XLIII -Riley
Último capítulo do Riley no livro 1!!! Mds, ta acabando!!!
Lorena não se permitiu contar ao diretor e convenceu Isabelle a deixar o castigo em suas mãos. As seis crianças ajudavam a limpar a escola e limpavam os banheros de seus dormitórios, entre outras coisas, e diziam que era voluntariamente. Alícia era a única que constantemente dizia que aquele lugar era perfeito e seria o novo lugar para onde eles iriam fazer os deveres de casa e ficar em paz. Riley descordava competamente.
-Não podemos ir até lá em horário de aula –era com esse argumento que ela apoiava sua ideia. –Mas se formos nos fins de semana ou durante o almoço...
E sorria para concluir a ideia. Ela estava certa, mas mesmo assim Riley negava. Não podia acreditar que tinha se deixado levar pelas ideias idiotas da irmã.
Como professora, Lorena os tratava normalmente. Como cunhada, ela estava brava. Desapontada. Tinha chamado a todos para conversar em seu quarto. Lilian e Herton abaixaram o olhar para ouvir o sermão. Dave e Riley olhavam para vários objetos no quarto dela e Chris começou a chorar de arrependimento. Alícia olhava diretamente para os olhos da cunhada, sem medo. Terminou toda aquela bronca dizendo o quanto estava decepcionada. Liberou todos, com exeção de Dave; Alícia saira de costas eretas e sem um pedido de desculpas.
O lado bom era que Riley tinha mais tempo para finalmente se procupar com as provas. Pela primeira vez ele começou a estudar bem antes das provas marcadas e terminou a maioria de suas tarefas com uma enorme vantagem de tempo. Lorena ficou contente com o desempenho do menino e liberou-o do castigo mais cedo. Todos os outros seguiram seu exemplo, exeto, é claro, pela gêmea.
-Cabeça dura! –Ramona costumava chamar a caçula quando eram menores.
Se aplicava perfeitamente para o momento em que se encontravam. Ele tentou conversar com ela, mas Alícia nunca dava o braço a torcer. Era muito orgulhosa e cumpriu todo o castigo de boca fechada. Só voltou a visitar a clareira na penúltima semana de Junho, mas desta vez foi sozinha, "estudar em paz", como decidiu chamar.
Riley ficou surpreso com si mesmo. Sentiu que fez bem em todas as provas. Na de astronomia, na de climatologia e principalmente na de artes da terra. Isabelle, Dave e Alícia tiveram uma tarefa diferente nesse teste, um papel com cinquenta perguntas de multipla escolha. Riley e os outros tiveram vinte e cinco perguntas e a prova prática, onde, mais uma vez, foram testados no controle de seus legados. Riley conseguiu fazer um belo ramo com pequeninas flores brancas e delicadas folhas bastante verdes que impressionou a professora Bennu e lhe garantiu a nota máxima na parte prática.
A dissertativa de história foi também bastante fácil. Ele sabia todas as respostas, só não tinha certeza se o jeito como descrevera os fatos estava correto. Também se saiu razoavelmente bem em geografia, C.T. e éologia, uma matéria que tinha apenas três vezes por semana. Da primeira ele não gostava muito; as duas últimas envolviam alguns processos químicos que ele não entendia completamente.
A última prova era a de LAD e Educação Física. O terceiro e último "jogo" do ano. Na noite em que aconteceria, dia vinte e cinco de julho, Dave e Isabelle foram separados. O menino ficou com o verde e a menina com o amarelo. Lilian não parecia feliz, mas se limitou a revirar os olhos e se sentar junto aos outros numa mesa. Café, bolo e bolachas estavam sendo servidos para os alunos terem algo no estômago para a prova física. Os alunos do último ano treinavam golpes por todos os lados com armas diferentes. Espadas e escudos, arco e flecha, maças e machados. Alguém usava uma marreta e estraçalhava lenha que deveria estar sendo designada para as lareiras dos dormitórios. Dentre eles estava Ramona. Era o último ano da irmã na escola. Depois disso ela dizia que iria se mudar para alguma outra província e abrir um negócio por lá. Ruby achava uma ideia péssima, mas nada tirava o sonho da cabeça da moça.
-Ainda não entendi por quê Isabelle dedurou a gente –Lilian resmugou. –Como ela nos encontrou?
-Ela é uma cobra –Alícia falou. Uma sombra pareceu descer sobre seu rosto ao proferir as palavras. –Uma cobra silênciosa e traidora.
-Não sou traidora.
Todos se viraram. Dave continuou a bebericar o café e apenas olhou para cima, depois desviou a atenção. Isabelle carregava sua espada na mão esquerda. Riley sabia que não estavam fazendo o certo ao matarem aula e ainda por cima permanecerem dentro das propriedades da escola, mas se fosse ele no lugar da caçula dos DiPrata, nunca teria contado para ninguém. Ele também sabia que Alícia e Lilian viviam de conversas sobre como Isabelle era injusta e potencialmente malvada. Concordavam que ela era perigosa e tinham planos para "conscientizar", como decidiram chamar, os outros alunos e professores sobre o perigo que ela oferecia para a escola como um todo. Riley não era tão extremo em relação a ela pois tentava se pôr em seu lugar. Deveria ser assustador ter que lidar com o fato de ser legado de uma princesa detestada e temida por todos. Porém, era impossível negar que ela não lhe trazia sentimentos ruins e um certo receio. Principalemente quando carregava uma espada.
-Sim, você é –Alícia se levantou. Riley sabia que colocar Alícia numa briga como esta não era uma boa ideia. A irmã sabia se meter em encrencas e sabia saír delas. –Você contou sobre a clareira. Isso não só faz de você uma traidora como uma criança. Quantos anos tem? Cinco?
-Cale-se Alícia –a calma na voz dela deixou o menino agitado. Como ousas falar assim com miha irmã? Ele pensou. –Eu não sou uma traidora. A culpa não é minha se vocês estão sempre na hora errada e no lugar errado.
-O que? –Foi a vez de Lilian se levantar. –Você não só parece suspeita como soa suspeita.
-Suspeita de que? É mais agradável quando está de boca fechada, Lilian -ela rebateu, ainda calmamente. As meninas abriram a boca em descrença e Riley viu na irmã que ela estava prestes a agredir a garota sinistra fisicamente. –Só passei para te desejar boa sorte, Dave.
Ela ignorou o comentário de Alícia sobre ninguém se importar com os desejos dela e seguiu para se servir de bolachas. A irmã cerrou os punhos e bateu-os com força na mesa, espalhando o café de Riley.
-Torço para que aquela roupa especial dela falhe e eu possa realmente feri-la –falou entre os dentes.
-Acalme-se –Dave pediu calmamete.
Os olhos de Alícia quase saltaram para fora das órbitas. Sem proferir uma única palavra ela se retirou, e Lilian foi atras. Dave deu de ombros e continuou a tomar o café.
Mais tarde todos se reuniram no teatro. Lorena repassou todas as regras de sua prova e falou palavras de incentivo para o quinto ano. Tabém comentou animadamente que no próximo ano, aqules que estavam no quarto estariam se formando e teriam a responsabilidade de cuidar da escola e dos alunos. Todos deram risada. A Giovanni Cardel ficou designada a tarefa de supervisionar o vermelho. Eles ficariam nos dormitórios.
Natalie e Noah nunca tinham sido vistos em tal animação. Os outros do quinto ano do vermelho pareciam bem nervosos. Eles todos passavam ordens para os mais novos e não paravam para ouvir sugestões. Eram mais altos, mais fortes e mais experientes. Riley aceitava a liderança deles. Romena não parecia nada feliz por ser ignorada. O primeiro ano não falava nada, apenas ouvia em silêncio e tentava seguir as ordens. Sugeriram que ficassem dentro do dormitório vermelho. Romena disse que seria uma má ideia.
-Não, não seria –Natalie respondeu. A expressão de Romena se tornou dura de raiva. –Ninguém sabe que somos nós quem estamos aqui. Podia ser qualquer um. Vamos deixar tudo apagado e colocar essa bola de vidro atrás das poltronas aqui do andar de baixo.
Romena não disse nada depois disso. Os outros alunos do quinto, um bastante alto, um magro, uma menina gorda e uma de cabelos curtos e loiros, designaram tarefas aos outros alunos. Tinham que sair daquela area o mais rápido possível e sem serem vistos. A Riley foi designada a tarefa de ficar e proteger a bola de vidro. Alícia fora escalada para entrar na floresta com Natalie, a menina gorda e alguns outros alunos de outros anos. Eles ficaram parados, dentro de seu dormitório, por pelo menos uma hora, esperando o sinal que indicaria o início da prova.
Noah e Natalie estavam à porta, espiando por sua pequena janela, mas não viram nenhum time passar por ali. Tinham suas espadas na bainha e as mãos cruzadas. Conversavam sobre o futuro, usando apelidos como Nath na conversa, mas via-se claramente que estavam mais preocupados com o presente. A menina checava o relógio de trinta em trinta segundos, e o menino não desviava o olhar dela. Quando o sinal finalmente soou, o time vermelho se agitou. Todos que sairiam para conquistar outras bolas de vidro prepararam suas armas. À porta, os dois alunos do último ano se envolveram em um beijo rápido e saíram correndo, liderando suas tropas.
Romena ficou no comando do pessoal que não saiu. Como sempre, o começo foi bastante parado, porém cheio de adrenalina e expectatovas em cada barulho que vinha de fora. Mas a verdadeira adrenalina veio com uma ordem estranha de Romena: "escondam-se". Por um momento, ninguém se moveu.
-Rápido, seus idiotas –ela continuou. –Achem algum lugar para se esconderem. O Verde está vindo pra ca, mas não sabem que somos nós quem estamos nessa área. ESCONDAM-SE!
Riley correu. Subiu as escadas e se jogou em baixo de sua própria cama. Ele sabia que não era o melhor lugar para se ficar, mas estava desesperado. Ouviu passos entrarem no quarto dos meninos. Ficou com medo que, quem quer que fosse, ouvisse os batimentos cardíacos. Felizmente, o verde logo desistiu daquele prédio e saiu. O grito de "o vermelho não está aqui" fez Riley sorrir. Esperou um tempo para voltar para baixo e se encontrou com os outros. Teriam rido escandalosamente se não tivessem que ficar em silêncio.
O menino espiou pela janela. Havia uma enorme confusão acontecendo lá fora. Uma parte do time verde, do time amarelo e Alícia se encaravam. A gêmea não sabia o que fazer com a bola de vidro roxa em mãos. O amarelo não sabia se enfrentava o verde ou tomava a bola da menina. O mesmo valia para o time verde. Nem Dave, nem Lilian estavam lá fora. Isabelle sim. O simples movimento e empunhar a espada de um menino do verde causou gritos e correrias dos dois lados. Parada no meio de tudo sem saber o que fazer, Alícia olhou para o prédio numa súplica de socorro.
Romena e Riley foram os primeiros a sair e se juntar à briga, com a intenção de ajudar Alícia. O menino driblou muitas espadas e até alguns machados para chegar na irmã. Serviu de guarda-costas para ela enquanto bolava uma estratégia para levar a bola de vidro roxa até o dormitório.
-Temos que dar a volta –Alícia gritou por entre o som de espadas. –Passar pelo prédio de aulas ou pela floresta.
-Certo –Riley concordou, determinado. –Vamos pela floresta.
Mas então, algo explodiu. O barulho fora tão alto que obrigou a todos a tapar os ouvidos e deixar as armas caírem. O menino pareceu perder os sentidos por angustiantes segundos. Quando deu por si, estava caído de joelhos com as mãos apertando as orelhas com muita força. Um zumbido numa nota constante encheu seus ouvidos e bloqueou qualquer outro som que tentasse penetra-los. Ao seu redor, todos tomavam a mesma posição e expressão de dor e susto. A noite parecia estar mais escura, embora algum foco de luz bem forte vinha de sua direita. Riley finalmente começou a ouvir o próprio coração novamente. Começou a se levantar com calma. Saindo da floresta estavam Natalie e a menina gorda do quinto ano. Ele caiu no chão de novo, assustado. A metade esquerda do rosto de Nath estava preto, verde e gosmento. Sua carne se degenerava e sua pele derretia enquanto sua boca se abria num grito que Riley não conseguia ouvir. A menina gorda tossia uma substância esverdeada, a mesma cor que escorria do rosto de Nath. Ela gritou uma última vez quando a audição de Riley voltou ao normal. Na floresta, árvores pegavam fogo. A luz vermelho-alaranjada fez dos alunos moscas, atraídas pelo calor e pelo brilho. Mais pessoas chegavam por todos os lados, incluindo pela própria floresta, chorando.
Os professores estavam desesperados, gritando para todos fugirem, correrem para o mais longe possível. Os alunos estavam desesperados, confusos, chorando, morrendo. Os gêmeos estavam desesperados, encarando o verde da floresta e o brilho do fogo, se pergunando o por quê de estarem com medo. Dave gritava com toda a força de seus pulmões. Riley podia finalmente ouvir, mas escolheu apenas sentir o próprio coração e permanecer curioso, calmo. Virou a cabeça para trás. Os professores levavam alunos feridos em seus ombros. Noah carregava Natalie, que tinha a boca escancarada em um grito silêncioso. Tudo parecia acontecer em câmera lenta; tão lenta que era possível medir o medo no rosto de todos. Menos no de Riley. E menos no de Isabelle. A menina olhava para o fogo com uma expressão neutra, pacientimente esperando por alguma coisa ruim. E foi ai que Riley encontrou o medo que lhe faltava. O fogo que refletia nos olhos azul-escuros, que iluminava os cachos negors, e que trazia brilho à pele palida de Isabelle o fez ter medo. Naquela noite, o medo salvou sua vida.
Escolheu ouvir. Ouviu muitos gritos, muitos pedidos de ajuda, muitos "corram". Com vontade de gritar também, ele agarrou a irmã, que ainda não havia encontrado seu medo, e a puxou para longe da floresta. A visão do fogo era muito mais convidativa do que as várias pessoas correndo para todos os lados, se armando com o que achavam no chão. Rúfius, o cão fera, fez a terra tremer e rosnou para o mato quando se aproximou da confusão. Alícia correu mais rápido e se abaixou para ajudar Lilian, que havia sido derrubada pela multidão. Dave não parou. Lorena caminhou relutante até Rúfius, mas não era com o cão que estava preocupada. Na borda da floresta, havia uma mulher. Riley não sabia bem o que esteve esperando, mas definitivamente não era uma mulher com roupas justas e cabelo preto com uma mecha verde solta que voava com o vento. No início, ela parecia inofensiva. Depois, Riley teve ainda mais medo. Seus olhos eram enormes. Enormes e amarelos. Sua língua era bifurcada, como a de uma cobra, e de suas unhas escorria o líquido verde. Ele derretia a grama que tocava quando pingava.
-Sssachhh –a mulher sibilou com dificuldade. –Sachhha...
-Sachabella –Lorena murmurou.
-Sssim. Sssachhabella.
Um arrepio percorreu a espinha de Riley. Sua voz parecia o sibilo de uma cobra. Parecia saír dela com dificuldade. Mais uma vez ele decidiu ser curioso e ficou observando. Lorena empunhou sua espada. Riley fez o mesmo com a sua de madeira, mesmo sabendo que se Sachabella desse mais um passo sequer, ele correria. Talvez dessa vez gritasse.
-Sssangue –sibilou seus desejos, suas intenções. Ou talvez eram ambos.
Rúfius latiu. Outras pessoas se prepararam para enfrentar a criatura, se necessário. Riley ganhou mais coragem ao ver mais gente ao seu redor. Endireitou as costas e observou o jeito bizarro como Sachabella se locomovia. Seu corpo pendia para um lado e seus pés não saíam do chão. Era algo entre andar e se arrastar muito lentamente. A ridícula língua saía da boca, dançava no ar e retornava regularmente. O veneno continuava a escorrer de seus dedos e deixavam um rastro por onde ela passava.
Rúfius foi o primeiro a tomar uma atitude. Se lançou sobe a mulher e tentou morde-la. Sachabella foi arranhada pela fera e teve sangue arrancado do peito. Desviou de outros ataques com uma agilidade e flexibilidade quase sub-humanas. Lorena foi o primeiro ser humano a avançar. Gary DiPrata correu também. Noah, Herton...e Riley. O que eu faço? Se perguntou. Correu, apenas. Ouviu Alícia gritar para que ele ficasse, mas não deu ouvidos. Quis ficar com ela, mas sentia que era necessário que ele corresse.
-Como se mata uma côndefa? –Lorena gritou para Gary.
Então é isso que ela é? Uma côndefa? ele pensou. O que é uma côndefa?
-Com outra delas –foi a resposta.
A imagem de um exército de criaturas venenosas aterrorizou os pensamentos de Riley. Ele logo os chacoalhou para longe.
-Que ótimo –Lorena resmungou.
Todos os golpes que tentavam contra Sacabella falahvam. Se ela tem uma vantagem, essa não é o veneno, mas sua rapidez. Riley fez com que sua mete repetisse esse pensamento, e uma luz se ascendeu para ele. Lembrou de suas aulas, onde passaram dias aprendendo a identificar as fraquezas e vantagens de seus adversários, e como usá-las a seu favor. O veneno. Pensou primeiro. Devo me preocupar com ele, mas não deve ser meu foco. Minha espada não chega nela, é muito ágil. Mas no que eu sou melhor? Logo respondeu a própria pergunta. Ela não anda, ela se arasta. Não! Ela desliza! Ela é uma cobra!
-Lorena! –ele gritou. Por um momento se esqueceu que estava lutando e se sentiu estranho por não chamá-la de porfessora. –Me ajude. Mire na cabeça dela.
-O que está fazendo aqui Riley? –O menino achou que ela recusaria ajudá-lo, mas ela não falou mais nada. Correu e apontou a espada para o nariz da aberração. Sachabella apenas sorria, achando graça dos mortais que tentavam dete-la.
Alguém tentava criar ramos para prendê-la no chão, mas seus pés descalços também eram uma fonte de veneno e o derretiam rapidamente. Quando ela ficou muito preocupada com a espada em seu rosto e se curvou para trás com uma facilidade estranha, Riley golpeou suas duas pernas. A força da madeira em suas pernas a fez caír e gritar de raiva. Os ramos foram produzidos mais rapidamente e alcançavam uma área bem maior de seu corpo sem ser deteriorado. Ela conseguia se arrastar com muita facilidade, mesmo tendo as pernas feridas. Era com isso que Riley contava. Ele sabia como lidar com cobras. O quintal de tia Rosa era o favorito das cobras. Ele tinha vários métodos de como para-las e atormenta-las, assim como sabia o que fazer para acalma-las.
Ele largou a espada no chão e tirou o macacão que vestira para a prova. Era marrom e pesado. Jogou o material aberto sob a cabeça de Sachabella. Ela se debateu um pouco, mas pareceu ficar confusa. Sem questionar, os outros alunos que estavam ao redor fizeram o mesmo. A côndefa não tentou usar o veneno contra a roupa. Ficou confusa e atordoada, como uma verdadeira cobra. Riley ficou extremamente contente por ter estudado para a prova.
-Ta legal , já chega –era a voz de Isabelle.
Ela chutou os macacões para longe da cabeça de Sachabella e fez um comando com o dedo indicador. A côndefa derreteu os ramos que a envolviam e se afastou de todos. Se apoiou em uma árvore ao fundo para observar.
-Belle, filha –o diretor estava inconformado.
Riley não sabia onde estava sua irmã, mas tinha certeza que ela estava com um meio sorriso de triúnfo em seu rosto.
-A garota fez sua escolha. Seu destino está selado. Agora não ha mais regras. Joga-se o jogo que bem entender. A guerra começou, General DiPrata.
A voz vinha de todas as direções, mas a forma humanóide estava atrás de Isabelle. Se a noite já estava escura antes, agora era apenas um breu. Lorena deu um passo para trás e isso assustou Riley mais do que as feições deformadas de Tabata e o cheiro de almas torturadas que ela carregava. O menino não sabia bem como reconhecia o cheiro de sofrimento, mas tinha certeza que falava certo. Ela vestia névoa e não queria esconder os cabelos que não conseguia conter. A semelhança com o rosto da doce Thaila era tanta que Riley assustou-se ainda mais.
-Por favor –Gary estava chorando. –Por favor, minha filha não. Minha princesa...
-A única princesa por quem deveria estar chorando é minha irmã, seguidor da terra. Ela estará morta em breve, e será ai que a nova era se iniciará. Vovó tinha razão em tudo o que dizia. Em todas as suas ideia absolutistas. Vou torna-las realidade em sua honra. Espero vê-lo logo DiPrata; montado em um cavalo, com uma lança lhe atravessando o coração. Preparem-se, infiéis nojentos. O Castelo de Vidro logo será meu, e o reino voltará a ser um só, grande, rico e livre da barreira entre os mortos e os vivos.
-Adeus papai.
As últimas palavras de Isabelle foram tão inocentes que Riley quase teve dó dela. O menino pensou que Tabata ia magicamente desaparecer com uma nuvem de fumaça preta e fétida, levando com ela a princesinha do diretor. Mas suas ações aterrorizaram Riley profundamente. Ela tomou a espada de Isabelle sem nenhum tipo de protesto da menina. Em fato, ela se manteve calma até que a espada fosse enfiada em suas costas e atravessasse seus órgãos até saír, sangrenta, pela barriga. Isabelle não gritou, mas pareceu se afogar em seu próprio sangue. Foi só então que as duas sumiram com fumaça. Ninguém fez um som sequer, nem mesmo Rúfius. O crepitar do incêndio que se alastrava era a única coisa que se era ouvida. Sachabella tinha desaparecido e não ouvia-se mais seu sibilo irritante.
Após o que pareceram horas de um silêncio mórbido, Gary DiPrata gritou. Rúfius uivou com o mestre e os alunos se lembraram que estavam desesperados. Tudo voltou a bagunça que estava antes, mas desta vez, o diretor estava de joelhos no chão e braços para cima, gritando de uma dor que Riley não era capaz de entender. Uma dor de pai.
O menino abraçou a irmã, que estava em choque. Não sabe quanto tempo passou até que sua mãe apareceu e os separou, levando-os para um carro, só sabe que quando deu por si, vestia roupas limpas e voltava para a escola.
_*_*_*_
E ai?? O que acharam desse capítulo?? Acham que Isabelle realmente foi morta pela princesa? E Sachabella? assustadora, não :p
deixem-me uma estrlinha se não quiserem comentar nada haha
><
De acordo com a LEI N 9.610 DE FEVEREIRO DE 1998, PLÁGIO É CRIME
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