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estrofe 14

      Jisung dormiu assim que saiu do banheiro, de roupão e o cabelo molhado. Ele despencou na cama e adormeceu como uma pedra. Não teve sonhos ou pesadelos, mas acordou assustado quando um vento frio soprou e ele notou que esqueceu de se vestir e fechar a janela. Por sorte, usava um roupão que não desamarrou durante o sono agitado, o nó que deu foi firme o suficiente para suportar sua agitação costumeira enquanto dormia.

Ele se vestiu após fechar a janela e puxar as cortinas, colocou uma calça e um casaco, saindo do quarto com a barriga roncando. O corredor estava iluminado, apesar de não ouvir um som sequer neste andar e no de cima. Jisung começou a descer as escadas cuidadosamente, atento ao redor. No andar de baixo, viu a televisão ligada, mas não tinha ninguém na sala, se ele seguisse a direta, veria um corredorzinho que levava aos fundos da residência e uma porta à esquerda. Ele seguiu até aquela porta desconhecida e abriu, era uma enorme cozinha. Ele vasculhou o local rapidamente, vendo Christopher saindo do que parecia ser um estoque com um saco pequeno de batatas na mão. Vindo de uma das frigideiras no cooktop na ilha, Jisung sentiu o cheiro de peixe sendo frito.

— Boa noite. — Jisung falou primeiro, se aproximando.

— Oi, Hani. Boa noite. — Cumprimentou o rapaz com um sorriso, deixando as batatas em cima do balcão da pia. A cozinha, apesar de grande, tinha aquele ar de caseira. Um armário grande preenchia uma parede, ele também era preto com detalhes brancos, uma geladeira grande de duas portas mais ao canto e a ilha no meio do ambiente possuía duas cadeiras, para que as pessoas pudessem se sentar e aproveitar de alguma bebida. De onde Christopher saiu era como um depósito barra adega, lá ele guardava alimentos não perecíveis e atrás de outra porta um espaço com resfriamento existia, com alguns vinhos e bebidas, que ele só usava em ocasiões especiais no passado. Hoje em dia, a adega estava praticamente vazia, mas o depósito estava cheio, já que Ameya provavelmente cuidou de tudo antes de Christopher retornar a Sydney.

— O que você está fazendo? — Jisung tomou o assento próximo à ilha, era uma cadeira alta e preta. Ele sentou e olhou para Christopher cortando as batatas.

— Peixe empanado com batata frita. Era uma comida que minha avó sempre fazia quando eu era criança. — Ele sorriu meio triste, e Jisung quis consolá-lo, mas ficou quieto, o vendo encher outra frigideira com óleo. — Mas, e você, dormiu bem? — Direcionou o assunto para outro lugar, desta vez, olhando para Jisung.

— Sim, dormi que nem senti.

— E o Changbin? Você viu ele lá em cima? Quis chamar ele para descer, mas fiquei com o pé atrás de entrar no quarto.

— Não vi ele desde mais cedo. — Ponderou por um instante, atrás de como abordar aquele assunto. — Hyung. — O chamou, e Chris o deu atenção, mesmo que estivesse ocupado com as batatas sendo fritas no óleo quente. — Você não acha que o Changbin tá estranho?

— Estranho ele sempre é.

— Deixa ele te ouvir dizendo isso. — Eles riram um pouco, como se aquela conversa fosse o segredo deles. — Mas, tipo, estranho como se estivesse escondendo alguma coisa.

— Acho que todos nós temos segredos. — Ele virou de costas ao dizer isso, e Jisung quis perguntar o que ele quis dizer. O que ele também estava escondendo? E o que ele sabia? Mas não teve coragem, ainda não.

— Tô preocupado com ele. — Desconversou. — Na verdade, tô preocupado com você também.

— Comigo? — Chris se virou com um prato grande na mão, três pedaços de peixes empanados bem fritos e com folhas de alface em baixo decoram o prato. A boca de Jisung salivou quando Christopher trouxe o prato para perto, e deixou em cima da ilha enquanto ia até um dos armários para buscar talheres e mais três pratos fundos para o trio, ele também reparou arroz em uma panela elétrica.

— É, parece que vocês dois estão escondendo coisas de mim. — Ele desceu da cadeira e o ajudou a trazer as coisas, os pratos, os talheres, alguns copos e o refrigerante na geladeira. — Mas sabe, eu tô aqui mesmo que vocês não queiram conversar sobre. — Christopher olhou para Jisung concentrado em tirar o arroz da panela e depositar nos pratos, e quis ser honesto sobre seus sentimentos, mas quando abriu a boca, não foi capaz. Ele se virou e desligou o cooktop, escorrendo o óleo das batatas.

— Fico feliz que você esteja aqui, Hanie. — Assumiu, porque era a única coisa que podia dizer agora. Ainda não era o momento. — Você pode ver se o Changbin tá vivo? Eu termino de arrumar as coisas por aqui.

Ele saiu da cozinha e subiu as escadas, parando em frente a porta do quarto de Changbin, que era ao lado do seu. Jisung encarou a porta branca e a maçaneta dourada, com os braços ao redor da cintura, abraçando o corpo. Era só abrir, mas ele ficou receoso, exatamente como Christopher se sentiu horas antes de Jisung acordar. Com um suspiro valente, Jisung tocou a maçaneta e deu três toquinhos na porta. Nada. Jisung contou até dez devagar, e girou a maçaneta, se deparando com um quarto idêntico ao seu totalmente banhado pela escuridão. Na cama, Changbin dormia encolhido por baixo das cobertas escuras, apenas seu dorso estava para fora, ele usava uma camiseta preta que parecia mesclar com os lençóis. Jisung deu curtos passos até a cama, reparou que as malas dele ainda estavam feitas e ele não cometeu o mesmo erro que Jisung de deixar a janela aberta, por isso o quarto parecia tão escuro. Com cuidado, ele se aproximou da cama, do lado onde Changbin dormia, e tocou o braço frio dele, balançando algumas vezes enquanto dizia seu nome baixinho.

— Changbin, ei, acorda. — Sussurrou com receio de estar incomodando. — Changbin acorda, Chan hyung fez o jantar. — Balançou ele mais um pouco e nada. — Hyung, acorda. — Finalmente ele suspirou um pouco mais alto e se virou na direção de Jisung com os olhos miúdos e a voz grogue. Jisung tomou postura quando ele se ergueu e sentou na cama, ainda perdido.

— Que hora é? — Ele se esticou até uma das cômodas perto da cama, pegando o relógio de pulso que deixou lá.

— São sete e vinte. — Respondeu. — Chan fez o jantar e pediu pra te chamar.

— Ah. — Ele olhou para Jisung, ainda sem realmente vê-lo pelos olhos não estarem acostumados com a escuridão. Jisung quis apertá-lo, Changbin parecia tão inofensivo com o cabelo bagunçado e o rostinho inchado pelo sono. Era quase irresistível. — Eu já desço, só vou ao banheiro primeiro. — Jisung saiu do quarto para que ele se aprontasse, o coração a mil e as pernas bambas. Até quando aguentaria fingir que não estava caidinho por ele? Tocou o próprio rosto, e quis se estapear para se pôr no lugar, mas apenas deu um longo suspiro e desceu as escadas.

Changbin surgiu na cozinha cerca de dez minutos depois com o rosto lavado e usando óculos. Ele sentou na cadeira ao lado de Jisung, onde um prato o aguardava com um pouco de arroz, peixe e batata frita recém feita. Ele comeu em silêncio, olhando para qualquer coisa que não fosse os dois rapazes.

— Você não mostrou pra gente o último andar ainda. — Jisung comentou depois de vários minutos em um silêncio torturante. Era o tipo de pessoa que sempre comia vendo alguma coisa, seja bobagens no celular ou no tablet, mas hoje decidiu que queria conversar com eles ao invés de deixar o silêncio tomar conta da situação, sempre ficava um clima meio para baixo quando eles comiam juntos.

— É só o meu quarto. — Christopher respondeu, levando um copo cheio de refrigerante a boca. — Não tem nada demais lá em cima.

— Seu quarto ocupa o último andar inteiro? — Jisung esbugalhou os olhos, tão surpreso que nem piscava. Christopher balançou a cabeça. — Você tem que me mostrar, eu só acredito vendo.

— Não tem nada lá em cima, mas se quiser, eu te mostro.

— Como não? — Ficou indignado e Christopher sorriu. — Olha o tamanho da casa, deve ser enorme lá em cima.

— É, mas eu não quis decorar. Então é só um quarto grande com uma cama e só.

— Por que? Não faz sentido. Sua casa é toda chique, cheia de coisas e seu quarto não tem nada? — Jisung cruzou os braços, descrente com as afirmações dele. — Impossível. — Pontuou, levando mais uma batata à boca.

— Antes aquele quarto era bem legal mesmo. — Ele deixou o prato que comia sobre a pia, limpando as mãos em um pano próximo. — Essa casa era da minha avó, Han. Ela me deu de presente de aniversário. — Jisung ficou quieto, e Changbin o olhou meio de lado, com um ar de julgamento. Ele quis se estapear, seu intuito era só implicar na brincadeira com o produtor, não deixá-lo triste ao recordar do passado. Contudo, Christopher levou os restos do peixe ao lixo e começou a lavar a louça, de costas para os dois. — Eu não queria a casa, mas aceitei porque ela insistiu muito. — Prosseguiu. — Ameya ficou responsável por toda reforma, porque ela sabia que eu não aguentaria morar aqui com as coisas dos meus avós. O último andar era o quarto da minha avó e do meu avô, pedi que jogassem tudo fora e não deixassem nada. Naquela época, ela já estava doente e eu sabia, lá no fundo, que ela morreria, e eu não aguentei passar nem dois dias aqui dentro. Por isso que me mudei para um apartamento. Estar aqui sozinho é como reviver parte da minha infância. — Chris falou com tanta mágoa que Jisung quis pedir desculpa por tocar no assunto. — Vocês não tem noção do quanto fiquei feliz quando minha avó decidiu se mudar para Brisbane e fechar esse lugar, mas aí eu ganhei essa casa e agora não consigo nem me desfazer desse lugar sem sentir culpa.

Ele abaixou rente a pia, as costas inclinada sobre o balcão, e seus ombros balançaram. Jisung ficou de pé e rodeou a ilha, indo até ele. Christopher chorou encolhido, as lágrimas grossas caindo dos olhos diretamente na pia, ele deixou que Jisung o segurasse, e tentou a todo custo não deixá-lo ver seu rosto vermelho e úmido. Ele não queria chorar, mas desde que entrou nessa casa tudo que veio a mente foi seu eu pequeno e indefeso, brincando sozinho no último andar porque tinha medo de interagir com seus familiares, aquele Christopher que vivia na varanda observando, mas nunca sendo parte das comemorações. Aquele Christopher que corria para sua avó quando sentia medo, ao invés dos pais como a maioria das crianças fariam. Mas ele não era uma criança comum, nunca foi e nunca se sentiu uma. Ele sentiu o peito afundar numa dor tangente, e quis arrancá-la com as próprias unhas, mas apesar de doer fisicamente, não era possível tocar ou tirar. Era dentro dele, dentro do coração dele. Aquela dor provavelmente nunca iria embora.

Jisung o abraçou, embora ele não quisesse ser visto, embora ele estivesse com as mãos molhadas e a torneira ainda estivesse ligada. Ele o abraçou com força, e desta vez não chorou, apenas o ouviu chorar e esfregou a mão pelas costas dele. Estava de olhos fechados, por isso não viu quando Changbin, que ficou calado durante toda conversa, veio na direção deles sem dizer nada e começou a acariciar o cabelo loiro despenteado de Christopher. O produtor tinha o rosto sujo de lágrimas quando o olhou, aqueles olhos castanhos fitaram Changbin que não sorria, mas parecia compreensível, como se entendesse a dor que ele sentia. Ele continuou acariciando, bagunçando mais e esticando os fios meio ondulados, e Christopher aos poucos se acalmou.

— Desculpa. — Ele usou um braço para enxugar o rosto, e com a outra mão, continuou segurando a de Jisung. — Ah, que merda, eu odeio chorar. — Ele ergueu o rosto e fungou forte, tentando se conter. — Desculpa, me desculpa. — Repetiu várias vezes, deixando uma ou outra lágrima escorrer. Estava tentando se conformar com a realidade, mas toda vez que tocava no nome de Lucy uma ferida antiga se abria.

— Chorar é normal, hyung. — o Han apertou um pouco a mão dele, sorrindo compreensível. — Você pode chorar quando quiser, nós vamos estar aqui. — Segurou o pulso de Christopher com a mão livre, e apertou um pouco mais, como um silencioso “Estamos juntos nessa.”

Changbin recuou um passo, optando por ficar ao lado de Jisung quieto. Ele observou Christopher limpar os olhos com a mão livre e sorrir meio envergonhado para o Jisung, que ainda segurava sua mão. Então, ele finalmente olhou para Changbin ali parado, e sorriu para ele também, e sem pensar muito nos seus princípios, Changbin deu um passo para frente e abraçou, os braços fortes deslizando pelos ombros e o aconchegando. Christopher era um pouco mais alto, talvez dois ou três centímetros maior, mas Changbin não podia se importar menos, ele esticou os braços e o apertou contra o peito, forte o suficiente para ouvi-lo arfar no pé do ouvido, mas não ligou. Ele fechou os olhos e quis que seu coração não anunciasse para Deus e o mundo o quanto ele queria fazer isso há algum tempo. Queria tanto abraçá-lo desde que toda essa confusão começou mas nunca teve a oportunidade certa, ainda era meio desajeitado com relações físicas, nunca sabia quando era a hora certa ou o momento oportuno, mas porque deveria ter tanto medo? Era Christopher, o conhecia pouco, mas sabia que ele era do tipo pegajoso, um abracinho não o deixaria bravo.

Christopher o abraçou de volta meio confuso, as mãos tocando a cintura de Changbin meio molengas, sem realmente saber se deveria estar fazendo isso. Mas ele continuou lá, o apertando contra o peito e com o rosto do lado do dele. Chris aspirou o cheiro do cabelo preto de Changbin e fechou os olhos, ficando confortável aos poucos. Jisung sorriu, os braços cruzados e uma expressão muito alegre para quem estava apenas observando, ele ergueu a mão e tocou o cabelo de Christopher, afagando e remexendo os fios descoloridos, feliz em vê-los tão confortáveis na presença um do outro. Tipo, quando teria essa oportunidade de novo? Eles sempre estavam brigando e discutindo, e Jisung odiava ficar no meio disso. Odiava muito. Mas vê-los assim, finalmente se entendendo e se conectando, era tão bom. Jisung quis entrar no meio dos dois e ficar lá para sempre, zero problemas, apenas os três, mas deixaria que eles tivessem esse momento, parecia importante para Changbin, não estragaria isso.

Aos pouquinhos, Changbin foi se afastando, bem devagar, como se não quisesse — e ele não queria. Nunca foi fã de contato físico, abraços, andar de mãos dadas ou qualquer coisa que envolvesse o toque, mas quis isso, quis mesmo. Como se finalmente quisesse ser tocado e tocar alguém. Queria fazer isso com Christopher, queria abraçá-lo, confortá-lo e dizer que tudo ficaria bem, igualmente queria fazer com Jisung, mas a ideia na sua cabeça parecia menos assustadora do que executando na vida real. Ele finalmente tomou uma distância confortável do produtor, e o viu um pouco vermelho, e ele também estava, bochecha, orelhas, e coração acelerado. Eles se encararam no meio daquela cozinha enorme, e sorriram envergonhados um para o outro, como se fossem adolescentes.

— Obrigado, Bin. — Chris agradeceu, mesmo que não precisasse. Ele não respondeu, mas não precisava, estava estampada no rosto dele que aquele abraço não representava algo ruim. Christopher desejou parar o tempo para sempre, tê-los ali, bem pertinho. Poderia morrer hoje e se sentiria satisfeito.

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