Capítulo 34
Jane Anderson P.O.V.
Onde é que ele está? Será que ele está bem? Será que está ferido?
Começo a hiperventilar, não posso perder o único membro da família que se preocupa comigo.
Deixo a minha cabeça afundar na almofada enquanto lágrimas começam a escorrer.
Eu posso ter perdido o meu irmão para sempre e nem eu nem ninguém sabe por onde começar a procurar.
Elizabeth também está a tentar encontra-lo mas não sabemos o que fazer.
E enquanto todos nós estamos a morrer de preocupação a minha querida mãe está de férias no Canadá a aproveitar a vitória de ter conseguido um acordo com a segunda maior empresa do país.
Ouço batidas na minha porta e digo que está aberta e depois a voz de Elizabeth preenche o quarto.
- Jane, eu tenho que ir ao banco resolver uns assuntos, não demoro - ela suspira - e vê se comes alguma coisa querida.
Assim que ouço a porta de fechar levanto o rosto e olho em direção á janela, devem ser uma duas da manhã, sei que deveria ir dormir mas não consigo.
Levanto-me e vou em direção á secretaria, pego no caderno de matemática e começo a estudar,
•°._.-._.°•
- Bem, o tempo acabou - a voz da professora ecoa pela sala - entreguem os vossos testes.
A professora Anabela passa por todas as mesas e pega nas folhas de cada aluno.
Quando chega a mim e agarra o meu teste, quando o vê completamente em branco olha para mim de sobrancelha erguida e limpa a garganta.
- Jane, temo que precisa de uma conversinha em privado quando a aula acabar - e continua a andar, respiro fundo sentido as lágrimas a voltar aos olhos enquanto ouço os risos dos meus colegas.
Na verdade, eu sou uma ótima aluna, mas, eu realmente não consegui descansar ontem, estava tão apavorada com o simples pensamento de perder Jack que não consegui adormecer, muito menos me concentrar nos estudos.
A última coisa que preciso neste momento são problemas na escola.
O telemóvel da professora Anabela toca e depois de pedir licença, sai da sala.
Deito a cabeça sobre a mesa fazendo com que os meus braços sirvam de almofada.
- Janezinha - alguém começa a cantarolar, ignoro.
- O que foi querida? O teste correu mal? - ouço risadas femininas - Acho que inteligência não se pode comprar, que pena - aperto os meus braços.
- O que é que aconteceu Jane? O gato comeu-te a língua? - sinto as lágrimas a voltar aos olhos.
- CALEM-SE - grito levantando-me da cadeira e olhando para eles com os punhos cerrados.
- JANE! - ouço a voz da professora atrás de mim e sinto-me a perder a cor, viro-me lentamente para ela - O que pensa que está a fazer?! Menos 20 pontos de aluno.
Ela vai até ao quadro, procura o meu nome de risca 2 estrelas, cada uma vale 10 pontos, é um método da escola para fazerem os alunos se portarem melhor, quem tiver mais pontos é eleito o melhor estudante da turma e é premiado algo que queira.
- Sempre foste a melhor estudante, 4 anos seguidos não significam nada para ti? - sinto-me a perder forças.
- Mas..! - começo.
- Camila, parabéns, por enquanto tens a melhor pontuação, continua assim - a professora sorri e todos da turma aplaudem.
- NÃO É JUSTO! - grito enquanto os meus olhos se enchem de água.
- JANE ANDERSON NÃO LEVANTES A VOZ! - a professora arregala os olhos - Odeio ter de fazer isto mas não me dás outra opção, Jane, sou obrigada a dar-te uma falta disciplinar, mais duas e és suspensa por uma semana - arregalo os olhos...suspensa? - agora para fora da sala, já perturbaste a aula o suficiente.
•°._.-._.°•
- Jane se não me disseres o que se passa eu não te posso ajudar - repete pela centésima vez - estavas a ir tão bem, se continuasses poderias vir a ser médica! Não é incrível? És muito inteligente para alguém da tua idade, porque é que estás a deitar tudo a perder?
1- Nunca pedi a sua ajuda e mesmo se tencionasse ajudar (o que não vai tentar fazer) a minha resposta só seria respondida com "Isso passa com o tempo" ou "Bem, é melhor deixares isso com os adultos".
2- Nunca quis ser médica e eu ainda sou praticamente uma criança, tenho tempo suficiente para pensar no que quero ser, só queria que parecem de me presionar a responder a coisas que não quero responder.
Mas..tudo o que eu respondo é:
- Eu estou bem, só quero ir para casa - insisto outra vez.
- Jane isto é um assunto sério! - levanta a voz - Se continuares assim vou ser obrigada a ligar á tua mãe.
- Ótimo assunto resolvido - levanto-me com a mochila às costas - ela está pouco se lixando sobre a minha vida. Até amanhã professora.
E saio da sala deixando-a boquiaberta.
Quando ultrapasso o portão da escola e me preparo para ir para casa ouço alguém a hiperventilar atrás de mim.
- Jane! Finalmente encontrei-te - viro-me para trás e arregalo os olhos.
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