Tão próximo de mim, tão longe de tudo
🌸💛 Oi, meus amores! Como vocês estão? Bem? Espero que sim. Enfim, eu voltei com o sexto capítulo dessa história cheia de frufru.
Mas antes de irmos para o capítulo, eu quero agradecer a todos os comentários e favoritos, além das divulgações. De verdade, eu já li cada comentário, já vi cada favorito, e só quero dizer o quão feliz isso me deixa. De coração, MUITO OBRIGADO! E me desculpem por ainda não ter respondido os comentários, só não tive tempo esses dias. 🤍
Mas vou responder cada um sim, viu. Só tenham paciência que às vezes eu dou uma esquecida, já que minha memória é falha 🤡
Por fim, tenham uma boa leitura e até mais! 💛🌸
Como a vida é uma piada, 'né?
Às vezes, pensamos que tudo vai dar errado e, na realidade, dá tudo certo. Em alguns momentos, pensamos que nada realmente nos quer, nos apoia ou nos ama, mas é só nossa mente passando a perna em instantes, curtos ou não, de fragilidade. O mundo é sombrio, aterrorizante, se viver nele sozinho, se lidar com todo esse peso que o simples "estar vivo" te traz.
Sendo sincero, quando descobri sobre Seori, pensei em abortar. Foi uma das tantas opções que apareceram diante de mim. Mas eu decidi cuidar da minha garotinha, de contar para Soobin e de tomar toda a responsabilidade para mim, se ele não quisesse contato ou assumir seus atos - o que felizmente não aconteceu. Também decidi me permitir entrar em uma relação, ter novas experiências e estar onde estou. Logo mais viriam os sete meses e o que eu mais ansiava era pelos nove. E, se perguntassem para o Yeonjun de cinco meses atrás, ele diria que estava odiando, que aquela etapa da sua vida seria horrível.
Mas era apenas medo.
O medo nos move a fazer coisas que, por vezes, não queremos. Também a tomar atitudes imprudentes. Seori foi uma delas, mas não por medo, e sim por momento, por vontade e paixão. Ainda que a minha filha não tivesse sido concebida no melhor lugar, na melhor situação, e a minha primeira reação ao descobrir sua ainda tão pequena existência foi chorar compulsivamente e me trancar um dia inteiro no quarto, eu me orgulhava da forma que as coisas tinham se encaminhado, de como tudo parecia se encaixar e da maneira que as pessoas conseguiam e conseguem lidar quando eu conto sobre minha família pequena, composta só por mim, Soobin e Seori, ainda em meu ventre.
[...] Enquanto acariciava meu baixo ventre, senti Seori agitada, como se soubesse o que iríamos fazer aquele dia com tamanha clareza. Sorri pelo "toque" e respondi com leves batidinhas em minha barriga, mais acima da área onde tocava anteriormente. Logo Soobin apareceu em meu campo de visão, com um sorriso de derreter qualquer coração, e entregou-me meu chá de hortelã; era meu sabor preferido, após o de canela e camomila.
- Nossa consulta será daqui a pouco. O psicólogo está terminando com seu penúltimo paciente do dia, foi o que a recepcionista me contou - comentou o alfa, sentando ao meu lado, em mais um dos bancos de espera daquela clínica, e tomando minha mão em um gesto que ele possuía quando estava nervoso. Bebi um pouco do chá e olhei-o de canto de olho.
- Humrum. Eu vi muito bem como essa recepcionista te olhava, Choi - falei, expressando seriedade, mas rindo por dentro pelos olhos arregalados do maior e da sua face adquirindo tons avermelhados.
- Amor, n-não é o que você 'tá pensando. Eu só fui perguntar por informações - tentou se explicar, gaguejando um pouco, enquanto gesticulava com uma das mãos, mantendo a outra em um aperto forte em cima da minha.
Claro que eu estava apenas me divertindo com a cara do meu namorado, pois tinha confiança o suficiente nele para saber que não faria nada que me magoasse, principalmente uma traição. Soobin era doce, sincero e honesto, não um idiota que dá em cima de tudo e todos apenas por serem ômegas.
- Ai, Binnie, eu sei, eu sei. - Ri alto, aproximando meus lábios da sua bochecha e deixando um selinho ali. - Eu só estava brincando, amor. Não precisa me esclarecer nada, porque eu confio em você.
- Junnie - gemeu, frustrado. Ri ainda mais. - Você me odeia, por acaso? Eu fiquei com medo! Você parecia muito sério... - Fez um bico chateado com os lábios, que eu tratei de desmanchar com um beijo, sorrindo zombeteiro para o alfa.
- Desculpa, bebê, mas eu não podia perder uma chance dessa - falei, ainda com um sorriso no rosto, vendo o mais alto revirar os olhos e, por fim, acabar com a pose de chateado e devolver os beijos.
Após, ficamos conversando banalidades, resolvendo sobre as compras do mês e algumas contas que tínhamos que pagar, no caso, por aquele período, só Soobin, pois era o único que estava trabalhando, enquanto eu só iria procurar por um emprego na minha área depois que Seori estivesse com um aninho. Foi uma decisão bem difícil, eu confesso. Contudo, não me arrependia.
- Choi Yeonjun e Choi Soobin, podem entrar! - anunciou uma voz feminina, provavelmente provinda da recepcionista. Logo deixei o copo, já vazio, do chá no lixo e nos direcionamos para a sala indicada, onde Jung Hoseok atendia seus pacientes.
Nós tínhamos marcado aquela consulta há alguns dias e nos preparado para conseguir manter um ritmo razoável de terapia, para que pudessemos nos ajudar entre si. Sendo assim, respiramos fundo, trocamos um último olhar e adentramos o consultório. Lá dentro, podíamos visualizar uma poltrona azul claro, onde um homem beta estava sentado; do seu lado, havia um sofá marrom e ao redor, eram notáveis diversas estantes, cheias de livros de diferentes capas e temas. Sorri levemente com aquilo, já que era um amante da leitura também.
Enfim, confiantes - nem tanto, mas um pouco -, eu e Soobin caminhamos até o outro, que indicou o sofá, em um gesto silencioso para que nos sentássemos. Hoseok mantinha um olhar calmo, sereno, que passava paz para quem olhasse-o. Ele não demonstrava julgamento, tampouco curiosidade.
- Bom dia, jovem casal - exclamou, sorrindo amplamente, simpático. - Como estão, Yeonjun e Soobin?
- Bom dia, doutor...
O terapeuta de fios ruivos cortou minha fala, ainda com um sorriso gentil.
- Ah, por favor, me chamem apenas de Hoseok. Sem formalidades por aqui - disse, revezando o olhar entre eu e o alfa.
- Ok, Hoseok - afirmei.
- Tudo bem por mim - Soobin falou, seguindo minha fala, com uma expressão facial mais relaxada.
Então, nossos diálogos foram acontecendo, até chegar num ponto sensível.
- Yeonjun, você me contou que está grávido de seis meses. Como está sendo a gravidez? Como se sente? - perguntou o mais velho, que descobrimos ter vinte e seis anos. Ao contrário do que achava que seria, no caso, assustador, na realidade, foi bom. O olhar carinhoso e empático de Hoseok me trazia conforto para falar sobre aquilo com segurança.
- Muito bem, Hoseok-ssi. Não foi fácil no início, pois eu tive muitos problemas para aceitar e lidar com a situação. Mas hoje em dia, tudo está acontecendo tranquilamente. Soobin também me auxilia igual uma babá. - Ri e o terapeuta acompanhou meu riso, enquanto meu namorado me olhava indignado.
- Que incrível, Yeonjun. - Sorriu aberto. - Vejo que está tudo caminhando bem para você. Mas tem algo te incomodando?
Oh, aquela pergunta...
- Bem, faz um tempinho... Mas é algo sensível para mim. - Respirei fundo, engolindo em seco. Soobin apertou a minha mão, dando-me apoio. - Eu estava bastante estressado, porque achava que era um peso para as pessoas e após a preparação de uma festa surpresa, onde todos se "afastaram" para manter a surpresa, eu entrei em pânico. Eu surtei com o meu amigo e tive um quase aborto espontâneo. Foi uma das piores experiências da minha vida.
Sem que eu percebesse, lágrimas caíam dos meus olhos e Soobin tinha me abraçado com força, sussurrando que tudo estava bem, que aquele instante de dor já havia passado.
Nesses momentos, eu me perguntava o que seria de mim sem ele.
Assim que eu me acalmei, depois de minutos de choro, voltei meu olhar envergonhado para o beta, ainda abraçado a Soobin, acalmando-me com seu cheiro e presença. Mas não foi uma carranca que eu encontrei, e sim um sorriso, um olhar calmo e um copo com água estendido a mim.
- Beba essa água com açúcar, Yeonjun. Ajuda a controlar um pouco nossas emoções.
Agradeci e peguei o copo, bebendo rapidamente o líquido dali e entregando-o de volta para o mais velho.
- Me desculpe... Não foi minha intenção - falei, constrangido. Soobin não disse nada, mas seu abraço que apertava o meu corpo me dizia tudo.
- Está tudo bem, não precisa se preocupar por isso. Você é muito forte, Yeonjun. Ambos são muito fortes, além de ótimos pais, mesmo que essa pequena Seori ainda não tenha nascido. Não se vejam com maus olhos pela experiência passada, pois foi apenas uma experiência ruim. Em poucos minutos, posso perceber o quanto se amam e amam sua filha. Então, não deixem que algo do tipo lhes consumam. Vocês têm força, podem superar isso; são um casal unido, que possui confiança um no outro. Se os dois estão aqui agora, é porque buscaram juntos ajuda. Isso é amor, casal. É o verdadeiro e mais sincero amor, então se apoiem, se auxiliem e não permitam dores de cabeça, pois momentos ruins sempre acontecerão. Mas o melhor sempre é ter alguém com quem contar e se aconchegar, principalmente de você para si mesmo e de você para o outro.
Pela primeira vez em meses, eu me senti leve. Leve como uma pluma. Todas as palavras de Hoseok ecoavam em minha mente, ainda após nós sairmos do consultório, e tinha certeza que para o alfa era o mesmo.
Eu sentia que tinha um peso saindo das minhas costas e pensando nisso foi que apertei mais o entrelaçar de mãos com Soobin e lhe direcionei um sorriso amplo, vendo-o retribuir rapidamente.
Oh. Eu o amava tanto.
[...]
Um outro dia se iniciava e, por fim, depois de semanas indo ali, voltando aqui, seguindo para lá, cheio de coisas a fazer, eu não tinha nada com o que cumprir. Estava sozinho em casa, já que o maior tinha saído para comprar algumas frutas a meu pedido, e relaxava no sofá, assistindo a um programa de variedades na televisão. Contudo, meu momento foi atrapalhado pelo ecoar da campainha. Logo suspirei e levantei para abrir a porta.
Sossego, Choi Yeonjun? Essa palavra ainda existe em seu vocabulário?
Mas eu realmente não esperava me deparar com Beomgyu, Taehyun e Hueningkai com sorrisos amarelos nos rostos. Eu só conseguia olhá-los com cara de paisagem, não entendendo o motivo da visita inesperada, já que os três tinham combinado de ir ao parque de diversões aquele dia e era por esse mesmo motivo que eu estava chateado com eles, porque esqueceram de me convidar e só fiquei ciente pelo fofoqueiro do meu namorado.
- Não iam para o parque sem mim, lindos? - indaguei, em tom irônico, permitindo a entrada dos três patetas.
- E-então, Jun... - Kai coçou a nuca. - A gente veio te chamar agora. Não nos esquecemos, só não tivemos tempo.
- Hum, sei - resmunguei, olhando para os dois alfas e o único beta dali. - Mas de qualquer forma, aceito. Vou me arrumar. Por favor, liguem para o Soobin, avisem sobre nossa saída e para ele nos encontrar lá.
Concordaram, e eu segui para o andar de cima, ansioso por ir ao parque de diversões, principalmente para poder me divertir na casa assombrada com as reações dos meus amigos e do meu namorado, já que todos eram medrosos. Além de também adquirir a experiência de estar lá com um pequeno bebê crescendo em minha barriga. Era instigante! Eu queria aproveitar o máximo e foi isso que fiz.
Após terminar de me aprontar, tomando um banho e pondo uma roupa casual, mas ótima para aqueles tipos de ocasiões, que se compunha por uma blusa preta de algodão, uma calça larga de cor cinza e um casaco de Soobin, eu desci as escadas, deparando-me com os outros três me esperando impacientes: "Ah, como você demora", "Foi para o outro lado do mundo e voltou?", "Nem 'pra agilizar, aish". E eu só conseguia rir.
Já tínhamos saído da casa e estávamos dentro do carro do alfa maior, vulgo Taehyun, que nos levava entre sorrisos e resmungos.
De qualquer forma, não demoramos a chegar no local. Então Taehyun estacionou o carro em uma das áreas livres do estacionamento e nós seguimos até a entrada dali, já notando uma presença bastante alta e de ombros encolhidos encostada na parede direita do local, trajado em uma roupa estilo bad boy, com uma jaqueta e calça jeans de cor preta, botas de cano alto e uma blusa cinza por baixo de todo aquele charme que, aliás, chamava mesmo a atenção, especialmente de alguns ômegas e betas - ainda que alfas também estivessem presentes -, os quais olhavam descaradamente para o alfa, sem nem imaginar que este já namorava e ansiava pela sua filha, que nasceria em poucos meses.
Eu, bem, só conseguia me divertir com a situação, pois era fofa a forma que Soobin tentava ocultar sua vergonha ou constrangimento diante de tais olhares, sempre mordendo o lábio inferior ou mexendo no cabelo, sem ter noção de que isso apenas o prejudicava mais. Até tinha vontade de avisá-lo às vezes, mas desistia ao notar o quão adorável era sua postura, ainda que fosse um alfa, cujo os quais normalmente tinham posicionamentos fortes e imponentes, sendo assim, o completo oposto do meu dócil alfa.
- Binnie! Binnie! - para dá-lo um "desconto" daquelas olhadelas, exclamei seu apelido em voz alta, logo saltitando até si e abraçando-o pelos ombros, deixando um casto beijo em sua bochecha. Não passaram nem dois segundos para os murmúrios começarem e as pessoas se afastarem. - Te livrei dessa. Você paga o meu sorvete de hoje.
- Mas, amor... - Cortei-o, pondo meu dedo indicador em seus lábios finos e sorrindo docemente para ele. Soobin suspirou, rendendo-se. - Tudo bem, tudo bem. Obrigado, bebê. Sempre que precisar, te chamarei.
- É assim que se faz, alfa. Agora vamos entrar, que os meninos devem estar nos esperando lá dentro já - afirmei, juntando nossas mãos e seguindo para dentro do parque.
Sorri emocionado, quase como uma criança que visita o parque pela primeira vez; o exterior não tinha nada demais em comparação ao interior do lugar, onde estavam todos os brinquedos. Era incrível! Não conseguia conter minha euforia, sempre arrastando Soobin de um lado para outro, visitando rápido algumas barraquinhas até encontrar o casal e Huening, sentados em um dos bancos do centro do parque, parecendo cansados.
- Por que demoraram tanto? Esses dois não paravam quietos - resmungou Taehyun, apontando para Beomgyu e Kai, que tinham pelúcias em braços. Eu e Soobin nos olhamos entre si, contendo o riso.
- Nada demais, Tae. Mas o que aconteceu? - Soobin falou, sentando no outro banco e me puxando consigo, fazendo com que eu sentasse do seu lado. Ele passou o braço pelos meus ombros e focamos nossa atenção no loiro.
- Começando que Beomgyu me arrastou para vencer um jogo para ele, Kai me empurrou e eu trombei com uma criança e derramei o suco dela. A mãe tinha um olhar assustador, aí eu comprei um novo para ela. Sério, nunca mais me deixem sozinhos com eles - contou. E analisando melhor sua aparência, o cabelo todo emaranhado e a blusa amarrotada mostravam nitidamente o seu estado acabado.
Eu e Soobin caímos em risos, enquanto o beta e o alfa castanho reclamavam de que a história estava mal contada.
- Ah, por favor, Taehyun, que mentira. Eu não te empurrei, você que tropeçou nos próprios pés - acusou Kai, com o cenho franzido.
- E eu só não sabia como jogar, seu idiota. Nunca mais te chamo - complementou Beom, com um bico nos lábios grossos.
Taehyun se contentou a suspirar e nós, após mais acusações e revelações, fomos nos divertir definitivamente naqueles brinquedos, desde grandes a pequenos, como um carrossel e uma montanha russa. Os outros três saíram juntos em direção a barca, enquanto eu e Soobin preferimos ir para a roda gigante, com uma leve intenção oculta de namorar um pouquinho. Então, esperamos por alguns longos minutos da fila, o que já estava me cansando por conta dos meus pés inchados, e finalmente entramos em uma das cabines.
Lá dentro, após segundos, a roda começou a se mover e quando estávamos subindo, tudo lá embaixo, onde podíamos ver através da janela, se tornava pequeno, como se fossem formigas ambulantes. Eu estava encantado, ainda que já tivesse ido ali outras vezes. Mas daquela vez era diferente, estava com Soobin e com Seori, apreciando aquele momento divertido.
- Sei que você ainda não pode ver nada, mas eu e seu outro papai estamos na roda gigante. Aqui é um lugar muito bom e quando você for maiorzinha, te traremos aqui, 'tá bom? - sussurrei para minha pequena, acariciando meu ventre e sentindo um remelexo bom no estômago.
- Eu amo essa comunicação de vocês, mas fico com ciúmes - Soobin comentou, bem perto do meu ouvido direito, com um sorriso descarado nos lábios.
- Pare de ser assim. Sua vez ainda vai chegar, seu bobão - falei, batendo em sua coxa e escutando sua risada rouca.
- E por que não agora, lindo?
E minha respiração se entrecortou apenas com aquilo, direcionando minha visão para o rosto belo de Soobin e atacando seus lábios, colando-os com os meus em um beijo desejoso. Minhas mãos foram até seus fios, agarrando-os com força, enquanto seus braços rodeavam todo meu tronco, puxando e apertando meu corpo contra o seu, mesmo com a imensa barriga nos impedindo de ter um melhor contato. Infelizmente, tivemos que nos separar para respirar, mas não demorando em encaixar nossas bocas novamente, como se tudo dependesse de estar beijando um ao outro. Era nosso momento, nossa hora. Parecia tudo extremamente premeditado a acontecer, tanto que, depois de nos separarmos pela segunda vez, a grande roda parou e olhamos um para o outro com graça, saindo logo em seguida do brinquedo.
Com certeza estávamos acabados, já que os olhares de estranheza e curiosidade foram muitos. Mas pouco nos importavam, pois não poderia ter sido melhor para ambos.
Enfim, continuamos a nos divertir em outros brinquedos, em um em específico, onde descobri ser muito bom na mira de tiro e Soobin, péssimo. Mas em compensação, ele era ótimo naquelas máquinas de pegar bichinhos, então eu o dei uma raposa que tinha ganhado e ele me entregou todo emocionado um coelhinho cinza.
- Ele parece com você - comentei em relação ao coelho. Soobin me olhou como se eu fosse algum tipo de alienígena e eu sorri com isso, dando-lhe um peteleco na testa e, em seguida, um selinho nos lábios.
- Não acho. Mas a raposa, sim, parece com você. - Apontou para a dita cuja, a qual estava amassada entre suas mãos. Ri pela sua forma de "carinho" com a pobrezinha.
- Você acha? Bem, cada um tem a opinião que merece - brinquei, cutucando seu ombro.
- Referência a "Cada um tem a gêmea que merece", Yeonjun? Sério isso? - falou o maior em tom dramático.
- É meu filme favorito e você não pode fazer nada.
- O meu é "Perdidos na ilha" e você não pode fazer nada.
- Mas aquele filme é ruim, amor! - retruquei, indignado, enquanto passávamos por uma antiga colega de universidade.
Calma...
- Mas...
- Yeonjun! Yeonjun!
Ouvimos a voz histérica de Dahyun, minha antiga colega de curso e também uma beta muito simpática e adorável. Viramos-nos em sua direção e logo a mais velha já estava diante de nós, sorrindo de orelha a orelha.
- Dah! Que bom te ver por aqui. - Sorri aberto, soltando a mão do alfa e abraçando a de cabelo azul pelos ombros. - Você está incrível!
- Oh, Yeon, tão doce como sempre. Você também está incrív... - Sua fala foi parando aos poucos ao notar a grandeza da minha barriga e Soobin, que tinha de novo se aproximado e segurado minha mão, ao separarmos o abraço. De repente, sua expressão mudou e um sorriso pequeno surgiu. - Vejo que está muito bem, Yeon. Fico feliz por você e meus parabéns.
- Obrigado, Dah - agradeci, dirigindo um sorriso sincero para a mais velha.
- Bem, eu tenho que ir agora... Lembrei que tinha algumas coisas a fazer - informou e sem nem esperar uma resposta por minha parte, ela se foi. Estranhei seu comportamento, mas não comentei nada.
- Acho que ela gosta de você...
Quem falou foi Soobin e eu olhei para ele por um segundo, em seguida, abaixando o olhar. Fiquei em silêncio enquanto prosseguiamos nosso caminho. Meus pensamentos ficaram uma loucura com aquela fala... Não porque eu duvidava do que sentia por Soobin, mas porque eu nunca tinha notado os sentimentos dela até então. Eu poderia ter evitado aquela situação incômoda se tivesse sido mais atento, principalmente com Dahyun, que sempre foi tão presente e carinhosa. Não éramos amigos próximos, mas ela era uma colega muito boa e saber que, de forma indireta, magoei seus sentimentos, me deixava triste.
- Amor... - Soobin me chamou e meus olhos arderam, derramando lágrimas seguidas. Havíamos voltado para o carro, depois de Soobin conversar pelo celular com os meninos, já que ele tinha ido para lá com o seu próprio carro. - Amor...
Soobin me abraçou forte, tão forte que senti como se ele fosse meu mundo, minha sustentação para não cair. E eu sabia que era. Ele era como minha muralha, sempre disposto a me proteger dos males e trazer paz para meu coração e mente.
- Você quer conversar sobre isso, coração? - indagou, passando os dedos pelo vínculo das minhas costas.
- E-eu... Por que eu não percebi antes, Binnie? Eu gosto muito da Dahyun; ela foi incrível para mim durante a universidade e eu só... Por quê? Eu poderia ter evitado isso se não fosse um desatento. E você... Me desculpa, Binnie. Me desculpa...
- Meu pedaço de céu, não se desculpe. Você não tem culpa de não ter percebido os sentimentos dela. Ela decidiu não contar e foi uma decisão dela, você não pode fazer nada, muito menos adivinhar o que ela sente ou não. E em relação a mim, 'tá tudo bem. Eu nunca me incomodaria em ter outra pessoa gostando de você, porque sei que sentimentos são incontroláveis, e também, você gosta de mim e eu sei disso. - Sorriu, envolvendo-me carinhosamente. - E se isso um dia mudar, eu vou entender.
- Você é algum tipo de anjo da guarda, amor? - perguntei, com uma feição séria, fazendo-o rir.
- Seu? Talvez. Nunca se sabe - respondeu, dando de ombros. Sorri pequeno com sua resposta, por fim, acalmando-me e parando de chorar.
Logo separamos o abraço e trocamos alguns beijos calmos, apreciando com vontade nosso carinho um pelo outro.
- Os meninos devem nos odiar - falei, após me ajeitar no banco do passageiro, e o alfa no banco do condutor, ligando o carro e dando a partida. Ele gargalhou e eu o acompanhei.
- Não tenho dúvidas.
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