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XL -Alícia

A Páscoa naquele ano caía no dia quinze de abril. Faltava uma semana e meia, e ninguém parecia se importar.

-Estamos em Érestha, maninha –seu irmão lhe disse. –Os deuses daqui são outros. A Páscoa não é nada para eles.

-Sshh! –Natalie sussurrou para eles ficarem quietos. Era a vez dela de cuidar da biblioteca.

A enorme sala cheia de prateleiras com centenas de livros e mesas e cadeiras ocupava todo o último andar da ala E no prédio de aulas. Os alunos do quinto ano tinham dias para supervisionar os outros ali dentro, como um trabalho voluntário. A bibliotecária era mais um dos servos esqueletos que estavam por toda a escola. Alícia assumira que era uma mulher por ter um colar enferrujado com um pingente de ferro em forma de coração que se fechava em torno de seu pescoço e se apoiava nos ossos de seu ombro. Ela estava sentada à apenas alguns metros de Alícia, Riley e Lilian, checando livros e arquivos em um computador com um sorriso permanente em seu crânio empoeirado. Não tinha língua para falar e fazer com que os alunos se comprtassem ali dentro, então contava com os alunos voluntários.

-Faltam trinta minutos para o jantar ser servido –Lilian sussurrou.

-Não vamos conseguir terminar esse trabalho de climatologioa até amanhã –Alícia resmungou. A professora Riba Jhonson tinha formado grupos e passado um trabalho para o final daquela semana. Os três ali sentados eram um grupo. Tinham que pesquisar sobre mudanças climáticas observadas por um período de tempo em qualquer época da história de Érestha, depois apresentar uma teoria do porque dessa mudança e como ela havia afetado o presente. Eles tinham escolhido falar sobre um grande meteoro que tinha atingido a costa oeste de Érestha, destruindo grande parte de uma floresta com uma cratera imensa e um incêndio ainda maior. Eles concluíram que isso fez com que as chuvas naquela área fossem mais escassas e tivessem parado de enviar massas de ar quente para outras áreas, também dificultando a chuva. -Não gosto dessa matéria –concluiu.

-Claro que vamos conseguir –Lilian estava colando imagens em um pedaço de cartolina. Eles iam usar aquilo na apresentação e depois a cartolina seria pendurada no corredor numa pequena exposição da turma. –O toque de recolher é às nove. Ainda faltam trinta para as sete.

Os gêmeos suspirarm e continuaram seu trabalho de passar todas as informações em folhas e livros diversos para um papel oficial com os nomes dos integrantes do grupo. Eles terminaram de fazer tudo quinze minutos depois do jantar ter começado.

-Graças a Deus! –Riley comemorou, se inclinando na cadeira e pondo as mãos nos olhos.

Alícia massageou o pulso. A letra dela era mais decente do que dos outros dois, então fora eleita para escrever tudo e agora o pulso doía.

-Vou jantar com sua irmã e a amiga dela, Alysin –Lilian falou. Não deu muitas explicações. Apenas sorriu e saiu da biblioteca carregando o cartaz que tinha terminado com orgulho.

Apenas um dia havia se passado desde o ataque do kraken. Isabelle ainda estava desacordada na enfermaria e Dave ainda precisava cumprir sua "pena" pelo possivelmente falso crime. A escola inteira tinha silenciosamente concordado em não falar no assunto. Obviamente alguém tinha contado aos pais, pois mais cedo naquele mesmo dia uma multidão furiosa tinha invadido a escola e acusado o Diretor de falhar com a segurança, expondo a futura rainha a um perigo como aquele. Um ou dois alunos tinham sido arrastados a força pelos pais para serem depois transferidos para outros colégios. A mãe de Noah participava do tumulto, mas o menino se recusou a saír e a mãe não contestou, mas continuou a berrar junto aos outros.

Muitos gritavam que queriam Dave e Isabelle fora do campus, expulsos da escola. Surpreendentemente, o diretor defendara ambos. Alícia cerrou o punho quando o diretor disse que sua filha era apenas uma criança. Ela sabia que era culpada, até mesmo a princesa Thaila sabia. Tinha raiva de não poder dizer nada. Thaila queria sigilo, resolveria ela mesma com o diretor.

-Vai ser difícil convencer a mãe dela de que ela tem um problema –Lorena resmungara na tarde do dia anterior.

-Aquela menina tem de saír daqui –Alícia resmungou enquanto ainda massageava o pulso. –É o único pensamento que divido com aqueles pais enfurecidos.

-Estará em perigo para onde quer que vá.

Alícia olhou para cima. Dave se sentou na cadeira antes ocupada por Lilian. Ele também massageava o pulso e tinha um ar muito mais cansado do que os gêmeos. A menina não o comprimentou de forma alguma, ao contrário do irmão, que chacoalhou a mão do amigo num toque só deles. Alícia se perguntou quando tinham começado com aquilo.

-Não vai jantar? –ela perguntou ao menino de olhos azuis, embora estivesse conciente de que ela própria não estava com fome.

-Recheei e assei tantas tortas que perdi a fome –ele respondeu. –É de beija-flor e legumes. Nunca vou me acostumar com as coisas que se come aqui.

Alícia deu de ombros. Na casa de sua tia e às vezes até mesmo na própria casa no Rio, ela comia comidas... diferentes. Sabia que não eram comuns no Brasil, e talvez em nenhuma outra parte do mundo, mas não ficava tão supresa quanto Dave. Seu preferido era guisado de gordura de foca, preparado pelas velhas mãos da própria Tia Rosa, uma receita de família. Um dia ela iria aprender e fazer em jantares para convidados. Era um de seus sonhos.

-E Belle? Continua na enfermaria?

-Como eu iria saber? Se tem uma informação que quero dela é à quantos metros de distância ela está –a menina respondeu, fria.

-Então deveria saber se ela está ou não desmaiada. Isabelle não é má. O que quer que esteja acontecendo é obra de Tabata, não dela.

A filha do diretor nunca agradara Alícia. Desde o primeiro dia de aula e antes disso. Era quieta de uma forma sinistra. Agora, legado de Tabata, era sinistra de uma forma assustadora. Uma pessoa temível, na opnião de Alícia.

-Deveria ficar longe dela –Riley falou, colocando os papéis em ordem e fechando os livros. –Pode confiar nela, mas não em Tabata. Ouviu o que a princesa Thaila disse ontem.

-Que ambas me "querem"?

-Foi apenas um mal uso de palavras –Alícia disse, encarando os olhos cansados de Dave. –Bom, mais ou menos. Thaila gosta muito de você, não é difícil dizer. E é protetor dela, ela precisa de você. Já Tabata... Ela sabe de tudo isso. Ela quer você em sua posse. Não pode deixar a irmã se sentindo protegida no meio de uma guerra.

Dave não disse nada por um instante. Até que balançou a cabeça e concordou.

-Sshh. Isto é uma biblioteca, fiquem quietos! –Natalie os repreendeu novamente.

Alícia puxou o estojo para mais perto de si, porém deixou algumas canetas rolarem para fora do zíper. Estava muito bem apoiada na cadeira macia, então, ao invés de se levanar ela esticou a mão na direção da caneta que rolava e se concentrou. Pensou na caneta sendo puxada para ela como se ela fosse um imã e a caneta um pedaço de metal. O objeto continuou rolando, chegando cada vez mais perto da borda, e Alícia se concentrava ainda mais. Fechou os olhos.

Vush

A caneta voou da ponta da mesa e pousou perfeitamente na sua mão esticada. Ela sorriu e sentiu o sorriso do irmão ao seu lado. Dave soltou um uau realmente impressionado e ela sorriu mais ainda.

-Parabéns Alícia, seu legado é realmente impressionante –uma sorridente menina de enormes olhos verdes parou em frente a mesa deles. Abraçava dois livros e carregava sua mochila num ombro só. Vestia uma blusa roxa de manga comprida com um decote um tanto exagerado.

-Obrigada Chris –Alícia agradeceu a gentileza.

Chris era sempre muito feliz e isso assustava Alícia tanto quanto a morbidez de Isabelle.

-Parece que terminaram o trabalho da professoa Jhonson –ela continuou. –Eu preciso adicionar mais alguns detalhes ao meu. Será que posso dar uma olhada nos livros que vocês usaram?

-Claro –Dave e Riley responderam em uníssono.

Alícia franziu as sobrancelhas. Dave nem fazia parte de seu grupo. Os rapazes se entreolharam e parecem ter dito algo um para o outro com os olhos. Alícia não compreendeu, embora geralmente conversasse assim com o irmão. Não posso entender conversa de garotos, pensou. Chris sorriu um sorriso encantador e pegou um dos livros que o grupo de Alícia tinha usado. Ela acenou e andou para uma mesa mais no fundo. Riley e Dave a seguiram com o olhar até desaparecer de vista. Ela podia não entender de conversas de meninos, mas não era cega, e o corpo de Chris não era nada dispensável.

-Que? –O irmão perguntou quando notou a sobrancelha franzida da irmã.

Ela apenas revirou os olhos e guardou o material na bolsa. Saiu sem dizer mais nada. Passou pelas mesas ao ar livre e sentiu o cheiro das tortas que Dave mencionara, mas a fome não lhe apareceu. Entrou no prédio vermelho e o encontrou vazio. Subiu até o dormitório feminino e largou as coisas na cama, separando o pijama para tomar um banho.

Debaixo do jato d'água quente, Alícia Weis só conseguia pensar em como queria provar que Isabelle era um perigo. A própria princesa havia dito. Não era justo o diretor fazer com que Dave pagasse pelos pecados da filha. E ela tinha que tentar convencer Dave de que a legado da princesa do mal não merecia seu afeto.

Ela se lavou e se enxugou dentro da cabine que usava. Se vestiu ali mesmo, molhando um pouco a barra das calças do pijama. Ela não tinha tanta confiança quanto as meninas mais velhas, que saíam da cabine de toalha e se trocavam em frente ao grande espelho no final do largo corredor repleto de chuveiros isolados por paredes e cortinas. Ela sabia que era bobagem, afinal, todas ali eram garotas, e, especialmente naquele dia, ela estava sozinha no prédio. Saiu de trás das cortinas e andou até o fim do corredor, para se olhar no grande espelho que tomava a parede toda.

Uma garota baixa, cabelos castanhos molhados que desciam até a metade das costas, olhos castanho-escuro e de aparelhos nos dentes olhou para ela na imagem do espelho. Apoiou as coisas no chão e virou de lado. Não tinha tantas curvas como Chris. Há pouco que deixara de ser uma menina para tornar-se moça. Uma mocinha muito especial ela ouviu a voz da mãe em seus pensamentos. Ruby não dava toda a tenção que Alícia julgava precisar, mas ainda assim era uma boa mãe. Ela sempre sonhara em ir para Érestha e se ver longe da família que não a aceitava muito bem, e a verdade é que se sentia culpada por ter pensado daquele jeito. Ela tentava, mas não conseguia sentir saudades de casa, da comida da mãe, dos amigos na favela. Alícia apreciava os sentimentos maternos que sua mãe tinha por ela, mas não o sufuciente para querer tê-la junto de si a todo o momento.

-Tudo bem irmã?

Alícia levou um susto que quase a fez gritar. As roupas que estavam aos seus pés foram atiradas na parede sem que ela tocasse nelas. Atrás dela, uma também assustada garota rechonchuda com cabelos pintados e tatuagens no braço estava parada a encarando. Romena levantou o olhar para ela.

-Fez aquilo de propósito ou foi o susto? –Ela apontou para as roupas.

Alícia queria ter dito que fora de propósito, mas não mentiu. Emoções negativas muito fortes que a tomavam de súbito geralmente faziam as coisas se afastarem dela.

-Isso é muito interessante –Romena sorriu. –Essa habilidade é incrível! Queria poder fazer isso. Nós vamos jogar qualquer coisa no salão lá em baixo. Meninas versus meninos do vermelho. Quer se juntar a nós?

A menina sorriu e anuiu. Depois de Ajala ter sido transferida para outra escola qualquer, Alícia não falava muito com as pessoas com quem dividia o próprio prédio a não ser os irmãos. Da sua idade, haviam apenas duas outras meninas e quatro meninos, contando Riley. Ela desceu de pijama mesmo, seguindo a irmã. Quando Romena anunciou que Alícia estava se juntando ao jogo, todas as meninas gritaram em comemoração. A pequena garota sorriu mais ainda.

Eles tinham pouco mais de uma hora até o toque de recolher, mas Alícia mal viu o tempo passar no meio das brincadeiras. Primeiro jogaram zorra, o jogo onde se deve levantar gritar um número, contando do um até o número correspondente de participantes, não se pode levantar duas pessoas ao mesmo tempo e perde o que disser o último número. Esse fez bastante barulho e chamou a atenção de pessoas de outras cores. Foi uma bagunça pela quantidade de pessoas presentes, e ninguém nunca chegava ao último número. Também tiveram mímica que era para ser meninos versus meninas, mas acabou sendo um contra todos. Quando o alerme que indicava o toque de recolher soou, eles ficaram mais quietos e brincaram de gato-mia, vendando a pessoa que deveria achar os que se escondiam e limitando o espaço da brincadeira à sala no térreo do prédio, tornando a tarefa de se esconder no meio de tantas pessoas muito difícil, e a de achar alguém bem fácil.

Alícia se divertiu demais, quebrando a regra do toque de recolher e ficando acordada até mais tarde do que jamais ficara naquela escola, pois após cansarem da brincadeira, os que não foram dormir pegaram uma lanterna e conaram histórias de fantasmas e lendas de todas as partes do mundo, assim como terror em Érestha. Sua irmã dividiu com os colegas algumas histórias do folclore brasileiro que não eram bem terror, mas que interessaram a muita gente. Ouviram diferentes versões do monstro do lago nés narrados por escoceses que estavam presentes, como Natalie e Clarie, uma menina do terceiro ano, e sobre fantasmas egípcios de Noah.

Durante uma história sobre sereias num rio de Érestha, Alícia bocejou e percebeu o quanto estava cansada. Não dava para ver o relógio na parede pela escuridão. Lá fora, a lua iluminava a floresta que balançava sinistramente com o vento. Uma figura de capuz saiu da cazinha azul e andou em direção a floresta. Alícia não conseguia dizer quem era, mas não demorou nem um segundo para deduzir que era Isabelle. O que quer que ela estava indo fazer, não iria acabar bem.

-... Te presenteiam com um frasco de lágrimas –a história continuou, na voz de um menino. –Mas se seu maior desejo não for puro... As sereias do rio te devoram ali mesmo, com seus dentes afiados e línguas ásperas.


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Desculpem a demora!!!!

Long story short: vestibulares e provas e projetos e trabalhos... Mas aí está haha. Esse eu nem revisei direito, só postei. Me perdooem caso vejam algum erro.

Votem e comentem. Pronto, fui bem direta. Me digam o que acharam pq tá acabando!

De acordo com a LEI N 9.610 DE FEVEREIRO DE 1998, PLÁGIO É CRIME

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