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• Capítulo 8 •

- Senta-te - aponto para o sofá - já venho.

Jack assente e faz o que pedi, após isso percorro o corredor e entro na casa de banho, uma vez lá dentro, procuro no mini armário acima do espelho o quit de primeiros socorros e assim que encontro o mesmo volto para a sala. Jack está sentado no sofá, com uma moldura na mão.

- És tu? - pergunta sem tirar os olhos da foto.

- Sim, quando tinha onze anos, e essa é a minha mãe - aponto, Jack assente e eu ponho de novo a moldura na mesa da sala.

Sento-me a seu lado, Jack vira-se para mim, fecha o olho esquerdo assim que passo um pano molhado nele, fecha os olhos com mais força á medida que a dor do seu olho aumenta, passo uma pomada em seu olho e percebo que Jack observa todos os meus movimentos.

Ignoro-o e passo o dedo em seu lábio, Jack tem um corte no canto inferior do lábio, era de lá que saia o sangue.

- Ainda dói? - pergunto assim que afasto o dedo da ferida.

- Não..- murmura com aquela voz rouca que me causa arrepios - isso só vai deixar uma pequena cicatriz.

Mesmo assim passo a ponta do pano molhado na ferida, sinto os olhos de Jack em mim, até não me importaria se eu me afundasse naquele oceano. Sinto a mão de Jack no meu pulso, fazendo com que afaste o pano do seu lábio e com que o olhasse nos olhos. Os olhos azuis de Jack pareciam brilhar mais, ele aproxima mais o seu rosto do meu. Os nossos rostos ficam separados por meros centímetro, consigo sentir a sua respiração, a mão livre de Jack sobe lentamente a minha perna e começa a fazer círculos com o dedo indicador. Fecho os olhos e a minha respiração falha ao sentir o seu toque.

Que merda é que se passa comigo?! Ele é um psicopata perseguidor com olhos azuis que por acaso sabe dançar incrivelmente bem!

- SENHORA COOPER A SUA ENCOMENDA CHEGOU - grita o senhor Benjamim do outro lado da porta.

Acordo do meu transe e salto do sofá num segundo, afastando-me de Jack que neste momento tem aquele sorriso idiota no rosto. Puxo-o pelo braço e empurro-o para dentro do armário da arrecadação.

- SENHORA COOPER? - grita de novo.

- JÁ VAI - grito de volta e fecho a porta do armário. Dirijo-me para a porta e abro-a - boa noite senhor Benjamim, como está? - sorrio.

- Oh, menina Emily, boa noite querida - diz a entrar com a encomenda na mão - estou ótimo e tu?

- Também, e o que é isso? - pergunto apontando para a encomenda.

- Chegou agora, foi a tua mãe que encomendou - diz e dá de ombros - são coisas para o apartamento, e então, estás a gostar da cidade?

- É linda - sorrio - na minha antiga cidade era completamente diferente disto.

- Fico contente que tenhas gostado, e eu adoraria ficar a conversar mais um pouco mas infelizmente tenho que ir - vai em direção á porta - boa noite Emily.

- Boa noite senhor Benjamim - aceno e assim que ele fecha a porta, abro a do armário - saí da minha casa agora antes que a minha mãe chegue.

- Para quê essa presa toda? - pergunta a sair do seu esconderijo - tenho a certeza que a tua mãe ai da irá demorar, e além disso, não posso sair nesta hora - sorri - muito perigoso, foi o quê disseste certo?

- Tu e..- começo mas o barulho da porta a abri interrompe-me.

- Emily cheguei querida - diz a minha mãe a tirar a chave da fechadura, assim que levanta a cabeça olha para nós de cima a baixos - Acho que alguém me deve uma explicação.

- Mãe - suspiro - este é o Jack, um colega da escola de dança, ele estava gravemente ferido quando o encontrei no caminho e ajudei-o - aponto para ele, Jack acena para a minha mãe com um sorriso e ela retribuiu o aceno - mas não se preocupe ele já vai embora.

- Oh, não, não vai - diz com os braços cruzados - a esta hora é bastante perigoso. Além disso, ele pode dormir aqui, o que achas Jack?

- Bem, eu agradeço a sua gentileza, mas não quero incomodar - diz com um sorriso.

- Não incomodas ninguém querido, a sério.

- Bem..se ensiste, eu adoraria.

- Ótimo! - bate palmas - vou fazer o jantar, enquanto isso, podem ir ver um filme ou fazer qualquer coisa - olha para mim e sorri de lado - podes mostrar-lhe o edifício, que tal? - Jack assente.

Reviro os olhos e puxo Jack pelo braço, saímos do apartamento, entramos no elevador e clico no primeiro piso.

- Onde vamos? - pergunta.

- Para a piscina, lá poderei afogar-te. - solta uma risada rouca.

Saímos do elevador, e assim que chegamos á piscina largo o seu braço e em seguida, empurro-o em direção á piscina, Jack consegue se soltar quando está a dois passos de cair na água gelada. Jack está a olhar para mim com um sorriso trocista no rosto, ergo a sobrancelha em sinal de confusão e após isso, observo a água á minha frente a milímetros de distância do meu rosto. Jack está atrás de mim a segurar um dos meus braços, a impedir que eu caia. Lanço um olhar mortífero a Jack e o mesmo sorri, basta que a pequena ideia de me largar passe na sua cabeça para ele o fazer. Porém, contra as minhas expectativas, Jack puxa o meu braço, fazendo com que me afaste da água da piscina.

Os nossos olharem cruzam-se apenas por segundos, antes de eu tomar a decisão mais idiota da minha vida.

Puxo pela manga da camisa do Jack empurrando-o lentamente em direção á piscina, quando apenas falta um único passo para eu cair, dou a volta a Jack, ficando atrás do mesmo e antes que ele possa ter reação, empurro-o para a água gelada da piscina.

- Um banho gelado á luz das estrelas - agacho-me á beira da piscina e ponho a mão no queixo - á pessoas que dizem que faz bem.

- QUE MERDA EMILY - grita enquanto nada em direção á beira da piscina e se apoia na mesma - eu juro que... - começa.

- Olha! Já está na hora de jantar - interrompo-o e sorrio ao ver o ser olhar de fúria.

Levanto-me e afasto-me da piscina seguida por Jack que continua a resmungar, reviro os olhos e entramos os dois no elevador.

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