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Capítulo 3 - As engrenagens

A bomba caiu sobre a equipe de produção, quando o conceito já estava quase pronto... Sim, novamente o Netflix dava um salto. Primeiro foi com "Strangers Things". Depois, com "La Casa de Papel", "Barraca do Beijo" e "Educação Sexual". E agora, uma nova série estreava com níveis nunca imaginados de audiência, para um canal de streaming.

"Round 6".

– Mas a gente chegou primeiro! Quer dizer – Nicholas penteou os cabelos já oleosos de tanto mexer nervosamente neles. – A gente se empenhou em fazer um programa revolucionário de escape game e eles fizeram tipo...

Ele não terminou a frase. Estava exausto demais para raciocinar. Sua equipe ficou em silêncio.

– E vocês viram? Tudo muito grandioso... Nenhum telespectador que assistir ao nosso programa vai deixar de comparar e dizer que o nosso é simplório... Medíocre. Uma cópia de "Round 6".

– Calma, Nick! – Alice tomou a palavra. – Estamos todos cansados e você está vendo o copo meio vazio.

– Ah, estou, é? – Ele riu, sem humor.

Gil concordava com Alice, por isso, deu um tapinha no ombro de Nicholas e argumentou:

– O caso é que, em termos de entretenimento... Quem chega na frente vence. Ninguém vai ficar se perguntando se alguém estava desenvolvendo o conceito antes... Quem ficou sensibilizado com a polêmica do livro "O Código da Vinci"? Ninguém se lembra dos autores que supostamente foram plagiados. As pessoas se lembram apenas de Dan Brown. E assim por diante... Ou da autora que teria ajudado a escrever "Millenium"... Ou o fato de Nicola Tesla ter sido sacaneado por Thomas "Mal Caráter" Edison...

– Menos, Gil – disse Nicholas, olhando–o de lado. – Menos.

– É, é... Se você mencionar o Moacir Scliar e o caso de "As Aventuras de Pi", vou bater em você – disse Lilibeth. – Toda vez que lembro o que fizeram com Moacir, me dá uma revolta sem tamanho.

Gil deu de ombros, sem perder o bom humor.

– Vocês não estão vendo a oportunidade! – comentou. – Vamos pegar uma carona na esteira do sucesso deles! Com a vantagem de que nunca teremos de matar ninguém!

– Explique – Nicholas pediu, cruzando os braços.

– A gente não vai fazer nenhuma prova ilegal, não vai matar ninguém, e ainda podemos fazer nossos competidores viajarem bastante. É um jeito seguro de o telespectador reviver o que ele assistiu em "Round 6".

– Aí, o pessoal do Marketing vai ter que segurar essa onda e passar a mensagem certa – complementou Alice, as engrenagens de sua mente afiada funcionando a todo vapor... Dava quase para vê–las soltando fumaça.

– E se o prêmio for um valor alto... Ninguém vai pensar em "Round 6", mas no nosso "Escape Game". Ainda mais que, no nosso caso, vamos escolher concorrentes pelos quais valha a pena torcer. – Gil bebeu o conteúdo do café de um gole só. Fez uma careta, pois estava frio. – Gente... Não sei quanto a vocês, mas não achei uma pessoa honesta e digna de torcida, em "Round 6". Para ser justo, só a garota que queria trazer a família da Coreia do Norte, e mesmo assim, eles logo tiraram os holofotes de cima dela para valorizar os dois caras. Dois "águas de chuchu", como diria a minha mãe... Amiguinhos de bairro desonestos e trambiqueiros. Dois porcarias.

– Verdade, – concordou Alice. – Além de ter sido um final bem machista, a única que merecia ganhar era a garota.

– Eu torcia pelo policial, – disse Nicholas – mas ele só estava interessado em achar o irmão...

– Fico tão feliz com os spoilers – disse Lilibeth, irônica. – Assim eu não preciso mais assistir.

– Bom, o show valeu pelos cenários de escape room! – disse Gil, ignorando o comentário de Lilibeth. – Muito bons!

– Ah, claro, com todo mundo levando tiro... – debochou Alice. – Muito emocionante!

– Foco, pessoal! – disse Nicholas. – A gente precisa escolher bem os concorrentes e escolher rápido! Diante de "Round 6", o conselho pode acabar mudando de ideia quanto à competição. Eu vou sair para resolver uma parada, e quero que olhem essas fotos e bios – ele apontou para impressora, que já estava cuspindo a lista impressa. – Precisamos de cem duplas de candidatos pré–selecionados para segunda–feira.

– Segunda? – Gil arregalou os olhos. – Hoje é sexta... Nós vamos...

– Pois é... – suspirou Lilibeth. – Vamos virar o final de semana.

– Aonde você vai, Nicholas? – Quis saber Alice.

– Parece que Leo contatou alguns donos de escapes rooms. Ele me chamou para uma reunião. Também tenho que resolver o problema do prêmio. Precisamos de um prêmio impressionante, ou nem os concorrentes e nem os telespectadores irão se interessar. Lembrem–se de que, em "Round 6", os apostadores bilionários colocaram grandes somas de dinheiro em seus candidatos. Pois bem, eu vou procurar os nossos Vips.

– Aonde? – indagou Gil. – Posso saber?

– Ainda não sei... Vou falar com Oscar, pois ele é quem costuma fazer esse meio de campo. Tenho algumas ideias.

Nicholas saiu, deixando todo mundo no ora, veja.

–––

– Tá legal, pessoal, mãos a obra! – disse Alice, agachando–se diante da fileira de fotos e bios anexados e cuidadosamente enfileirados no chão da sala de Nicholas. – Alguém faz café e alguém providencia o lanche.

Todo mundo olhou para o aprendiz.

– Eu quero participar da escolha também – Roy resmungou.

– Você ajuda depois a desempatar, se for o caso – ofereceu Lilibeth, com um sorrisinho.

Roy pegou os papeis com os pedidos de todos. Saiu resmungando como a vida era difícil. Planejou dar a volta neles, ligando para a tele–entrega, assim não teria que sair. Estava adorando trabalhar na rede de televisão e não perderia aquela etapa por nada no mundo.

–––

Na segunda feira, prazo final para que a produção estivesse pronta para "rodar na estrada", Nicholas e sua equipe apareceram na sala de Oscar Almada, parecendo sobreviventes de guerra.

O presidente da rede avaliou discretamente o estado das roupas, e o cheiro. Nada de banho. Pelo visto, passaram o final de semana dentro do prédio. Ele apertou o botão de conexão com a secretária executiva.

– Eleonor, por gentileza, mande providenciar sanduíches prontos e cafés, por favor.

– Pois não...

– E, ahn, desodorantes também...

– Alguma preferência?

– Unissex?

– Certamente, Oscar – respondeu a secretaria. – Mais alguma coisa?

Realmente, nada abalava sua secretária.

– Não, só isso, Eleonor. Obrigado. – Ele desligou o intercomunicador, voltando a encarar os seus funcionários.

– Preferem apresentar antes ou depois? – Ele perguntou, dirigindo–se a Nicholas. Ele estava se referindo ao pessoal que deveria estar se acomodando na sala de reuniões, naquele instante.

– Acho que a gente não conseguiria engolir – respondeu Nicholas, olhando para sua equipe. – Melhor comer depois, pois desejamos apresentar logo.

– Entendo a sua ansiedade... É justificável – comentou Oscar. – E se fosse só por mim, vocês poderiam começar agora mesmo. Contudo, considerando os representantes do conselho, nós vamos esperar pela chegada dos desodorantes. Se alguém tiver escova de dente, esse é o momento de usar. E se tiverem camisa social extra, tratem de colocar, ou abotar o paletó – Oscar indicou o seu banheiro privativo.

Foi a primeira vez que Roy ficou contente por ser um aprendiz. Não tinha que usar camisa social nem terno.

–––

Os diretores de núcleo, produtores e alguns redatores copywriters da equipe de marketing já estavam acomodados nos sofás baixos e deliciosos que Oscar mandou colocar para a reunião. O pessoal do conselho ocupou as cadeiras ao redor da mesa, como sempre.

Oscar havia recebido uma pequena prévia, antes de Nicholas entrar com sua equipe para apresentar a produção em termos formais. Até onde foi informado, ele gostou do andamento do projeto. Assim, estava confiante de que o primo convenceria os chefes de departamento e os conselheiros de que estava com as rédeas na mão. Em outras palavras: ele sabia o que estava fazendo.

Nicholas pigarreou e levou as plantas e todo o material da apresentação para a mesa de apoio.

– Acho que vamos precisar de mais espaço – ele estava pensando no anfiteatro.

– Não há necessidade. – Oscar tirou o controle remoto da gaveta e apertou. A parede de madeira abriu–se, revelando uma parafernália digna de um curso de Educação à Distância. – Temos tudo o que precisamos aqui.

Oscar não queria realocar todo mundo. Esse tipo de imprevisto costumava deixar as pessoas irritadas e menos suscetíveis a ouvir.

Olhando para o equipamento pela primeira vez, Nicholas se deu conta de que não participava de todas as reuniões que seu chefe fazia. Oscar sorriu para ele, como que compreendendo sua confusão.

– Comecem logo...

Nicholas se recuperou, indicando a Alice onde colocar as plantas. Hoje eles não precisavam impressionar os acionistas, porque estes já tinham dado o aval. Hoje eles teriam que passar o conceito para que o restante da emissora pudesse executá–lo, cada qual em sua área: produção, cenografia, casting, edição, divulgação, etc.

Nicholas tratou de se acalmar. Roy o chamou da porta e ele pediu licença. Os dois confabularam.

– Lili e Alice, a gente vai buscar a... – Ele gesticulou, sem querer dizer o nome, mas acabou dizendo. – A gente vai buscar a maquete.

Oscar girou a cadeira, com a cabeça inclinada. Essa era novidade.

Minutos depois, enquanto Alice e Lilibeth arrumavam os papeis e conectavam os cabos, Roy e Nicholas entraram, carregando uma enorme maquete.

Isso, sim, surpreendeu todo mundo. Oscar ficou olhando para aquela maquete. Parecia algum tipo de instalação, com os cômodos, escadas e passagens. Sentiu–se desafiado a compreender como aquilo funcionaria.

Oscar recebeu de Gil uma lista.

– O que é isso?

– Essa é a lista dos patrocinadores que concordaram em participar, em troca de alguns itens que devem passar antes pela nossa aprovação. Contribuição dos nossos presidentes regionais. De qualquer forma, os termos já foram assinados. Alguns querem merchandising, outros querem espaços de propaganda, outros querem que o nome fique visível nas filmagens. E há aqueles que irão transportar, alimentar e vestir os participantes.

– Você conseguiu uma lista bem impressionante – disse Oscar, passando os olhos.

– Cerca de sessenta por cento são nossos antigos parceiros de negócios, ansiosos por uma injeção de visibilidade e oportunidades de negócios, diante das perdas turísticas – argumentou Gil, aproveitando para mostrar o seu potencial, agora que tinha a atenção do poderoso chefão. – Outros são parceiros novos. E temos as empresas que estão abrindo caminho no segmento de escape games, no Brasil. Hotéis de escape, campos de escape, salas de escape espalhadas pelo país e que poucos conhecem... Irão ficar conhecidos no reality. É uma grande oportunidade para eles também.

– Mas – interferiu Alice. – Caso não seja possível firmar parceria com eles, temos as listas de hotéis, pousadas e parques que oferecem esportes radicais. Para eles também é uma oportunidade de divulgar seus estabelecimentos.

– Uau! – foi tudo o que Oscar disse.

– Apague a luz, por favor, Roy – disse Nicholas.

– Ok – o rapaz apagou e a tela do home theater se iluminou.

Lilibeth estava sentada diante do computador, a fim de comandar o show de imagens.

– Conheçam o projeto do reality "Escape Game" – disse Nicholas, quando o logotipo do programa apareceu na tela.

As letras se formaram até completar o nome do programa, ao som do batuque de tambores. Alguns aplausos demonstraram que o logotipo agradou a todos. Isso deixou Nicholas mais relaxado.

– Estilo "Jumanji"? – disse Oscar, em tom irônico.

– Não negue que o toque dos tambores prende a atenção – argumentou Gil, todo orgulhoso de sua ideia. – Dá um toque dramático.

– Se tiver que usar tambores, pelo amor de Deus, fale com a filarmônica da cidade e peça para compor algo original para o programa – rebateu Oscar, incisivo. – Agora, se isso estourar o orçamento, esqueça. Procure um bom mixador e compositor de vinhetas.

– Sim, eu sei – disse Gil, ligeiramente preocupado. – Só estou usando esse som para vocês entrarem no clima.

– Eu estou no clima, Gil – comentou Oscar, encarando–o. – Prossigam.

– Muito bem – disse Alice. – O programa Escape Game terá inicialmente cinquenta duplas de participantes.

– Cinquenta? Tudo isso? – o chefe das equipes de produção deixou escapar um riso cético. – Pesadelo logístico!

– Por que cinquenta? – quis saber Adalto, o produtor executivo.

– Por causa do estímulo à participação regional – explicou Nicholas. –Queremos incentivar as regiões a não só terem seus representantes no jogo, mas que isso engaje e fidelize a audiência.

– E como sabemos, o Brasil é muito grande, precisamos ter uma margem de escolhas para manobrar – argumentou Alice. – Continuando: O programa tem duas etapas, cada etapa com diferentes fases, ou rodadas eliminatórias. Algumas poderão não ser, caso desejemos manter algum jogador valioso para a audiência. As etapas ocorrerão em locais onde já conseguimos os patrocinadores e parceiros. Estas são as regiões pré–selecionadas para a primeira etapa. – Ela apontou para o mapa na tela. – Restarão cinco times que irão para a etapa final.

– Haverá intervalo entre as etapas? – Quis saber o gerente de marketing e produtos.

– Sim, para descanso dos concorrentes, das equipes de produção que os acompanham e para trabalharmos qualquer situação imprevista.

–Você diz reavaliação – argumentou o diretor artístico.

– Exatamente.

Nicholas tomou um gole de água, enquanto Alice respondia as perguntas. Então, considerou ser o momento de assumir novamente.

– O mapa na tela mostra os empresários parceiros disponíveis para cada localidade.

– Muito bom – elogiou José Villanova.

Nicholas respirou fundo e continuou. – As cinco duplas de competidores que restarem, deverão seguir para um lugar inóspito, e descobrir a localização da escape room. O time que deixar a escape room primeiro e alcançar o pit stop, será o vencedor.

– E o que o vencedor leva? – Quis saber José.

– Além dos prêmios distribuídos pelos patrocinadores, a cada etapa vencida, como viagens, hospedagens, ingressos para shows e pequenos prêmios em dinheiro... E a dupla vencedora irá levar dois milhões de reais.

– Como assim? – André Panioli se levantou da cadeira. – Ficaram loucos? De onde vamos tirar todos esses prêmios e mais dois milhões de reais? Não somos uma emissora grande, como SBT, Globo, Record... Para eles deve ser fácil, mas para nós...

– Empresários que desejam divulgar seus negócios e adotar uma das duplas, a exemplo de "Jogos Vorazes" e "Round 6". Os donos das escape rooms também podem ter interesse em eternizar na televisão as suas instalações para atrair desportistas radicais num futuro próximo. Além deles, as firmas que irão participar da construção desta maquete – apontou Nicholas – podem investir com a mão de obra.

– Por que fariam isso? – Quis saber Oscar – Por que, ao contrário, eles não nos cobrariam para construir esse colosso?

– Para que seus serviços fiquem conhecidos, outro terço vem do orçamento do próprio programa... – argumentou Alice, acrescentando: – Os inscritos pagaram para baixar o app para fazerem suas inscrições. O que resultou num significativo capital inicial, considerando que batemos recorde de inscrições graças ao pessoal de equipe de marketing.

Todos aplaudiram o pessoal da equipe de marketing.

– E durante o reality, poderemos ter mais padrinhos, como os VIPs de "Round 6" – disse Roy em voz alta. – Iremos, na verdade, pegar uma carona no sucesso deles. Mesmo que nosso programa não tenha nada a ver com o programa do Netflix.

Gil inclinou–se para Alice e resmungou: esse argumento era meu.

– "Round 6" não é novidade, Roy – argumentou Oscar. – "Jogos Vorazes" já explorou o tema... E "O Sobrevivente", com Schwarzenegger, na década de 1980. Depois temos "Jogos Mortais", "Uma noite de Crime", entre outros... São os chamados death games. "Roud 6" só trouxe uma nova roupagem...

"Mais sangue, mais crise existencial com o molho tipo "as pessoas são boas e más", "heróis não existem". Enfim... Foram competentes para fazer isso. Vocês fazem bem em pegar carona, mas não deixem que o público teça comparações. Escape Game deve encontrar um caminho de reconhecimento. Trabalhem nisso".

Ao invés de ficarem preocupados com o tom contundente do presidente, todos se empolgaram. Porque isso queria dizer que ele estava engajado na execução do projeto. Logo os produtores e diretores da emissora entenderiam que Escape Game estava para se tornar o carro–chefe da emissora.

Era tudo ou nada.

– Bem, podemos ainda ter mais patrocínio entrando, à medida que conquistamos a audiência – comentou Nicholas. – É um tiro no escuro, um salto de fé, mas...

– Mesmo assim, não temos como conseguir esse montante... – repetiu o diretor executivo. – Dois milhões de reais é muito dinheiro.

De repente, Oscar decidiu revelar as cartas de sua manga.

– O grosso do prêmio virá dos nossos investidores – disse Oscar, com tranquilidade.

– Quem? – Disparou Lúcio, mais atento do que antes.

– Os bancos... Algumas multinacionais e grandes redes de departamentos.

– Como você conseguiu? – questionou o chefe do setor Jurídico.

– Assim você me ofende, Lúcio... – Oscar riu. – Quando apresentei a ideia ao bilionário ucraniano Yuri Popovich, dono da cadeia de escape rooms da Ucrânia e líder do segmento na Europa Oriental, tornou–se mais fácil engajar os banqueiros.

"Temos a PicPay, Caixa Econômica, Banco do Brasil . Daí, quando as redes de departamentos souberam que nós temos os bancos e o bilionário ucraniano, decidiram que não podiam ficar de fora... Agora temos as Lojas Marília, os Supermercados Pão de Mel, a Hawai 6.0 marca de sapatos masculinos, e a Nachos & Boinas".

– Tá... – interrompeu Adauto, esfregando as mãos. Afinal, era parte do seu trabalho e do diretor executivo. – Precisamos de equipes compostas por pessoal acostumado a se mover por aí, com uma mochila nas costas!

– Já pré–selecionamos – informou Nicholas. – Para sua aprovação, naturalmente. Aqui temos alguns cinegrafistas que já trabalharam em matérias de exportes radicais pelo mundo, falam diferentes idiomas, temos dois editores que fizeram aquela matéria no Polo Sul.

– O Tom e o William? – perguntou Adauto. – Ótimo. Deixe comigo a lista das equipes. Agora quero saber mais sobre essa maquete...

Nicholas encarou Adauto, estarrecido. Ele era o responsável pela produção do programa novo. Todos estavam distribuindo seus papeis, mas... E ele?

Percebendo o que se passava com ele, Oscar interviu com gentileza:

–Adauto ficará à frente da produção executiva do projeto – disse Oscar. – Preciso de um produtor experiente nessa.

Nicholas baixou a cabeça, derrotado. Alice abriu a boca, indignada.

– Mas a produção geral do programa fica com o Nicholas – acrescentou Oscar, acalmando os ânimos. – Afinal só você entende a bagunça que você criou.

Algumas risadas soaram. Menos da parte de Nicholas.

– Produtor e produtor executivo tem que trabalhar em sinergia – disse Oscar, olhando direto em seus olhos. –Não se esqueçam disso.

Ele gesticulou de Adauto para Nicholas. – Por tanto, os dois se mexam.

Nicholas apertou a mão de Adauto, com relutância. No final, acabaram se entendendo. Mas Oscar sabia o que mais incomodava Nicholas, além da falta de autonomia. Era o fato de não poder jogar Alice na produção. Mas ela seria muito mais valiosa para o programa, se articulasse com todas as equipes. Ela era flexível, proativa, e em alguns aspectos, mais competente que Nicholas.

Oscar tencionava distribuir as responsabilidades, já que a maioria era novata. E Adauto, como um produtor experiente, faria o papel de colocar os pés dos novatos no chão... Também faria o papel dos olhos da presidência, onde e quando fosse necessário.

– Vamos dar uma olhada nessa maquete? – Sugeriu.

Era cheia de detalhes. – Impressionante! – reconheceu José Villanova.

– Foi um presente do bilionário ucraniano? – indagou Adauto.

– Não, é um projeto meu – enfatizou Nicholas.

–Você quer dizer da sua equipe – corrigiu Adauto, condescendente.

– Não, ele quis dizer dele mesmo – Gil cortou. – Da ideia à concepção. Desenhado e supervisionado por ele, junto à nossa equipe de carpinteiros.

– Como eu disse: uma equipe – rebateu Adauto.

– Agora, por favor, – cortou Alice, posicionando–se de frente para a tela. Com um aceno, ela olhou para Lilibeth. – Se puderem prestar atenção à tela, precisamos deliberar sobre as cem duplas de candidatos pré–selecionados.

––– 

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