Enxurrada
Olá, denguinhos!! 💗 Tudo bem? Realmente espero que sim. Demorei, né? Um mês aí sem att. Mas tudo bem, cês aguentam 😸 SKSKSJDJJDJ desculpa, xodós. Eu tô ocupado com a escola e com outras pendências, então isso acaba demorando e atrapalhado o meu processo criativo, não só nessa fic, mas em outras também. Porém, prometo tentar ser mais rápido, até porque já estamos na reta final... Sim, reta final...
ENFIM.
O que eu posso dizer a vocês sobre esse capítulo?
Nem sei.
PERDÃO KSSKAAJSJDBDBBF
mas enfim, é um dos capítulos mais belos (eu diria) da história, até porque o foco aqui não é nem diretamente nos yeonbin, porém não perde o encanto e isso é bonito. todos os personagens têm histórias belas.
Por fim, boa leitura! 🤍🌸💛
Soobin estava com dor de barriga.
E sim, eu sei que você deve estar rindo ao ler isso, pois eu também ri quando ele me contou. Porém, essa praga era algo realmente doloroso — não me perguntem como eu sei — e deixou o alfa tão mal que teve de ficar dois dias sem ir ao trabalho, sendo o, então, terceiro dia que ele não pisava os pés no hospital e seus turnos ficavam por conta de Hayoung — essa que prometeu vir visitá-lo quando tivesse chance, uma vez que pelos turnos dobrados, estava tão ocupada quanto antes.
Mas era isso: Soobin estava doente e eu estava atarefado, tendo de cuidar de uma bebê de oito meses, da casa e também do próprio Soobin, o alfa mais chorão do mundo.
Às vezes me pegava pensando no fato do maior ser tão aberto e sincero com seus sentimentos desde que nos conhecemos, coisa que poucos alfas mostravam ser.
— Amor… toma esse chá, vai te fazer bem — falei, sentado na cama do meu quarto, ao lado do corpo deitado de Soobin, o qual tinha uma mão sobre a barriga e outra atrás da cabeça, numa posição confortável.
Mas, em contrapartida, sua feição era de pura angústia.
— Não quero, Junnie. O cheiro disso 'tá embrulhando meu estômago — exclamou o alfa, manhoso, praticamente fazendo um berrinche. O bico em seus lábios só reforçava essa ideia, o que me fazia pensar no quanto Seori e ele eram parecidos.
Na verdade, Soobin era tão teimoso quanto ela.
Não havia dúvidas que eram pai e filha.
Contudo, bem, ainda que o alfa bobão que eu tinha como marido tivesse vinte e quatro anos, um metro e oitenta e cinco de altura, e dois filhos, agia que nem uma criança de cinco anos quando o assunto era tomar remédio, especialmente chás. Soobin odiava, repudiava chás, no entanto, o de alho em específico — o qual estava tentando fazê-lo tomar — lhe deixava com os pelos em pé. E eu, como seu esposo e cuidador responsável, não aceitava isso e fazia de tudo para convencê-lo. Porém, Soobin era, realmente, um cabeça dura.
E eu era, realmente, um sem paciência.
— Choi Soobin! — disse, em tom alto e irritado. O alfa se assustou, parecendo amansar, me olhando com medo saindo de todos seus poros. — Você vai tomar essa porcaria por bem ou por mal, está me entendendo? E não ouse discordar de um grávido, Choi, você não sabe do que sou capaz. — Pus a xícara com o líquido de cor clara sobre suas mãos, não demorando a voltar para minha posição anterior e ficar ali, esperando até que o maior botasse aquele chá para dentro.
E não foi preciso muito tempo, o que era surpreendente, pois logo em seguida Soobin levou a xícara aos lábios e, sem dó, engoliu, fazendo uma expressão de desgosto — a qual me gerou certa satisfação interior, confesso — e me entregando de volta a porcelana, já vazia.
— Muito bem, garotão — elogiei, como se ele fosse uma criança, me aproximando outra vez de seu corpo, agora sentado como eu, e deixando um leve selar sobre seus lábios avermelhados pelo recente contato da água morna com esses. Ele sorriu. — Agora descanse, ok? Vou voltar mais tarde.
— Tudo bem, amor. Não se preocupe comigo. — Levou a mão até a minha bochecha, acariciando ali com uma leveza tão gostosa que, por um momento, quis me entregar aos seus carinhos e deitar consigo. — Depois te recompenso pelo que está fazendo por mim. Você é incrível, Jun. — Senti minhas bochechas esquentando. — Me desculpe por ser um insuportável.
— Soo… — repreendi, ouvindo-o rir. — Você não é insuportável, amor. Está tudo bem, sim? Eu prometi te aturar em todos os momentos da minha vida quando nos casamos, então mesmo você sendo teimoso assim, eu vou estar aqui com você.
— Você está sendo contraditório, vida — exclamou, me abraçando e rindo, e eu só consegui lhe dar um tapa no braço, pois não podia discordar.
Mesmo Soobin sendo insuportável, às vezes, eu continuaria o amando com tudo de mim.
— Preciso organizar algumas coisas que a Dahyun me mandou e amamentar Seori, Bin — disse, após alguns segundos curtindo os braços do meu marido rodeando meu corpo. — Então fique quieto e descanse. Volto mais tarde — informei, novamente, saindo do seu agarre e levantando de uma vez, ou quase.
Não sei se era coisa da minha cabeça, mas Chiwoo parecia pesar ainda mais do que Seori, coisa que dificultava horrores na hora de levantar dos lugares, principalmente se fossem baixos, como era o caso da cama que eu dividia com o tonto do meu alfa. Talvez devesse comprar outra.
Ou melhor: nunca mais engravidar.
Mas essa última opção era bastante difícil, já que Soobin parecia um coelho — e quase literalmente — e eu não conseguia resistir aos seus encantos. Ainda mais depois da tatuagem que havia feito.
Oh, não contei, 'né?
Soobin tatuou a parte direita da coxa, bem perto da virilha. Ele me disse que tinha vontade há um tempo e eu só pude apoiá-lo, também empolgado para saber como ficaria, já que pessoas tatuadas são tão atraentes. Porém, a parte ruim disso foi que ele se tornou ainda mais irresistível ao meu ver e meu autocontrole cada vez mais parecia sumir de mim, me deixando apenas ali, existindo para coisas proibidas de serem citadas pelo horário.
— Tudo bem — concordou o mais alto. — Mas não se esforce muito. Você pode me chamar ou chamar algum dos meninos se precisar.
— Eu sei, Bin, não se preocupe — tranquilizei-o, rapidamente dirigindo um sorriso para si e recebendo um encantador de volta. Seus olhinhos sumindo toda vez que ele sorria era simplesmente a coisa mais bela do mundo inteiro.
Tive vontade de suspirar. Passar todos os dias ao lado dele, ao contrário do que pensava, não estava fazendo-me cansado de sua cara como muitos dizem que acontece quando um casal passa tanto tempo juntos. No meu caso, eu só estava enjoado do seu cheiro, ele, às vezes, aparentava um toque muito forte para o meu olfato sensível de forma duplicada. Mas, ainda assim, eu podia, facilmente, admirá-lo o dia todo. Ele era quase como um vício.
Porém, me desvencilhando totalmente dos meus pensamentos, saí dali. Ainda havia muitas coisas para fazer naquele dia, incluindo entre elas a visita do meu irmão. San tinha me ligado no dia anterior, afirmando ter algo de extrema importância para me contar. Eu, prontamente, o disse que poderia ir até minha casa no dia seguinte, depois do almoço, assim ele poderia me dizer o que era e também ver Seori, que sempre adorava brincar com o tio.
E que Beomgyu não descobrisse isso.
O beta possuía muito ciúme quando o assunto era "ser o melhor tio para Seori" e virava um monstro quando San — de acordo com suas palavras — "tentava roubar o seu cargo".
Por fim, enquanto ele não chegava, eu terminava de organizar algumas coisas do meu trabalho no notebook.
Pelo meu estado gestacional, Dahyun preferiu me dar a oportunidade de trabalhar — na área de administração — em casa mesmo, assim eu não faria nenhum esforço desnecessário e poderia estar sempre vigiando e cuidando de Seori, essa que permanecia em meu colo, toda encolhidinha mamando em um dos meus mamilos enquanto eu escrevia minhas últimas anotações para a beta.
A pequena parecia cada vez maior ao longo dos dias, o que era normal, já que ela estava crescendo, porém isso só conseguia me fazer pensar que ela seria alta, tão alta quanto Soobin. E também… talvez… uma alfa? Não sabia, mas possuía uma ideia que possivelmente sim. Mas isso, só o tempo consegue dizer.
Enfim, depois de ler todo o documento pela última vez, finalizei, fechando o notebook e voltando minha atenção para a bebê.
Seori era tão linda, isso era um fato. Suas bochechas gordinhas, seus olhinhos de coloração castanha — os quais permaneciam fechados naquele momento —, sua boquinha com o mesmo formato da boca de Soobin e, claro, seu cabelinho ralinho que aparentava crescimento todo dia e deixava sua pele clarinha em contraste com a cor escura de seus fios. Seori era simplesmente uma boneca. Linda. Muito linda. Eu era extremamente apaixonado pela minha princesinha e até conseguia distinguir uma certa dor em meu coração quando pensava que ela logo cresceria em algum momento e não seria mais a minha neném, e sim a minha criança, depois a minha adolescente — rebelde, talvez —, e não demoraria para ser a minha adulta e minha velhinha.
Mas sempre a minha filhinha.
Então, sem obstáculos, não me contive ao chegar perto de seu rostinho miúdo e enchê-lo de beijinhos e mordidinhas — cautelosas para não machucá-la, obviamente —, demonstrando o tanto de amor que tinha por ela, porque Seori era realmente tudo para mim.
Acho que já tinha se tornado uma rotina parar por um segundo e apreciar aquela linda pessoinha que havia gerado em meu ventre, o qual também já carregava outra pessoinha, pois amar Seori era rotina. Amar e demonstrar isso para minha pequena era essencial. E eu só conseguia imaginar quando ela já conseguisse também me mostrar seus sentimentos em palavras e gestos, além de suas risadinhas e toques em meu rosto com suas mãozinhas do tamanho de ervilhas — as quais viviam apertando a minha blusa.
Seria mágico.
Contudo, logo tive de atrapalhar meu momento com minha filha para me responsabilizar pelo restante dos afazeres do dia. Seori já havia sido amamentada, então o que restava era apenas a preparação do almoço e os exercícios da semana.
Sim, isso mesmo, exercícios.
Após a última consulta com Jungkook — que quase desmaiou de emoção quanto eu o pedi para ser o padrinho de Chiwoo —, o obstetra informou que era importante para um bom parto e também desenvolvimento do meu corpo e do feto que eu fizesse alguns exercícios diários — além daqueles que já praticava no dia a dia, como caminhar, cozinhar —, então adotei a prática de fazer yoga e alguns alongamentos — claro, tomando todo cuidado para não cobrar mais do meu corpo do que o necessário — depois do almoço.
Assim, sem receios, fui até a cozinha e iniciei o que comeríamos naquela tarde de sexta, cantando mentalmente uma música que havia grudado na minha cabeça como um chiclete.
É só tristeza, melancolia que não sai de mim.
Não sai.
O nome?
Bem... acho que era "chega de saudade".
[...]
Depois de finalizar o almoço, sendo composto, principalmente, por alimentos saudáveis e suco de laranja natural — também recomendações de Jungkook —, chamei Soobin para comer. O alfa levou somente alguns minutos para entrar em meu campo de visão na cozinha, vestindo uma calça folgada de moletom, sem camisa e o cabelo bagunçado. Uma imagem privilegiada, eu diria.
Mas que, claro, poucos tinham o poder de visualizar, e quando digo "poucos", quero dizer eu, Seori e Chiwoo. E logo, logo o cachorrinho que eu estava tentando convencer o alfa de adotarmos há semanas.
E tentaria de novo.
Enfim, depois dele elogiar o cheiro da comida, nos sentamos e começamos a comer, como sempre, após prepararmos nossos pratos. Seori estava na sala, brincando com seu coelho de pelúcia, enquanto isso. Ela adorava aquela pelúcia.
— Binnie, o San vem aqui hoje — informei ao alfa, ao mesmo tempo que via como ele terminava de mastigar. — Provavelmente já deve estar chegando.
— Ok, amor. — Sorriu levemente. — O Wooyoung vem também?
— Pior que eu não sei — falei, parando para pensar nisso. Não tinha perguntado sobre e San também não havia dito nada. — Mas acho que não.
— Ah, certo — exclamou, em seguida levando mais uma porção de comida para boca, e acabamos a conversa por aí. Soobin ainda estava doente e sua voz rouca evidenciava que não deveria se esforçar tanto.
Mas eu ainda tinha uma coisa para falar.
— Amor… — chamei o maior, não demorando a ter sua atenção sobre mim. — Você não acha que se tivéssemos um cachorro, seria bom para o desenvolvimento de Seori? — Sim, meu segundo nome era manipulação.
— Jun… — Suspirou. — Nós não podemos ter um cachorro agora, amor. Não é melhor esperar Seori crescer um pouco mais?
— Não. RiRi parece gostar de animais, Binnie. Lembra quando ela ficou brincando com a gatinha da Yebin? — comentei, recordando o fatídico dia que fomos visitar minha cunhada e nos deparamos com uma gata de pelo marrom, a qual havia sido adotada pela alfa. — Vai ser divertido, Bin, eu prometo. Vamos tentar.
— Jun… — Me olhou sério e eu só consegui usar minha última arma: olhinhos pidões e biquinho fofo, exclamando não-oralmente um "por favor" manhoso. — Ok. — Suspirou e eu comemorei internamente, com direito a saltinhos e palmas. — Tudo bem, podemos tentar, amor. Mas para de me olhar assim, estou me controlando para não te encher de beijos.
— Nada te impede, Bin-ah... — retruquei, levantando as sobrancelhas para proclamar a discórdia.
Dito e feito: Soobin levantou em um salto da cadeira e veio em minha direção, levantando-me de onde estava sentado e começando a distribuir beijinhos que me causavam cócegas por todo o meu rosto e pescoço, sabendo os pontos certos que me faziam gargalhar e pedir para ele parar, além de apertar as gordurinhas da minha barriga como se fossem de todo seu direito — bobão.
E ficamos um tempo daquela forma, o que me gerava um sentimento muito bom no peito. Eu não podia me sentir mais feliz.
Iríamos ter um filhote! E melhor: um não-humano.
[...]
O dia passou rápido. Num piscar.
San chegou de tarde, como esperado, assim que eu terminei de cumprir com os meus exercícios — tendo rapidamente a ajuda de Soobin, que já estava se sentindo um pouco melhor. Wooyoung estava ao seu lado e eu fiquei alegre de poder ver os dois, já que esperava apenas pelo meu irmão. Porém, seus rostos, assim que abri a porta para entrarem, pareciam tão sérios que, por um momento, me assustei, pensando ter acontecido algo ruim. No entanto, logo notei que não era isso. Claro que não. Como poderia ser se, agarrado a mão de San, havia um menino de fios castanhos escuros e, segurando com insegurança a mão de Wooyoung, outro de cabelo loiro?
Seus filhos.
Eu fiquei surpreso, claramente. Mas não foi preciso mais de meio minuto para entender o que estava acontecendo ali e, como Wooyoung tinha me contado no dia que fomos para a cafeteria, os meninos eram uns fofos. Possuíam uma altura considerável para idade deles — dois anos — e, ainda que tímidos, mostravam uma aura muito boa, de criança.
— Oi, maninho — cumprimentou San. — Boa tarde.
— San... — proferi, tentando conter a euforia que começava a percorrer o meu corpo.
— Pronto para conhecer seus sobrinhos, Yeon? — tomando a linha, Wooyoung falou, olhando para mim com um sorriso bonito.
Então eu deixei eles entrarem, sorrindo pequeno e balançando a cabeça num gesto positivo enquanto indicava ao casal que se sentasse no sofá. Rapidamente o fizeram, levando o par de irmãos junto.
Eu nem conseguia acreditar que finalmente estava acontecendo.
— Sejam bem-vindos — desejei e sentei no outro, percebendo, de canto de olho, Soobin descendo a escada, já vestido com uma camisa de cor azul e segurando Seori em seu colo, a qual encontrava-se adormecida. Sono da tarde.
— Obrigado, Yeon. Me desculpa por não ter contado que seria hoje, mas queria fazer surpresa — confessou meu irmão e eu só exclamei um "tudo bem", porque realmente estava. — Então, sem mais demoras, esse aqui é o Sunghoon, Choi Sunghoon — disse, levantando a mão que permanecia entrelaçada com a do garotinho. — E aquele é o Riki, Nishimura Riki. — Apontou para o de cabelo loiro, o qual me dirigiu um olhar tímido, diferente de Sunghoon, que, por mais acuado, aparentava um pouco mais de seguridade em suas atitudes.
Provavelmente era o mais velho.
— Oi, Sunghoon. Oi, Riki — cumprimentei os irmãos, me dirigindo a cada um respectivamente e vendo-os me corresponder com uma leve reverência. — Eu sou o Yeonjun, e sou tio de vocês. É muito bom poder conhecê-los, fico muito feliz — esclareci, de forma que deixasse os meninos tranquilos e pudesse fazer com que se sentissem parte dali, ainda que estivesse muito recente e era compreensível a forma que agiam.
De qualquer maneira, eu ainda não sabia como estava sendo a convivência deles com os outros dois. Porém, imaginava que estavam lidando bem, uma vez que pareciam ver os mais velhos como uma espécie de refúgio, agarrando eles como se pudessem o proteger de tudo. E isso era realmente adorável. Me deixava aliviado poder perceber esses detalhes, já que demonstrava que logo eles não teriam mais receio de estar ali.
No entanto, tirando-me de meus devaneios, Soobin exclamou, sentando-se ao meu lado e me entregando Seori, a qual ainda permanecia adormecida:
— Oi, garotos. Prazer, sou o Soobin.
Mas algo que realmente não esperávamos foi a ação seguinte tomada por Riki, que, com uma expressão curiosa e um tom trêmulo na voz infantil, indagou:
— T-tio Soobin?
Todos ficamos surpresos, pois, obviamente, não era de se esperar, especialmente de Riki, o qual aparentava ainda mais receio do que seu irmão. Porém, sem mais demoras, Soobin respondeu, com uma feição doce perceptível em sua face:
— Sim, sou o tio Soobin, Riki. — Então sorriu, fazendo suas covinhas virem à tona, coisa que pareceu encantar os meninos. Conseguia até distinguir um certo brilho no olhar de cada um.
E meu coração aqueceu com isso.
Era muito bonito de se ver, principalmente porque tanto eu quanto o maior sabíamos a história dos irmãos.
Após sair do hospital, Wooyoung me buscou e fomos diretamente para a cafeteria que o mais velho queria e também pela qual eu estava animado de conhecer, uma vez que tinha ouvido as pessoas falando muito bem dela.
— Você não quer me dar nem um mísero spoilerzinho sobre o que vamos conversar, Woo? — indaguei ao Jung, assim que ele estacionou o carro numa das áreas disponíveis dali, porém um pouco longe do local para onde íamos.
— Não seja apressado, Jun. — Riu rapidamente. — É algo importante e significativo, então é melhor esperar até o momento certo.
Suspirei.
— Se você diz.
E ele riu outra vez, deixando-me ainda mais curioso. Contudo, me controlei e logo saímos dali, seguindo para o lugar, o qual não estava tão longe e, em alguns minutos, já estávamos lá, entrando naquele estabelecimento de portas de madeira com alguns detalhes de vidro, onde, dentro, possuía paredes de coloração creme, mesas quadriculadas distribuídas pelo ambiente e uma bancada bastante elegante. Tudo parecia ter sido muito bem pensado e o resultado final foi algo realmente charmoso.
Além, claro, do famigerado cheiro de café que não podia faltar num local como aquele.
— O que você vai querer? Eu peço — exclamou meu cunhado e eu sorri, respondendo-o:
— Somente um capuccino está bom, Woo. Não posso tomar coisas fortes.
— Ah, é verdade — disse, batendo na própria testa. — Desculpa, Yeon. Mas vai se sentar, acho que vai demorar um pouco.
— Tudo bem.
Então ele foi até a bancada para realizar os pedidos e eu procurei uma mesa que tivesse uma boa vista e fosse discreta, rapidamente encontrando. Segui até ela e esperei o mais velho voltar.
Alguns minutos se passaram.
E ele voltou. Se sentou. Então falou:
— Nós vamos trazer os meninos para casa, Jun.
Pôs o meu copo com o café na minha frente, mas eu não conseguia me mover para pegá-lo. Ele simplesmente contou, sem mais nem menos, me pegando totalmente desprevenido.
— Woo... isso é... é incrível! — exclamei, agitado, piscando repetidas vezes. O sorriso não saía do rosto do meu cunhado, iluminando toda sua face como uma luz incandescente.
— Obrigado, Jun — agradeceu. — Você sempre nos ajudou e nos apoiou, então pensamos que seria importante contar essa notícia para ti primeiro.
Sentia, bem dentro de mim, que meus olhos estavam prestes a se encherem de água salgada.
— Você não tem que me agradecer por nada, Woo. — Sorri. — Fico feliz por esse novo momento na vida de vocês. Vocês serão ótimos pais. — Meus olhos ardiam. — Um dia cuidaram de mim tão bem... agora irão fazer de novo, e ainda melhor: porque são seus filhos.
— Jun...
Desde o princípio, toda a família sabia sobre o desejo do casal de adotar e, obviamente, apoiamos, sempre os ajudando em tudo aquilo que precisassem, especialmente com conselhos, pois o processo foi demorado e a Coreia não é um país tão desenvolvido nessa questão, o que complicou ainda mais para eles. No entanto, Wooyoung e San eram determinados e, depois de um ano, finalmente conseguiram ser aprovados e passar para a próxima etapa: procurar seus filhos.
Lembro-me que, numa noite, após ter alimentado Seori e Soobin estar roncando ao meu lado, acordei com o barulho do meu toque de chamada do meu celular tocando, o que estranhei, já que era tão tarde.
Porém, entendi quando vi o nome de San brilhar no ecrã do aparelho. Eu sabia que eles estavam precisando de mim naquele instante, assim como um dia eu precisei tanto deles.
Nunca, em hipótese alguma, os deixaria passar por tanto sofrimento sozinhos, assim como nunca permitiria que seus filhos fossem destratados por serem quem são.
Eu queria poder ajudá-los e apoiá-los. E foi o que fiz, desde o momento em que atendi a chamada e conversei com meu irmão e meu cunhado por horas sobre suas dúvidas e medos, até mesmo antes e até o exato momento, no qual, por fim, podia conhecer meus sobrinhos. Primeiros sobrinhos.
Não tinha como não se emocionar com tamanha conquista do casal, a qual acompanhei de perto, e ver que aquelas crianças estavam bem.
— Eles foram abandonados ainda quando tinham três meses... Estavam desnutridos, beirando a morte — explicou San, no dia que me apresentou a foto dos irmãos. — O abrigo em que ficaram, no Japão, antes de serem mandados para Coreia, fez o que foi possível, mas algumas sequelas do passado estão presentes no agora para eles...
Eu chorei quando escutei e me dava vontade de chorar sempre que lembrava.
Talvez fosse a sensibilidade da gravidez, ou eu mesmo que era um poço de emoção. Talvez os dois.
Mas quem, em sã consciência, não se sentiria afetado ao saber o que eles passaram?
Contudo, por fim, estavam seguros e, com o tempo, as dores poderiam ser curadas. Assim esperávamos.
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