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Prisão sem Grades

Caps todas as: Segunda / Quarta / Sexta


Rainha Teheka EarthShine


O vento trouxe consigo o gosto amargo da prisão sem grades em que me encontrava, meu vestido de ceda vermelho com detalhes em azul claro esvoaçou por eu estar no parapeito da grande janela do meu quarto. Os detalhes transparentes caiam pelo tecido principal e se prendiam no meu pulso, o colo era nu, o tecido colava em meu corpo até a cintura, caindo solto dela para baixo. Suspirei fitando os Zicardhianos lá em baixo. Eu já governei essas terras e fui a segurança de uma nação, agora me encontro nesta situação.

— Teheka — Ouvi a voz de Rick — Pensei que estivesse na sala do trono.

Continuei observando o horizonte por trás dos muros do castelo, onde paladinos com grossas correntes no pescoço servindo aqueles seres por quem algum dia já foram superiores.

— Não tenho motivos para ficar naquele lugar.

— O Rei convoca sua presença na arena de Desek.

Fechei meus olhos com força, estou vivendo em um pesadelo eterno, esperando o dia em que vou acordar e tudo já estará de volta ao seu devido lugar.

— Como isso aconteceu? — Dos meus olhos, lágrimas de medo e culpa escorreram como chuva - — Ver meu povo desse jeito, escravizado! Eu não entendo.

— O passado não deve ser lembrado, vossa majestade.

Ergui meu rosto para fitar aquele que um dia já foi um guerreiro habilidoso e bondoso, e que agora não passa de um capacho de voz robótica e escuros olhos nublados. Rick Dragomir, um Elferico excelente na espada, seus curtos cabelos negros se movimentaram de leve, ele era quase tao alto quanto Serban, as mangas de sua roupa paladina estavam suspensas até os cotovelos, onde dava para ver as runas desenhadas em sua pele albina, suas medalhas de honra por tantas batalhas que lutou, mas que agora parecem apenas desenhos sem sentido.

Sai do parapeito e fui para a frente dele, ignorando o choro teimoso que continuava a cair.

— Pare com esse rótulo! Esse tipo de poder foi tirado de mim injustamente, ficar me lembrando só me deixa mais triste. — Limpei o caminho feito por minhas lágrimas — Rick por favor, como pode nos trair assim? Trair aqueles por quem lutava.

A face dele estava petrificada, eu já não o reconhecia mais, mesmo assim no fundo eu sei que o doce Voodg ainda queima dentro dele, adormecido e pronto para sair novamente.

— Eu já estava cansado Teheka, cansado de lutar por quem não merecia minha força. — As palavras ditas eram mais duras que aço — Estou com alguém que me dá o devido valor como guerreiro, e prefiro as coisas como são.

Tapei minha boca com as mãos, fiquei perplexa com o que ele disse, não, esse não é o Rick que eu conheci. Se ao menos Serban estivesse aqui, ele colocaria juízo na cabeça desse maluco!

— Rick, ele só está usando você! — Toquei no rosto dele — Você não é assim, por favor volte a ser o mesmo Elfo que eu conheci.

Rick me dirigiu um olhar tão frio quanto as montanhas de Rhew.

— Eu sou o mesmo de sempre. Agora vamos, o Rei está a esperando. — Ele pegou no meu pulso e me puxou para fora do quarto.

Um soluço escapou de mim. Alguma coisa estava estranha, nada nesse castelo fazia sentido. Mas o que eu poderia fazer? Meus dons foram selados e roubados por aqueles monstros envolta do rei como traiçoeiros cães de guarda.

A Arena de Desek era o lugar onde nossos guerreiros nasciam, os deuses agraciavam aqueles Elfos dignos de virarem Voodg e proteger toda criatura viva, em toda lua de sangue no final do oitavo mês o Ritual Voodg se iniciava, todos da Corte vinham para contemplar o espetáculo da deusa em pessoa, cuja tocava no escolhido e ele passava pela transformação. Ver como ela está agora parte meu coração, sangue decora o chão e as paredes, as flores estão murchas e quebradiças, como se estivessem sido queimadas, a aura pesada daquele lugar me causa náuseas, contudo o pior é ver Slaven's lutando contra Zicardhianos para o divertimento sádico do Rei e de seus peões.

Rick me levou até onde estava Devon.

— Como ordenou, meu Lorde. — Fez uma reverência assim que paramos na frente dele.

— Muito bem Rick, pode ir agora.

Fui deixada ali apenas na companhia dele, fechei minha cara e tentei focar em outro lugar que não fosse a luta sangrenta lá em baixo.

—- Andou chorando Rainha Teheka? Isso não são comportamentos de uma dama. — Suas mãos grossas tocaram meu rosto.

— É a única coisa que eu ainda posso fazer por aqui. — Rebato em desgosto.

Jorge me força a olha-lo, seus cabelos negros iam até a altura dos ombros, lisos e repicados, a pele cor de café com leite brilhava sobre a luz das tochas presas em Aldrava nas pilastras, os olhos Ambares pareciam duas pedras de ouro repletas de maldade e sede de poder. A cicatriz em sua bochecha direita ia até o seu pescoço longo e grosso.

— Não seja ingrata assim, eu não lhe coloquei em uma cela. Você pode ir e vir pelo castelo.

Senti novamente as lágrimas queimarem em meus olhos, então me afastei de seu aperto, uma linha se formou no canto do lábio dele, o começo de um sorriso traiçoeiro.

— E de que ainda não estar em uma cela? De qualquer forma estou presa aqui com você.

— Muitas mulheres se matariam para estarem no seu lugar, servindo a mim. — Apoiou uma das mãos no cabo da espada, e a outra no cinto lateral — Doce Teheka, quando vai aceitar que está é sua realidade agora?

Ouvi os berros de dor de um Slaven e meu corpo estremeceu, apertei um de meus braços tentando inutilmente segurar a dor que senti por ele.

— Nunca vou aceitar ter minha Corte nas suas mãos nojentas!

O estralo do tapa soou alto, foi tão forte que me desequilibrei e meu corpo oscilou, a dor eletrificou meu rosto fazendo algumas lágrimas escaparem. Devon me encarou com rigidez.

— Você nao tem mais voz aqui. Não é só porque eu te tirei da cela, que você pode falar o que bem entende.

— SERBAN VAI VOLTAR E ELE VAI MATAR VOCÊ! — Urrei a plenos pulmões.

— Aquele bastardo abandonou você! Ele é um covarde e nunca vai voltar!

Não pude conter o desespero que se abateu sobre meu âmago naquele momento, ele estava mentindo, Serban não é um covarde.

Um arrepio tomou meu corpo, tudo ficou em silêncio, Devon rangeu os dentes e avançou para me aplicar um golpe mais destrutivo, esperei o pior, porém nada aconteceu, uma suave canção tocava pelas cordas de uma arpa abraçou a Arena de Desek fazendo o tempo correr mais lento.

— Desculpe atrapalhar vossa majestade. — A voz rouca e profunda surgiu detrás de Devon.

O Rei arrumou a postura e se virou, me levantei depressa a tempo de ver o ser com longas asas negras como as de um corvo, a face de porcelana e vestes simples em cores pastéis. Ele não parecia em nada com qualquer ser eu já tivesse visto.

— Athos, o que você quer?

— Eridanus é nossa agora, assim como você ordenou.

— E as Ninfas de lá?

Eridanus foi tomada? Como assim? Isso é impossível.

— Estamos cuidando delas, exceto uma, a vagabunda conseguiu fugir para o Bosque.

— Você me parece bastante preocupado com isso, Athos.

O homem fitou Devon, eu não conseguia identificar o que se passava, a face dele era um mistério.

— Aquela ninfa maldita feriu um dos meus companheiros.

— Ela é imune a canção?

Ouvi um bater de asas, uma sombra se sobrepôs a minha, foi então que senti alguém atrás de mim e travei, minha garganta secou e meu coração acelerou.

— Não, nos conseguimos nos divertir com ela por bastante tempo. — A voz dessa vez vinha detrás de mim, senti alguém dedilhar os fios dos meus cabelos — Você tem um cheiro ótimo, rainha Teheka.

Me afastei cambaleando para longe dele, batendo minhas costas na parede de pedra da arquibancada em que estávamos. Agora eram dois ali, com belezas e asas parecidas, exceto pela coloração dos olhos, este tinha as íris esverdeadas.

— Parece que você assustou ela, Aramos. — Alfinetou Athos.

— Assim vai ferir meu coração.

— Você não tem um coração, Aramos. — Falou Devon com frieza. — Voltando ao assunto rapazes, se essa ninfa fugiu para o bosque, não vão durar muito com as bestas de lá e o frio iminente a noite. Vamos focar no principal.

Aramos se sentou de forma relaxada na cadeira de ouro e estofado de couro vermelho, ele não possuía um instrumento de corda como o tal de Athos, este sim segurava uma arpa. Então foi dele que ouvi a canção.

— A extração vai começar quando for o tempo certo. Ainda falta algumas coisas.

— O que ainda falta? — Indagou Devon impaciente.

— Você não precisa se preocupar com isso, meu lorde. Cuide do reino, deixe os preparativos conosco.

Senti um arrepio percorrer meu corpo, eu podia ver a maldade exalando de cada poros daqueles dois, eles pareciam duas cobras prestes a darem o bote. A dúvida que rondava minha mente como um ceifador era: Como tomaram Eridanus? E o que diabos eles estão planejando?

Agora eu conseguia entender como Devon tomou o poder de minhas terras, esses homens o ajudaram, mas eles não parecem em nada com guerreiros, nem armas possuem, como conquistaram duas cortes em tão pouco tempo?

— Onde estão os outros?

— Deixamos Adremos na Corte Das Ninfas, os outros estão buscando o restante das coisas que faltam e vigiando os prisioneiros. — Respondeu Aramos. — AI SEU IDIOTA, ENFIA LOGO ESSA ESPADA NELE! — Berrou para a luta lá em baixo.

— Menos Aramos. — Repreendeu Athos — Teheka, eu espero que dessa vez você pode colaborar com a gente.

Arregalei meus olhos quando ele começou a se aproximar.

— Eu jamais vou colaborar com o que quer que estejam planejando! — Cuspi enraivecida e corri.

Desci as escadas daquela arquibancada o mais rápido que pude sem cair, uma vez fora dali eu rumei pelos corredores vazios do castelo. Rezei mentalmente enquanto corria para meu amado Serban aparecer logo e acabar com esse pesadelo. Todos dizem que ele é um traidor, que foi a causa da nossa ruína, mas não é verdade, Serban deu a vida inúmeras vezes por todos nós aqui, sempre colocando nossas vontades acima das dele, mesmo possuindo o sangue ruim, ele nunca se deixou consumir pela maldade. E eu acredito que ele vai vir nos salvar, eu só preciso ter fé e continuar rezando!

Dobrei um corredor, senti minhas pernas queimando e meu pulmão ardendo pelo esforço, suor escorria de minha testa e costas. Abri a porta do meu quarto e a tranquei assim que entrei, meu peito subia e descia conforme eu respirava pesado, pavor estava impregnado em meus olhos. Eu estava presa, não tinha para onde correr e podia ouvir os passos deles.

Fitei a grande janela de vitral, cuja as cortinas balançavam com a brisa leve e fria, alguns flocos de neve caiam como cinzas do céu em pequena quantidade. Fui até ela e olhei para baixo, era alto demais, se eu caísse poderia quebrar uma perna, sem minha magia eu não passava de uma mundana comum.

A porta foi aberta de forma bruta, as lascas de madeira voaram pelo quarto me assustando, os dois homens estavam parados com um brilho predatório.

— Essa foi fácil demais rainha. Na próxima tente um lugar difícil. — Aramos provocou com sarcasmo.

— Por favor não se aproximem de mim. — Subi no parapeito da janela. — Ou eu me jogo!

— Uuuh, ela tem coragem Athos. Acho que gostei dela. — Um sorriso malicioso brincou em sua face.

Engoli a seco sentindo meu estômago embrulhado.

— Você morta não nos serve para nada, Teheak, precisamos do seu sangue, sabe disso. Então facilita as coisas. — Proferiu Athos áspero.

— Eu prefiro morrer a fazer isso!

— Verdade? Então vá em frente.

Mordi internamente minha bochecha, a brisa fria abraçou meu corpo, lá em baixo eu vi uma borboleta Morpho voando tranquilamente. Eu não consegui sair do lugar, o medo me paralisou ali. Foi tragada pela cintura por Aramos e colocada no chão.

— Por um momento eu pensei que fosse pular, que decepção.

— ME SOLTA! — Meu corpo se debateu, porém era como se seus braços fossem mármore.

— Calminha docinho, tudo vai acabar logo.

Uma melodia suave e antiga soou dentro da minha cabeça, as notas baixas e roucas saiam da boca de Aramos, meu corpo inteiro pesou, eu não conseguia me mexer, por mais que eu tentasse meu sistema não reagia a minhas vontades. O som ficou mais alto, rodopiando ao meu redor como um demônio sedutor, por um vislumbre eu vi a pele dele mudar para um azul-verde pálido, suas íris brilharam ainda mais surreais.

Tudo foi ficando distante e escurecendo, perdi a consciência pelo que achei ser alguns segundos, mas na verdade foram horas.

(***)

Acordei numa sala esquisita, pouco iluminada, eu estava amarrada a uma mesa, minha cabeça latejou e o pavor voltou a tomar conta do meu corpo.

— Olha querida, dormiu bem? — Devon Acariciou minha testa, tirando os fios castanho-avermelhado dos meus cabelos.

— Devon...Devon Por favor me tira daqui! — Supliquei tentando me mexer, mas meu corpo ainda estava pesado.

— Não posso querida, mas vai acabar logo, eu prometo.

Contra minha vontade ele tocou meus lábios com os seus, senti um nojo tão forte que quase vomitei. Aproveitei para morder com força o fazendo se afastar e soltar um grunhido de dor.

— Sua piranha atrevida! — Rosnou irado. — Podem começar, e façam desta vez doer bastante.

— NAO! NAO DEVON! POR FAVOR ME TIRA DAQUI!!! — Urrei em agonia em meio aos solutos que escapavam.

Uma nova melodia soou, seguida de dois instrumentos, a arpa e uma flauta. A dor veio sorrateira, adentrando em minhas veias como vermes rastejantes, para logo em seguida explodir numa onda de agonia, Berrei tão alto que pensei que meus pulmões iriam derreter. Conforme a música ia ficando mais alta, mais dor eu sentia, era como se várias facas estivessem me cortando ao mesmo tempo. Notei o cristal que armazenava minha magia celada.

Outro choque de dor anestesiou meu corpo, um deles se aproximou e fez um corte fundo em meu peito, formando uma runa e dela eu vi meu sangue fluir para dentro do cristal, fazendo a magia nele se remexer e escapar uma parte dela para Devon.



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Teheka 


Rick 


Devon 

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