Capítulo 19
Ludmilla POV
Acordo e John está pronto para ir trabalhar, mais uma vez passaríamos o dia longe um do outro, ambos sendo médicos nossos horários nunca batiam, será que havia me esquecido de toda essa distância da outra vez que fomos noivos.
-Tô indo linda, vou chegar tarde hoje. –John avisa.
-De novo?
-Ludmilla, você sabe que meu trabalho consome quase todo meu tempo. –Diz ele arrumando a sua roupa.
-Como vamos fazer nosso casamento dar certo John? –Questiono e ele olha pra mim. –Como vamos fazer isso dar certo se mal temos tempo um para o outro!!
Ele senta na cama próximo a mim.
-Ludmilla, eu pensei que você sendo médica, entenderia meu lado, temos um tipo trabalho que demanda muito da gente.
-Eu sei, mas as vezes eu vejo que você não faz nenhum tipo de concessão pra ficar mais tempo comigo e menos naquele hospital, será que tudo é você que tem que resolver lá, não tem nenhum assistente um subdiretor?!!
-Eu não faço nenhum tipo de concessão?! –Ele fala indignado. –Como eu não faço nenhum tipo de concessão se eu deixei minha casa largada as moscas e vim morar em seu apartamento só pra poder passar mais tempo contigo!!!
-Passar mais tempo dormindo né, porque ultimamente é só isso que fazemos juntos, dormir, John, você tem que concordar comigo que não está dando certo.
-Você tá agindo assim porque viu ela, não é? Você viu ela e ficou balançada!!! –Ele aponta pra mim.
-John.....
-Admita Ludmilla!!!
Balanço a cabeça confirmando. –Sim, ainda gosto dela!!!!
Ele respira alto. –Ok, vamos ver isso pelo lado racional, você teve um rompimento muito brusco com ela, deve estar se sentindo culpada,deve estar sentindo que deve alguma coisa a ela, e está confundindo com sentimento de paixão.
-Não!!!!! Eu sei que vai ser feio eu admitir isso agora, já que terminei com ela e agora estou contigo, mas eu estou completamente apaixonada por Brunna.
-Apaixonada Ludmilla. –Ele diz com desdém. -Apaixonada por uma criança.
-Sim, completamente apaixonada por uma menina de apenas 22 anos. –Digo desabafando, tirando um peso de minhas costas.
-O que acha de terminarmos essa conversa depois, estou atrasado para o trabalho. –Ele fala olhando para o relógio. –Você esfria sua cabeça, pensa bem no que está falando, quando eu voltar falaremos sobre isso.
-Evitando brigas como sempre John.
-Ludmilla!! –Ele fala sério para mim.
-Ok. -Confirmo. –Conversamos depois.
Hoje era meu dia de folga e mesmo que não fosse não conseguiria ir ao hospital hoje, estou com minha cabeça a mil, pensando milhares de coisas e tomando coragem para fazer outras.
Tomo banho, me arrumo, saio com o carro andando pelas ruas, e quando vejo já estou indo em direção a casa em construção de Brunna, estava contando com a sorte de encontrar ela lá, já que voltou de viagem para ir ao lançamento do livro de Dayane.
Estaciono meu carro em frente ao terreno em construção o portão está fechado, mas me lembro o local onde Brunna esconde a chave reserva do cadeado, estendo o braço até o esconderijo em uma fresta da cerca viva e consigo entrar, meu coração bate forte com a esperança de vê-la ali.
Subo a escada e entro na casa chamando por ela.
-Brunnaaaaa!!! –A chamo fazendo eco pela casa.
Vejo as coisas dela ali, mas não a vejo, vou até o pavimento de cima.
–Brunna!!! bruuuuu!!
Nada, olho pelo quintal e ela não está lá.
Sem querer desistir dessa ideia ainda, decido ir à casa dos pais dela, talvez ela esteja lá, fazendo uma visita ou até mesmo morando. Pego meu carro, indo até lá, e quando bato a porta da casa de seus pais, respiro fundo com medo da reação deles, eles devem estar me odiando e não os posso tirar a razão, eu magoei a filha deles.
Bato a porta e segundos depois o pai de Brunna atende.
-O-oi Sr. Jorge!!
-Ludmilla!! –Ele fala um pouco surpreso, o pai de Brunna sai de sua casa fechando a porta atrás de si, como se quisesse proteger quem estivesse lá dentro.
-Tudo bem. –Eu cumprimento.
-Tudo bem Ludmilla. -Ele fala educado ao contrário do que pensei que fosse me receber. –O que deseja querida?
-A Brunna está aí Sr. Jorge? –Pergunto nervosa. -É que eu queria falar com ela, um assunto sério.
-Ela não está Ludmilla, ela viajou. -Ele fala medindo as palavras.
-Viajou? Mas eu a vi dias atrás no lançamento do livro de nossa amiga Dayane. –Tento questioná-lo.
-Sim, ela só veio para participar do lançamento, depois viajou novamente.
-Ohh, que pena!! –Falo não acreditando muito em suas palavras. –Bom, mesmo assim muito obrigada.
-De nada. –Ele responde se voltando a porta.
-Sr Jorge. –Digo o chamando. –Se você a ver novamente ou entrar em contato com ela, você poder dizer a ela uma coisa?
-Claro.
-Diga a ela que sinto saudades..... –Digo emocionada. –.....e que preciso muito falar com ela.....d-diga que eu a amo!!!! –Falo em um ato desesperado.
-Fica tranquila Ludmilla, eu vou passar o recado. -Ele diz calmo e vendo meu estado emocional, afaga meu ombro.
E assim que nos despedimos ele se volta fechando a porta de casa.
Desço as escadas da varanda da casa e assim que chego próximo ao meu carro olho para janela do andar de cima, vejo um vulto parecido com Brunna, mas não posso dizer que ela era realmente, já que seus irmãos são tão parecidos uns com os outros.
Entro no carro batendo no volante totalmente nervosa.
Brunna POV
Ouço meu pai subindo as escadas e se aproximando até a porta do meu quarto.
-Filha, ela esteve aqui, queria falar com você, eu disse o que você me pediu, falei que estava viajando.
-Obrigada pai. –Falo saindo da janela e olhando para ele.
-Bru, eu acho que você devia ouvir o que ela tem pra lhe falar ao menos, ela estava com uma cara tão triste, tão perdida.
-O que você acha que ela veio me falar, que quer voltar pra mim!! –Digo falando ironicamente. –Que desistiu do noivado dela e que vai largar tudo por mim, óbvio que não!!
-Ela pode ter se arrependido de terminar com você, nunca se sabe, pelo menos era o que o rosto dela dizia, ela até pediu para lhe dizer uma coisa.
-O quê? –Pergunto curiosa.
-Que te ama e me pareceu sincera.
-Não pai, agora não adianta mais, ela esperou tempo demais pra falar isso pra mim!!!!!
-Brunna.....
-Pai....você não sabe a quantidade de vezes que eu imaginei ela voltando pra mim... –Digo alterada. -....batendo em minha porta e dizendo que foi tudo um engano, um erro, que ela realmente me ama e que quer voltar pra mim, meu Deus, eu passei dias e dias sonhando com isso...mas chega, está na hora de eu seguir em frente, ela fez a escolha dela, e essa escolha não incluía a mim!!!
-Ok, eu respeito sua decisão, só me permita lhe dizer uma coisa que alguns anos de experiência de vez em quando nos trazem.
-Claro pai, você é um homem de bons conselhos. –Digo fazendo ele sorrir.
-Brunna, muitas vezes o tempo do coração não é mesmo tempo da razão..... –Ele diz calmo. -.... muitas vezes cometemos atitudes que não condizem com o que estamos sentindo, por medo,e acabamos nos arrependendo, e eu acho que foi esse o erro de Ludmilla.....e pode acabar sendo o seu.
Respirei fundo refletindo as palavras de meu pai.
-Só que eu sou seu pai e respeito qualquer tipo de escolha que você for fazer, desde que seja a escolha verdadeira, a escolha de coração.
Ludmilla POV
Chego em casa à noite, vaguei de carro pelas ruas pensando em Brunna o dia inteiro, e em como eu estraguei tudo com ela, arruinei a relação linda que nós tínhamos e estava com medo de nunca conseguir reatá-la.Era óbvio na minha cabeça que ela não tinha viajado, e que na realidade ela não queria me ver, e agora eu não sei como reverter essa situação que eu mesma causei.
Mas eu não vou desistir, eu não vou desistir.
Assim que entro em meu apartamento me jogo na cama cansada e triste, John não havia chegado, e eu não o esperaria para nós conversarmos, estava na cara do John que ele saiu somente para evitar o assunto, e que chegaria tarde para evitá-lo novamente.
Deito minha cabeça em meu travesseiro, e misturando sonho com realidade, só consigo sussurrar:
-Eu não vou desistir Bru, eu não vou desistir!!!!!
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