Capítulo 44
Jack Anderson P.O.V
Sinto o meu coração parar quando a vejo passar pela porta do salão principal ás costas de Bradley. Atrás dele, os outros rapazes do grupo dele seguem-no, imitando todos os seus movimentos.
Emily. Ela está desmaiada, o que é que eles fizeram?
- BRADLEY! - grito, tento ir na sua direção mas paro quando sinto o metal das correntes apertar os meus pulsos e não demora muito começo a sentir um fio de sangue a escorrer pela minha mão.
Ele olha para mim pelo canto do olho e a única coisa que faz é sorrir, ele atravessa a sala até chegar á parede á minha frente, coloca o corpo inconsciente de Emily sentado contra a parede e amarra os seus pulsos com as correntes enferrujadas, exatamente iguais às minhas.
- Fiquei um pouco desiludido quando ela seguiu o nosso isco tão facilmente - Bradley levanta-se e o seu sorriso aumenta quando encara os meus olhos carregados de desespero - mas incrivelmente, ela deu mais luta do que tu Anderson.
- O que é que lhe fizeste? - pergunto num fio de voz.
- Quem sabe? - dá de ombros.
- Bradley, se tu...- começo a falar mas sou interrompido.
- Vocês os dois - aponta para outros dois rapazes que estavam a fumar no canto da sala - se ela fizer muito barulho quando acordar, sabem o que fazer.
Eles assentem.
- BRADLEY NÓS TINHAMOS UM ACORDO - grito quando ele se afasta - TU PROMETESTE - a minha voz falha.
- Acho que costumo mentir muitas vezes - dá de ombros e desaparece.
[...]
Abro os olhos lentamente ao ouvir gritos perto de mim. Sobressalto-me arregalando os olhos quando encontro Emily encolhida contra a parede enquanto os dois rapazes de antes de aproximam dela, lentamente.
- Se tivesses ficado calada isto não iria acontecer - diz um agarrando em um cinto.
- Esperem! - digo levantando a voz, os três olham para mim - Eu consigo que ela fique calada.
Eles entreolham-se, dão de ombros e afastam-se.
- Jack? - murmura, os seus olhos avermelhados focam-se nos meus.
- Emily - sorrio - Emily está tudo bem ok? - ela olha para mim apavorada, provavelmente a ver as nódoas negras no meu olho - Eu estou aqui, estou bem, vamos sair daqui e depois tudo vai voltar ao normal.
- Tu juntaste-te a eles? - murmura com a voz fraca.
- Eu não tinha outra opção! - respondo - Eles...eles ameaçaram-me, disseram que fariam o que fizeram com a minha irmã, só que contigo, e muito pior, eu não tive outra opção Emily, eu juro por favor acredita em mim. - digo sentindo os meus olhos arderem cada vez mais.
- Não acho que resultou - abre um pequeno sorriso enquanto algumas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
- FALEM MAIS BAIXO! - grita um homem por detrás da porta, engulo seco.
- O que é que eles vão fazer? - pergunta murmurando.
- Não sei - respondo no mesmo tom - mas não vou deixar que te magoem Emily.
- Nem penses que eu vou deixar que te espanquem até ficares inconsciente, ou até pior - ela tenta abrir um sorriso confiante - agora estamos os dois aqui, eu não me importo se ficar com umas nódoas negras a mais, se alguém perguntar posso dizer que é apenas estilo.
E pela primeira vez desde que deixei tudo para trás, sorri, um sorriso verdadeiramente genuíno e não um sorriso que somente tenta passar confiança.
Suspiro e sento-me direito, resmungo baixo quando sinto os meus ossos estralarem a cada movimento meu.
- Não te preocupes - do Emily, talvez para si mesma - vamos sair daqui - abre um sorriso e olha para uma das janelas no topo da sala.
Quem me dera conseguir acreditar nisso tal fortemente como ela.
Aos poucos a luz da sala vai desaparecendo á medida que o tempo passa. Quando a noite chega duas dançarinas vêm nos entregar uma sandes e um copo de água a cada um, saindo logo depois sem dizer uma única palavra.
Mais um dia neste inferno, sobrevivi. E pretendo continuar a fazê-lo até pelo mínimo Emily sair daqui.
Acabo por adormecer com o som do vento a bater contra a janela suavemente.
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