Brunna é a última a sair, percebo que ela olha em minha direção por um momento e eu correspondo, só aqueles poucos segundos fez meu coração acelerar, depois ela se volta acompanhando seus pais.
Chego em casa e parece que tinha corrido uma maratona depois da montanha russa de emoções que passei na hora do almoço.
Daiane me acompanha pela sala enquanto caminho até o sofá.
-Está tudo bem Ludmilla?
-Sim. –Digo balançando a cabeça pensativa.
-Quer que eu fique aqui com você? -Daiane pergunta.
-Não Daiane, não precisa se preocupar, está tudo bem? –Tento acalmá-la.
E assim que minha amiga passa pela porta indo embora, caio no choro, a iminência de ter perdido a Brunna para uma outra pessoa me desesperou e não consegui controlar a emoção.Quase sentindo na pele o que fiz ela passar.Consigo entender ela completamente agora, consigo entender o seu silêncio a respeito de mim.
Vou ao banheiro, chorando debaixo do chuveiro, tomando um banho demorado para relaxar, preparo um chá sentando à mesa da cozinha, pego uma caneta e um pedaço de papel escrevendo uma carta.
Essa será minha última tentativa.
Brunna POV
Me arrumo para ir trabalhar, confesso que ainda estou meio abalada pela pequena troca de olhares que tive com Ludmilla ontem, droga, como que poucos segundos de sua presença consegue me deixar desse jeito, totalmente desarmada, admito que tentei de todas as formas tirá-la da cabeça, até consegui por alguns momentos, mas logo estava ela aparecia em minha mente novamente me assombrando.
E no dia do seu acidente, quase fiquei desesperada com a possibilidade de perder Ludmilla, quase a obriguei a largar o idiota do seu noivo e que esquecesse o que seus pais pensariam sobre mim, mas ela estava tão frágil, tão emotiva naquela cama de hospital....pelo menos deu tempo de entregar a corrente de minha santa protetora Virgem de Guadalupe para ela, antes que o sedativo a fizesse dormir.
Confesso que a cada ligação, a cada e-mail que ela me mandava, ou quando vinha aqui atrás de mim, eu quase cedia, quase corria para seus braços, mas então desistia, não queria dar o braço a torcer, não queria admitir que mesmo depois do que ela fez comigo, eu ainda a amava.
-Filha!!! –Chama meu pai. –Chegou isso aqui para você, é da Ludmilla.
Ele me entrega uma carta com a caligrafia de Ludmilla, a seguro com minhas mãos trêmulas.
-Obrigada pai. –Agradeço.
-Brunna, você não acha que está na hora de ao menos conversar com ela, pelo amor de Deus!!!
Eu apenas afirmo com a cabeça deixando meu pai mais aliviado.
Abro a carta de Ludmilla, com o coração batendo forte e um frio na barriga.
Olá Bru,
Nem sei mais se eu tenho o direito de te chamar assim, mas pra mim você será sempre Bru independente de quais caminhos nossas vidas irão seguir.
Primeiramente quero dizer que TE AMO com todo o meu coração, e com todas as minhas forças, e o mais importante, lhe dizer que lamento sinceramente por ter feito você passar o que passou, sei que te magoei, e temo todos os dias que você nunca me perdoe. Fiz o que fiz por medo, medo de meus pais, medo de largar o que era seguro para mim, e medo de admitir que uma mulher que se achava experiente como eu, aprendeu o significado real do que é amar, com uma pessoa de 22 anos.
Brunna, contei sobre nós aos meus pais, e também terminei meu noivado com John, acreditar que um dia , John e eu, poderíamos formar uma família e que nos amávamos foi uma loucura, uma ilusão tola da minha cabeça, porque sei que nunca ninguém vai me amar da mesma maneira que você me amava, da maneira carinhosa em que me tratava,e do jeito atencioso que cuidava de mim, e fui um besta, uma idiota em perceber isso tarde demais, em perceber agora que talvez não tenha mais volta. Mais uma vez peço o seu perdão.
PS: Brunna, essa será minha última tentativa de entrar em contato com você, caso você não entre em contato comigo ou não me responda, eu vou entender o seu recado, não te incomodarei mais, te deixarei livre para viver a sua vida.
Com todo o meu amor,
Ludmilla.
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