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estrofe 18

       Em frente ao espelho, Christopher terminava de abotoar a camisa, usava um conjunto simples de camiseta social preta e calças de alfaiataria simples, também preta, nos pés um tênis que trouxe de Busan. Ele não conseguia suportar o reflexo que via no espelho. Não queria acreditar que estava mesmo indo para Brisbane com o objetivo de enterrar sua avó, e não passar um tempo com ela como sempre fez no passado. Parecia que ele não tinha mais lágrimas sobrando, porque mesmo querendo chorar, nada vinha. Estava apático com a situação, embora não quisesse.

Ele terminou de se vestir, bagunçou o cabelo com um pouco de creme e desceu. Na sala, Jisung estava sozinho andando em círculos, inquieto como sempre. Ele usava um casaco preto e calça jeans skinny, ele parecia bonito demais para uma ocasião tão ruim. Christopher foi até ele, e o puxou pela mão. Jisung finalmente parou de andar e o olhou com uma expressão preocupada.

— Tem certeza que podemos ir? — Indagou ainda ansioso, inquieto sobre a ida dele e de Changbin para uma cerimônia tão pessoal.

— Tenho. Por que vocês não poderiam ir?

— Porque nós não somos da sua família, podemos deixá-los incomodados. — Chris o puxou devagarinho para perto, até Jisung estar próximo o suficiente para conseguir ver cada detalhe das sardas no rosto de Christopher. Jisung tocou com a ponta dos dedos as manchinhas claras ao redor do nariz dele e pelas bochechas.

— Não me importo em como eles se sentem, Hani. — Declarou, dando de ombros. — Quero vocês comigo lá, mas também não quero que vocês se sintam forçados a ir só porque pedi. Se você ou o Bin não quiserem ir, podem ficar.

— Até parece que eu faria algo só porque você quer. — Changbin surgiu pelas escadas, também trajado totalmente de preto. Ele desceu os degraus carregando uma bolsa de ombro, e foi até a dupla em passos curtos. — E também não ligo para o que sua família acha. — Ele ajeitou alguns fios ondulados que caíram pelos cílios de Christopher, empurrando um pouquinho para o lado com o dedo indicador. — Que horas sua manager vem nos buscar?

— Daqui a pouco. — Checou o relógio de pulso. — Ela nunca atrasa, então acho que em vinte minutos já vamos ter saído daqui.

— Tô nervoso. — Jisung balançou as mãos, tentando se livrar da tensão que cobria os ombros. Changbin afagou o cabelo dele com a mão aberta, como um empurrãozinho para baixo. — Meu cabelo, hyung. — Reclamou, tinha gastado tempo chapeando os fios rebeldes.

— Relaxa vocês dois. — Changbin deixou a bolsa que trazia no sofá, perto de onde Christopher estava encostado. — Isso vai acabar rápido. — Olhou principalmente para Chris que demonstrava incômodo com a ocasião que iriam enfrentar hoje. — Não é fácil, mas você tem a gente. Eu e esse bobão. — Balançou a cabeça na direção de Jisung.

— Eu sei, Bin. Obrigado. — Tentou segurar na mão dele, mas antes que pudesse fazer isso o celular que estava no bolso de Changbin começou a tocar, e a expressão dele mudou completamente.

O rapaz pediu licença e subiu para atender o celular em privado, deixando Christopher e Jisung com um pressentimento estranho para trás. Eles se olharam no meio daquela lacuna esquisita de desconfiança, mas não disseram nada, embora quisessem perguntar. Todas as vezes que traziam o assunto do que Changbin tanto escondia, ele sempre ficava na defensiva, Chris não queria deixá-lo irritado com sua curiosidade, mas lá no fundo, sentia que era algo muito sério. Algo que ele provavelmente queria lidar sozinho, mesmo que não fosse justo. Jisung queria que Changbin fosse menos defensivo, que aquela barreira que ele construiu caísse de uma vez. Queria o conhecer de verdade, não apenas o SpearB, mas era como uma certeza silenciosa que ele nunca falaria sobre a vida pessoal até que essa iniciativa viesse dele mesmo.

Pouco tempo depois, Changbin desceu e consequentemente Ameya chegou. Eles não estavam levando malas, apenas uma bolsa com a carteira, carregador portátil e outros objetos que provavelmente não usariam durante o dia, mas prevenir é remediar. Eles saíram do bairro de Christopher no carro de Ameya, e às dez horas chegaram ao Aeroporto Internacional De Sydney, Kingsford Smith, embarcando direto no vôo de três horas para Brisbane. Naquele meio tempo, Christopher tentou se distrair da ansiedade crescente que vinha o consumindo, não conseguia parar de pensar em como seria tudo daqui em diante, como enfrentaria a família que tanto queria distância agora que estava indo para um local cheio deles, cheio de parentes que talvez nem lembrasse como era seu nome.

—— 🎶 ——

Ao desembarcar em Brisbane, o coração de Christopher parecia querer correr do peito, os batimentos tão acelerados que a sensação era idêntica às vezes que saía pela manhã para correr. Ele engoliu uma vontade desesperadora de querer voltar para Sydney e não aparecer em público até as duas semanas acabaram, mas deu o primeiro passo, saindo do aeroporto com Changbin, Jisung e Ameya. A mulher alugou um carro na locadora local, próximo ao aeroporto, como sempre faz quando vinha a cidade com Christopher, e dirigiu até a casa de Lucy. Apesar da distância do aeroporto até a residência Bang seja curta, para Christopher, que roeu as unhas desde que entrou no carro, era como viver em um loop eterno. E ele realmente não queria chegar lá e perceber que era tudo verdade.

Ele começou a tremer a perna e bater sem parar o polegar na coxa, como se criasse uma melodia que só ele entendesse. Isso seguiu pelos próximos três semáforos vermelhos, o batuque ficando alto e a unha indo embora pela ansiedade. Jisung olhou apenas para checar que Ameya não estava olhando, e quando teve a confirmação que ela estava ocupada demais em prestar atenção no trânsito, ele arrastou a mão pelo assento e segurou a de Christopher, que instantaneamente parou de batucar e tremer. Eles se olharam em segredo, e Jisung sorriu preocupado, apenas os cantinhos da boca erguendo para cima. Christopher parou, respirou com mais calma e apertou a mão dele de volta, como se dissesse que ficaria bem.

Eles ficaram de mãos dadas pelo restante do caminho, por insistência de Christopher, visto que Ameya percebeu a ação deles, mas não disse nada. Chris sabia que ela não falaria. Mas, Changbin também reparou, e aquela sensação de não pertencimento surgiu, como uma voz sussurrando coisas ruins no ouvido. Ele apertou os olhos e continuou olhando para frente no banco de passageiro, resolvendo que não era hora para isso. Ele não podia se sentir assim. Não agora.

A viagem seguiu silenciosa até casas pequenas numa área mais afastada do centro surgirem. Christopher voltou a ter medo, mas Jisung apertou novamente a sua mão, o trazendo de volta para realidade. Ameya parou o carro em frente a uma casa alta de varanda meio amarelada, e pela quantidade de carros parados pelas proximidades, não era só ele e sua família que estava por perto. Assim que desceu, barulho de flashes soaram como uma tormenta, protegidos por Ameya, o trio entrou na casa em passos largos, sem olhar para trás. Dentro da residência, tudo tinha cheiro de café e aparência caseira, era uma típica casa de primeiro andar com paredes bege e quadros de família para todos os lados. De um corredor, uma cachorrinha pequena saiu correndo, pulando nas pernas de Christopher, ela era branca com manchinhas marrons, usava um lanchinho cor de rosa ao redor do pescoço, junto da coleira. Ela saltitou ao redor de Christopher, latindo alto, antes dele pegar a pequena bola de pelos no colo.

Do mesmo corredor apareceu uma garota miúda com um sorriso cheio de janelinhas, ela usava um vestido preto rendado e segurava um pedaço de fita cor de rosa. Ela parou em frente aos recém chegados, estagnados e com um sorriso enorme, e olhou para Christopher como se estivesse vendo a estrela mais brilhante do céu. Ela correu até o rapaz, agarrando ele pela cintura num abraço muito forte para alguém de doze anos e braços muito magricelos.

— Chris! — Ela gritou muito animada, e Berry latiu, também animada ao ver alguém que não vinha em casa há muito tempo.

— Oi, Elara. Oi Berry. — Ele afagou o cabelo longo e castanho da menina, e depois esfregou atrás da orelha do pequeno animal. — Como vocês estão?

— Eu senti saudade! — Elara o soltou e os pequenos olhos castanhos dela pareciam inundados de repente. Christopher deixou Berry no chão para se acocorar na altura da garota, e preocupado, segurou nos braços dela. — Por que você não veio para casa antes? — Ela indagou com a voz embargada. — Eu senti saudade. — Repetiu. — Vovó também sentiu.

— Elara — Ele não teve coragem de prosseguir, o coração doeu tão forte que ele não conseguia ouvir nem os pensamentos. Christopher puxou Elara para um abraço apertado, deixando que ela chorasse um pouco no seu ombro. — Eu sinto muito. — Disse baixinho, quase um sussurro sofrido, e apertou mais a menina.

As três pessoas que ainda estavam paradas perto da porta observaram a cena em silêncio, ouvindo somente a garotinha chorar como se não houvesse amanhã. Ela chorou agarrada em Christopher e não quis soltar nem mesmo depois que ele a pegou no colo com facilidade, Elara continuou com os braços ao redor do pescoço dele, a cabeça deitada no ombro largo, sem dizer nada, apenas fungando e soluçando. Pela movimentação e barulho dos latidos e a voz alta da menina, um casal surgiu, um homem alto de cabelo longo e uma mulher igualmente alta, eles pareciam preocupados mas quando notaram Christopher ali, não disseram nada. Jisung percebeu uma nuvem de tensão surgindo, cobrindo o cheiro agradável de café e todo o ambiente confortável. Tudo pareceu nublado e escuro da perspectiva de quem não era parte daquilo.

O homem não falou com Christopher quando foi na direção dele, pegando a menina no colo e saindo, embora Elara estivesse esperneando para ficar com o primo. Ela gritou pelo nome do produtor e tentou se soltar, mas o homem era grande e forte, e a levou para fora da residência, na direção do quintal onde a cerimônia aconteceria. A mulher que tinha os olhos azuis e cabelo preto não falou muito, ela apenas deu uma olhada em quem estava com Christopher antes de sair na mesma direção, ela não parecia triste ou irritada, mas expressava aceitação pela situação. Como se já estivesse aceitado como tudo seria agora.

Decididos a não ficar para trás, Christopher começou a andar para o quintal com eles, e lá estava todos, primos e primas, do mais velho para a mais nova, alguns tios e parentes de segundo grau que Christopher não conseguia recordar o rosto, e em um canto mais afastado, perto de uma mesa pequena com lilium brancos espalhados ao redor de uma urna biodegradável com uma muda de cedro, estavam seus pais.

Christopher fingiu não vê-los quando o casal olhou na direção de onde ele vinha. Ele preferiu ficar onde estava, perto dos degraus. As pessoas ao redor conversavam em um tom baixo, em respeito a situação, vez ou outra, eles observavam Christopher como se ele fosse um novo animal exótico em exposição, surpresas pela aparição do rapaz, vez ou outra, notavam os dois desconhecidos que ele trouxe, e mais murmúrios surgiam daquela inesperada chegada.

— Vai conversar com eles. — Ameya sussurrou e balançou a cabeça na direção dos pais de Christopher. Ele olhou de soslaio para Malea e Léo, que conversavam ainda próximos a mesa com flores e a urna, havia uma foto da sua avó Lucy sorridente, e aquela imagem trouxe lembranças a Christopher. Ele lembrou da infância, dos abraços dela, de como era bom se sentir parte de uma família, mesmo que para seu eu menor, família era somente ele e Lucy.

Ele não disse nada, preferindo apenas evitá-los até a cerimônia acabar. Na perspectiva de Chris, eles não tinham uma relação ruim, eles só não eram como as outras famílias normais. Christopher não os reconhecia como seus pais, e eles não queriam ter um filho, então Christopher nasceu um dia e eles tiveram que criar até certo ponto. Era como uma concordância silenciosa que eles foram inquilino e senhorio por um tempo, não existia laços familiares entre eles ou qualquer envolvimento sentimental que os uniria algum dia novamente. Christopher já era velho demais para acreditar que eles dois iriam querer reconhecê-lo como filho, ele parou de acreditar nisso depois que foi para Coreia Do Sul e começou a se virar sozinho.

Sem sair do lado dele, Jisung e Changbin ficaram observando quietos, recebiam olhares curiosos, indesejados e desconfiados. Jisung tentou ficar para trás, em um ponto onde eles não tivessem contato direto com todos, mas seria ainda mais estranho se ele continuasse agindo como um gatinho assustado — embora estivesse sim muito desconfortável. Changbin sentou no penúltimo degrau da escadinha que levava ao quintal, e deu uma olhada em cada um, desde o pequeno grupo de senhoras que estavam vestidas de preto com o rosto sujo de maquiagem borrada pelo choro, até às crianças que pareciam muito desoladas no colo dos pais. Ele se pegou pensando demais antes de balançar a cabeça devagar, fazia anos, ele não podia abrir aquela ferida antiga.

Em algum momento daquela longa tarde, Ameya foi interagir com algumas tias de Christopher e outros conhecidos, e deixou o trio para trás, sozinhos naquele espaço nos degraus que ninguém se atrevia a passar. Às cinco da tarde, quando o sol baixou e uma brisa agradável balançou as folhinhas meio rosadas da muda de cedro, a mulher que não saia de perto da mesa onde a urna estava pegou o objeto delicado nas mãos trêmulas, caminhando até um pequeno espacinho no quintal onde um buraco já estava cavado. Todos se reuniram ao redor da mulher com a urna, e junto a ela mais três pessoas se abaixaram rente a terra úmida e depositaram com cuidado a urna com a muda de cedro no solo fértil. Ainda abaixada, a mulher de cabelo curto, cílios longos e roupas pretas chorou abraçada com seus três irmãos, tios de Christopher, que choraram em um coral doloroso, e o sol sumiu no horizonte, a família despediu-se completamente de Lucy, sobrando apenas aquela mudinha de árvore que crescia com as cinzas dela e se tornaria uma linda árvore de cedro com folhas rosadas.

De onde estava, Christopher observou toda a cerimônia, e olhou para o céu quase completamente escuro, fechando os olhos para sentir o vento soprar contra o rosto. Ele sentiu uma dor ligeira, como um apertão no coração, mas quando abriu os olhos, percebeu que essa seria a realidade de agora em diante, não voltaria para Brisbane para rever sua avó e passar o dia com ela conversando naquele quintal, não a veria cantar pela casa tão apaixonada pela música novamente, e agora, ela não seria mais sua única família. Ele olhou para Jisung, o rapaz abraçava o próprio corpo com os braços, os olhos marejados e meio trêmulo, como se estivesse segurando o choro. Ao lado, Changbin parecia tocado pela cena, embora não chorasse ou estivesse muito emotivo. Christopher ficou no meio dos dois, e segurou na mão deles, ali mesmo, no meio de todas aquelas pessoas com rostos conhecidos de pessoas que com certeza não dariam a mínima para o que Christopher ou aqueles dois homens eram.

— Vamos embora. — Ele disse, ainda segurando as mãos dos dois. Jisung virou para Christopher com o rosto molhado por lágrimas insistentes, e balançou a cabeça, concordando. Changbin só virou, subindo a escada puxando eles.

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