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XXXIX -Dave

-Vossa Alteza

O Diretor DiPrata se curvou diante da princesa. Thaila permaneceu parada com a postura impecável e o cetro na mão. Deu uma olhada em Dave, que estava sentado, quieto, numa das cadeiras da sala do diretor, que já era familiar para ele. O menino a olhou de volta e não encontrou motivo para sorrir.

Um mês inteiro e mais uns tantos dias já haviam virado passado desde que Dave seguira Sílvia para a sala do diretor, onde este havia acusado o menino novamente de ter roubado papelada da escola. Desta vez os papéis eram registros antigos de Reginald Fellows, da época em que este havia estudado na Escola Preparatória da província de Tâmara. O diretor mal quis ouvir as tentativas fracassadas de Dave tentando se defender. Apenas disse que enviaria uma carta chamando sua mãe para a escola. A carta tinha sido entregue primeiramente a Lorena, para passar para a tia, mas a professora de Luta e Auto Defesa achou melhor pedir permissão para a própria princesa antes de falar com Maria. Dave falou brevemente com Thaila e esta disse que ficaria feliz em comparecer pessoalmente para questionar o diretor.

Estavam quase no fim de março quando receberam a visita de Thaila. Por causa do castigo, Dave havia perdido várias comemorações e eventos, como o aniversário da princesa comandante da província e sua irmã gêmea, Tamires. Dave teve permição de ir até o Castelo de Marfim de Tâmara, comemorar com a realeza, mas não pode ir junto dos colegas à uma comemoração realizada pelos plebeus, com desfiles, muita música e animais diversos que andavam livres pela multidão, também comemorando o aniversário da princesa da terra. No banquete real, estavam presentes apenas Thaila; Éres; Elias, o príncipe dos ventos e Elói, o mais divertido, príncipe do fogo e do gelo que tinha cabelos brancos e vermelhos. O rei e a futura rainha levaram Dave para um jantar no Castelo de Mármore, de Tamires, onde os outros dois filhos do rei compareceram: Teresa das águas e Edgar do sol e da lua.

A comida era sempre divina, impecável. Havia de tudo desde sopa de vegetais até um javali inteiro recheado com cebola, cogumelo e outras coisas, que fora o prato principal do almoço de Tâmara. Dave não podia reclamar. E a companhia também era ótima. No almoço, passou bastante tempo com Lilian e chegou a trocar algumas palavras com a representante de Elói. Ela nunca agradecera pelo terno que ele emprestara, e nem se preocupor em devolvê-lo. Dave não queria cobrar dela. Lembrava-se das ameaças feitas à Missie no aniversário do rei, e não queria ter os cabelos queimados. O menino não sabia se era a pele bronzeada, os cabelos rebeldes ou o sorriso manchado de vinho, mas ela tinha uma beleza tão natural que nem sua postura pouco requintada à mesa podia estragar. Não falava muito durante o banquete, apenas com o rei e com seu príncipe, o que era uma pena. O príncipe do gelo e fogo não cansava de fazer piadas e truques com seus elementos, divertindo a todos ali presentes. Elias era mais reservado e muito organizado, mesmo à mesa. Thaila não parecia ter tanta intimidade com ele quanto tinha com Elói e a aniversariante.

O jantar de Tamires, por outro lado, fora muito mais formal. Teresa, Edgar e Tamires se portavam mais como a realeza, muito sérios e educados. As piadas, quando aconteciam, eram mais para os adultos do que para alguém da idade de Dave. Missie Olho-de-Prata era a única ali que também tinha quatorze anos, e a menina tinha tanta classe quanto sua senhora. Naquela hora era queria ter ficado na escola para poder ir junto dos amigos ao desfile para Tâmara, mas não podia por conta do castigo.

Havia também sido separado dos amigos na segunda prova de LAD. No "jogo", como os alunos ainda insistiam em chamar, ele foi colocado junto ao time violeta, do qual só conhecia de verdade a meia irmã mais velha dos gêmeos, Ramona. Foram colocados no lago e esconderam sua bola de vidro embaixo do deque de madeira. Os mais velhos se camuflaram e submergiram, e os mais novos quem foram enviados para batalhar e conquistar mais bolas de vidro. Dave se juntou com mais seis pessoas, tanto da sua idade quanto mais velhos, e partiram para o prédio de aulas, que desta vez era ocupado pelo verde. Dave nem chegou a entrar no prédio. Alguém lá de cima atirou alguma coisa que o fez se coçar por inteiro, e derrubou sua espada, estando completamente indefeso quando vieram atacá-lo. Ele, junto de mais alguns colegas, foram os primeiros a serem eliminados da prova e se sentiram fracassados quando entraram no teatro. Lorena não disse nada. Isabelle estava em outro grupo, um que fora mandado para a floresta, e esse teve sucesso, regressando para o lago com vivas.

Thaila não esteve tão contente quando Dave contou-lhe sobre o castigo e o pedido do diretor de ter Maria presente. Ela não se importava de perder algumas aulas sobre economia com seu pai para ir à escola e auxilia-lo. Dave teria negad a ajuda, diria que não era necessário, mas queria ver a cara do diretor na presença da futura rainha.

-Espero não estar atrapalhando vossos planos –o diretor disse. -O assunto não deveria ser de seu incomodo...

-Maria Marim Fellows não será convocada para esta escola pois não tem minha autorização de entrar no reino –Thaila cortou o diretor e se sentou na cabiceira, sem a espera de um convite. –Se há algo de tão grave a respeito de Dave, Lorena Melo Fellows é responsável por ele dentro de Érestha.

Ela retirou de um bolso interno da capa roxa que usava um pedaço de papel que jogou sobre a mesa.

-Sim, Vossa Alteza –Gary entrou mas não se sentou.- Acontece que é necessário que alguém dicipline o garoto. Não é trabalho da escola ensiná-lo a diferença entre o certo e o errado. Nós temos outras preocupações, como provas para preparar, transferências e novos pedidos de matrícula... Sei que vossa Alteza também tem assuntos mais importantes a tratar do que um garotinho mal educado que não só entrou...

-Nenhum assunto no momento é mais importante para mim do que a segurança de meu representante e protetor –ela o cortou mais uma vez. –Ele é um bom aluno e adora a escola. Sei bem disso –ela sorriu para Dave. Ele ainda não tinha encontrado forças suficientes para dobrar os músculos do rosto e lhe retribuir. –Além de tudo, que provas tem o senhor para dizer que um Fellows violou a segurança dos arquivos da escola e lhe roubou algo?

Ouvir alguém que tinha autoridade o suficiente para desafiar o diretor e general permitiu que Dave respirasse fundo pela primeira vez em meses. Boatos sobre o motivo do castingo haviam se espalhado e as pessoas que já o evitavam após o retorno público de Tabata agora cochichavam e apontavam para ele. Mais alunos haviam saído e pais de outros haviam pedido que Dave e Isabelle fossem mantidos longe de seus filhos. Era de mais para a cabeça de quatorze anos de Dave Fellows, mas o lado bom era que sua amizade com Alícia e Riley estava se fortalecendo ainda mais.

-Ele não é um Fellows, Vossa Alteza. –O diretor rebateu a princesa, cuspindo o nome com desgosto.- Deve ter puxado à mãe. Vossa Alteza sabe como aquela mulher é. Nunca concordei com o casamento dos dois, Reginald sabia. Não o julgue pelo sobrenome. Esse garoto é puramente Maria. Mentiroso, desrespeitoso e um covarde.

Uma ira imensa subiu pela garganta de Dave e aqueceu seus músculos. A sepente de luz marcada em seu braço direito como símbolo da lealdade por Thaila começou a emitir um brilho. A da princesa estava localizada no braço esquerdo e esta iluminou-se também. Dave entendeu que estava sentindo não só sua raiva pelas palavras do diretor, mas também a raiva de Thaila. Protetor e protegido egueram os braços e bateram os punhos na mesa ao mesmo tempo, mandando o diretor calar a boca em uníssono. Dave olhou para a princesa e ela olhou de volta. Esse contato visual não durou muito tempo mas foi bastante significativo. Era como se pudessem ler as mentes um do outro, se comunicar através da marca em seus braços. O olhar dizia que não podiam aguentar alguém insultando Maria daquele jeito. O homem ficou assustado e não disse nada por um tempo, obedecendo a ordem da princesa e do garoto. Quando finalmente abriu a boca e tomou fôlego para falar, Thaila foi mais rápida e não deixou que nenhum som saísse da boca dele.

-Nunca, jamais voltará a insultar a mulher que pôs esse garoto no mundo em minha presença ou na presença dele.

-Vossa Alteza eu... –Agora sim Dave sorria. As palavras da princesa foram bem similares às ditas pelo diretor a respeito da guerra. Se sentiu vitorioso vendo-o tomar de volta a bronca que tinha dado. –pensei que a senhora e a mãe do garoto não...

-Pensou errado –ela não deixava ele terminar nenhum discurso. -Eu não quero que Dave tenha a reputação destruida por ignorantes como o senhor. Ele é um bom menino e tenho certeza de que jamais roubaria algo. A família real e sua escola não precisam de mais atenção negativa do que já estão tendo.

O menino arregalou os olhos azuis e abriu a boca. Thaila não dizia nada além da verdade, mas era uma verdade bastante dura. Suas palavras pareciam ter cortado o diretor como uma espada. Este parecia não conseguir encontrar as palavras certas para dizer. Dave também não conseguiria. A princesa era tão gentil e educada quanto fria e calculista. Desafia-la era assustador.

Ficou claro que Gary não conseguiria encontrar nada para dizer em sua defesa, então a princesa se levantou e andou até a porta. Sem saber muito bem o que fazer, Dave a seguiu. Fora da diretoria, o ar estava húmido. Uma tempestade estava se formando. Daquela varanda térrea se via o lago onde alguns alunos praticavam canoagem como atividade extra curricular, e alguns outros entravam até os joelhos desaparecerem debaixo das águas frias e lamacentas. Sentada sozinha, de pernas cruzadas e braços apoiados no chão estava Isabelle DiPrata. Dave ficou feliz por vê-la fora da casinha azul.

-Espere! Vossa Alteza! –O diretor finalmente conseguiu falar algo. Thaila se virou pacientemente e se apoiou em seu cajado para ouvi-lo. –Se não posso chamar Maria devo falar com Lorena? Ela é professora dele, não é de acordo com a norma escolar...

-Então talvez devesse chamar Madalena Fellows ou Ruby Weis, embora saiba que não são oficialmente responsáveis por ele –algo no tom de voz dela sugeria sarcasmo. –Acredito que o mais perto de um responsável oficial que não esteja morto e nem seja Lorena aqui dentro de Érestha seja eu, e o senhor não vai qeurer me chamar sempre que decidir que Dave fez algo errado, não é mesmo? Então sugiro que aceite e confie que Lorena desempenhará bem o papel de responsável por Dave. Agora, se me der licença, quero dar uma volta com ele pelos arredores da escola. Minha última visita fora um tanto assustadora.

Antes que Gary pudesse responder, vários gritos foram ouvidos vindo do lago. As pessoas que estavam apenas nandando voltavam a toda velocidade para a terra firme e mais ao fundo uma equipe de canoagem remava desesperadamente. A outra canoa estava virada. Estranhamente, Isabelle continuava na mesma posição.

Estudantes começaram a se aglomerar próximos à margem, gritando. Gary hesitou um pouco antes de correr para ver o que estava acontecendo, pedindo uma permissão silenciosa para se retirar. A princesa mal olhou na direção dele e ele apenas saiu correndo. Dave permaneceu ao lado de Thaila, embora quisesse muito correr até Isabelle e perguntar o que estava havendo. A princesa começou a andar vagarosamente e o menino a acompanhou, ansioso.

Assim que o diretor alcançou a pessoa mais próxima e lhe fez alguma pergunta, oito braços cor de rosa gigante e uma cabeça enorme de lula com um bico assustador surgiram do fundo do lago. Dave deu um passo para trás, assustado, mas logo retomou o passo quando viu que Thaila nem estremecera. As pessoas gritaram ainda mais e Gary se desesperou. Gritou ainda mais alto por ajuda, com sua voz de autoridade. O kraken enrolou um de seus braços na canoa virada e a esmagou com muita facilidade. Os alunos correram para longe. Isabelle continuou sentada, imóvel.

O monstro soltou um berro estridente que se assemelhava a um guincho e começou a se aproximar da terra, movendo os braços para mais perto das pessoas. Dave tomou impulso e correu. Não sabia para onde nem para que estava fazendo aquilo. A espada não estava consigo e enfrentar uma lula de vinte metros de altura sozinho não era uma boa ideia. Mas já estava correndo, e se diridiu para a menina de caixos pretos despenteados.

-Isabelle, o que está fazendo? –Ele falou. –Corra!

Quando chegou perto o suficiente, ele se assustou. A menina estava focada de mais no monstro. Suas pulpilas estavam dilatadas e havia um fio de sangue escorrendo de seu nariz. Além disso sua respiração estava alterada. As unhas cravadas na terra e as juntas da mão brancas de tanto se agarrarem na grama. O filho do soldado não sabia o que fazer. Chamou pela amiga várias vezes e não obteve resposta. Olhou em volta, mas as outras pessoas travavam uma luta contra si mesmas, se arrependendo de terem sido curiosas e tentado correr para longe. Enquanto isso, o monstro avançava.

-Isabelle! –ele a chaquoalhou mais uma vez, desta vez com mais violência, mas não obteve nenhum resultado.

-Dave, cuidado! –As vozes dos gêmeos vieram num uníssono estridente, ultrapassando até mesmo os gritos autoritários do senhor DiPrata.

Sem nem pensar do que ele deveria se esquivar, ele se colocou na frente da amiga paralisada e a abraçou numa posição pouco confortável, com as pernas como um arco sobre ela e os joelhos meio dobrados. Fechou os olhos e esperou por algum impacto ou alguma dor, mas nada aconteceu. Abriu os olhos e encontrou Riley e Alícia parados, boquiabertos olhando para algo acima da cabeça dele. Vagarozamente ele se virou.

Thaila estava parada bem ali, com o cetro tocando num dos braços do monstro que teria lhe agarrado e lhe esmagado tão facilmente quanto fez com a canoa. O kraken foi endurecendo a patir do toque, parando de se movimentar lentamente até soltar um último guincho e parar por completo. Thaila então tocou-o novamente e ele explodiu numa chuva gosma transparente que melecou o cabelo de Dave. Isabelle caiu de costas, desmaiada. Ainda sem saír de cima da menina, Dave encarou Thaila, que olhava com desgosto para a menina caída.

-Que estão esperando? –ela disse, se dirigindo aos espectadores e pessoas que estavam prestes a entrar na luta contra o monstro. Lorena era uma delas. –Essa menina desmaiou e há alunos perdidos no fundo lago. Façam alguma coisa!

Gary foi o primeiro a correr e ir até sua filha. Depois dele a multidão se dispersou com muito mais facilidade, sem pânico, designando tarefas uns aos outros e trabalhando em equipe. O diretor se abaixou e puxou a filha para si, com um leve tom de despero em seu olhar.

-Obrigada, Vossa Alteza –ele falou. –E obrigada por tentar protege-la... Fellows.

A última palavra pareceu doer ao saír de seus lábios. Nem Dave e nem a princesa disseram uma só palavra para o homem. Ele tomou a filha em seus braços e andou o mais rápido que pode em direção à enfermaria.

Dave mal sabia como começar a agradecer à princesa. Se sentia um tanto tolo por ter sido ajudado por ela. A marca em seu braço direito queria dizer que deveria ser o contrário, que ele deveria fazer o impossível para que ela ficasse segura, mas não fora assim.

-Sei no que está pensando, Dave –a princesa falou com uma voz leve que o acordou de seu tranze bem suavemente. –Não quero que diga nada. Como eu já lhe falei, nada me é mais importante do que sua segurança. É um momento muito delicado para o reino todo. Jamais permitiria que sua mãe ou sua tia entrassem aqui por uma coisa que não quero acreditar que fez. Mas me diga, Dave. Me diga a vedade. Roubou algum daqueles papéis do diretor?

-Não, não roubei –ele a obedeceu e não lhe agradeceu. Tirou um pouco da meleca de seu cabelo e a atirou no chão. –Nem sei onde a sala de registros...

Ela o interrompeu com a mão. Apenas acenou a cabeça em concordância e disse que era o suficiente, que acreditava nele. Então sinalizou para que Riley e Alícia, que ainda se encontravam no mesmo lugar, se aproximarem. Alícia fez uma reverência bastante cotêz e Riley se atrapalhou um pouco, encarando o cetro da futura rainha.

-Vejo que tem uma ótima equipe com você Dave. Que os três continuem unidos até muito depois de toda essa loucura acabar. Tenho que me desculpar, Dave, mas aquele nosso passeio pela escola terá que ficar para outro dia. Quero conversar com você e sua prima.

Dave balançou a cabeça, concordando. Tudo havia acontecido rápido demais. A lula gigante aparecea e desaparecera. Thaila o salvara. Isabelle desmaiara. E quanto aos castigos, ele não se sentia livre. O diretor já não gostava muito dele. Com ou sem a proteção da futura rainha, a opinião de Gary DiPrata não mudaria em relação ao filho de seu fiel soldado.

-Acho que seria apropriado lhe oferecer um chá e bolachas –o menino se virou. Sua prima se levantou da reverência e guiou ele, a princesa e os gêmeos por dentro da secretaria e para cima de uma escada, em seu quarto.

Ela ligou a pequena televisão num canal qualquer e indicou a cadeira da escrivaninha para Thaila. As crianças se sentaram na cama e ela pegou chá e um pacote de bolachas que despejou num pote para oferecer à princesa. Ela não recusou. Dave nunca estivera ali, mas a decoração não lhe surpreendia. As fotos pendendo do teto e a parede cheia de pôsters eram bem a cara de Lorena. Na cama ela guardava ursos de pelúcia que ganhava do namorado, e sob a escrivaninha havia uma coleção de papéis da escola.

-Que programa é esse? –Riley perguntou, aceitando uma bolacha e cheirando o recheio, talvez para ter certeza de que não era creme de borboleta.

-É a abertura do Jogo do Labirinto –Thaila respondeu. A pequena ação de morder uma bolacha era executada de forma perfeita e delicada, dando um ar real à tudo o que ela fazia. –É uma competição organizada pelo meu tio doido... Digo, tio Francis. O Mago Roxo, ou como quer que o estejam chamando hoje em dia. São competidores, representando cada província, lutando para sobreviver nesse labirinto e alcançar o meio dele, onde o prêmio os aguarda.

-E o que é? –Riley se sentou mais corretamente.

-Dinheiro, um título... Uma oportunidade –ela respondeu sombriamente.

Na tela, pessoas dançavam com roupas largas que produziam um movimento hipnótico. Elas rodopiavam ao ritmo de uma banda e os panos esvoaçavam com elas. Em dados momentos, um criava uma torre de fogo, outro um ramo cheio de flores e outro uma cortina de água, e os elementos dançavam junto com seus criadores. Havia também gelo, uma pessoa que parecia ter raios subindo por seus braços e uma outra que dançava com luz, se assemelhando à que envolvera e marcara o braço de Dave no dia em que selou o pacto com a princesa. A dança terminou quando a pessoa do meio, vestida de branco, pisou forte no chão e jogou vento com suas mãos nas pessoas ao redor, fazendo os elementos desapareceram.

-São Dançainos dos Elementos –explicou Lorena. –Vocês podem fazer aulas disso quando tiverem mais controle de seus legados –Thaila soltou um risinho dentro de sua xícara.- Que? Fiz dois anos de aula de dança.

-E como acabou sendo professora? –Thaila a olhou com os lábios curvados num sorriso ainda maior.

-Nunca entendi porque alguém seria tão ágil e não estaria segurando uma espada.

A princesa riu com gosto. Alícia riu baixo pelas narinas, olhando para baixo. Riley estava realmente hipnotizado pela televisão. Os dois até se pareciam fisicamente, mas se comportavam de maneiras bastante dissemelhante.

–Sabe Dave -a prima chamou, -não foi nada prudente se colocar entre um kraken e uma garota.

-Que esperava que eu fizesse? Fugisse e deixasse o monstro esmaga-la?

-"A verdadeira guerra começa agora que o destino de uma criança foi selado." –A menção à frase macabra que causara tantos problemas para Dave lhe arrepiou os pelos da nuca. Ditas na voz doce de Thaila ela ficava ainda mais assustadora. –Não acha mesmo que minha irmã estava se referindo a você, acha?

-O que? –Dave franziu o cenho.

Claro que pensava que a rainha da morte estava se referindo a ele. A profecia do Mago Roxo que Se Diz Sábio confirmavam suas suspeitas. Era seu destino trazer paz para Érestha. E não se tem paz sem uma guerra. Todos sabiam que a profecia falava dele, então como o destino da criança na frase de Tabata não era ele? Quem mais poderia...

-Isabelle –ele interrompeu os próprios pensamentos.

-Minha irmã tem tanta fé nela quanto eu tenho em você Dave. Posso lhe garantir. Tabata se esqueceu de que a guerra é entre mim e ela, e não você e sua amiga. Acredito que Isabelle tenha esquecido também.

-O que... o que deizer?

-Que aquele kraken e os tigres-zumbis foram obra dela –Alícia disse, olhando para a princesa com um olhar determinado.- Vi como seu rosto ficou quando essas criaturas atacaram. Havia sangue... E aposto como aqueles documentos foram ela também.

-Não –Dave disse, ainda confuso. –Não pode ser, ela não está do lado de Tabata, está do nosso. É minha amiga, sei que não me prejudicaria com aqueles papéis, que dirá tentar me matar.

-Você não conhece a princesa da morte –surpreendentemente a voz era de Lorena. Seu tom era sombrio e um pouco assustado. –Ela é persuasiva. Traiçoeira e silênciosa como uma cobra. Não pode saber o que fez com Isabelle, o que disse à ela...

-Isabelle não faria isso! –Dave se levantou –E eu não deixaria ela ser pega por um monstro! Só porque ela é legado de Tabata não significa que está trabalhando para ela, vendo ela!

-Sente-se –Thaila ordenou, calmamente. Dave respirou bem fundo antes de obedecer. –Também não quero que a garota se machuque; mas aquele monstro hoje não esticou um braço para agarrar a ela. Ele queria você. Aqueles zumbis queriam você. Não vê Dave? Minha irmã quer você como eu te quero, como nós duas quisemos seu pai um dia.

Ele franziu o cenho. Haiva muito sobre seu pai que ele não sabia, mas não conseguiu decifrar nas palavras nem na expressão da rainha à que sentido da palavra querer ela estava se referindo.

-Isabelle está segura –ela continuou. –Bem, tão segura quanto pode estar. E é óbvio que Tabata mantém contato com ela. Você sabe Dave, sei que já viu.

-Os sonhos... –Ele pensou alto. Isabelle era torturada em seus sonhos. Gritava e esperneava. Sonhava com a morte que tinha voltado e se infiltrado dentro de si.

Thaila se levantou e pôs as mãos nos ombros do menino, olhando fundo em seus olhos. Dave nunca sabia dizer de cor eram os dela. As vezes eram violetas, as vezes eram azul claro. Ao invés de dizer algo, como ele esperava, ela o abraçou. Dave não sabia se retribuía o abraço. Ficou parado, com o rosto enfiado entre o pescoço e o cabelo da princesa. A mulher com rosto de menina levantou a cabeça devagar e parou com a boca na altura da orelha do menino.

-Tenha cuidado –sussurrou.



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Oie! Estou pessoalmente muito orgulhosa desse capítulo haha, então espero de verdade que vocÊs também tenham gostado!

De acordo com a LEI N 9.610 DE FEVEREIRO DE 1998, PLÁGIO É CRIME

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