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• Prólogo •

E lá estou eu, num carro apertado, numa viagem de cinco horas,assim que a minha mãe liga o carro, ponho os fones nos ouvidos e viajo para "o meu mundo" onde tudo é mais interessante. Creio que não seja a única pessoa que cria uma história na sua mente.
   Tivemos de sair da minha antiga cidade já que a minha mãe arranjou emprego num dos escritórios da cidade, e como nós não temos muito dinheiro, vai ajudar bastante, porém ela não irá ficar muito tempo em casa. Nós nunca tivemos muito dinheiro, mas era sempre o suficiente, bem, era suficiente até o meu pai nos abandonar, quando eu tinha 5 anos, mas a minha mãe conseguiu passar pelos desafios que lhe aparecerem e aqui estamos nós.

– Emily! - diz a minha mãe do acento da frente, fazendo-me desviar a atenção da janela do carro - Então querida, ansiosa?

- Completamente - sorrio - Califórnia, certo? - assente - vai ser divertido e..se o trabalho correr bem talvez possamos falar da matrícula para a escola de dança.

- Emily - repreende - já falamos sobre isso querida, eu sei que esse é um sonho, e tens potencial para o conseguir mas.. é muito caro.

- Eu sei - baixo a cabeça - obrigada na mesma.

- Emily.. - começa e o seu telemóvel começa a tocar - Sim?... Tudo e consigo? ... Certo... Apartamento 178 no sétimo andar, ok... uhum... adeus, boa tarde senhor Brown e obrigada por tudo - desliga.

- Quem era?

- O senhorio - diz voltando-se para a estrada. Reponho os fones e volto á minha imaginação.

- Eu ajudo-a senhora Cooper - diz uma voz masculina do lado exterior do carro, abro os olhos. Chegamos, estamos á frente do prédio.

- Oh - sorri - obrigada senhor Hall

- Nada disso - estende a mão - Sou Benjamim, nada de formalidades.

        Benjamim era um homem que aparentava ter uns sessenta e seis anos. Tinha olhos castanhos claros, cabelo igualmente castanho com alguns fios brancos, barba feita, e um sorriso contagiante, ele vestia umas calças de ganga e uma camisa azul.

- Claro - aperta lhe a mão - Madison Cooper, muito prazer em conhecê-lo.

- O prazer é todo meu - olha para o carro e acena para mim - acho que alguém acordou.

- Emily - diz a minha mãe, enquanto abre a porta do carro - Querida este é o senhorio, Benjamim Brown, Benjamim está é a minha filha, Emily - sorriu, ele parece ser boa pessoa.

- Muito gosto em conhecê-lo - estendo a mão e ele aperta no mesmo instante.

- Igualmente Emily - olha para as malas - bem, como são poucas não vai demorar muito até às pormos no vosso quarto, mas os meus assistentes estão atrasados hoje por isso - olha para nós - podem ir dar uma volta, assim que estiver tudo pronto nós chamamo-vos.

- Claro! - diz a minha mãe ouvindo em seguida o  toque do seu telemóvel - Sim? - arregala os olhos - Mas disseram que era para manhã!... Sim, por favor! ...Chego aí daqui a uns dez minutos..cinco? Ok, ok cinco minutos...adeus - desliga.

- Mãe o que aconteceu?

- Querida toma - dá-me dez dólares - vai dar uma volta, conhece a cidade, faz amigos ou o que seja, a mãe precisa ir á entrevista.

- Não era amanhã?

- Não, adiaram e nem me avisam - resmunga - vai lá, a mãe volta á hora do jantar - beija-me a testa - adoro-te, não te metas em confusões - assinto - adeus querida - vira-se para Benjamim  - adeus Benjamim e, mais uma vez obrigada.

- De nada, adeus Madison - sorri.

- Adeus mãe.

      Entra no carro e desaparece do meu campo de visão, assim que me preparo para dar a volta Benjamin dá-me o número da recepção do prédio para se precisar de algo, assinto e anoto, começando a andar.
     Isto é bastante diferente da minha antiga cidade, está é bastante movimentada e barulhenta, casas elegantes e edifícios que chegam ao céu. Vejo um parque ao longe e vou na sua direção, comprei um gelado de chocolate, e sentei me num dos bancos de madeira que lá tinha, havia crianças a brincar na zona infantil, idosos nos bancos a conversar e algumas pessoas a passear cães mais ao longe, ponho os fones e ponho para tocar as músicas da minha playlist. Fecho os olhos.

     Abro os olhos e tiro o telemóvel do bolso  olhei para o relógio antes de me levantar, o tempo passou, estive no parque durante vinte minutos. Ponho o telemóvel no bolso, quando vejo um rapaz na ao lado da ponte a acenar a toda gente com vários panfletos na mão, e uma rapariga a fazer o mesmo.

- INSCRIÇÕES PARA A ESCOLA DE DANÇA - grita a rapariga a abanar o papel em cima da cabeça.

- SÓ UMA INSCRIÇÃO POR FAVOR - grita um dos rapazes, sendo ignorado por todos, ele usava uma camisa verde com capuz - OH VÁ LÁ PORRA, SE NÃO SE INSCREVEREM A ESCOLA FECHA! - grita frustrado e por fim senta-se na beira da fonte.

- Nunca vamos conseguir salvar a escola - murmura a rapariga de cabeça baixa. Assim que ela levanta a cabeça os olhos dela encontram os meus, só percebi que ainda os observava quando a mesma se aproximou - Olá! - sorriu - queres inscrever-te? - pergunta entregando-me um papel.

- Ah...eu - mordo o lábio - acredita, eu adoraria mas..- suspiro vendo a reação dela perante ao "mas" - mas, não posso, lamento.

- Por favor, sem participantes a escola fecha! - choraminga.

- Eu não tenho dinheiro para pagar as aulas.

- Este ano estamos mesmo desesperados por isso vamos dar cinco aulas de graça a cada aluno novo e depois um a um vão fazer uma apresentação, os melhores dez vão poder ter aulas de graça!

- CHARLOTTE - grita o rapaz que estava de novo sentado na fonte - não adiante, vamos - levanta-se e recolhe os panfletos - podemos tentar noutro lugar.

- OK, JÁ VOU - grita virando-se para mim - olha, eu não te conheço e tu não me conheces mas.. por favor, pensa no assunto.

- Hm, tudo bem - abraça-me e antes de poder retribuir ela afasta-se.

          Pego nas minhas coisas, saiu do parque e vou em direção ao prédio, no caminho a minha atenção volta-se para um edifício de tijolo, com janelas amplas e uma placa em cima da porta com as seguintes palavras:

"Escola de dança"

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