É que eu sou pai, doutor
Oi, nenéns! 💛🌸 Tudo bem? 💕🙏 Espero que sim! Tô de volta com a att e espero, muitoooo, que cês gostem. Diferente do anterior, esse cap é bem levinho e divertido, e eu espero que cês curtam ler ele tanto quanto eu curti escrever.
Então, sem mais demoras, vou deixar vocês aproveitarem e conhecer uma das minhas personagens preferidas daqui (e que eu juro que vou trazer mais aparições dela, se possível).
Besos e boa leitura, denguinhos! 💕🤍🌸
Eu já sabia. Ó se sabia.
Sabia que minha rotina seria ainda mais cansativa quando me tornasse médico oficialmente. A única coisa que eu não sabia — pelo menos, não antes de Yeonjun me contar — era que também seria pai e marido tão cedo. Claro que nunca, em hipótese alguma, nunquinha reclamaria do giro repentino que minha vida deu com a chegada da minha piquitucha filha e do meu ômega rabugento, porém não negava o gigantesco cansaço que equilibrar tudo isso me causava.
Mas, felizmente, Yeonjun era um dos seres humanos mais compreensíveis e fantásticos que um dia pude conhecer e entendia perfeitamente o meu estado, às vezes me proporcionando massagens, carinhos no cabelo, beijinhos pelo resto, comidinha na boca e mais um monte de caprichos. Obviamente, nem sempre, mas quando eu realmente necessitava deles. Além do mais, Seori sempre parecia ser minha bateria. Era incrível o dom da minha filha em me deixar todo bobo com seu sorrisinho aberto e banguelo — com poucos dentinhos, ainda em crescimento —, sua risadinha e seus olhinhos grandes, que me observavam de manhã ou, quando precisava sair antes dela acordar para o trabalho, de tarde.
E minha vida seguia assim: do trabalho para casa, da casa para o trabalho; aturar pacientes, uns doces, outros mais amargos que bala de café; meu médico-chefe enchendo o meu saco, porém sempre muito compreensível; minha colega zombando das situações constrangedoras com certos pacientes; e um alfa bastante idiota roubando meus horários para ele.
Porém, tudo certo. Tudo por Yeonjun, Seori e nosso mais novo bebê, Chiwoo. Tudo por eles.
— Já vai trabalhar, amor?
A voz rouquinha, de quem havia acabado de acordar, de Yeonjun soando em meus tímpanos de repente me assustou por um momento. No entanto, logo me virei para ele, tentando amarrar a gravata e suspirando frustrado. Sempre era um desastre em dar um nó naquilo.
— Vou sim, anjinho — falei, me aproximando do seu corpo deitado na cama de casal, evidenciando sua barriga já grandinha pelos meses por baixo do lençol, logo me curvando para plantar um selar em sua testa. — Por que acordou tão cedo? Enjoado?
Um sorriso pequeno surgiu em seus lábios. Lindo.
— Mais ou menos, Bin. Na verdade, por parte sim, mas… — Parou por um momento, parecendo pensativo, e eu esperei até que ele estivesse pronto para continuar. — Eu já 'tava pensando há um tempo e… eu… queria conhecer o hospital, amor. Eu posso?
Ergui as sobrancelhas, surpreso, contudo, não durou tanto, já que, logo em seguida, sorri por seu pedido, novamente beijando sua testa, aproveitando para passar minha mão por sua pancinha também.
— Oh, bebê, claro que você pode vir conhecer o hospital. — Ele sorriu, fazendo seus olhos se apertarem e leves ruguinhas surgirem nos cantos desses. — Porém, como pretende voltar para casa, meu bem?
— O Wooyoung vai me buscar. Ele disse que quer contar algo, então vamos para um café depois — explicou, e eu compreendi, rapidamente balançando minha cabeça em confirmação.
— Então, tudo certo. Vai se preparar, amor. — Sorri, deixando um último selar nele, mas, dessa vez, em seus lábios.
Eu amava tanto aqueles lábios, eram os mais gostosos e confortáveis do mundo, além do seu gostinho único de sempre.
Entretanto, antes de permiti-lo sair do meu enlace, lembrei de um detalhe muito importante, indagando:
— Mas Junnie, você pretende levar a RiRi?
Antes de responder, o ômega me ajudou a, por fim, terminar de arrumar aquela bendita gravata preta e logo eu me afastei um pouco de seu corpo bonito. Meu ômega era todo bonito. Não entendia como ele chegou a pensar que estava feio por causa de sua gordurinha a mais, ou por conta das suas estrias e seus lábios grossos. Yeonjun realmente era um pedaço de céu que precisava de todo o amor e proteção do mundo.
E eu sempre estava disposto a lhe dar isso e muito mais.
— Oh, não, Binnie. Ela vai ficar com o Beomgyu e o Kai até eu voltar — esclareceu, finalmente levantando e pondo as mãos nas costas ao começar a caminhar. Ri baixinho, querendo evitar que o ômega ouvisse, soltando uma exclamação em forma de mostrar que havia entendido.
Porém, ao contrário do que eu imaginei, ele escutou minha risada, se virando bruscamente em minha direção, me fulminando com o olhar.
— 'Tá rindo do quê, alfa idiota? — perguntou, irritado. Engoli em seco, me levantando e tentando me aproximar vagarosamente.
— De nada não, amor… Foi sua imaginação — tentei argumentar, porém percebi que falhei ao vê-lo pegar um sapato que estava jogado pelo quarto e ameaçar jogar em minha direção.
— 'Tá dizendo que eu tô alucinando, Choi Soobin?!
Merda.
Eu caguei e caguei com força.
— Agora você vai aprender a não rir de ômegas grávidos, Soobin!
E eu nunca me vi correndo tanto quanto naquele início da manhã, fugindo do estresse matinal do meu ômega grávido e lutando pela minha vida e pelo meu olhinho intacto e sem roxos. Então, quando menos dei por mim, estava refugiado no quarto de Seori, mimando a bebê que tinha acabado de acordar, enquanto Yeonjun preparava todas as coisas precisas para ela naquele período que ficaria fora.
Como meu esposo se recusava a ser agressivo na frente da pequena, eu estava a salvo.
Quer dizer, estava até o momento em que saíssemos da casa.
— Soobin, já terminei tudo e o Beomgyu já chegou. Podemos ir — avisou o mais baixo, entrando no ambiente de cores pastéis e chegando perto de mim e da nossa bebê.
Yeonjun vestia um casaco de lã azul claro, uma calça preta de malha folgada e sandálias confortáveis, e, mesmo com suas vestimentas simples, conseguia ser tão, mas tão belo. Seus fios loiros — felizmente pintados antes da gravidez — caíam sobre seus olhos e sua barriguinha aparente dava todo o contraste. Mas sabe o melhor de tudo?
Ele era todinho meu e de mais ninguém.
— Você 'tá tão lindo, bebê — elogiei, apreciando suas bochechas adquirirem um tom rosa claro, coisa que me fez rir em seguida, mas logo me calando com o tapa dado pelo ômega em meu braço.
Doía, 'tá?
— Pare de rir de mim. Vou contar suas vergonhas para seus colegas de trabalho, vai ver só — resmungou, cruzando os braços e fazendo bico.
Me controlei muito para não rir outra vez e irritá-lo mais. E foi realmente algo difícil, já que estar com Yeonjun era sempre fácil de levar, gracioso, divertido e gostoso. Yeonjun era minha maior inspiração e meu maior amor, não era nada fácil estar em sua presença e não parar de rir da fofura que esbanjava por cada poro de seu ser. E não era um riso maldoso como ele achava que era, na verdade, o contrário disso: era um riso de amor, não só por achar suas expressões e reações engraçadas, mas também por amar saber que somente eu podia causar aquilo.
Era um sentimento muito, muito bom mesmo.
— Você é muito malvado comigo, meu amor — falei, quase em um resmungo, balançando Seori, que estava em meus braços a todo momento, e ele riu, negando com a cabeça.
No entanto, repentinamente, a bebê começou a se mexer inquieta e percebi que seus bracinhos se erguiam em direção ao ômega. Sorri, cutucando seu narizinho.
— Quem é a bebê que quer ir para os braços do papai Junnie, hum? — indaguei, aproximando-me ainda mais do outro, esse que me observava atentamente, um leve rastro de sorriso em seu rosto.
Logo fiquei perto o suficiente para passar Seori dos meus braços para o colo de Yeonjun, mas não perdendo a oportunidade e logo beijando seus lábios rapidamente.
Em seguida, saí correndo, escutando seus berros e gargalhando da sua reação.
— Choi Soobin, seu idiota! Eu vou te caçar!
Foi tudo o que ouvi — continuando a rir — antes de, enfim, descer as escadas e seguir em direção a sala, onde Beomgyu deveria estar, muito provavelmente conversando com Taehyun pelo celular.
E meu palpite estava certo. O beta estava sentado no sofá maior, com o telefone em mãos e um sorriso bobo na boca.
Eu me sentia feliz pelo relacionamento deles. Taehyun nunca foi aberto em relação aos seus sentimentos e dificilmente se envolvia, nem de maneira informal, muito menos séria. Ele era um alfa, vamos assim dizer, complicado. E não era culpa de nada mais que sua família, que sempre foi rígida com ele e extremamente problemática. A infância do Kang não havia sido fácil e essas questões o fizeram se tornar alguém fechado e inexperto quanto a si próprio e aos outros. Pelo menos, até me conhecer, quando estávamos com nossos treze anos. Rapidamente nos tornamos amigos e, a partir daí, Taehyun pode explorar um pouco mais de si mesmo com a minha ajuda.
E, sim, por mais que não gostássemos de lembrar, a não ser que fosse para rir, nosso primeiro beijo foi juntos. Foi rápido e desgostoso para ambos, então ocultamos em nossas mentes e superamos ao longo dos anos, recordando só quando precisávamos contar como foi essa experiência para alguém.
Então, enfim, ver que Taehyun tinha uma pessoa ao seu lado, que o apoiava e o entendia me deixava aliviado e alegre pelo meu melhor amigo. E por Beomgyu também, pois sabia perfeitamente bem que o Kang cuidava dele como um verdadeiro idiota preocupado.
Mas, saindo de meus pensamentos, me dirigi até o menor, logo sentando-me ao seu lado. Ele tirou os olhos do eletrônico e o pôs de cabeça para baixo no colo, sorrindo para mim.
— Oi, Soo! Bom dia, garanhão — cumprimentou-me, aquele tom divertido como sempre em sua voz. Sorri ladino de volta.
— Oi, Gyu. Bom dia, apaixonadinho. Conversando com o Tae? — Apontei para o celular, vendo suas bochechas avermelharem e um gesto bastante comum quando se está envergonhado aparecer: coçar a nuca.
— Sim… — afirmou, continuando a sorrir. — E o Yeonjun e a Seori? Cadê?
— Eles 'tão lá em cima, Gyu. Logo descem — expliquei e, como num passe de mágica, de canto de olho pude notar uma presença descendo a escada. — Falando neles…
Logo os dois amores da minha vida já estavam do nosso lado. Tanto eu quanto Beomgyu também aproveitamos para levantar, eu, pois já estava chegando a hora de ir trabalhar, e ele para receber melhor Seori.
— Desculpa a demora, Beom — exclamou Yeonjun, afobado, com Seori em seu colo, toda enroladinha numa manta e com um bico igual ao do Yeonjun quando estava chateado. Fofa. — Aqui 'tá as coisinhas dela, ok? Qualquer coisa, me liga — disse, entregando nossa filhinha para o beta, mas não antes de deixar a bolsa e o berço portátil da menor com Beomgyu.
O beta segurou Seori com cuidado e deixou o berço, junto a bolsa, no sofá, logo sorrindo em nossa direção.
— 'Tá certo, Jun. Não se preocupa, eu e ela vamos nos divertir muito. Não é, Seori-ah? — Sorriu para a menor, que correspondeu com um mini chiado e uma risadinha espontânea.
E como belos papais bobos, eu e Yeonjun sorrimos, agraciados com a cena.
Em seguida, nos despedimos deixando beijinhos pelo rosto da bebê e com um aceno para Beomgyu. Após, saímos da casa e fomos até o meu carro, não demorando a adentrar e iniciar nosso percurso até o hospital. Em um primeiro momento, me concentrei totalmente na pista, entretanto, pelo olhar oblíquo notei uma inquietação por parte do meu esposo. Não demorei a me preocupar, já que Yeonjun parecia um pouco nervoso. Contudo, decidi puxar assunto para tentar tranquilizá-lo.
— Amor, por que 'cê deixou uma bolsa 'pro Beomgyu se ele vai ficar em casa com a Seori? — perguntei, ainda com os olhos centrados na pista. O que menos queria era um acidente.
— Porque ele vai sair também, Binnie. Na verdade, eu comentei, acho, que o Kai também vai ficar com ela, não foi? — Confirmei com um movimento de cabeça. — Então… o Beom queria levar ela para os seus alunos a conhecerem, aí o Kai disse que podia ajudar nisso e os dois aceitaram cuidar dela.
Raciocinei um tempinho, porém logo entendi e sorri.
— Então, quer dizer que nossa filhota vai ficar famosa? — brinquei, escutando a risada do ômega ecoar.
— Talvez. Quem sabe, amor.
Enfim, depois de um tempo conversando, Yeonjun já aparentava estar mais calmo e nós finalmente chegamos no lugar que eu trabalhava e passava metade do meu dia: o hospital. Não demorei a estacionar o carro no estacionamento e nós saímos do automóvel. Assim, não demorei a rodear o carro e chegar ao lado do meu esposo, agarrando sua mão e enroscando meus dedos nos dele. Ele riu baixinho e beijou minha bochecha.
— Besta. Não precisa andar de mão dada comigo, Binnie — exclamou, enquanto caminhávamos até o elevador.
— Claro que preciso. Sabe quantos alfas vão ficar te olhando? — perguntei e ele balançou a cabeça negativamente, rindo. — Muitos, bebê! Muitos! E eu vou me controlar para não gritar com eles e isso não vai dar certo. Então o melhor é ficarmos de mãozinhas dadas. Além de eu amar segurar sua mãozinha.
— Tanto quanto ama me beijar? — indagou de volta, provocativo.
— Claro, porque eu amo você todo. Amo tudo que você faz e amo fazer tudo com você — disse, ao entrarmos na máquina de metal, logo me virando em sua direção e sorrindo ao perceber seu rosto coberto por uma bela tonalidade de vermelho.
— Você é um bobão, Binnie. Mas eu te amo assim. — Separou nossas mãos, dessa vez, levando seus braços ao meu pescoço e logo conectando nossos lábios.
E assim ficamos até notarmos que o elevador estava prestes a parar, fazendo com que tivéssemos de voltar a separar nosso contato íntimo e agarrar as mãos.
Então, por fim, chegamos à área da recepção, onde eu levei o ômega até a recepcionista, uma bela ômega de fios azuis e um sorriso gengival.
— Bom dia, Yoona noona — cumprimentei a mais velha, pois, sim, ela era mais velha que eu e a maioria dos jovens médicos auxiliares por dez anos. Só não parecia.
— Bom dia, Soobin! — devolveu o cumprimento, sorridente. No entanto, seu olhar logo se perdeu na pessoa ao meu lado, vulgo meu esposo. — Oh! Trouxe seu esposo hoje, Soobin-ssi?
E a reação de Yeonjun não podia ser melhor: olhos arregalados e a boca levemente aberta em pura surpresa.
Sim, eu já havia mostrado fotos de Yeonjun e Seori para a maioria dos médicos e enfermeiros próximos a mim ali, especialmente as recepcionistas, Yoona e Hyuna, que sempre foram muito doces comigo, desde o momento em que cheguei ao hospital até aquele determinado momento.
— Sim, noona. Te apresento, oficialmente, o Yeonjun — falei, abrindo espaço para que o ômega pudesse conversar com ela livremente. Porém, lembrei de algo. — Ah! E o Chiwoo também, noona, o nosso filhotinho. — Apontei para a barriga grandinha do mais baixo, esse que sorriu, olhando em minha direção. O olhei de volta e apertei sua mão.
Eu sabia o quão era importante para Yeonjun que as pessoas sempre estivessem cientes sobre os nossos filhotes e os dessem a devida importância e respeito. E, ao longo do tempo, também pude aprender com ele tudo isso e mais um pouco.
— Olá, Yeonjun-ssi e Chiwoo-ssi! Podem me chamar de Yoona noona — disse a ômega, o que libertou o meu esposo, o qual rapidamente começou a dialogar com a mais velha empolgado.
E ficamos ali por alguns minutos, até eu ver que meu horário para iniciar com os pacientes estava chegando, então nos despedimos da recepcionista — com Yeonjun recebendo um "Volte sempre", o que nos gerou graça por ali ser um hospital, o que deixava a frase um pouco estranha. Mas era o jeitinho da Yoona — e seguimos até a minha sala de descanso.
Ao longo do caminho, apresentei algumas salas ao ômega e alguns colegas de trabalho nos cumprimentaram também, elogiando Yeonjun e parabenizando-nos pela gravidez.
Porém, logo chegamos ao local desejado e eu destranquei a porta, pedindo para que o mais baixo entrasse e ele assim o fez. Ali dentro não passava realmente de uma sala com paredes brancas, dois sofás, algumas cadeiras e uma mesa, e outros acessórios necessários para um bom descanso de um dia de trabalho exaustivo. Mas o que eu, de verdade, queria mostrar para meu esposo não era a sala, e sim uma pessoa: minha colega de trabalho.
Essa que estava como diariamente: esparramada pelo sofá, enquanto mexia no celular e comia alguns biscoitos.
— Amor, te apresento a minha colega de trabalho, Hayoung — falei, indicando a beta com o queixo, a qual prontamente se ajeitou, passando as mãos pelo jaleco branco que tinha posto, ao escutar minha voz soar pelo lugar.
— Soobin! Tu me deu um susto daqueles, rapaz. Pensei que era o chefão — exclamou a de fios castanhos, pondo a mão no coração rapidamente, porém logo levantando e vindo até nós. — E…
Seus olhos desviaram de mim até Yeonjun, percorrendo-o por alguns segundos antes de apontar em sua direção e voltar-se a mim novamente.
— Seu esposo?! — praticamente berrou e eu quase a xinguei, mas me contive por Yeonjun. A repreendi com os olhos e ela se recompôs, fazendo um barulho antes de indagar outra vez: — Quer dizer, você é o esposo dele, não é? — se dirigiu ao ômega, que assentiu, risonho. — Oh, meu Deus! É um prazer te conhecer! Eu sou a Hayoung.
— Prazer, Hayoung. Eu sou o Yeonjun — falou meu amor, e eu sorri, aliviado por ele estar se dando bem com a Hay. — E sabe aqui é o Chiwoo. — Pôs a mão disponível sobre sua pancinha, sorrindo abertamente.
— Ai, que lindos! — chiou Hay. — Eu 'tava muito ansiosa por conhecer vocês. O Soobin não para um segundo de falar da família dele — me expôs. — E, segredo: mas me faz muita inveja, viu.
Yeonjun riu, concordando com um aceno, me observando de canto de olho, e eu fiquei ali, sorrindo torto, olhando para a Hay indignado, ofendido, caluniado. Porém, nada disse, apenas deixando que o papo se desenrolasse entre os dois.
Já fazia algum tempo que Hayoung pedia para eu levar Yeonjun ao hospital, porém eu não sabia se minha vidinha iria querer ir ou não, pelo menos, até aquele dia, onde ele mesmo me pediu. E, óbvio, foi um alívio e uma grande felicidade para mim.
[...]
Depois de mais algumas conversas, Yeonjun chegando até mesmo a conhecer o meu supervisor, Lee Hyeongjun — que o adorou, aliás —, meu esposo teve que voltar para casa, já que meu ponto logo começaria e eu não teria mais como dar atenção a ele, nem mesmo Hayoung, que também estava extremamente ocupada naquele dia.
Porém, antes de nos despedirmos por completo, trocamos mimos, beijos e um abraço só não tão apertado por culpa de Chiwoo, que estava insistindo em demorar a nascer. Teimoso igual o pai Junnie. Contudo, apenas isso foi preciso para meu dia prosseguir com corações pelas paredes e flores nos tetos, ainda que bem difícil por conta de, infelizmente, ter caído com a parte de checagem, o que gerava umas boas dores de cabeça com pacientes insistindo em ter algo que não tinham, e discordando completamente da opinião do médico responsável. Entretanto, tudo bem, eu já sabia lidar perfeitamente com esses tipos.
Mas o que realmente quebrou minha bolha e me irritou no mais profundo do meu ser foi ele: Dokyeom, o médico mais trapaceiro e, infelizmente, meu colega.
No entanto, eu já estava acostumado a tê-lo roubando meus pontos. Mas o que ele fez naquele dia foi inadmissível.
— Soobin… — Hayoung me chamou, um tom estranho em sua voz.
Tinha acabado de bater meu ponto e estava pronto para voltar para casa, já arrumando minhas coisas, que tinha deixado bem arrumadas em meu armário. Mas logo me virei em direção a mais baixa, esperando que ela prosseguisse. Porém, foi inevitável não notar um sentimento de inquietação em seus olhos.
— Cara, eu sei que você já não tem paciência com aquele idiota do Dokyeom, mas tenta maneirar quando eu te contar o que vou contar, ok? — pediu, praticamente implorando, e eu só conseguia ficar cada vez mais confuso.
— Hay, o que esse idiota fez agora? Só me conta. Eu vou me controlar — informei, segurando seus ombros e olhando em seus olhos, transmitindo confiança.
Ela respirou fundo e desviou o olhar, murmurando:
— Ele disse que o Yeonjun é muito… — Parou de falar repentinamente, suspirando e meu sangue começou a ferver apenas em escutar que o nome do meu ômega saiu daqueles lábios nojentos do Dokyeom.
— Hay, o que ele falou? É muito… o quê...?
Eu tinha dito que não iria me irritar, mas eu sabia que já estava irritado. E ela também sabia.
— Muito gostoso para estar com um perdedor como Soobin. — Suspirou outra vez, segurando um dos meus ombros. — Nós gravamos o que ele falou e já enviamos para o Hyeongjun hyung, então se acalma, 'tá? Ele vai ser suspenso ou expulso.
E ela estava certa. Mas isso não tirava o fato de que meu sangue fervia como água quente naquele instante.
Entretanto, como se o universo estivesse ao meu favor, meu celular começou a vibrar no meu bolso da calça e eu rapidamente o peguei em mãos, vendo o contato de Yeonjun, salvo como "Junnie bebê <3", brilhar na tela. Não demorou nem um segundo para um sorriso surgir em meu rosto e a raiva se dissipar igual ar. E era uma mensagem. Uma mensagem de áudio, onde se ouvia uma bebê murmurando coisas incompreensíveis, porém, entre elas, "papi".
Ri com a fofura da minha filhote e deixei diversos corações como resposta, junto de um "Papai te ama também, minha princesa".
— O sorriso idiota dele... — comentou Hay, risonha, após eu desligar e guardar o telefone de novo.
— Eu sou pai, Hay. — Dei de ombros, sorrindo ladino. Ela ergueu as sobrancelhas.
— Um bem bobão, pelo visto.
— Se você conhecesse a Seori, entenderia.
— Eu ainda vou, Soo. Me aguarde — ditou, se aproximando, enquanto caminhávamos para fora do lugar. Rodeei seus ombros, passando a mão pelo queixo.
— Estarei esperando ansiosamente por esse momento, Hay — exclamei, por fim, rindo, enquanto ela revirava os olhos.
— Não sei o que Yeonjun-ssi viu em você — resmungou, tirando meus braços de cima de si. Ri alto, dessa vez, tendo até que pôr a mão na barriga. — 'Tá rindo tanto por quê, projeto de poste ambulante?
— Nós temos dois filhos, Hay. O que 'cê acha? — indaguei, sorrindo malicioso. As bochechas da beta avermelharam.
— Soobin, você é um pervertido. Meu Deusinho, vou até embora depois dessa.
E ela realmente foi, mas não sem antes acenar para mim. Sorri e acenei de volta, logo seguindo o meu próprio caminho, ansioso por chegar em casa e encher meus dois amores de beijos. Eu realmente estava cansado, não tinha sido fácil — não que tivesse algum dia que fosse —, mas só de pensar nas três pessoinhas que me esperavam em casa, meu coração se enchia de amor.
E foi assim que, ao chegar em casa, fui recebido por dois abraços amorosos e uma barriguinha para encher de carinhos pelo resto da noite.
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