Capítulo 1
Ludmilla POV
Sou Ludmilla, Médica Cardiologista, faço cirurgias em pessoas que tem problemas no coração minha área de especialidade, faço o meu último atendimento do dia, e vou atrás de Dayane, minha melhor amiga, trabalhamos em um dos maiores hospitais da cidade, Dayane também é médica, ela é especializada em doenças congênitas, ou seja, pacientes com problemas genéticos.
Vou em direção a sua sala mais percebo que está fechada, com certeza, está atendendo alguém, vou até a secretária no balcão e pergunto se faz muito tempo que está atendendo.
-Já faz um bom tempo que a Doutora Silva está atendendo. –Responde a secretária. -Ela já está lá a quase uma hora.
-A quase 1 hora? –Pergunto intrigada.
-Sim. –A secretaria também faz uma cara intrigada. –E são poucas as vezes que ela atende por tanto tempo assim, a paciente deve ser um caso importante.
-Eu sei que o atendimento dos pacientes são extremamente sigilosos, mas será que você pode me dizer quem está lá dentro com ela?
-Olha....realmente é sigiloso, mas como eu sei que a Doutora JSilva e sua melhor amiga e com certeza ela irá contar tudo para você. -Ela diz condescendente.
Sorrimos uma para outra e ela abre uma pasta onde só tem o nome da paciente.
-Aqui só tem o nome dela e o caso, já que a ficha dela está com a Doutora.
-Uhn ok.
-O nome da paciente é Brunna Gonçalves, ela tem uma distúrbio genético.
-Uhn, nada novo, já que esse é o ramo de atividade da Dayane é esse, aposto que é algum caso especial....Dayane disse que está juntando pesquisas para escrever um livro, aposto que esta paciente deve fazer parte, e isso só me deixa mais intrigada a respeito.
-Médicos...-A secretária rola os olhos me fazendo rir. –Sempre querendo descobrir casos especiais.
Assim que ela termina de falar ouço a porta abrir da sala de consultório de Dayane, ela sai primeiro e depois sua paciente, ou melhor Brunna Gonçalves, não vi nada de tão diferente nela, a não ser por se tratar de uma mulher bem bonita, origem latina como a minha, e o rosto muito simpático. Ela se despediu de minha amiga e passou por mim lançando um sorriso singelo que logo correspondi.
Acompanhei o seu andar até ela sumir pelo corredor e fui em direção a Dayane que estava rindo da minha cara.
-Resolveu virar a casaca agora amiga e vai ficar secando minha paciente.
-Eu não estava a secando. –Falei na defensiva. –Só estou curiosa a respeito. –Disse entrando em seu consultório.
-Curiosa sobre? –Ela me questiona.
-Sua secretária disse que você estava aqui a quase 1 hora com ela
-O que você achou? –Ela me olha brincalhona. –Que eu estava tendo um caso com ela dentro da minha sala.
-Lógico que não!! Sei que você é fiel ao seu marido. É que eu sei que você está escrevendo um livro, e pra você ficar tanto tempo assim com uma paciente ela deve ser no mínimo especial.
-Acertou na mosca Oliveira. –Diz ela pegando o seu jaleco na cadeira. –Mas esse é assunto pra gente conversar fora daqui.
-Ok, na sua casa ou na minha?!! –Pergunto enquanto saímos pelo corredor.
-Na sua......casa de solteira da pra falar besteira alto.
-Eu não sou solteira, eu "estou" solteira.
-Pode me explicar isso direito? –Ela me pergunta enquanto entramos no carro.
-Ser solteira é um coisa definitiva.......já "estar" solteira é temporário.
-Qual é, o seu ex-noivo foi fazer especialização há 1 ano em Londres, vocês terminaram, não tem essa de "estar" solteira, você é sim solteira e ponto final. –Ela diz enfática.
-Ok, a gente terminou. –Falo concordando. –Mas a gente deixou a nossa relação meio em suspenso, dependendo das coisas, nós voltaríamos o noivado.
-Quer um conselho de casada....se eu fosse você eu aproveitava a sua solteirice e namorava bastaaaaante. –Ela fala enfática. –Eu amo o meu marido, mas depois que você se casa, não pode mais se aproveitar dessa liberdade. –Ela diz enquanto entramos em meu apartamento.
-Dayane.....só você mesmo.
-Tô falando sério, aproveita que foi ele que pediu esse "término" pra você, e pega bastante e transa bastante..... ainda mais você, que ficou presa 2 anos com esse seu noivo chato!!!
-Agora eu vou virar a pegadora.... –Digo abrindo os braços. -....com o turno de 36 horas que eu ando fazendo no trabalho, não estou pegando nem gripe ultimamente ou melhor, gripe é a única coisa que vou pegar ficando tanto tempo trabalhando naquele hospital.
-Isso é verdade, mas Ludmilla, me desculpe a franqueza, eu nunca fui com a cara do John. –Sirvo uma taça de vinho pra ela e uma pra mim
-Disso eu já estou cansada de saber Dayane. –Digo rindo colocando uns petiscos na mesinha de centro.
-Vocês não tem nada ver, ele é todo sério, você é super simpática, você é comunicativa ele é um gelo.
-Também não é assim, nós temos algumas coisas em comum.
-Sinceramente, a única coisa que vocês têm em comum é que ambos são cirurgiões, porque de resto.
-Ok, mas vamos parar de falar do meu noivo...
-Ex-noivo!!! -Ela me interrompe me corrigindo.
-Ex-noivo. –Me corrijo. -E vamos falar da sua paciente misteriosa.
-Tá bom, mas antes de começar nem precisa te dizer que é super sigiloso Ludmilla.-Ela fala séria pra mim.
-Lógico Dayane, eu sei honrar sigilo médico.
-E sim, eu vou usar o caso dela no meu livro, ela me autorizou, só que eu não vou citar nomes no meu estudo, entende. –Ela fala e eu balanço a cabeça concordando. –E por outro lado é até bom trocar ideia com outro médico, mesmo que não seja da minha especialidade.
-Sim, e você está me deixando mega curiosa.
-Ok, essa minha paciente...
-Brunna Gonçalves
-Sim, Brunna Gonçalves, ela tem uma doença congênita, ela tem uma contagem cromossômica diferente, ela tem tanto cromossomos femininos, como cromossomos masculinos.
-Como assim...pelo pouco que eu estudei isso na faculdade, você está querendo me dizer que ela é....
-Intersexual. –Ela fala.
-Sim era isso que eu tinha em mente, intersexual. –Digo concordando. –Agora entendo a demora no consultório, e como ela é Dayane?
-Bom, ela tecnicamente uma mulher só que tem o órgão sexual masculino, o órgão sexual feminino dela não se desenvolveu muito bem no nascimento, então os médicos optaram por fazer um cirurgia para meio que "eliminar" essa parte.
-Uau!! –Digo impressionada.
-Uau mesmo
-E ela é fértil? –Pergunto curiosa.
-Sim , no caso de intersexualidade apenas um dos órgãos se torna fértil, no caso dela o masculino....se bem que a taxa de fertilidade dela é de 65%.
-E como ela é psicologicamente, confesso que tenho curiosidade já que em tantos anos de medicina nunca me deparei com um caso assim.
-Ela é normal Ludmilla, divertida, não é nenhuma pessoa traumatizada ,ela falou que só sofreu um pouco no início da adolescência , para esconder isso.
-Desculpa me intrometer na vida dela, mas ela falou contigo se ela já se envolveu com alguém? –Digo fazendo gestos com as mãos para ser compreendida.
-Curiosa você, eu vi bem a senhorita comendo ela com os olhos,..
-Dayaneee, eu até confesso que ela é uma.....mulher bonita, mas eu só tô curiosa a respeito.
-Sim...ela teve 2 namoradas, a primeira ela não chegou a ter atividade sexual, mas com a segunda sim, ela teve relações várias vezes já que moça compreendeu seu estado.
-Nossa. –Digo ainda meio inebriada pela bebida alcoólica. –Quanta coisa pra assimilar.
-Sim.
-E pior que eu não reparei que ela tinha um...-Disse apontando para minha virilha
-Claro, você ficou olhando para os lindos olhos castanhos dela. -Minha amiga me zoa me fazendo rir. –Sabe como é Doutora Oliveira, a ciência diz que todo ser humano tem um leve tendência a bissexualidade.
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